A recorrência do sangramento intracraniano sofrido pelo presidente Lula (PT) pode aumentar as chances de novas hemorragias e demandar um tempo maior de recuperação, segundo neurologistas.

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Por outro lado, o petista tem um bom prognóstico por ter tido acesso a uma boa equipe e não ter nenhuma alteração neurológica, afirmam. Lula sentiu fortes dores de cabeça e, depois de exames feitos no Hospital Sírio-Libanês em Brasília, foi transferido para a unidade de São Paulo para uma <a href="https://opopular.com.br/politica/lula-tem-hemorragia-cerebral-e-faz-cirurgia-de-emergencia-em-sp-1.3208546" target="_blank">cirurgia de emergência</a> para drenagem do hematoma.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/lula-tem-hemorragia-cerebral-e-faz-cirurgia-de-emergencia-em-sp-1.3208546" target="_blank">Lula tem hemorragia cerebral e faz cirurgia de emergência em SP</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governo-lula-e-positivo-para-26-dos-goianos-e-negativo-para-41-aponta-genial-quaest-1.3209003" target="_blank">Governo Lula é positivo para 26% dos goianos e negativo para 41%, aponta Genial/Quaest</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/justica-eleitoral-decide-pela-inelegibilidade-de-caiado-e-cassac-o-de-mabel-1.3209067" target="_blank">Justiça Eleitoral decide pela inelegibilidade de Caiado e cassação de Mabel</a></div>

De acordo com o boletim médico, a hemorragia intracraniana está relacionada à queda sofrida por Lula no último dia 19 de outubro. Nesses casos, as chances de recorrência variam entre 15% e 20%, segundo a literatura médica.

Segundo seus médicos, Lula está estável, conversa e se alimenta normalmente e não há comprometimento cerebral. O hematoma diagnosticado no presidente é chamado de subdural crônico frontemporal.

"No crânio, depois do osso, a gente tem três membranas, que são as meninges. Esse hematoma está entre a primeira e a segunda. Ele está abaixo da dura mater, que é a camada mais espessa e mais próxima do osso. Ele tem um contato médio com o cérebro porque tem outras meninges protegendo [o cérebro]", explica a neurocirurgiã Ana Gandoffi, coordenadora do setor de emergências neurológicas da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Segundo ela, a recorrência do sangramento, após um primeiro evento provocado por queda, não é incomum entre os idosos.

"O paciente mais idoso tem uma atrofia cerebral, naturalmente. A gente fica com um espaço um pouco maior. Mesmo pequenos traumas levam a microssangramentos, que vão crescendo naquele ambiente ao longo do tempo."

Na avaliação de Gandoffi, baseada nas informações da equipe médica de Lula, a cirurgia feita no presidente é de menor porte e não está associada a inchaço no cérebro. "O hematoma tem um crescimento lento, o cérebro vai reacomodando. Ele não tem uma lesão neurológica do tecido cerebral, então, normalmente, é menos grave."

Por ter sido operado sem nenhum tipo de alteração neurológica, as chances de sequelas são menores, segundo a médica. "Normalmente, é um paciente que evolui bem."

A mesma avaliação tem José Oswaldo de Oliveira Júnior, neurocirurgião do Hospital do Servidor Estadual de São Paulo, com a ressalva de que não dá para garantir neste momento que o presidente está livre de novas intervenções ou sequelas.

"É um procedimento que não é de grande porte, geralmente está associado a uma boa evolução, mas não é possível garantir que não haja necessidade de uma reintervenção porque pode ter recidiva do crescimento [do hematoma] e aparecimento novamente [de sangramento] para você drenar mais tarde."

Para o neurocirurgião Luiz Severo, as chances de sequelas ainda existem, e tudo vai depender de como será a evolução do presidente nos próximos dias e se haverá necessidade de outras abordagens, por exemplo, mais uma cirurgia para estancar um eventual novo sangramento.

"É preciso vigilância para o risco de epilepsia, riscos de novos sangramentos e de alterações cognitivas", diz.

Segundo Severo, hematomas podem comprimir áreas importantes do cérebro, como da fala, da motricidade e das emoções, causando sequelas que incluem dificuldades motoras (fraqueza, por exemplo), problemas de fala, alterações cognitivas (como dificuldade de memória, concentração e raciocínio) e emocionais, como depressão e ansiedade.

