Fabiana Pulcineli

Promoções por bravura em Goiás

As promoções de oficiais da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) por atos de bravura quadruplicaram no governo Ronaldo Caiado (UB), de 2019 a 2023, na comparação com os cinco anos anteriores. Acusações de possíveis irregularidades nos benefícios, suposto estímulo à letalidade policial e ascensões em velocidade incomum na carreira foram pivô de conflitos internos na PM-GO, que colaboraram com a decisão de troca do comando-geral e outras mudanças na equipe nas últimas semanas.

O levantamento, com base em publicações de Diários Oficiais, mostra que, de 2014 a 2018, foram 42 atos de bravura reconhecidos pelo Estado. De 2019 a 2023, saltaram para 164. O número disparou no ano passado, com 76 promoções, quantidade maior do que nos três anos anteriores (2020-22).

<div attr-cid="policy:1.3126369" attr-version="policy:1.3126369:1712628717" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3126369" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3126369', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3126369">Promoções por bravura em Goiás (1.3126369)</a></div>

Os dados consideram apenas a categoria de oficiais, que inclui tenentes, capitães, majores, tenentes-coronéis e coronéis. O volume de promoções também cresceu vertiginosamente entre os praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes), mas a reportagem não teve acesso aos dados consolidados dos benefícios. A PM-GO alegou sigilo em solicitação registrada via Lei de Acesso à Informação (LAI), com protocolo de recurso pela reportagem.

Sob condição de anonimato, integrantes da instituição contrários ao excesso de promoções por bravura falam em suspeitas de confrontos forjados para justificar o benefício e influência política nos decretos. Já houve duas denúncias anônimas protocoladas no Ministério Público Estadual (MP-GO), mas foram arquivadas por “ausência de indícios suficientes de prática de ato que configure improbidade administrativa”, segundo informações do órgão.

As denúncias falam em “assassinatos institucionalizados” e “julgamentos tendenciosos, parciais e nepotistas” sobre a concessão do benefício.

Dois dos casos de rápidas ascensões mais citados internamente foram levados ao plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) há duas semanas pelo deputado estadual Major Araújo (PL), com acusações de influência política e favorecimento nas portarias. São os tenentes-coronéis Ronaldo Dutra Baia, da Secretaria da Casa Militar, e Edson Luis Souza Melo Rocha, conhecido como Edson Raiado, que também passou pela Casa Militar e foi <a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/pm-go-troca-comando-do-cod-apos-policiais-simularem-confronto-em-goiania-1.3124874" target="_blank">retirado do comando do Batalhão de Operação de Divisas (COD)</a> na semana passada, em meio ao <a href="https://opopular.com.br/cidades/pm-afasta-militares-envolvidos-em-suposto-confronto-que-deixou-dois-mortos-1.3124440" target="_blank">flagrante de execução de duas pessoas e confronto forjado por integrantes do COD</a>, no Setor Jaó, em Goiânia.

“Bravura era uma exceção. Isso desmoraliza a instituição de 165 anos. Dois oficiais, com 8 e 12 anos de oficialato, já são tenentes-coronéis. Eles nunca completaram um interstício sequer, como eu completei para chegar a major, com 22 anos de serviço. Olha a diferença”, disse o deputado, afirmando ainda haver ordem da cúpula do governo para que ambos sejam promovidos a coronel.

Segundo dados do Portal da Transparência do governo de Goiás, Edson ingressou na PM em dezembro de 2010 e chegou ao penúltimo posto da carreira em 2021, com duas promoções por ato de bravura.

Baia entrou em 2005 como praça e passou a aspirante a oficial em novembro de 2017. Teve duas promoções por bravura. Em menos de seis anos, trilhou toda a carreira de oficial, chegando também ao penúltimo grau. Em agosto de 2018, subiu para segundo-tenente; em julho de 2021, para primeiro-tenente; em menos de um ano, em agosto de 2022, tornou-se capitão, para, no mês seguinte, virar major; e, por fim, foi promovido a tenente-coronel em agosto de 2023.

A legislação goiana estabelece que a promoção por bravura “é aquela que resulta de ato ou atos não comuns de coragem e audácia que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever, representem feitos indispensáveis ou úteis às operações policiais-militares, pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles emanado”.

Na prática, o reconhecimento do ato é submetido a uma comissão sindicante, que emite parecer favorável ou não, e remete o procedimento à Comissão de Promoção de Oficiais. Depois a promoção segue para assinatura em decreto do governador.

A própria PM-GO afirmou ao MP-GO que a promoção “é de caráter discricionário, sendo consubstanciada em procedimento de avaliação meritória a cargo de várias autoridades, como diversos níveis de competência na PM”. Por conta da falta de critérios claros, vários policiais, especialmente da categoria de praças, recorrem à Justiça para reivindicar promoções negadas por bravura.

A PM-GO também informou ao MP-GO que havia estudo no ano passado de uma “proposta para melhoria dos critérios de promoção por ato de bravura aos praças, com o objetivo de estabelecer critérios objetivos de aferição para a constatação de ação meritória praticada e uniformizar as decisões relacionadas às promoções efetuadas pelo critério de ato de bravura na PM”.

