Rubens Salomão

A bancada de senadores goianos define <a href="https://opopular.com.br/politica/cupula-do-senado-afasta-hipotese-de-impeachment-de-moraes-apos-ofensiva-de-bolsonaristas-1.3164487" target="_self">posição contrária à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)</a>, Gilmar Mendes, que retira do Senado a prerrogativa de apresentar denúncias contra membros da Corte e defende resposta rápida e objetiva ao Judiciário. Enquanto a liminar proferida na última semana será julgada pelo plenário na próxima sexta-feira (12), os parlamentares trabalham para aprovar matérias ampliando o poder de controle sobre o STF.

Wilder Morais (PL) e Vanderlan Cardoso (PSD) definem a decisão como “desastre” e “retrocesso”, além de cobrar a aprovação de propostas que tratam da limitação de decisões monocráticas, a forma de indicação de novos ministros e, principalmente, as regras para processos de impeachment contra os magistrados. Já Jorge Kajuru (PSB) não respondeu por estar em tratamento médico, segundo a assessoria, mas tem se posicionado ao longo do mandato pelas prerrogativas e foi autor de dois pedidos de impedimento contra Alexandre de Moraes e o próprio Gilmar Mendes.

“O impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, previsto na nossa Constituição, é mais do que um mecanismo jurídico. É uma ferramenta legítima de proteção à democracia e de preservação do equilíbrio entre os Poderes da República. Compete ao Senado Federal, por força constitucional, processar e julgar os ministros do STF nos casos de crimes de responsabilidade”, define Wilder, em nota ao POPULAR.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/cupula-do-senado-afasta-hipotese-de-impeachment-de-moraes-apos-ofensiva-de-bolsonaristas-1.3164487" target="_self">Cúpula do Senado afasta hipótese de impeachment de Moraes após ofensiva de bolsonaristas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/dino-discursa-no-senado-defende-moraes-e-ve-direito-de-o-stf-julgar-parlamentares-1.3107537" target="_self">Dino discursa no Senado, defende Moraes e vê direito de o STF julgar parlamentares</a> 
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O parlamentar acrescenta que a prerrogativa em questão “não é apenas um direito”, mas representa “um dever que o Parlamento deve exercer sempre que a harmonia entre os Poderes for ameaçada”. “Não aceito e não aceitarei qualquer retrocesso institucional que comprometa a liberdade, a justiça e o equilíbrio que sustentam a nossa Nação. A Constituição deve ser respeitada por todos. Inclusive por aqueles que têm a missão de interpretá-la”, finaliza.

Já Vanderlan aponta que a liminar de Gilmar foi “um desastre”. “A princípio, ninguém acreditou. Foi uma decisão pior do que a que os deputados tentaram fazer com a PEC da Blindagem”, afirmou, em referência à matéria, derrubada pelo Senado, que pretendia que processos criminais contra deputados e senadores só seriam iniciados no STF após aval do Senado ou Câmara, em votação secreta.

O ministro determinou, na quarta-feira (03), que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode protocolar pedidos de impeachment contra integrantes do STF. Gilmar ainda estabeleceu que é necessária a maioria de dois terços no Senado para aprovar as solicitações. A decisão integra a revisão de diversos artigos da Lei do Impeachment (Lei 1.079/1950) relativos ao processo de afastamento de ministros da Corte.

A medida foi proferida conjuntamente nas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 1.259 e 1.260, apresentadas pelo partido Solidariedade e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Gilmar também determinou que a abertura do processo de afastamento de um integrante do Supremo pelo Senado Federal precisa de dois terços dos votos e não mais de maioria simples, como consta na legislação atual.

Vanderlan avança na avaliação política sobre o significado da decisão do ministro e volta a se aproximar do discurso de extrema-direita. “Essa decisão mexeu muito com o Senado. Eu mesmo não acreditava que havia um plano de ação do Executivo com o STF para total controle do poder e isolar o Congresso Nacional. Está se concretizando com essa medida e, se alguém tinha dúvida, como eu, não tem mais. É o rumo que tomou na Venezuela”, aventa o senador.

