Rubens Salomão

A bancada goiana no Senado definiu posição unânime a favor do chamado Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que busca reduzir as penas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros condenados por atos golpistas realizados nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Wilder Morais seguiu a unanimidade do PL, que contou com todos os 14 votos a favor da matéria. Já Vanderlan Cardoso manteve a divisão da bancada do PSD, que teve 6 votos favoráveis e 5 contrários.

Jorge Kajuru esteve entre os quatro senadores do PSB, de um total de cinco parlamentares, que votaram a favor do projeto. O posicionamento da maioria da bancada divergiu do adotado na Câmara, em que apenas 1 dos 13 deputados do partido apoiou a medida. Além de Kajuru, foram favoráveis Cid Gomes (CE), Chico Rodrigues (RR) e Flávio Arns (PR). Apenas Ana Paula Lobato, presidente do PSB no Maranhão e ex-suplente do ministro Flávio Dino (STF), votou contra a proposta.

Na Câmara, o deputado Jonas Donizette (SP), próximo líder do PSB na Casa, foi favorável ao projeto. Já o atual líder na Câmara, Pedro Campos (PE), foi um dos autores do mandado de segurança que buscava suspender a tramitação. Kajuru não se manifestou sobre o voto.

Já Wilder Morais afirmou que o PL da Dosimetria foi a saída possível. “Não é o que queríamos, mas foi o que conseguimos esse ano”, afirmou em vídeo publicado nas redes sociais. “Com toda a certeza, vamos fazer uma correção de todos aqueles que foram condenados por um crime que não aconteceu. Vitória nossa da direita e, no ano que vem, vamos continuar trabalhando para que a gente possa fazer as correções que precisam ser feitas com o nosso presidente Jair Bolsonaro”, afirmou.

Vanderlan Cardoso apontou, em nota, que o projeto foi “necessário para corrigir os exageros do STF” em relação às penas dos condenados pelo 8 de janeiro. “É inegável que houve excessos e distorções na aplicação das penas e na soma de delitos quando praticados no mesmo contexto. O projeto veio para corrigir parte dessas distorções, assegurando que a execução da pena respeite a proporcionalidade das ações cometidas naquele episódio”, defendeu.

Senadores de Goiás votam a favor de PL que beneficia Bolsonaro

Política

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Matéria - Política

Congresso Nacional

Visita de Flávio Bolsonaro escancara posição de Gayer a favor de aliança em Goiás

Apesar de não ter sido conclusiva, a reunião do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) com Ronaldo Caiado (UB) explicitou a posição do deputado federal Gustavo Gayer a favor da aliança do PL com o governador e seu vice, Daniel Vilela (MDB). 

Visto como liderança com maior apelo junto à militância bolsonarista em Goiás, Gayer acumula sequência de gestos nos bastidores a favor do lançamento de sua candidatura ao Senado na chapa de Daniel. No entanto, o novo episódio escancarou suas pretensões. O parlamentar não só participou de ao menos uma conversa preliminar com Flávio e o senador Rogério Marinho (PL-RN), em Brasília, com o objetivo de preparar o terreno para que o acordo fosse selado nesta quinta-feira (18), como também teria sido enfático ao defender sua posição no Palácio das Esmeraldas, diante do “filho 01” do ex-presidente Jair Bolsonaro, de Caiado e do senador Wilder Morais (PL). 

Presidente do PL em Goiás e interessado na corrida pelo Palácio das Esmeraldas, Wilder conseguiu, ao menos por enquanto, brecar o movimento. Resta saber até quando.

Sem clima

Gayer não acompanhou Flávio Bolsonaro em sua visita à sede estadual do PL. O filho do ex-presidente foi recepcionado por Wilder, que estava acompanhado do deputado estadual Major Araújo, do ex-deputado estadual Fred Rodrigues e de Dieyme Vasconcelos, vereador em Aparecida.

Nó

Enquanto vislumbravam, na sede do PL, a possível aliança com Daniel, os bolsonaristas lidavam com uma pergunta de difícil resposta: como estruturar um palanque para Flávio em Goiás se Caiado também for candidato a presidente da República?

3% do eleitorado

Em um dos poucos momentos em que a pauta foi a disputa presidencial, Caiado argumentou que Flávio não precisaria se preocupar com Goiás.

Podcast

O último episódio do Giro 360 em 2025 já está disponível. O destaque é justamente a reunião de Flávio com Caiado.