"Algumas pessoas podem experimentar déficits cognitivos temporários, enquanto outras ter dificuldades de longo prazo. A reabilitação pode ser necessária para ajudar na recuperação das funções cognitivas."

Também há chances de o paciente desenvolver quadro de epilepsia. "Não é à toa que sempre fazemos anticonvulsivante no pós-operatório em todos", explica o médico.

Outro risco, diz o neurocirurgião, é a necessidade de novas intervenções cirúrgicas, aumentando riscos de mais lesão.

Por outro lado, pondera, a neurocirurgia está cada vez mais segura, com incisões menores e menor risco de lesões. "O presidente certamente teve acesso ao melhor e isso traz melhor prognóstico."

Segundo Severo, esse novo sangramento pode demandar um tempo maior de recuperação. "Na primeira vez, ele ficou sob vigilância nas primeiras 48 horas do edema cerebral. Agora ele foi operado. Após uma craniotomia, a gente recomenda repouso de 15 a 30 dias, considerando que não tenha nenhum tipo de complicação."

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, a equipe médica de Lula disse que ele foi submetido a uma trepanação, que é uma pequena perfuração no crânio. Segundo afirmaram, o termo craniotomia, que constava de boletim médico inicial, costuma ser usado para intervenções maiores.

Na opinião do neurologista Oliveira Júnior, do Hospital do Servidor Estadual, além do repouso, é recomendável que Lula evite viagens nas próximas semanas, especialmente as aéreas.

"As viagens aéreas têm um risco por causa da variação da pressão. Normalmente, quando você fecha a porta de um avião, você pressuriza o ambiente, fica com uma pressão bem mais aumentada dentro do que fora. Só esse tipo de variação já pode não ser benéfica para o paciente", afirma.

A depender da evolução do quadro clínico, o presidente também pode necessitar de um acompanhamento médico mais contínuo, na avaliação de Luiz Severo.

"Pode incluir consultas neurológicas regulares para monitorar a recuperação e identificar precocemente quaisquer complicações, fisioterapia, para ajudar na reabilitação motora, caso haja fraqueza ou problemas de coordenação, fonoaudiologia, se houver dificuldades de fala ou linguagem e avaliação psicológica, para lidar com questões emocionais e cognitivas."

Sangramento eleva risco de nova hemorragia, mas Lula tem bom prognóstico, dizem neurocirurgiões

Política

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Matéria - Política

RECUPERAÇÃO

O presidente Lula (PT) fez exames na manhã desta segunda-feira (27) e foi liberado por sua equipe médica para viajar. 
 
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A tomografia, que é de controle, foi realizada fora da agenda oficial do chefe do Executivo. O Palácio do Planalto divulgou, depois do exame, o boletim médico informando "redução na coleção, compatível com progressiva melhora do quadro".

"O presidente foi liberado plenamente para exercer sua rotina habitual de vida, como viagens e

atividade física", diz o texto.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/lula-diz-que-n-o-quer-briga-com-trump-e-que-torce-por-gest-o-proficua-do-americano-1.3221873" target="_blank">Lula diz que não quer briga com Trump e que torce por 'gestão profícua' do americano&nbsp;</a> 
<a href="http://Após crise, governo Lula prepara campanha do Pix com mote 'é meu, é seu, é do Brasil' | O Popular - Veja mais em: https://opopular.com.br/economia/apos-crise-governo-lula-prepara-campanha-do-pix-com-mote-e-meu-e-seu-e-do-brasil-1.3223170" target="_blank">Após crise, governo Lula prepara campanha do Pix com mote 'é meu, é seu, é do Brasil'&nbsp;</a></div>

O presidente realizou uma cirurgia de emergência na cabeça em dezembro devido a uma queda, e desde então estava proibido de viajar ou realizar atividades. Na semana passada, em reunião ministerial, disse que queria voltar a viajar pelo Brasil.

O petista vinha usando chapéu desde a alta hospitalar, em 15 de dezembro. Dias antes, ele teve que ser submetido a um procedimento chamado trepanação, que consiste na remoção de um coágulo por meio de um dreno colocado em um orifício aberto no crânio do paciente.

O procedimento foi realizado após a constatação de uma hemorragia quase dois meses de uma queda no Palácio da Alvorada, em 19 de outubro. Na ocasião, Lula caiu de um banco ao cortar as unhas, segundo seu relato, e teve que receber pontos na nuca. Desde então, fez exames periódicos de acompanhamento.