O senador, porém, conta que o Congresso, por iniciativa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB/AP), prepara uma reação. “Resolveu tomar atitudes e as medidas para pegar esses projetos. A PEC da nova lei do impeachment e a PEC das decisões monocráticas. Vai ser tudo pautado e votado em regime de urgência. Ou seja, ou o Senado reage mesmo para valer. Ou então todo mundo devolve esses broches e carteirinhas e volta para casa”, reclama.

<h2>Resposta</h2>

O relator da nova Lei de Crimes de Responsabilidade, senador Weverton Rocha (PDT/MA) planeja deixar o texto apto para votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (10). A legislação do impeachment revisada traz novas regras sobre a apresentação de denúncia para iniciar um processo contra um ministro do Supremo e outras autoridades, como o presidente da República.

O texto foi elaborado por uma comissão de juristas presidida pelo então ministro do STF Ricardo Lewandowski a pedido do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O projeto atualiza a legislação de 1950 e redesenha quem pode ser alvo ou apresentar denúncias.

Além disso, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) apresentou PEC para que a denúncia contra ministros do STF possa ser apresentada por qualquer cidadão e, expressamente, por senadores da República. Além disso, os <a href="https://opopular.com.br/politica/dino-discursa-no-senado-defende-moraes-e-ve-direito-de-o-stf-julgar-parlamentares-1.3107537" target="_self">parlamentares também consideram alterar a forma de indicação dos magistrados</a>.

Para Vanderlan, a repercussão da decisão de Gilmar dificulta a articulação do governo federal em prol da indicação do atual Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias. “Se já estava difícil, piorou, porque mostra, realmente, que a intenção do Executivo é governar com o STF e isolar o Parlamento. Então, complicou para ele, e complicou muito”, avalia.

O senador, no entanto, prefere não adiantar voto contrário a Messias. “Ainda não conversamos e não vamos generalizar, porque o rapaz está fazendo o papel dele e está andando no Senado. O voto é secreto e vou me definir até o dia de votação. Eu não conversei com eles e não vou ser radical em crucificar um indicado”, desconversa.

Senadores goianos criticam STF e defendem resposta do Senado contra decisão

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Congresso Nacional

O Supremo está brincando com fogo e com a sua própria credibilidade, ao tomar decisões monocráticas, uma atrás da outra, ora por auto blindagem, ora carregadas de suspeitas sobre motivações e interesses. O risco não é de um ministro ou outro, é da credibilidade da corte e das instituições brasileiras.Gilmar Mendes “decretou” que só a PGR pode pedir impeachment de integrantes do STF e aumentou o quórum para a votação no Senado. Em seguida, Dias Toffoli avocou para a corte e para si o caso do Banco Master, transformando o segredo de justiça em sigilo total. Para proteger quem e o quê?Ministros e ex-ministros do próprio Supremo acham, ou temem, que foram movimentos casados e essa percepção se tornou mais aguda com a avassaladora informação de que, dias antes de se autoconceder protagonismo na ação do Master, Toffoli voou para Lima num jatinho particular com... o advogado de um dos diretores do banco que já tinha sido preso.É um escândalo de bom tamanho, que faz a festa de bolsonaristas e de não bolsonaristas críticos do Supremo, cada vez mais ativos, e não só na internet. Lembrando que o “núcleo crucial”, com Jair Bolsonaro e oficiais generais, já foram condenados e presos, mas o julgamento dos demais grupos do golpe continua, inclusive nesta semana.Quem também faz a festa com o voo de Toffoli, regado a drinks, são os senadores, e não apenas os de oposição. Se Gilmar enxugou as prerrogativas deles para decidir impeachment de ministros do STF, Toffoli dá motivos de sobra para que deem o troco fazendo o oposto: facilitando a cassação desses ministros.Gilmar é polêmico por natureza e gosto. Toffoli choca com decisões consideradas, mais do que polêmicas, suspeitas. Como a de favorecer a J&amp;F com a revisão do acordo de leniência na Lava Jato, assimilada como “pagamento de dívida” para Lula, amigo dos irmãos Batista, que o premiou com a toga, contra tudo e todos, e se sentiu traído ao ser impedido por Toffoli de ir ao velório do irmão. Um eterno credor.As polêmicas ou suspeitas não afetam só Gilmar e Toffoli, chegam aos demais gabinetes e desabam no plenário do STF, onde os onze ministros julgam as questões mais delicadas da República e onde se destacam Alexandre de Moraes e Flávio Dino, audaciosos, sim, mas fundamentais. Xandão entra para a história da defesa da democracia e Dino está em guerra contra emendas parlamentares criminosas.Não se discute aqui se há ou não excessos, mas a obrigação dos ministros de seguir uma regra dos homens públicos: “À mulher de César, não basta ser honesta, precisa parecer honesta”. Os erros de uns respingam nas demais togas, dividem o plenário e fortalecem as críticas e a tese de impeachment contra ministros do STF. A quem interessa?