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Então é Natal - Papai Noel motociclista trafegando pelas ruas de Goiânia (Wildes Barbosa/O Popular)

Frente a frente

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que seja instaurada mesa de conciliação entre Goiás e Tocantins no âmbito da ação cível originária (ACO) na qual o primeiro aponta existência de ocupação irregular de uma área de 12,9 mil hectares no município de Cavalcante (GO), na divisa com Paranã (TO).

Quer paz

Zanin argumenta na decisão que em “ações judiciais nas quais se discutem limites territoriais, demarcações e divisões de áreas, conflitos fundiários e similares, a&nbsp;autocomposição é método reconhecidamente adequado para a pacificação social”. A própria Procuradoria-Geral do Estado (PGE) de Goiás reconheceu a tese nos autos.

Falando no STF

Um agricultor de Santa Helena recorreu à Suprema Corte para tentar reverter decisão do Tribunal de Justiça (TJGO) que resultou na perda da propriedade de uma fazenda de 336 hectares em Santa Helena. Os antigos proprietários foram à Justiça em 2016 para rescindir contrato de compra e venda assinado em 1994.

Pergunta para:

Edward Madureira 
Vereador pelo PT

<img attr-cid="policy:1.3351909" attr-version="policy:1.3351909:1766103700" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3351909/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Edward Madureira (Benedito Braga)

O sr. continua ou não &nbsp;como pré-candidato &nbsp;a governador?

Eu reforço a posição de que o meu nome está à disposição. Não está nada decidido, mas a gente percebe que a receptividade do meu nome na militância e em outros setores da sociedade é positiva. É importante o PT apresentar nomes. Para defender o legado do presidente Lula tem de ter alguém que defenda com propriedade, com consistência, e sem titubear. É um legado enorme.

Arremate:

Continua... - A defesa do agricultor, que tem 71 anos, realizada pelo advogado Og Pereira, aponta que o direito dos antigos proprietários da fazenda em Santa Helena prescreveu em 2013. A tese foi reconhecida na primeira instância, mas rejeitada pelo TJGO.

Viu essa? -&nbsp;Liminar da juíza Liliam Margareth da Silva Ferreira, da 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, suspendeu a exigência de novo laudo médico que a Secretaria da Economia vinha cobrando para manter a isenção de IPVA e ICMS de pessoas com deficiência.

13 anos -&nbsp;O HGG realiza, nesta sexta-feira (19), a 13ª edição do projeto Comunicadores da Alegria. Mais de 30 jornalistas participarão da ação.

<div attr-cid="policy:1.3351999" attr-version="policy:1.3351999:1766145141" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3351999" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3351999', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3351999">Visita de Flávio Bolsonaro escancara posição de Gayer a favor de aliança em Goiás (1.3351999)</a></div>

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (18) que irá vetar o projeto que reduz penas a envolvidos no 8 de Janeiro e na trama golpista, o que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele também negou haver qualquer acordo entre governo e Congresso sobre o tema.

"Ao chegar na minha mesa, eu vetarei", declarou. "Se houve acordo com o governo eu não fui informado. Se o presidente não foi informado, não houve acordo. E tenho dito que as pessoas que cometeram o crime terão que pagar pelos atos cometidos contra esse país. Nem terminou o julgamento ainda", disse.

O Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o chamado PL da Dosimetria, uma vitória do grupo político bolsonarista. O placar foi de 48 votos a favor do projeto e 25 contra. Como a Câmara já aprovou a proposta, ela segue para sanção presidencial.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/comiss-o-de-financas-da-camara-de-goiania-votara-revogac-o-da-taxa-do-lixo-na-sexta-19-1.3351539" target="_self">Comissão de Finanças da Câmara de Goiânia votará revogação da taxa do lixo na sexta (19)</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/estado-deve-assumir-maior-fatia-no-subsidio-ao-transporte-1.3351413" target="_self">Estado deve assumir maior fatia no subsídio ao transporte</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governo-de-goias-admite-que-fundo-de-estabilizac-o-n-o-tera-recursos-1.3351417" target="_self">Governo de Goiás admite que fundo de estabilização não terá recursos</a></div>

Se entrar em vigor, o projeto poderá, em tese, reduzir o tempo que Bolsonaro passará no regime fechado de cumprimento de pena dos atuais 6 a 8 anos para algo entre 2 anos e 4 meses e 4 anos e 2 meses, dependendo da interpretação. Também influenciará na redução das penas o tempo que Bolsonaro dedicar a trabalho ou estudo, atividades que podem ser usadas para diminuir o período na prisão. A condenação total foi de 27 anos e 3 meses.

