Apesar de o PL ter definido a pré-candidatura do deputado federal Vitor Hugo a governador de Goiás, aliados do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (Patriota), que se filiaram ao partido, alimentam a esperança de que Mendanha e Vitor Hugo, até as convenções, façam alguma composição visando o pleito de outubro.Na janela partidária, se filiaram ao PL os deputados estaduais Cláudio Meirelles, Paulo Cézar Martins, Major Araújo e Paulo Trabalho. Desses, Cláudio e Paulo Cézar foram os primeiros apoiadores de Mendanha e, inclusive, participavam de agendas com o pré-candidato.Paulo Cézar também era filiado ao MDB, com o qual Mendanha rompeu pela aliança com o governador Ronaldo Caiado (UB), e até quis o comando do partido em 2021 para garantir que a sigla tivesse candidatura própria em 2022.Quando o prefeito de Aparecida se desfiliou, a sua saída também já era certa. Na janela partidária, então, foi para o PL, ainda que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha interferido para determinar que o candidato da sigla a governador fosse Vitor Hugo.O deputado reconhece que escolheu o PL ainda na esperança de que o partido também fosse a sigla de Mendanha. A filiação do pré-candidato, porém, foi frustrada por conta da decisão de Bolsonaro e ele acabou indo para o Patriota. Paulo Cézar agora espera que possa haver uma costura no partido que permita encaixar Mendanha.“Para ver se a gente consegue ter uma chapa com ele e Vitor Hugo”, diz Paulo Cézar, que prefere não pensar na possibilidade do PL estar de fora do apoio ao ex-prefeito.Cláudio Meirelles também espera por uma composição com Mendanha. “Vitor Hugo não chamou a gente para conversar em momento algum. Então, eu vejo que, caso ele não decole, venha recuar e a gente possa construir um apoio ao candidato de oposição que tem mais chances. A gente vê que o único nome que tem chances contra Caiado é Mendanha”, afirma.Segundo o deputado, foi o próprio ex-prefeito que recomendou a seus aliados se filiarem ao PL, com o objetivo de que eles ajudassem na possível composição futura. “Acredito que vamos construir isso juntos lá na frente, ainda tem muito tempo. Na hora que o Vitor Hugo ver que as chances dele são remotas, a probabilidade de nos juntarmos aumenta”, defende.Professor Alcides, por sua vez, trocou o Progressistas, que está na base de Caiado, pelo PL já com a licença para apoiar Mendanha. Ele conta que conversou tanto com a direção estadual do partido como com o próprio Vitor Hugo e o pré-candidato a senador pelo PL, Wilder Morais.“Para mim é muito difícil não apoiar Mendanha, porque eu e ele somos de Aparecida e temos uma aliança desde 2018, que permaneceu em 2020 e, agora, seria muito difícil pegar tudo isso e jogar no lixo”, diz o deputado. Alcides afirma, porém, que seu candidato a senador é Wilder.Apesar de ter tido essa liberação, ele também torce por uma composição partidária com Mendanha. “Em política tudo é possível e para nós seria ótimo, mas vamos deixar o tempo passar. Até agosto ainda tem muita água para rolar.”BolsonaristasMajor Araújo afirma que vai acompanhar o que o partido decidir e que, como hoje a pré-candidatura é de Vitor Hugo, é quem vai apoiar. O deputado, que esteve presente em Brasília, quando Mendanha se encontrou com Bolsonaro, na época que ainda tentava o apoio do presidente, diz que o intuito foi apenas de acompanhar o PL.Já Paulo Trabalho, apoiador de Bolsonaro, afirma que seu compromisso sempre foi com Vitor Hugo e que disse isso a Mendanha. Ele explica que tem proximidade ideológica com o deputado federal e até trabalham juntos por recursos para os municípios de suas bases. Paulo conta que disse a Mendanha que o apoiaria se Vitor Hugo não fosse candidato, que não é o caso hoje.“A gente espera que Vitor Hugo vá para o segundo turno e, se numa eventualidade, ele não for, a minha tendência é apoiar o Mendanha”, afirma. Segundo Paulo Trabalho, ele só não vai apoiar Wilder para senador.Wilder, por sua vez, afirma que a candidatura de Vitor Hugo não tem volta. “E acredito que 100% dos recém-filiados vão seguir o que o partido determinar”, diz.O presidente do partido em Goiás, Flávio Canedo, e a deputada federal Magda Mofatto, duas lideranças da sigla em Goiás, também defendiam apoio a Mendanha, mas tiveram que recuar em prol de Vitor Hugo. Procurados pela reportagem, nem Magda nem Flávio responderam até o fechamento desta edição.-Imagem (Image_1.2435446)