STF está brincando com fogo

Opinião

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Eliane Cantanhêde

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), afirmou nesta segunda-feira (01) que não tem “nada contra” os nomes do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e do senador Wilder Morais (PL), que mantêm pré-candidaturas de oposição para a sucessão do governador Ronaldo Caiado (UB) em 2026. Apesar de garantir escolha de lado, com apoio ao vice-governador Daniel Vilela (MDB), <a href="https://opopular.com.br/politica/jackson-abr-o-entrevista-recebe-bruno-peixoto-1.3343982" target="_self">o deputado estadual abordou a relação com ambos durante o programa Jackson Abrão Entrevista</a>.

“Eu fui líder da oposição a Marconi Perillo, mas tenho total respeito por ele. Não tenho nada contra e já disse isso a ele. Eu tenho uma posição política divergente da dele. O nosso apoio, o nosso trabalho é para Daniel Villela e já disse isso para ele. Tem total respeito por Marconi”, afirmou o parlamentar.

O ex-governador lançou a pré-candidatura ao Palácio das Esmeraldas em evento realizado pela direção do PSDB e a Associação Goiana de Ex-prefeitos (Agexp), no auditório da Alego, no fim de setembro. O tucano também manteve agenda de visita ao legislativo, por duas oportunidades, com visitas aos gabinetes de deputados correligionários e servidores da Casa, mas não houve encontro oficial com o presidente do Poder.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/partido-como-o-nosso-tem-que-ter-candidato-afirma-wilder-1.3338315" target="_self">"Partido como o nosso tem que ter candidato", afirma Wilder</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/em-discurso-eleitoral-marconi-aponta-pontos-de-mudanca-em-goiania-1.3324146" target="_self">Em discurso eleitoral, Marconi aponta pontos de mudança em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vanderlan-nega-chance-de-alianca-com-marconi-e-aponta-ate-fogo-amigo-1.3326860" target="_self">Vanderlan nega chance de aliança com Marconi e aponta até 'fogo amigo'</a></div>

Mais do que não ter “nada contra”, Peixoto contou ter relação de amizade com Wilder Morais, que confirmou a pré-candidatura própria ao governo no mês passado. “O senador Wilder é um amigo que eu tenho. Já viajamos juntos. Gosto muito do senador e da sua esposa, Ana. Tenho uma boa relação com ele. Porém, politicamente, o meu lado já está definido, e há muito tempo, com Daniel Vilela”, afirmou o presidente.

Apesar de manter boa relação com os dois pré-candidatos da oposição, Peixoto rejeitou a possibilidade, frequentemente aventada nos bastidores da Alego, de ocupar a vice-governadoria em algum projeto majoritário. “De maneira nenhuma. Todos sabem da minha ligação com o governador Ronaldo Caiado e com Daniel Vilela. Fui líder da oposição a Marconi e, em hipótese nenhuma, nenhuma, sairei candidato a vice. Meu grupo político é um só”, cravou o parlamentar.