Em outubro de 2021, já diante de críticas internas sobre casos de promoções por bravura, houve mudança na legislação estabelecendo limite de apenas um desse tipo de ato a oficiais. Conforme a lei, poderá ser concedida ainda mais uma promoção “se praticar outro ato de bravura em ações de defesa interna e defesa territorial, quando empregada a Polícia Militar como força auxiliar e reserva do Exército”.

Em 2018, último ano da gestão do PSDB, houve o pico de 20 promoções de oficiais por decisão do governador José Eliton (na época no PSDB) de homenagear PMs relacionados ao atentado a tiros contra ele, quando vice, em Itumbiara em 2016. No atentado morreram o prefeito José Gomes da Rocha (PTB) e o cabo da PM Vanilson João Pereira, de 36 anos.

Na ocasião, houve críticas do deputado Major Araújo e de representantes de entidades de oficiais por conta de a lista não conter apenas os presentes em Itumbiara, mas outros policiais que trabalhavam no Palácio das Esmeraldas (Casa Militar). “A tropa fica indignada, porque a promoção virou política. Quem não tem padrinho não vai ser promovido”, afirmou à época o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (Assof-GO), Alessandri Rocha.

Além de 20 oficiais, foram promovidos 65 praças na ocasião, totalizando 85 em 2018. A título de comparação, no ano passado, o governo Caiado promoveu 463 praças por bravura.

Denúncias

O MP-GO informou ao POPULAR que recebeu duas notícias de fato relacionadas a promoções por ato de bravura de PMs, protocoladas em fevereiro e outubro do ano passado. Ambas tramitaram na 78ª Promotoria de Justiça de Goiânia, com atribuição na defesa do patrimônio público, mas foram arquivadas “em razão da falta de elementos de prova ou de informação mínimos para o início de uma apuração”.

A Promotoria afirmou que, por serem denúncias anônimas, não houve como entrar em contato com os denunciantes para encaminhamento de mais elementos de prova. “Ele (o promotor titular) enfatiza, porém, que, caso sejam enviados esses novos elementos de prova, é possível dar andamento às investigações”, completou o MP-GO, por meio da assessoria.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/pms-envolvidos-em-mortes-no-jao-tiveram-12-promoc-es-1.3124933" target="_blank">PMs envolvidos em mortes no Jaó tiveram 12 promoções</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/goias-promove-por-ato-de-bravura-pms-que-est-o-presos-por-morte-de-jovem-1.3068180" target="_blank">Goiás promove por ato de bravura PMs que estão presos por morte de jovem</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/jorge-caiado-foi-elo-entre-cacai-e-pms-diz-ex-chefe-da-casa-militar-veja-videos-1.3120435" target="_blank">"Jorge Caiado foi elo entre Cacai e PMs", diz ex-chefe da Casa Militar; veja vídeos</a></div>

Uma das denúncias fala em “esquema de compra de bravuras” que estaria relacionado ao caso da morte do empresário Fábio Escobar, em Anápolis, em 2021. Não há mais detalhamento. Um dos depoentes da investigação, o coronel Newton Nery Castilho, afirmou ao MP-GO que PMs são atraídos para cometer crimes por promessas de promoção e ascensão na carreira.

Na outra notícia de fato registrada em 2023, aponta-se um caso de um capitão contemplado com seis promoções por ato de bravura ao longo de dez anos, quando foi praça e oficial. “O noticiante afirmou que todas as promoções do referido militar ocorreram pelo critério de ato de bravura. Entretanto, o oficial também obteve promoções pelo critério de merecimento (1), bem como nomeação ao primeiro posto do oficialato por conclusão de curso, após processo seletivo interno”, justifica a decisão de arquivamento.

O POPULAR mostrou na semana passada que os três policiais militares presos por conta de abordagem que resultou na morte de duas pessoas no Setor Jaó, em Goiânia, <a href="https://opopular.com.br/cidades/pms-envolvidos-em-mortes-no-jao-tiveram-12-promoc-es-1.3124933" target="_blank">tiveram 12 promoções ao longo da carreira</a>, sendo 7 por ato de bravura.

Eles são praças, como também em outro caso mostrado pelo POPULAR em setembro do ano passado, de dois PMs que estavam presos desde março pela morte de um jovem em Anápolis - Douglas Araújo da Silva, de 19 anos, durante uma abordagem em abril de 2022 - e que <a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/goias-promove-por-ato-de-bravura-pms-que-est-o-presos-por-morte-de-jovem-1.3068180" target="_blank">foram promovidos por ato de bravura</a>. Ambos foram denunciados pelo MP-GO por homicídio qualificado. O jovem levou 15 tiros e não estava armado, segundo as investigações.

Sigilo

A chefia de Gabinete do Comando Geral da PM-GO negou acesso a dados consolidados sobre promoções por ato de bravura em Goiás nos últimos dez anos, alegando sigilo de informações pessoais.

