O cenário de busca por reeleição reflete a dificuldade de renovação política e não é uma novidade da eleição de 2022. A avaliação é do cientista político e professor Pedro Célio Alves Borges, que também destaca que o quadro reflete o fechamento dos comandos partidários e a natureza elitizada do legislativo. “É difícil ter renovação porque os candidatos dominam as máquinas partidárias e já entram na disputa com mais condições que os adversários”, afirma. O professor e cientista político Guilherme Carvalho também acredita que o cenário aponta para pouca renovação nas casas legislativas. Guilherme avalia que ainda não foi possível perceber nomes na eleição que demonstrem ameaça aos atuais mandatários. “A chance de reeleição é ampla”, diz.O professor explica que o fim das coligações proporcionais colabora para o fortalecimento de grandes partidos e os candidatos que entenderam essa ideia e fizeram movimento neste sentido durante a janela partidária podem ser favorecidos. “Na Assembleia, a competição tende a fortalecer quem já tem mandato ou quem migrou de forma inteligente e ajudou a formar chapas competitivas”, diz. O quadro em Goiás é reflexo de um comportamento nacional. Reportagem publicada pelo jornal Estado de S.Paulo mostrou que a disputa deste ano tem número recorde de deputados candidatos à reeleição, com 446 nomes (dados do TSE até a tarde desta terça-feira, 16).