O presidente reforçou o objetivo de buscar candidatura à Prefeitura de Goiânia, depois da frustração na pré-campanha com vistas à última disputa, em 2024. O deputado aponta ter compromisso com eventual reeleição do atual prefeito, Sandro Mabel (UB), mas deu como certa a entrada no pleito em 2032.

“Na passada, não fui candidato porque eu não detinha o controle partidário e, dentro desse grupo, foi definido apoiar Sandro Mabel e eu apoiei. Na próxima é natural a reeleição de Sandro Mabel que contará com o meu apoio. Evidentemente, nas próximas, aí sim estarei disputando”, disse.

Peixoto ainda voltou a defender o alto número de servidores comissionados na Casa, que chegou a 5.630 nomeados em outubro. O deputado argumentou que a opção é por mais servidores, mas com salários menores, o que mantém a folha da Alego como a 12ª mais cara do país. No início da atual gestão, cada gabinete poderia contratar até 38 pessoas. Agora, o limite chegou a 125 cargos para cada parlamentar.

Bruno diz não ter 'nada contra' Marconi e Wilder

Eleições 2026

Web: Ana Paula acena com disputa ao Senado

A advogada Ana Paula Rezende (MDB) afirmou nesta quinta-feira (28) que se apresentará para construir uma possível pré-candidatura ao Senado nas eleições de 2026, com a meta de ocupar a segunda vaga, ao lado da primeira-dama Gracinha Caiado. Com o entendimento de que “não tem outro lugar” que não seja na política, a filha do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende apontou em entrevista ao POPULAR que o mandato majoritário no Congresso Nacional possibilitaria mais “força” para executar ações e exercitar os princípios defendidos ao longo dos 70 anos de vida pública do pai.

A consideração do projeto eleitoral ocorre em meio às reclamações da advogada sobre a falta de apoio político, principalmente do próprio partido, dirigido no estado pelo vice-governador Daniel Vilela. Ana Paula afirma que pediu ajuda ao vice e ao governo estadual em pelo menos duas oportunidades, mas não obteve resposta e se sentiu sozinha na busca por recursos para concluir a obra.

A filha de Iris Rezende visitou a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na terça-feira (25) e agradeceu o anúncio de emendas de 37 dos 41 deputados que totalizam indicações de R$ 3,8 milhões ao Memorial, que funcionará na Casa de Vidro, em prédio inaugurado pelo ex-prefeito em 2020. Em visita à Câmara Municipal de Goiânia, em 15 de outubro, no entanto, Ana Paula já havia feito desabafo e indicado a falta de apoio à obra, inclusive de emedebistas.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/filha-de-iris-confirma-com-deputados-emendas-a-memorial-1.3342046" target="_self">Filha de Iris confirma com deputados emendas a memorial</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/em-discurso-eleitoral-marconi-aponta-pontos-de-mudanca-em-goiania-1.3324146" target="_self">Em discurso eleitoral, Marconi aponta pontos de mudança em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/discurso-em-goias-afasta-daniel-do-mdb-nacional-1.3340331" target="_self">Discurso em Goiás afasta Daniel do MDB nacional</a></div>

Apesar da insatisfação, a advogada afirmou que continuará no partido e que terá diálogo interno para “construir” a possibilidade de candidatura ao Senado em 2026. Ela ainda nega a possibilidade de repetir estratégia utilizada pelo pai e manter indefinição sobre o projeto. Segundo ela, a intenção é avançar “o mais rápido possível”.

A sra. tem interesse em disputar a eleição de 2026?