A reportagem protocolou recurso, alegando a previsão legal de apresentação das razões pelas quais se entende que a informação é sensível ou capaz de afetar negativamente a “honra, privacidade, intimidade e/ou vida privada”.

As promoções por ato de bravura são publicadas no Diário Oficial do Estado e no site da PM-GO, de modo que a solicitação apenas busca o acesso aos dados consolidados e de anos anteriores, pela impossibilidade de acessar individualmente milhares de casos.

O POPULAR solicitou respostas da PM-GO e do governo de Goiás, por meio da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom), mas não obteve retorno até o fechamento da edição.

Promoções de oficiais por bravura quadruplicaram entre 2019 e 2023

Política

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Matéria - Política

Governo de Goiás

O governador Ronaldo Caiado (UB) convidou os deputados estaduais da base governista na Assembleia Legislativa para um café da manhã onde vai apresentar, nesta terça-feira (26), detalhes de um programa chamado Goiás do Crescimento. 

O novo projeto vai embalar convênios firmados pelo governo estadual com prefeituras para a entrega de caminhões, máquinas, ambulâncias e equipamentos hospitalares, totalizando cerca de R$ 180 milhões em 208 municípios. Todos os recursos foram destinados a partir da indicação dos próprios parlamentares do bloco, que, após negociações para barrar tentativa de aumento do orçamento impositivo, passaram a ter direito a uma cota de R$ 6 milhões em emendas informais em 2025. 

A intenção é realizar todas as entregas de uma vez, em grande evento que reunirá prefeitos na Praça Cívica, no dia 30 de outubro. Detalhe: a pouco menos de um ano do segundo turno das eleições do ano que vem, marcado para 25 de outubro.

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2026 chegou

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) também terá protagonismo tanto no café da manhã desta terça quanto na entrega dos veículos e equipamentos no fim de outubro.

246

Auxiliares de Caiado garantem que 208 municípios já estão com a documentação entregue corretamente. A meta agora é ampliar o número de convênios, podendo chegar à totalidade das cidades goianas.

Acordo

Outro anúncio que pode ocorrer na reunião com a base é o de que os deputados terão direito a nova leva de emendas informais no ano eleitoral.

Na mesa

Caiado vai receber, na quinta-feira (28), comitiva do Governo do Japão para discutir a extração de terras raras em Goiás. O projeto de lei que prevê a criação do Fundo Estadual de Desenvolvimento dos Minerais Críticos vai ser enviado à Alego levando em conta o timing da conversa.

<img attr-cid="policy:1.3304425" attr-version="policy:1.3304425:1756170199" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3304425/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Qualquer sombra ajuda - Com a onda de calor que atinge Goiânia, pássaros Quero-Quero tentam se esconder do sol. (Wildes Barbosa / O Popular)

Colonização

Diante da inevitável instalação da Comissão Especial de Inquérito do Limpa Gyn, o Paço Municipal colocou em prática estratégia para tentar garantir a maioria dos membros e, com isso, definir relatoria e presidência. Se vingar, o movimento, que passa pela formação de blocos, pode até modificar nomes já anunciados.

Tchau, família

Irmão de Igor Franco (MDB), ainda líder do Paço na Câmara, Diogo Franco (ex-Sedicas) não foi o único exonerado pelo prefeito Sandro Mabel (UB) em contexto de insatisfação por conta da CEI. Eduardo Trindade foi retirado da diretoria Administrativa da Secretaria de Engenharia de Trânsito. É irmão de Denício Trindade (UB).

Conversas em andamento

Uma das possibilidades é a de que o novo titular da Sedicas seja indicado pela bancada do PL na Câmara. Mabel recebeu vereadores do partido na tarde desta terça-feira.

Pergunta para:

Paulo Cesar Martins 
Deputado estadual pelo PL

<img attr-cid="policy:1.3304424" attr-version="policy:1.3304424:1756169633" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3304424/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Paulo Cezar Martins (Divulgação)

Como o sr. acha que estão as movimentações do presidente estadual do PL, o senador Wilder Morais?

Ele tem uma experiência como empresário, é um nome novo, um cara jovem que pode ser nosso governador. Ele tem o tempo dele, né? Mas ele já deveria estar conversando mais, fazendo chapa de deputado estadual, de deputado federal. Mas ele nunca conversou, nunca me chamou para conversar sobre isso.

Arremate:

E essa? - Após veto derrubado na Câmara de Goiânia, a Prefeitura de Goiânia vai instalar, nesta quarta-feira ( 27), às 16 horas, o Fórum Goianiense de Mudanças Climáticas, criado a partir de um projeto da vereadora de oposição Kátia Maria (PT).

Cinco -&nbsp;O veto foi derrubado em abril com os votos contrários dos quatro vereadores do PL e de Igor Franco.

Aparecidenses -&nbsp;O presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, e o diretor regional do Sesc, Leopoldo Veiga Jardim, receberão títulos de cidadão de Aparecida de Goiânia nesta quarta.

Livro -&nbsp;Iúri Godinho lança livro sobre a história da Rádio Araguaia, também nesta quarta, na sede da Fecomércio.

