A projeção de concorrência interna com auxiliares do governo de Ronaldo Caiado (UB) intensifica a ansiedade e nutre insatisfações de deputados estaduais da base governista que buscam a reeleição à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O entendimento dos parlamentares aliados, nos bastidores, é de que membros da administração, em muitos casos, ampliam a concorrência dentro do grupo, com a conivência do Palácio das Esmeraldas, para a invasão de bases eleitorais.Os deputados citam nomes que projetam entrar na disputa por cadeira na Alego, mas não oficializaram a pretensão, como o chefe de gabinete de Caiado, Alex Godinho; o presidente da Ceasa-GO, Carlão da Fox; o ex-presidente da Codego, Manoel Castro Fião, e a secretária de Educação, Fátima Gavioli. Além dos auxiliares vinculados diretamente à gestão estadual, os integrantes da base aliada na Alego ainda reclamam da possibilidade de entrada na disputa do presidente do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), Armando Rollemberg. Além da proximidade com lideranças do setor agropecuário, como o presidente da FAEG e ex-deputado federal José Mário Schreiner, Armando coordena a execução de investimentos com recursos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra).Enquanto deputados aliados reclamam nos bastidores, opositores levaram provocações aos discursos em plenário na última semana. “Isso aí todo mundo sabe. Dos secretários do governo estadual, 90% são candidatos. Fiquem tranquilos. Os secretários que estão maltratando vocês da base, que estão judiando e falam que têm as costas quentes e largas, são todos candidatos. Pode preparar o lombo”, afirmou Clécio Alves (Republicanos).O deputado e presidente estadual do PSDB, Gustavo Sebba, também alfinetou os governistas e voltou a apontar que haverá espaço para receber os colegas que, inevitavelmente, deixarão a base por falta de espaço. Questionado pelo POPULAR, o líder do governo, Talles Barreto (UB) naturaliza a disputa contra diferentes lideranças no próximo ano e questiona o real interesse de aliados deixarem o grupo de apoio ao governo. “Qualquer partido que quiser sair, tem esse direito. Mas vai sair de um governo que tem quase 90% de aprovação, primeiro lugar do Ideb, a melhor segurança pública, uma das melhores infraestruturas e melhorou a vida dos goianos com programas sociais. A escolha é livre, mas é muito difícil um partido querer mudar depois de ver o que está acontecendo”.Já Lineu Olímpio (MDB) afirmou que a projetão de Sebba “não é correta”. “Às vezes ele está precisando falar isso para tentar impulsionar o número de candidatos na chapa deles. Vende essa ideia para ver se convence alguém”, rebateu.