Tenho refletido muito, com muita cautela, porque a minha responsabilidade é grande, de cuidar da história do meu pai. É um legado grande demais e eu não posso errar. Tenho vivido esse processo aí da construção do Memorial e cada dia eu me sinto mais dentro da política. Eu nasci nela e acho que eu vou continuar nela. Eu não tenho outro lugar. Se eu decidir disputar, porque não é uma decisão tomada, acho que poderia ser um caminho tentar concorrer e brigar pela segunda vaga ao Senado. É o lugar que tem mais o meu perfil e onde posso representar Goiás e levar aquela política que eu aprendi, a boa política, de discutir temas importantes com equilíbrio. Porque essa política que eu aprendi tem sido esquecida. Com o memorial eu encontrei uma forma de eternizar essa história voltada para as pessoas e a gente não tem visto isso mais. Eu poderia contribuir dessa forma, levando adiante as ações do instituto ou disputando um cargo político, em que eu teria mais facilidade, porque eu vejo que, se eu estiver fora, eu não tenho muita força para isso.

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A avaliação e a possível pré-candidatura surgem diante da dificuldade para viabilizar a obra do Memorial Iris Rezende?

Sim. Me senti muito só. Não tive ajuda e não tive estrutura para levar uma obra tão importante, tão relevante para a nossa sociedade e para o nosso estado. Eu falo que nós tivemos aqui, perto de nós, um dos maiores políticos deste país, que fez aquela política de que as pessoas sentem falta, onde as pessoas são ouvidas e cuidadas, e é um dever eternizar essa história. Então, eu me senti realmente só, porque eu não senti que o meu partido ou que o mundo político entendeu a importância daquela obra. Mas acho que eu vou conseguir terminar e tenho tido muito retorno agora. Muitas pessoas me procuraram, muitos políticos.

&nbsp; A sra. chegou a falar com o vice-governador Daniel Vilela e com o governo do estado? Como avalia a ausência de participação do estado?

Eu pedi muito. Pedi para todo mundo. No mundo político em geral, mas pedi principalmente para o meu partido. Fiquei aí dois anos pedindo ajuda. O Daniel, inclusive, eu procurei duas ou três vezes para pedir ajuda. Com todas as pessoas do MDB eu pedia e reclamava, inclusive. Dizia que isso é importante para o partido e que me ajudassem a levar isso adiante, mas eu não tive retorno. Eu não tive resposta. Não tive mesmo. Acho que foi uma falha. Acho que faltou sensibilidade política do partido, mas agora acho que vai ser resolvido.

&nbsp;Foi encontrada uma saída com as emendas de deputados estaduais? 

Encontramos. Acho que sim. Não tem nada formalizado ainda. Não conversei com o Daniel ainda, nem sobre o memorial nem sobre a minha vontade de tentar uma candidatura. Isso aí é um processo, é um caminho longo, né? É muita escuta. Tenho que ter muito cuidado, porque eu não posso errar.

&nbsp;Em relação ao memorial, o que falta?

Não quero falar por enquanto sobre essa questão de valores, porque eu realmente ainda não recebi. Não tenho nada concreto. Então, é difícil falar. Não quero falar ainda dos valores porque acho que isso pode atrapalhar. Quando tiver uma coisa mais concreta, aí a gente pode falar sobre isso.

&nbsp;Está convencida sobre a disputa ao Senado? É algo que realmente deseja, depois de já ter considerado outras candidaturas antes?

Acho que foi uma questão de tempo. Eu tive que me reestruturar e encontrar o meu caminho, porque meu pai fez muita falta pra mim, não só no mundo político, mas na vida pessoal. Ele era o centro de tudo e a nossa vida girava em torno dele e da vida política dele. Eu nunca pensei em ser política e nunca pensei em ter mandato, mas eu fiquei muito perdida depois que meu pai foi embora e minha mãe logo após. Então, eu precisei de um tempo para entender qual seria o meu caminho e com o tempo eu fui me encontrando. Eu decidi que o meu meio é o político. Não tenho outro e na política eu consigo levar a história dele adiante. Meu pai transformou esse estado e essa cidade para melhorar a vida do povo, mas essa política vai sendo esquecida. Estão invertendo muito esses valores e hoje é tudo muito imediato, pensando sempre na próxima eleição.

&nbsp;

Essa política que a sra. defende também se perde por conta do debate ideológico polarizado? 