Novo programa do governo estadual embala emendas informais de deputados

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

Medidas previstas no projeto de lei

O governo de Goiás quer criar o Fundo Estadual de Desenvolvimento dos Minerais Críticos (FEDMC) para financiar ações relacionadas à ampliação da cadeia produtiva do setor. O objetivo é que o estado seja capaz de exportar mercadorias com valor agregado. Um<a href="https://opopular.com.br/economia/governo-de-goias-enviara-projeto-sobre-terras-raras-a-alego-1.3296373" target="_self"> projeto de lei que trata sobre o tema</a> deve ser encaminhado à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) nesta terça-feira (26).

A matéria também estabelece a Autoridade Estadual de Minerais Críticos (Amic), que será responsável por assessorar o governador Ronaldo Caiado (UB) na formulação de políticas públicas sobre o tema. O projeto ainda autoriza a instituição de Zonas Especiais de Minerais Críticos (ZEMCs), que apresentem potencial comprovado de exploração, beneficiamento, industrialização e comercialização. A matéria determina que os empreendimentos localizados nestes espaços terão prioridade de licenciamento ambiental.

O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, explicou que os processos terão preferência, por exemplo, na análise, passando à frente na fila “porque é um projeto estratégico para o estado e para o País”. As zonas serão criadas por ato do governador, após deliberação da Amic. Nestas unidades, poderão ser concedidos benefícios econômicos, fiscais e creditícios.

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>Veja no g1 Goiás:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/07/26/terras-raras-cidade-em-goias-e-a-unica-fora-da-asia-a-produzir-em-escala-comercial-quatro-elementos-essenciais.ghtml" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_blank">Terras raras: cidade em Goiás é a única fora da Ásia a produzir em escala comercial quatro elementos essenciais</a></li>
</ul>

Os minerais críticos são vistos como fundamentais para transição energética e produção de tecnologias. Entre eles estão as terras raras, usadas na fabricação de carros elétricos, TVs, smartphones, entre outros. O Japão já sinalizou interesse em investir em terras raras em Goiás, movimento que levou Caiado a decidir acompanhar diretamente as ações do estado específicas para a área. O aceno ocorreu em julho, durante uma missão do estado de Goiás ao país. Um grupo de japoneses estará em Goiás nesta quinta-feira (28).

De acordo com a minuta do projeto de lei, o FEDMC, o Fundo de Terras Raras de Goiás, será abastecido com recursos do orçamento estadual, alocados de forma específica para este fim; royalties e taxas específicas que incidem sobre a exploração e comercialização de minerais críticos e que sejam designadas pela Amic para compor o fundo; e recursos de convênios, contratos ou parcerias celebrados com instituições nacionais ou internacionais.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/governo-de-goias-enviara-projeto-sobre-terras-raras-a-alego-1.3296373" target="_self">Governo de Goiás enviará projeto sobre terras raras à Alego</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/estado-busca-agregar-valor-a-terras-raras-1.3293613" target="_self">Estado busca agregar valor a terras raras</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/minerac-o-quer-atuac-o-publica-efetiva-e-perene-1.3295883" target="_self">Mineração quer atuação pública efetiva e perene</a></div>

O texto prevê ainda que o FEDMC receba rendimentos de aplicação financeira de verba do próprio fundo e até doações públicas ou privadas diretas. Outra fonte será a contribuição de empresas e organizações interessadas em participar de oportunidades estratégicas relacionadas aos minérios críticos e o desenvolvimento desta atividade em Goiás.

Adriano afirmou que a criação do fundo é elemento chave no processo de ampliação da cadeia produtiva de minerais críticos no estado, para que seja possível financiar toda a infraestrutura e a pesquisa necessária às atividades. As regras para contribuição de empresas e organizações serão definidas por regulamentação da Amic.

“O objetivo deste fundo não é consumir recursos do Tesouro do estado, apesar de que o Tesouro também pode aportar. O objetivo do fundo é captar recursos externos que financiem essas pesquisas”, afirmou Adriano. Embora o estado não tenha objetivo de fazer a transferência de verba, o auxiliar ponderou que essa possibilidade não está descartada.

“Então, a empresa quer explorar, o governo está querendo comprar (minerais críticos), tudo bem, nós temos. Mas queremos que contribuam também. Faça um aporte nesse fundo para que a gente consiga investir em pesquisa”, disse o secretário. O entendimento, segundo Adriano, é que Goiás já tem a mina e outras partes interessadas em extrair o produto poderiam contribuir com o desenvolvimento do estado.

“Existem fontes de financiamento entre os parceiros, seja no setor privado, aquele que depende do minério para o seu negócio, seja em outros países que precisam comprar essa matéria-prima aqui de Goiás. Existem outras partes interessadas nisso que podem muito bem dar essa contribuição”, explicou Adriano. O auxiliar do governador explicou que os planos para ampliar a cadeia produtiva do setor são de longo prazo, mas destacou a necessidade de iniciar o investimento para colher resultados no futuro.