Segundo eles, o petista chegou lúcido e orientado ao hospital após sentir mal-estar e náuseas e apresentar sintomas similares aos de uma gripe.

Ainda de acordo com a equipe médica, foi constatado um hematoma de três centímetros, localizado entre o cérebro e uma das três membranas (ou meninges) que o envolvem.

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Lula faz novo exame e é liberado por médicos para viajar

Jorge Braga

Charge

Matéria - Charge

De olho na construção de seu projeto presidencial, Ronaldo Caiado (UB) prepara agenda fora de Goiás que não ficará restrita às viagens de fins de semana. Além dos eventos no sábado e domingo, como ele tem dito, o governador pretende estabelecer rotina na qual vai “andar pelo Brasil” de três a quatro dias por semana. 

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O pontapé será em março, após o carnaval, para quando está prevista a entrega do título de cidadão baiano, na capital Salvador do prefeito Bruno Reis, seu colega de partido. A ideia, como se sabe, é que o ato seja casado com o lançamento oficial de sua pré-campanha a presidente da República.

Também é tida como certa para essa etapa inicial sua passagem por Teresina. A capital do Piauí é outra administrada por um prefeito do União Brasil (Sílvio Mendes). Caiado tem dito a aliados que continuará atento a questões de governo, mas o movimento inevitavelmente ampliará as responsabilidades do vice-governador Daniel Vilela (MDB), que vai assumir a chefia do Executivo em abril de 2026 de olho na reeleição.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-critica-novo-texto-da-pec-da-seguranca-1.3220901" target="_blank">Caiado critica novo texto da PEC da Segurança</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/noleto-rebate-caiado-e-fala-em-bateria-de-mentiras-1.3220900" target="_blank">Noleto rebate Caiado e fala em 'bateria de mentiras'</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-deixa-ades-o-de-goias-ao-propag-suspensa-1.3220880" target="_blank">Caiado deixa adesão de Goiás ao Propag suspensa</a></div>

<h4>Adversário</h4>

Apesar das suspeitas de muitos, o governador Ronaldo Caiado não tem dúvidas de que o presidente Lula (PT) tentará a reeleição em 2026.

<h4>Coesão</h4>

A postura adotada por Goiás de definir sobre a adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) em conjunto com os outros estados visa garantir poder maior de mobilização e reação ao governo federal.

<h4>Fragilidade</h4>

A avaliação é a de que o estado correria o risco de ficar “à mercê” do governo Lula no caso de adesão solitária ao Propag.

<h4>Na mira</h4>

Não passou a irritação de deputados estaduais com o secretário estadual de Saúde, Rasivel dos Reis, que foi à Assembleia Legislativa nesta semana em uma sessão tensa. Parlamentares, inclusive da base governista, preparam artilharia contra o auxiliar de Caiado.

<img attr-cid="policy:1.3220852" attr-version="policy:1.3220852:1737072666" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3220852/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
A rua tem dono? - Vagas de estacionamento demarcadas com gavetas na Rua 1122, no setor Marista, em Goiânia. (DIOMICIO)

<h4>Concórdia</h4>

A Advocacia Geral da União (AGU) se posicionou a favor da legalidade da lei estadual que reduz de oito para seis anos o prazo máximo de permanência no posto de coronel da Polícia Militar. O texto é alvo de ação direta de inconstitucionalidade (ADI) levada ao Supremo Tribunal Federal (STF) por associação nacional que representa militares estaduais.

<h4>Tic, tac</h4>

A presidente do GoiâniaPrev, Carolina Pereira, fala em déficit de R$ 12 bilhões no órgão. O advogado Eurípedes Souza lembra que, segundo dados do governo federal, apenas 45 dos 168 municípios goianos com regimes de previdência próprios fizeram reformas. “É uma ‘bomba-relógio’ prestes a explodir não apenas na capital”, diz.

<h4>Sinais</h4>

Eurípedes Souza acredita que a fala da presidente do GoiâniaPrev aponta para reforma em breve e defende que os servidores fiquem atentos para não perderem direitos já garantidos.

<h4>Pergunta para:</h4>

Gustavo Sebba 
Presidente do PSDB em Goiás

<img attr-cid="policy:1.3220851" attr-version="policy:1.3220851:1737072310" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3220851/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Gustavo Sebba. (Y. MAEDA)

Como vê o grupo político que hoje está no PSDB após fusão ou incorporação com o PSD ou outro partido?

