Apenas seis diretórios estaduais de partidos goianos têm prestação de contas deste ano disponíveis no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A consulta foi feita pelo POPULAR em 14 de julho e mostra que as seis siglas somam R$ 649,4 mil em recursos, dos quais 94% foram transferidos pelos diretórios nacionais para manutenção das siglas no estado; parte do restante vem de doações de pessoas físicas.Os partidos com maior quantidade de recursos declarada neste ano são PSD e MDB. O primeiro declarou R$ 247 mil, dos quais R$ 240 mil foram enviados pelo diretório nacional; já o segundo informou receita de R$ 245,5 mil, valor transferido pela direção nacional. São seguidos pelo PDT, que recebeu R$ 75 mil do partido nacional.MDB, PDT e PSDB são os únicos dos seis partidos que não receberam doações de pessoas físicas neste ano. O Novo recebeu R$ 10,6 mil dos R$ 59,3 mil que declarou por meio de doações, em grande parte de filiados e pré-candidatos, entre eles o nome lançado pela legenda à disputa pelo Palácio das Esmeraldas, Edigar Diniz, que doou R$ 1,5 mil.O PSOL é a única sigla cuja totalidade de suas receitas é oriunda de doações. Já o PSD recebeu apenas uma transferência de pessoa física: R$ 7 mil do empresário Laércio Peixoto Ferrante. Foi a maior doação de um CPF a um partido político em Goiás neste ano. As doações de pessoas físicas somam R$ 20,5 mil.NacionalA reportagem encontrou quatro doações de goianos aos diretórios nacionais de partidos neste ano. A maior delas foi a de Emival Ramos Caiado Filho, que doou R$ 1,8 milhão ao União Brasil, partido de seu primo, o governador Ronaldo Caiado. No entanto, como mostrou o POPULAR nesta sexta-feira (15), Emival afirma que sua doação é direcionada a Pernambuco, enquanto Caiado nega ter relações políticas com o parente.Emival fez duas transferências ao União Brasil em julho. A primeira no dia 7, de R$ 890 mil, e a segunda de R$ 950 mil na segunda-feira (11). O recurso foi classificado como doação para manutenção da sigla e representa 0,38% de todo o valor recebido pelo partido até o momento.Emival é dono do grupo Rialma, que tem sede em Brasília e tem o nome citado no cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão. O caso remete a 2010 e diz respeito à Fazenda Santa Mônica, em Natividade, Tocantins.Também fizeram doações aos partidos nacionais a vereadora de Goiânia Gabriela Rodart (PTB), o presidente estadual do DC, Alexandre Magalhães e o ex-deputado Fábio Tokarski. Rodart doou, em março, R$ 9 mil ao DC, partido ao qual era filiada. Magalhães transferiu R$ 2,9 mil à própria legenda. Já Tokarski doou R$ 200,65 ao PCdoB, ao qual é filiado.Partidos podem, pela lei, receber doações de pessoas físicas e jurídicas para custear a manutenção das atividades partidárias e até usar esses recursos — só de pessoas físicas — nas campanhas eleitorais, desde que obedecendo os limites impostos pela Lei 9.504, de 1997, entre eles, o de que só são permitidas doações para campanha até o limite de 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior à eleição.Leia também:- Bolsonaro e Lula aparecem com empate técnico em Goiás- Marconi lidera a corrida pelo Senado em Goiás- Caiado lidera com 37,6%, mas quase não avança -Imagem (1.2491921)