O ano de 2025 termina com o governador Ronaldo Caiado (UB) reafirmando sua pré-candidatura a presidente da República, principalmente internamente, já que na recém-formada federação União Progressista (junção de UB e PP), o cenário é de insegurança para que o projeto seja bancado pela sigla. Devido a uma série de entraves, a pré-candidatura pouco avançou desde o seu lançamento, no dia 4 de abril, em Salvador (BA), já precedido por pressões e disputas internas no partido e resistência entre bolsonaristas.De lá para cá, o cenário permanece indefinido na direita sobre o nome com maior potencial para disputar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca a reeleição, mas os nomes do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), despontam como os favoritos dos conservadores. Por sua vez, Caiado busca se apresentar, cada vez mais, como um contraponto a Lula e ao governo petista ao trabalhar medidas que garantam maior projeção nacional.Uma estratégia do goiano é assumir protagonismo no debate sobre segurança pública, o que foi feito principalmente com críticas à PEC da Segurança, em tramitação no Congresso Nacional, que ele acusa de concentrar poderes na União. Também se engajou em defesa do projeto de lei conhecido como PL Antifacção, contra o crime organizado, após a megaoperação das forças policiais no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, em outubro, que culminou com 122 mortos, superando o Massacre do Carandiru e tornando-se a mais letal da história do país.Além dessa atuação, Caiado procurou se tornar mais conhecido pelo país e esteve presente em seminários e encontros fora do estado, a maioria do setor empresarial, nos quais apresentou sua plataforma baseada nos resultados da gestão em Goiás, cuja avaliação se mantém alta. A previsão inicial, porém, era muito mais ambiciosa, mas faltou engajamento e contribuição do UB nas ações, conforme avaliação de articuladores ao POPULAR.Um dos entraves foi justamente a formação da federação partidária com o PP, classificada por Caiado como “um tiro no pé”. O posicionamento contrário levou a troca de acusações com o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira, um dos líderes do centrão defensores de candidatura única e com preferência por Tarcísio de Freitas visando inclusive a possibilidade ser elevado à condição de segundo nome na chapa presidencial.Outra dificuldade de Caiado é angariar apoio de bolsonaristas. Após a condenação e prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em dezembro, o nome de seu filho Flávio foi lançado à Presidência da República. Mas a definição foi aplaudida pelo governador goiano, hoje seu concorrente. É que a iniciativa é vista como reforço à tese de Caiado de que o melhor cenário é o de várias candidaturas da direita, com afunilamento apenas no segundo turno. Em entrevista, o governador afirmou que a entrada de Flávio na disputa barra a “ditadura partidária” que vinha sendo imposta pela cúpula do centrão.Já pré-candidato, Flávio se encontrou com Caiado em Goiânia, e este na sequência afirmou ao POPULAR que o filho 01 de Bolsonaro terá lugar em palanque do atual vice-governador Daniel Vilela (MDB), que buscará se eleger para seguir no Palácio das Esmeraldas no próximo ano - após assumir a cadeira com a desincompatibilização do atual gestor. Caiado não disse como se dará essa situação, uma vez que serão dois candidatos à Presidência e um mesmo palanque, mas enfatizou que seu interesse está na aliança com o PL localmente.Passados nove meses desde a largada do projeto nacional, Caiado se mostra determinado na corrida presidencial, mesmo diante de pesquisa que aponta ter conseguido se tornar apenas um pouco mais conhecido entre os brasileiros, mas com aumento também da rejeição. A mais recente rodada da pesquisa Genial/Quaest sobre a eleição de 2026, publicada no dia 16, mostra que o governador de Goiás ainda é desconhecido por 50% dos brasileiros.Enquanto isso, atua fortemente para as definições do cenário em Goiás, apostando que uma vaga ao Senado na chapa governista para o deputado federal Gustavo Gayer confirme a aliança com o PL. Além de buscar o esvaziamento do senador Wilder Morais, presidente da sigla e pré-candidato ao governo, Caiado usa da “hierarquia política” para reforçar que a definição da escolha do vice na chapa governista passa pela sua escolha.