Após a votação, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou ter feito um acordo para permitir que a deliberação ocorresse nesta quarta. O senador disse que fez esse acerto sem consultar a cúpula da gestão Lula.

"Eu não fiz nenhum acordo de mérito. Continuo contra e acho um absurdo o projeto. A única diferença é que se poderia empurrar para a barriga para fevereiro ou votar hoje. Se o presidente vai vetar, agora ou fevereiro dá no mesmo", disse o líder do governo. "Acho melhor um final trágico que uma tragédia sem fim", declarou.

Lula recebeu jornalistas nesta quinta no Palácio do Planalto para uma entrevista coletiva.

Ainda nesta quinta, Lula deve participar de cerimônia de apresentação dos oficiais-generais promovidos no Clube do Exército, como um de seus compromissos oficiais antes do recesso de final de ano.

O encontro com a imprensa ocorreu um dia após a reunião ministerial, a terceira e última do ano.

Nela, o presidente fez cobranças para que seus ministros assumam posições definidas quando se afastarem para disputar cargos no ano que vem, abordou questões internacionais como a crise na Venezuela e criticou a comunicação de seu governo.

Lula confirma veto a redução de penas de Bolsonaro e ao 8/1 e nega acordo com governo no Congresso

IRREDUTÍVEL

Caiado ainda é desconhecido por 50%, aponta Genial/Quaest

Disputa presidencial

A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest sobre a eleição nacional de 2026, publicada nesta terça-feira (16), mostra que o governador de Goiás e pré-candidato a presidente da República, Ronaldo Caiado (UB), é <a href="https://opopular.com.br/politica/genial-quaest-mostra-que-caiado-e-desconhecido-por-51-1.3336344" target="_self">desconhecido por 50%</a>. O levantamento mostra que 40% conhecem o goiano, mas não votariam nele, e 10% conhecem Caiado e votariam no gestor.

A série de rodadas da Genial/Quaest aponta que, ao longo deste ano, <a href="https://opopular.com.br/politica/extremamente-positivo-diz-caiado-sobre-pesquisa-1.3336778" target="_self">Caiado conseguiu se tornar mais conhecido entre os brasileiros</a>, mas sua rejeição também aumentou. Em janeiro, 68% afirmaram que não conheciam Caiado; 11% disseram que o conheciam e votariam nele; e 21% declararam conhecer o governador, mas não votariam nele na disputa pela Presidência.

Em outubro, 54% afirmaram que não conheciam Caiado, 14% disseram que sabiam quem o goiano é e votariam nele, e 32% rejeitaram sua candidatura.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/genial-quaest-mostra-que-caiado-e-desconhecido-por-51-1.3336344" target="_self">Genial/Quaest mostra que Caiado é desconhecido por 51%</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/extremamente-positivo-diz-caiado-sobre-pesquisa-1.3336778" target="_self">'Extremamente positivo', diz Caiado sobre pesquisa</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/em-cenario-de-2-turno-em-2026-lula-tem-42-contra-35-de-caiado-aponta-genial-quaest-1.3336360" target="_self">Em cenário de 2º turno em 2026, Lula tem 42% contra 35% de Caiado, aponta Genial/Quaest</a></div>

O levantamento publicado nesta terça também trata sobre o conhecimento, potencial de voto e rejeição de outras lideranças nacionais vistas como relevantes atores para a disputa do próximo ano, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PSDB).

Também entram na lista os governadores do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). A pesquisa cita ainda os ex-deputados federais Cabo Daciolo (sem partido) e Aldo Rebelo (DC), além de Renan Santos (Missão).

O nome mais desconhecido é o de Santos, com 75%, presidente do Missão, um partido recém-criado. Bolsonaro e Flávio têm o mesmo índice de rejeição, de 60%, e são seguidos por Ciro (56%) e Lula (54%). O maior potencial de voto é de Lula, com 44%, seguido de Bolsonaro, com 37%, e Flávio, com 28%. O ex-presidente está preso e inelegível.

<div attr-cid="policy:1.3350951" attr-version="policy:1.3350951:1765964671" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3350951" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3350951', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3350951">Caiado ainda é desconhecido por 50%, aponta Genial/Quaest (1.3350951)</a></div>

<h2>Possibilidades</h2>

<a href="https://opopular.com.br/politica/em-cenario-de-2-turno-em-2026-lula-tem-42-contra-35-de-caiado-aponta-genial-quaest-1.3336360" target="_self">Em um cenário de disputa entre Lula e Caiado no segundo turno</a>, o petista tem 44% das intenções de voto contra 33% do goiano (a distância é de 11 pontos porcentuais). Outros 20% afirmaram que votariam branco, nulo ou não votariam e 3% estão indecisos. Em novembro, nesta simulação, Lula tinha 42% e Caiado, 35% (distância de 7 pontos).

