Aclamado pela oposição após a aprovação do relatório favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) afirmou que deixa o caso como "herói" e que está aliviado com o resultado. Ele também rejeitou a alcunha de "golpista"."Saio como herói. A minha parte eu fiz e fiz como herói. Agora, essa história de golpista, isso parece um refrão ou um jargão popular, parece até torcida de futebol. Aqui estamos tratando de alto nível. O povo brasileiro não merece esse jargão, não merece o desrespeito de chamá-lo de golpista e eu estou aqui representando o povo brasileiro. Golpe é quem quer se perpetuar no poder como se isso fosse uma República deles", disse.A comissão especial que analisou o pedido de impeachment aprovou o relatório por 38 votos a 27. No texto, favorável à abertura do processo contra a presidente da República, ele argumenta que há graves indícios de cometimento de crime de responsabilidade.Para Jovair, o número de votos atingidos pela oposição se deu "muito em função da qualidade do nosso relatório que foi consistente do ponto de vista político e jurídico". Mesmo com a aprovação, o deputado afirmou que ainda falta trabalhar para garantir a votação do processo no plenário da Câmara, o que deve acontecer no próximo dia 17."É um sentimento de alívio, principalmente por toda a importante e muito folgada vitória que tivemos aqui. Com cada um que fazíamos as contas era sempre arrochada e chegamos a 38 votos. Agora, dever cumprido e segue o trabalho que vamos ter no plenário para ganhar lá também", disse.Em conversa com jornalistas, o deputado disse que esta segunda foi o dia "mais feliz" de sua vida parlamentar mas que, diante das várias horas de discussão se sente como "se estivesse passado por uma máquina de moer carne"."Eu estava sendo demandado pelo Brasil inteiro. Por essa razão a gente teve que tarimbar esse relatório. Crianças querendo que a gente desse um sentido na vida delas, isso mexe com a gente profundamente", disse.O deputado afirmou ainda não temer a judicialização do processo. "Se tiver qualquer ação do governo para isso, temos um STF [Supremo Tribunal Federal] absolutamente isento", disse.