Ainda não sentei com o ex-governador Marconi (Perillo) para tratar disso, mas nosso presidente nacional é um cara que é muito bem relacionado. Foi o melhor governador que Goiás já teve e tem relacionamentos fora (do estado). A tendência é, sim, o partido fazer fusão com uma ou mais siglas pensando nas eleições de 2026 e 2028. 

<h4>Arremate:</h4>

Viu essa? - O governador Ronaldo Caiado sancionou lei que reconhece a ambrosia como patrimônio cultural imaterial goiano. Trata-se da sobremesa que tradicionalmente é servida no Palácio das Esmeraldas. 

Municipalismo -&nbsp;O Tribunal de Contas dos Municípios (TCMGO) realizará, no dia 4 de fevereiro no Teatro Rio Vermelho, o evento “Apoio Técnico para o Início de Mandato: Primeiros Passos e Grandes Acertos”. As inscrições são gratuitas.

Nova direção - Segundo o TCM, o objetivo do evento é capacitar agentes políticos e servidores públicos para o início de seus mandatos, com foco em “governança, transparência e eficiência na gestão pública”.

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Caiado quer rotina ampliada de agendas fora de Goiás a partir de março

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

O governador Ronaldo Caiado (UB) reclamou nesta terça-feira (14) dos vetos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao sancionar o projeto que cria o Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (<a href="https://opopular.com.br/politica/estado-projeta-saida-do-rrf-com-aposta-na-aprovac-o-do-propag-1.3206408" target="_blank">Propag</a>). O goiano apontou que pontos barrados reduzem a expectativa de aumento dos investimentos já em 2025 e voltou a deixar aberta a possibilidade de o estado continuar dentro do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

“Toda a minha equipe econômica está analisando. Foram vetos substantivos e estão vendo qual é a condição ali. Nós esperávamos ter um espaço maior no teto. Não vai acontecer. Isso é o que mais me preocupa. Nós estamos numa posição que daria uma maior amplitude para o estado de Goiás desenvolver essa ação de investimento”, afirmou o governador em resposta ao POPULAR.

Apesar de ainda não ter fechado o diagnóstico sobre os impactos dos vetos ao estado, a Secretaria da Economia aponta à reportagem os dois principais problemas gerados a partir do documento avalizado por Lula. O primeiro é a ausência de escalonamento para o pagamento dos serviços da dívida junto ao <a href="https://opopular.com.br/politica/goias-pode-reavaliar-ades-o-ao-propag-por-vetos-de-lula-1.3218976" target="_blank">governo federal</a>, o que representa a conta de R$ 800 milhões já no atual exercício.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/goias-pode-reavaliar-ades-o-ao-propag-por-vetos-de-lula-1.3218976" target="_blank">Goiás pode reavaliar adesão ao Propag por vetos de Lula</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/estado-projeta-saida-do-rrf-com-aposta-na-aprovac-o-do-propag-1.3206408" target="_blank">Estado projeta saída do RRF com aposta na aprovação do Propag</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governo-de-goias-buscara-alterac-es-em-projeto-sobre-a-divida-1.3153782" target="_blank">Governo de Goiás buscará alterações em projeto sobre a dívida</a></div>

Atualmente, pelas regras do Regime de Recuperação Fiscal (<a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/goias-se-prepara-para-sair-do-rrf-diante-de-mudancas-no-projeto-do-propag-1.3164213" target="_blank">RRF</a>), o estado paga apenas parte do valor. No primeiro ano dentro do atual programa de renegociação das dívidas, quitou apenas 11% do total. O valor subiu para 22%, em 2024, e será de 33% em 2025, caso o estado escolha continuar no RRF.

O projeto aprovado pelo Congresso Nacional previa novo escalonamento, em que, no primeiro ano, 20% dos serviços da dívida seriam <a href="https://opopular.com.br/politica/governo-de-goias-buscara-alterac-es-em-projeto-sobre-a-divida-1.3153782" target="_blank">quitados pelo estado</a>, com o restante sob responsabilidade da União. O valor subiria anualmente, com acréscimo de 20%, até o pagamento integral pelo ente federado em 2029, mas o item foi vetado por Lula sob orientação do Ministério da Fazenda.