A disputa também mostra cenários de segundo turno entre Lula e Flávio, Tarcísio, Ratinho e Zema. Em todos os casos, Lula tem mais intenções de voto. O maior porcentual é alcançado por Flávio, com 36%. Os demais têm entre 33% e 35%.

Nos cenários estimulados de primeiro turno, Caiado registrou entre 2% e 4% das intenções de voto. O governador não aparece na pesquisa espontânea.

A Genial/Quaest também pediu aos entrevistados a avaliação sobre a decisão de Caiado e Zema de manter suas pré-candidaturas à Presidência mesmo após o anúncio de apoio de Bolsonaro a Flávio. O levantamento mostra que, para 55%, os dois governadores tomaram a decisão certa. Já 27% disseram que o posicionamento deles é errado. Outros 18% não souberam ou não responderam.

Em nota, Caiado disse que a pesquisa reforça a tese que tem defendido sobre a importância de várias candidaturas da direita para enfrentar Lula no primeiro turno. “E a maioria da população entende da mesma forma, inclusive da relevância da minha candidatura à presidência”, disse.

“Em cenários de segundo turno, mesmo sendo o menos conhecido dos pré-candidatos, tenho o mesmo percentual dos demais nomes, o que consolida a viabilidade da minha postulação. Em cenários de primeiro turno, essa pesquisa captou a entrada de Flávio Bolsonaro na disputa, o que é bastante natural”, afirmou o governador.

Para Caiado, as pesquisas de opinião têm mostrado o desejo de mudança da população brasileira. “Para isso, temos de agir com responsabilidade, nos mantermos unidos e com estratégia eleitoral correta. Nosso único adversário é Lula, aliás hoje o grande inimigo do desenvolvimento do país”, declarou. A Genial/Quaest mostrou que o governo Lula é desaprovado por 49% e aprovado por 48%.

A pesquisa foi realizada entre 11 e 14 de dezembro, com brasileiros de 16 anos ou mais, por meio de entrevistas face a face, em domicílio, usando questionários estruturados. Foram realizadas 2.004 entrevistas. A margem de erro é estimada em 2 pontos porcentuais e o índice de confiança é de 95%.

<div attr-cid="policy:1.3350930" attr-version="policy:1.3350930:1765935379" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3350930" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3350930', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3350930">Disputa presidencial (1.3350930)</a></div>

Eleições 2026

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Flávio Bolsonaro (Lula Marques/ Agência Brasil)

Ao tomar para si o posto de herdeiro legítimo do bolsonarismo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), indicou, tratando a sua candidatura como irreversível, que a próxima corrida eleitoral pode reeditar o antagonismo de sua família com o presidente Lula (PT). O filho Zero Um de Jair Bolsonaro acabou por reavivar, assim, um antigo desejo de alguns segmentos da população: a terceira via.

O desejo, antes inconfessável, torna-se realidade por meio de uma série de iniciativas. De início, há o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) o, preferido do centrão. Em paralelo, o deputado federal Aécio Neves, recém-empossado presidente do PSDB, afirma que organizará um movimento por um nome de centro-direita.

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Há também o partido do MBL, o Missão, além da possibilidade de surgir um outsider. Cientistas políticos dizem, no entanto, ser improvável que a terceira via vingue, seja com um nome da política institucional ou com alguém de fora dela.

"Não podemos deixar que o Brasil fique refém do bolsonarismo e do lulismo. Esse é o momento de fazermos um chamamento de partidos que não se conformam com escolhas tão rasas", diz Aécio, rejeitando ser ele próprio candidato à presidência novamente, depois de 2014.

"O PSDB é hoje uma ilha programática num oceano de partidos pragmáticos. O Congresso está ficando um espaço insalubre", destacou Aécio Neves.

<img attr-cid="policy:1.1688830" attr-version="policy:1.1688830:1684963940" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.1688830/image/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Aécio Neves (PSDB-MG) (Waldemir Barreto/Agência Senado)

Ocorre que, nos últimos anos, o partido se tornou irrelevante, com baixa representação e sem identidade. Aécio minimiza a derrocada da sigla e a malfadada fusão com o Podemos, paralisada devido a desacordos sobre quem a presidiria. "Passamos por uma lipoaspiração e estamos voltando mais esbeltos", diz ele, em referência à diminuição do tamanho do partido.