A única mineradora ativa no Brasil que atua com a extração de terras raras é a Serra Verde, que está na cidade goiana de Minaçu. Dois outros projetos estão em fase de implantação no estado. No caso de Serra Verde, o produto é exportado de forma bruta, sem passar por algum processo (como separação de minérios) que <a href="https://opopular.com.br/politica/estado-busca-agregar-valor-a-terras-raras-1.3293613" target="_self">agrega valor à mercadoria</a>.

<div attr-cid="policy:1.3304468" attr-version="policy:1.3304468:1756173799" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3304468" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3304468', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3304468">Medidas previstas no projeto de lei (1.3304468)</a></div>

<h2>Destino</h2>

No texto, as áreas prioritárias em que o fundo deve ser aplicado são: pesquisa e desenvolvimento tecnológico relacionados a minerais críticos, construção e ampliação de infraestrutura logística e energética específicas para o setor e programas de capacitação.

O recurso também deve ser aplicado em projetos para recuperação e conservação ambiental das áreas de mineração e de desenvolvimento social de comunidades diretamente afetadas pela atividade. A Amic será responsável por definir as prioridades das ações. O projeto ainda prevê que dados sobre o fundo serão publicados em relatórios trimestrais no Diário Oficial do Estado (DOE) e em plataformas digitais públicas.

<h3>Estrutura </h3>

Segundo a minuta do projeto, a Amic será um colegiado, presidido pelo próprio governador de Goiás e composto pelos titulares da Secretaria-Geral de Governo (SGG) - atualmente, Adriano da Rocha Lima - e de outras nove pastas, além de três membros da administração estadual definidos pelo chefe do Executivo. O titular da SGG substituirá o governador em ausências e impedimentos.

A estrutura de governança da Amic será composta pela Câmara Setorial de Agrominerais, que será integrada por membros das secretarias de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, além de um representante de cooperativas ou associações de produtores rurais, dois de empresas industriais de agrominerais e um nome da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).

Projeto prevê prioridade e fundo aos minerais críticos

A alta popularidade do governador Ronaldo Caiado em Goiás (88% dos goianos aprovam seu governo), a satisfação com os serviços públicos do Estado, em especial segurança pública (74% de aprovação), educação (71%) e mobilidade e infraestrutura (54%) garantem ao governador prestígio político para eleger seu sucessor, afirma o cientista político e diretor do instituto Quaest, Felipe Nunes, nesta entrevista ao POPULAR e à rádio CBN Goiânia.&nbsp;

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta sexta-feira (22), revelou a avaliação dos governos de oito estados (Goiás, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul), de suas políticas públicas, e apurou o cenário eleitoral para a disputa aos governos em 2026. O empate técnico na margem de erro entre Daniel Vilela (MDB), com 26% das intenções de voto, e Marconi Perillo (PSDB), com 22%, pode ser a disputa entre nome bem conhecido (Marconi) com um menos conhecido (Daniel), diz Felipe Nunes.

O cientista político ainda chama a atenção para outra característica goiana. Goiás é o estado com a maior proporção de bolsonaristas (18%) e o segundo com mais pessoas de direita (26%), o que torna os dois grupos sua principal força política.

&nbsp;

A imagem de alguns governadores permaneceu estável na avaliação de seus governos, outros estão com viés de baixa. 

Você tem um conjunto de governadores, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas, que mantêm uma alta aprovação. Nos últimos, eu diria aí, mais de um ano que a gente vem fazendo essas avaliações, uma série de governadores que começam a sofrer algum tipo de desgaste, como é o caso do Jerônimo, na Bahia, o Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, e acho que o destaque negativo é o governador de Minas Gerais, o Zema, que nesse momento começa a ver sua desaprovação aumentar, embora ainda esteja em um patamar alto.

&nbsp;

A oferta dos serviços públicos se reflete na avaliação.

Isso se confirma no caso de Goiás, porque Caiado continua bem avaliado, variou de 86 para 88 de aprovação, e quando se avaliam os serviços, ele está estável na infraestrutura, estável na segurança pública e na educação. E caiu em transporte público, que é uma área que ele investe muito aqui em Goiás, e caiu também em saúde. A variação significativa do Caiado é a saúde. O transporte é uma oscilação quase próxima da margem de erro. Acho que a saúde acaba apontando aí numa direção mais negativa. O que só reforça a importância dessas três áreas. Quer dizer, o eleitor está cobrando do governador um bom desempenho em segurança, educação e mobilidade. A saúde, ela é vista, no caso de Goiás, até como positiva. Embora esteja aí caindo, como a gente falou, mas não é uma área que o eleitor cobra o governador.

As pesquisas anteriores, que foram divulgadas quarta e quinta, mostram que esses governadores não conseguem se nacionalizar. É porque não são conhecidos, como diz o Caiado, ou há outros fatores?