“Nós estamos analisando. Eu não posso lhe dar uma palavra final porque a equipe econômica ainda não chegou até mim com um diagnóstico para a gente refletir o que nós vamos fazer. Alguns estados que estão no regime já disseram que vão se mobilizar na derrubada do veto, certo? Mas, até lá, nós precisamos ter alguma decisão. Até porque nós não sabemos quando é que o veto vai ser colocado em votação”, diz o governador.

“Eu vou me ater a esse assunto para termos uma decisão entre o Regime de Recuperação Fiscal e o Propag. Mas, sem dúvida alguma, o que eu posso concluir é que com os vetos múltiplos do presidente realmente comprometeu e muito aquilo que foi o projeto original”, criticou Caiado.

O segundo problema apurado pela Secretaria de Economia é a retirada do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) da lista de verbas elegíveis para o processo de abatimento do débito acumulado pelo estado junto à União. Sem a possibilidade, o governo terá de buscar outras alternativas, que totalizem R$ 1,8 bilhão, para reduzir o <a href="https://opopular.com.br/politica/projeto-reduz-indexador-de-divida-dos-estados-1.3153119" target="_blank">indexador da dívida</a>.

O FNDR foi criado pela reforma tributária para compensar estados eventualmente prejudicados pelas novas regras fiscais, ao longo dos próximos 70 anos, e os valores poderiam, segundo o projeto original, ser utilizados pelos entes para renegociar as dívidas com a União.

“Ao mesmo tempo, retiraram de nós a capacidade de pagar, com o Fundo de Desenvolvimento Regional, parte da nossa dívida. Nós vamos ter que investir diretamente e isso não deixa de ser, caso a gente faça a opção (pelo Propag), um desfalque substantivo no caixa do estado também”, considera Caiado.

O pagamento da dívida, citado pelo governador, é o mecanismo proposto pelo projeto de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), para permitir a redução das dívidas consolidadas pelos estados por meio da entrega de ativos dos governos. Além de abater até 20% do montante devido, os entes podem, com a mesma entrega de ativos, reduzir o índice de correção, que cairia da referência do IPCA somado a 4% para o IPCA somado a 2%.

“Com a extinção da possibilidade de apresentar os recursos do FNDR, nós continuamos com a intenção de amortizar os 20%, porém, utilizando 10% da dívida ativa, como era a intenção inicial, e os outros 10%, em que iríamos usar o Fundo, teremos que utilizar outras fontes de receita”, diz o secretário estadual da Economia, Francisco Sérvulo. A fatia possível de ser abatida da dívida junto à União totalizaria R$ 3,7 bilhões.

<h2>Teto de gastos</h2>

Ao criticar a redução na capacidade de investimento esperada com a possível adesão ao <a href="https://opopular.com.br/politica/goias-pode-reavaliar-ades-o-ao-propag-por-vetos-de-lula-1.3218976" target="_blank">Propag </a>com base no projeto aprovado pelo Legislativo, o governador goiano analisa que os vetos de Lula, apesar de não afetarem diretamente o teto de gastos, atacam o caixa do estado, já que passam a exigir novos aportes próprios, seja para o pagamento integral dos serviços da dívida já neste ano ou para o abatimento do montante devido.

As mudanças reduzem a expectativa de reforço do caixa estadual em cerca de R$ 500 milhões, já que os cálculos preliminares da Secretaria da Economia apontavam para incremento de R$ 900 milhões, pelos termos esperados para a renegociação no primeiro ano de adesão ao Propag.

Apesar dos vetos, o secretário da pasta econômica estadual antecipa um posicionamento favorável à adesão de Goiás ao novo programa instituído pela lei, devido às melhores condições de atualização da dívida a longo prazo.

“A dívida hoje é corrigida pela taxa selic. Veja o risco que é para o estado ter a dívida atrelada à taxa básica de juros”, avalia o auxiliar. “Faz mais sentido a gente ter uma adesão ao Propag, embora os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul ainda devam se mobilizar para a derrubada dos vetos que foram apresentados”, disse Sérvulo.

O secretário garante ao POPULAR que os itens barrados pelo presidente não afetam a perspectiva de elevação do teto de gastos em cerca de R$ 3 bilhões para investimentos em 2025. O texto sancionado por Lula mantém a expansão do teto no valor de 70% sobre o aumento da receita corrente líquida.