Em 2022, o PSDB elegeu somente 13 deputados, três senadores, três governadores e 270 prefeitos. O movimento liderado por Aécio se soma a outras iniciativas, a principal delas formada por governadores de direita, tentando se desvencilhar do bolsonarismo.

Tarcísio é visto como o favorito do grupo —ele próprio admitiu a hipótese de haver mais de um candidato de direita. Ao mesmo tempo, o líder do PP na Câmara, deputado doutor Luizinho (RJ) afirmou, em entrevista à Folha, que seu partido agora se sente livre para construir uma candidatura não bolsonarista.O cenário torna-se ainda mais complexo diante do lançamento do Missão, o partido do MBL, que fará uma oposição de direita ao bolsonarismo em 2026.

<img attr-cid="policy:1.3290305" attr-version="policy:1.3290305:1756061388" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3290305/07-10-2020_voo_simples1-10.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Fundador do MBL, Renan Santos afirmou que o Missão terá candidaturas ao Planalto, ao Congresso, e em ao menos seis estados. Existe ainda a possibilidade do surgimento de um outsider, ou seja, uma figura supostamente sem ligação com a política institucional.

No mês passado, uma pesquisa realizada pela Quaest indicou que 24% do eleitorado prefere votar em um candidato sem relação com Lula ou Bolsonaro. A hipótese de um outsider assusta quem está dentro dos partidos. "Eu acho perigoso. Concordo que temos de renovar os quadros, mas não negar a política", afirma Aécio.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/o-efeito-flavio-bolsonaro-em-goias-1.3348847" target="_self">O efeito Flávio Bolsonaro em Goiás</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governo-de-goias-se-anima-com-alianca-com-o-pl-enquanto-wilder-inicia-ac-es-1.3349476" target="_self">Governo de Goiás se anima com aliança com o PL, enquanto Wilder inicia ações</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/camara-aprova-projeto-de-reduc-o-de-penas-que-beneficia-bolsonaro-com-aval-do-pl-e-protesto-do-governo-1.3347836" target="_self">Câmara aprova projeto de redução de penas que beneficia Bolsonaro com aval do PL e protesto do governo</a></div>

A visão sobre o tema não é tão diferente assim na esquerda. "Acho que, desde 2018, vivemos em uma conjuntura com esse fenômeno recorrente. Com a direita dividida, acho que pode surgir então um outsider, a possibilidade não está descartada", conta Paula Coradi, presidente do PSOL.

O influenciador Pablo Marçal chegou a defender que um outsider —assim como ele foi, no ano passado, durante as eleições para a prefeitura de São Paulo— surja para disputar o Planalto. Quem estuda ciência política diz, no entanto, que, apesar das pesquisas mostrarem demanda, as chances de uma terceira via são reduzidas, tanto para os partidos tradicionais quanto para um outsider.

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Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Professor de ciência política da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ), Leonardo Belinelli afirma que o momento positivo de Lula e a influência de Bolsonaro, mesmo preso, impedem o fortalecimento da terceira via.

Segundo ele, a direita ainda precisará incorporar o ideário bolsonarista para ter viabilidade eleitoral. Belinelli também explica que o outsider emerge quando os atores do poder se fragilizam. Em 2018, o então presidente Michel Temer era notadamente impopular —e Lula, líder da esquerda, estava preso na sede da Policia Federal, em Curitiba.

Tal contexto ajudou que Bolsonaro se apresentasse como um candidato antissistema, mesmo com uma longa carreira política. "Ser outsider é mais uma estratégia retórica do que um fenômeno orgânico", diz Belinelli, lembrando que essa figura se fortaleceu nas Jornadas de Junho de 2013.

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Presidente Lula (Bruno Peres/Agência Brasil)

Desde então, apareceram vários tipos de outsiders, desde a renovação via MBL até os candidatos que se dizem técnicos, caso do ex-governador de São Paulo João Doria. Também professor de ciência política, Pedro Lima, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que a fragmentação da direita é um risco de impulsionar a reeleição de Lula em 2026.

No que se refere ao outsider, ele diz que essa figura reflete o sentimento antipolítica, porque contraria os representantes tradicionais, embora uma vez no poder, todos tenham de buscar alianças. Por fim, o pesquisador observa um padrão seguido por todos que, em anos recentes, se apresentaram como outsider: nenhum deles era de esquerda. "O PT tem o controle institucional do campo progressista", afirma. "É preciso lembrar que Bolsonaro sempre repetia a frase ‘meu partido é o Brasil.’"

Terceira via tem impulso com Flávio e chance de outsider, mas esbarra em Bolsonaro