É isso mesmo. A política é feita de dois momentos. O momento das escolhas das elites políticas e o momento das escolhas do eleitor. Nesse momento, o que está em jogo é a capacidade destes pré-candidatos construírem credibilidade e confiança na elite política. Por quê? Porque o que está sendo discutido agora são alianças, acordos, que partido vai apoiar que candidato. O eleitor, por enquanto, não entrou no jogo. Ele só vai entrar no meio do ano que vem, quando a campanha começar. E aí as pessoas vão estar mais atentas, com um grau de decisão maior. A única exceção é o Tarcísio, que é um governador que já tem um nível de conhecimento mais alto, embora ainda tenham 30% que não sabe quem ele é.

&nbsp;

Caiado defende que todos os candidatos da direita se lancem candidato, inclusive o candidato do Bolsonaro. É uma boa estratégia essa?

Nesse momento, o que a gente está vendo é uma fragmentação das candidaturas nacionais. Lembrando que o Brasil tem dois turnos. Provavelmente, esses candidatos da direita estarão todos juntos no segundo turno. É muito difícil imaginar que se Zema, Caiado, vamos imaginar que a Michele fosse candidata, pelo lado bolsonarista, o Ratinho, se todos eles se lançarem, é muito difícil imaginar que eles vão apoiar o Lula no segundo turno. Acho que é isso que dá para dizer nesse momento. Se é uma boa estratégia ou não, o tempo é que vai acabar ajudando a entender isso. Hoje, esse volume de candidaturas acaba sendo, para mim, natural no processo, já que os partidos têm que se apresentar, se nacionalizar, mostrar suas forças.

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A segunda parte da pesquisa é sobre a eleição nos estados. 

É isso mesmo. Os governadores mais bem avaliados, como Caiado, Ratinho e Tarcísio merecem ou continuar no governo ou eleger seus sucessores. Governadores que estão ali com uma popularidade mediana, por exemplo, como é o caso na Bahia, começam também a ver dificuldade do eleitor em relação a essa pergunta. E aqueles candidatos, aqueles governadores mal avaliados, como é o caso do Claudio Castro, no Rio de Janeiro, e agora do Zema, que perdeu popularidade, esses começam a ter dúvidas se é bom apoiar os seus sucessores na eleição para governador. Eu queria destacar que a pergunta se merece continuar, seja na sucessão ou na reeleição, apoiando alguém ou sendo ele mesmo, acaba sendo o principal indicador de sucesso eleitoral nos últimos ciclos. Desde que eu comecei a fazer pesquisa na Quaest, a gente usa esse “medidor de merecimento” e ele tem sido muito bom como preditor do sucesso desses governadores ou mesmo de presidentes de conseguirem alavancar suas candidaturas. Primeiro, no caso de São Paulo, que é a candidatura de reeleição concreta, a gente vê Tarcísio como o amplo favorito se ele enfrentasse o Geraldo Alckmin, que é o alguém do PSB, e no caso de Pernambuco, a governadora, se a eleição fosse hoje, perderia para o candidato do PSB, que é o prefeito de Recife, o João Campos. Acho que esses dois casos mostram bem uma certa antítese. Tarcísio, bem avaliado, tende a ganhar a reeleição, se for candidato, e a Raquel Lyra, que não consegue ter um governo tão bem avaliado e que perderia para o João Campos. Outro dado que me chama a atenção é o de Minas. A eleição mais aberta de todas, mais imprevisível nesse momento, é a eleição mineira. Não há muita clareza, não há favorito. O resto segue mais ou menos o que eu imaginava. O Moro é muito conhecido no Paraná e está muito na frente. Acho que o caso eloquente, primeiro do Rio, que o Eduardo Paes aparece como um amplo favorito, muito à frente dos seus adversários. E no caso de Goiás, o ex-governador Marconi Perillo enfrentando o vice-governador do grupo do Caiado. Ali eles estão próximos, não tem uma distância muito clara entre os dois, mas aparentemente, mesmo sendo menos conhecido, o Daniel Villela começa a aparecer como favorito para essa disputa.

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O empate entre os dois (26 a 22 entre Daniel e Marconi Perillo) e Wilder em terceiro, que é a base bolsonarista, com 10%. Isso reflete o maior desconhecimento do Daniel Villela e o maior conhecimento do Marconi?

Com certeza. Acho que esse empate, na margem de erro entre os dois, revela que o ex-governador muito conhecido parece ter um teto e o vice-governador muito pouco conhecido parece ter um piso alto. E é aí que eles se encontram, um com piso alto, outro com teto baixo. Vamos ver se do lado do Marconi Perillo ele consegue diminuir a rejeição até a eleição. E no caso do Daniel, se ao ser mais conhecido, ele consegue ganhar mais visibilidade e potencial de voto e usar todo o prestígio que o Caiado tem hoje no estado para ganhar mais prestígio, aproveitar o capital político que o Caiado desenvolveu no Estado para alavancar sua candidatura.

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Acha que é isso que está em jogo em Goiás nesse momento?

Não dá para a gente considerar que isso indica um cenário. Dá para considerar que isso indica que há um momento de uma longa disputa a ser feita. Daniel, para crescer, vai ter que ser mais conhecido e Marconi, para crescer, vai ter que diminuir a rejeição. Vai depender de como esses dois atores encaminham o processo político. Agora, chama a atenção um candidato tão desconhecido como o Daniel já aparecer numericamente à frente do ex-governador.

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Algum ponto relevante da pesquisa em relação a Goiás?

A Quaest desenvolveu uma forma de estruturar a pesquisa por meio de uma pergunta se o eleitor é de direita, se é bolsonarista, que eu queria destacar. Goiás é o estado que mais tem bolsonaristas de todos que a gente estudou: 18%, e é o segundo estado que mais tem gente de direita, 26%. Fica atrás só do Paraná, que tem 28%. Então, assim, dá para ver com clareza que Goiás é um estado em que a direita e o bolsonarismo têm uma força política, uma pungência eleitoral muito forte e que se destaca em relação aos outros estados do Brasil.

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Já ouvi que em Goiás a polarização não é com a esqueda, mas é entre o caiadismo e o bolsonarismo.

A disputa aí é entre a extrema direita versus a direita moderada, que foi exatamente o que aconteceu na eleição municipal em Goiânia. A gente viu isso, a direita radical, a direita bolsonarista, que foi para o segundo turno contra a direita moderada, apoiada pelo Caiado. E aí, claro, com o apoio da esquerda, essa direita moderada acabou vitoriosa. Acho que o cenário para o governo, parece que vai repetir uma disputa dessa. De alguma maneira, Daniel e Marconi tentando disputar essa direita moderada, enquanto a direita bolsonarista vai estar toda consumida, atraída, mobilizada pelo Wilder, que é o bolsonarista da vez.

&nbsp;Retomando a avaliação positiva e negativa dos governos estaduais, como avalia? 

Cada um dos estados reflete uma dinâmica própria. No caso de São Paulo, Goiás e Paraná, o que a gente percebe é que os governadores desses três estados conseguem ter alta avaliação positiva dos serviços públicos entregues, principalmente o serviço de segurança e o serviço de educação. Nesses três lugares, a educação, segurança e infraestrutura têm níveis acima da média dos outros estados e isso faz muita diferença para colocá-los nessa estabilidade. Nos outros, onde têm oscilações negativas dos governadores, tem pelo menos uma área que não está bem avaliada. Vou dar o exemplo da Bahia. Há uma queda significativa da avaliação dos baianos sobre a educação. Para a gente fazer uma comparação, em julho do ano passado, portanto, pouco mais de um ano, 54% diziam que a educação na Bahia era ótima ou boa, e agora, 41% apenas dizem isso. Então, tem ali uma queda grande. No caso do Rio Grande do Sul, além de uma queda na avaliação da educação, tem no emprego, renda, infraestrutura e mobilidade. No caso de Minas Gerais, também uma queda significativa na percepção sobre a educação, mas também em infraestrutura e mobilidade. Então, o que dá para perceber? A proximidade da eleição, a gente está a pouco mais de um ano do processo eleitoral, faz com que o eleitor desses estados comece a prestar mais atenção no trabalho que é obrigação, responsabilidade dos governadores. Aqueles que conseguem entregar segurança, infraestrutura e educação de qualidade estão sendo premiados.

&nbsp;No geral, além dos serviços públicos, o que mais que a avaliação dos governadores nos revela?

Nós estamos vivendo uma crise internacional. Os americanos sobretaxando o Brasil em relação a uma série de produtos. Nesse último mês, a gente viu um protagonismo grande dos governadores nesta relação. Alguns ficando mais próximos do ex-presidente Bolsonaro, que, como as pesquisas da Quaest estão mostrando, está acumulando rejeição nesses últimos dois meses. Outros ficaram mais neutros. O que essa pesquisa está mostrando, em relação a isso, é que governadores que conseguiram convencer os seus eleitores de que o desempenho deles diante do tarifaço é melhor do que o do Lula e do próprio Bolsonaro, não estão pagando o preço do tarifaço. Governadores que têm um desempenho pior do que o do Lula diante do tarifaço estão pagando o preço de popularidade. Vou dar três exemplos. Em São Paulo, em Goiás e no Paraná, a população desses três estados avalia que os governos tiveram um desempenho melhor diante do tarifaço do que o presidente Lula e do que o presidente Bolsonaro. Ou seja, o tarifaço não impactou a popularidade local deles nesses três estados. Não é o que acontece, por exemplo, com governadores de Minas Gerais, do Rio de Janeiro ou da Bahia. O que acontece nesses lugares? Os governadores, na opinião da população, têm um desempenho pior do que o desempenho do presidente. Então, o que a gente está vendo? Se, por um lado, os serviços públicos e segurança, educação e infraestrutura ajudam a entender as variações de opinião sobre os governos, por outro, governadores que conseguiram ter um desempenho melhor do que o presidente, nos seus estados, não estão pagando com rejeição, pelo menos dentro dos seus estados. Ao contrário, governadores que não foram tão bem diante do tarifaço, acabam vendo ali uma oscilação negativa da sua aprovação nesses últimos meses.

&nbsp;Quer dizer que as populações estaduais acham que as ações dos governadores têm efeito?

Tem, tem efeito. As pessoas estão acompanhando o trabalho dos governadores. Hoje, o protagonismo deles, inclusive vários deles pré-candidatos a presidente, isso está dando mais visibilidade para eles dentro dos seus estados e a população está atenta diante das escolhas, das opções que esses políticos estão tomando, seja em Goiás, seja em Minas, seja no Rio, em São Paulo, na Bahia, quer dizer, a pesquisa revela como o eleitor está atento à ação dos políticos, como eles estão dispostos, inclusive, a cobrar os políticos diante do tarifaço e dos serviços públicos, que são responsabilidade deles.

&nbsp;Os governadores estão convencendo os seus públicos locais, mas o presidente Lula não está convencendo o eleitorado. As pessoas perceberam a responsabilidade do Bolsonaro. Lula está errando na comunicação ou a percepção reflete as ações do governo?

Acho que é bom a gente ir com um pouco de cuidado nessa interpretação. Vou explicar por quê. A melhora na avaliação do governo Lula vem acompanhada de dois fatores explicativos. O primeiro é a queda no preço dos alimentos, que ajudou o Lula, principalmente no eleitorado de renda baixa, no eleitorado do Nordeste. A gente vê isso com clareza quando a gente olha para a avaliação do Lula na Bahia e em Pernambuco, que são os dois estados do Nordeste que a gente estudou com mais cuidado esse mês. Por outro lado, a gente vê um desgaste do Lula no eleitorado do Sudeste, do Sul do Brasil, do Centro-Oeste, que são regiões que não têm votado no Lula nas últimas eleições. E isso parece continuar bem calcificado. No caso de São Paulo, o que a gente está acompanhando? Tem, na opinião dos paulistas, um desempenho pior do que o do Tarcísio e eleitoralmente tem um resultado pior. No caso de Minas, o presidente Lula tem um desempenho melhor do que o do Zema. E é por isso que ele tem um desempenho eleitoral melhor. E no caso de Goiás, as coisas meio que se combinam. Caiado está melhor que o Lula no tarifaço, está entregando serviço público. Caiado ganha do Lula se a eleição fosse hoje, pelo menos no seu estado. Assim, quem conhece o Caiado em Goiás, vota nele. Quem conhece o Ratinho no Paraná, vota nele. Quem conhece o Zema em Minas, vota nele. Quem conhece o Tarcísio em São Paulo, vota nele. O que mostra que, pelo menos dentro dos seus estados, o Lula ainda não conseguiu virar o jogo diante desses governadores.

'Goiás é o estado com mais direita e mais bolsonarismo', diz Felipe Nunes

Entrevista

A Segurança Pública segue como a área com a melhor avaliação positiva no governo de Goiás. Segundo pesquisa Genial/Quaest publicada nesta sexta-feira (22), 74% dos entrevistados afirmam que o serviço é positivo. Outros 18% dizem que é regular e 8% avaliam como negativo.

Na comparação com a rodada anterior, de fevereiro de 2025, os dados continuam no mesmo patamar, com variações apenas dentro da margem de erro de 3 pontos porcentuais. No caso da avaliação positiva, o porcentual também era de 74%. Na época, 16% afirmaram que o serviço é regular e 10% avaliaram como negativo.&nbsp;

Pela primeira vez, a pesquisa traz dados sobre avaliação de políticas sociais. Para 50%, a área é positiva, 35% avaliam como regular e 15% como negativa. A primeira-dama, Gracinha Caiado (UB), lidera as ações deste setor do governo. Ela é pré-candidata ao Senado em 2026.&nbsp;

Os dados de Educação, emprego e renda, habitação e infraestrutura continuaram no mesmo nível desde fevereiro, também com variação apenas dentro da margem de erro. A Educação é positiva para 71%, regular para 21% e negativa para 8%.&nbsp;

Já o emprego e renda é positivo para 60%, regular para 27% e negativo para 13%. A área de habitação é vista como positiva por 60%, regular por 30% e negativa por 10%.&nbsp;

Quanto à infraestrutura e mobilidade, 54% dos entrevistados avaliaram o serviço como positivo, 31% como regular e 15% como negativo.

Menores porcentuais

De acordo com o levantamento, a avaliação positiva da Saúde sofreu queda de 5 pontos, de 50% em fevereiro para 45% em agosto. Atualmente, a avaliação regular é de 33% (era de 30%) e a negativa é de 22% (era de 20%).&nbsp;

O transporte público tem a menor avaliação positiva, de 44%. Houve queda em relação a fevereiro, quando era de 48%. Os dados publicados nesta sexta mostram que o serviço é regular para 31% (antes era 28%) e negativo para 25% (antes era 24%).&nbsp;

Metodologia&nbsp;

A Genial/Quaest fez 1.104 entrevistas entre 13 e 17 de agosto com goianos de 16 anos ou mais. A coleta de dados foi realizada face a face por meio de questionários estruturados. O nível de confiança é de 95%.&nbsp;

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