Também por isso. Falta equilíbrio para se discutir projetos. Essa radicalização não é boa para ninguém. Quem sai perdendo com tudo isso é o povo. Meu pai falava muito isso, que é um perigo essa radicalização que a gente vê hoje e essa não é a política verdadeira, que agrega e constrói. Então, posso contribuir levando essa política que eu aprendi, que meu pai ensinou, que ele fez a vida inteira e a gente vê que valeu a pena. Não posso deixar isso acabar. Uma das coisas que me movem e que me dão vontade de continuar no mundo político é essa.

&nbsp;

Apesar da sua vontade de disputar o Senado, o projeto depende de definições no partido e na base do governo estadual?

É uma construção, porque a gente sabe que não é uma vontade minha apenas. Eu acho que tem que ser construído, conversado e é um caminho muito longo ainda. Eu não posso simplesmente decidir e falar que eu quero. Eu quero tentar construir a possibilidade de disputar uma vaga no Senado.

&nbsp;A intenção é entrar na disputa ao lado da primeira-dama Gracinha Caiado?

Seria isso, até porque eu estou no MDB, que é um partido que está com o governador e o candidato seria o Daniel. Vejo que uma vaga já está comprometida com a primeira-dama. Então, eu iria tentar construir a possibilidade para a segunda vaga. E vejo espaço pra isso.

&nbsp;

Entende que o melhor cenário seria a formação de chapa única, com apenas dois nomes, ou ter mais nomes na disputa ao Senado pela base?

Isso teria que ser discutido com eles, né? Eu falo que o grande condutor dessa eleição vai ser o governador Ronaldo e eu acho que isso teria que ser conduzido por ele. E também pelo Daniel.

&nbsp;

A sra. disse que ainda não conversou com Daniel Vilela. Como fica essa relação para construir um projeto eleitoral depois dessa falta de apoio do partido para a construção do Memorial?

Eu sou emedebista assim como meu pai e minha mãe eram. Meu pai foi o maior líder que esse partido teve, lutou por esse partido até o fim, foi o grande responsável por esse partido continuar forte como está até hoje. Então é nele que eu vou continuar. O Daniel é o presidente do partido e é o meu candidato, mas eu vou sempre exigir mais reconhecimento por parte do partido para a história dele, isso eu vou. Independente se está bem ou se não está. Vou lutar sempre por isso, porque eu acho que o partido deve mais reconhecimento à história dele. Eu sinto falta disso e vou exigir sempre isso, sendo candidata ou não. Isso são duas coisas diferentes, mas o MDB é o meu partido e eu vou continuar lutando por ele, sim.

&nbsp;Quais são os próximos passos para a pré-candidatura?

Agora é a hora de dialogar, de refletir e conversar. Tudo tem sua hora. Agora é a hora de a gente sentar, conversar e entender como que isso seria construído e se seria possível. É hora de refletir e conversar.

&nbsp;

Iris Rezende tradicionalmente mantinha suspense e deixava a decisão de ser candidato para a última hora, nas convenções. A sra. tem esse histórico como referência ou pretende, caso o projeto avance, abraçar logo a ideia e se apresentar efetivamente como pré-candidata?

Não. Eu acho que eu não tenho esse tempo, até porque ninguém me conhece. Eu não sou meu pai e não tenho história. Eu não tenho esse tempo de esperar. Eu acho que se eu decidir, eu tenho que decidir e já tentar construir isso o mais rápido possível. Até porque a eleição já está aí.

'Uma vaga é da primeira-dama. Iria tentar a segunda. E vejo espaço pra isso', diz Ana Paula Rezende

Entrevista

O senador Wilder Morais (PL) sinalizou que votará contra a indicação de Jorge Messias para vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “As lideranças do partido já declararam oposição à indicação, e eu sempre voto em <a href="https://opopular.com.br/politica/pl-goiano-aponta-insanidade-completa-em-condenac-o-1.3342049" target="_self">alinhamento com o PL</a>”, disse, em nota.

Wilder é o primeiro senador goiano a se manifestar abertamente sobre o tema. Vanderlan Cardoso (PSD) informou que ainda não comentará o assunto. Jorge Kajuru (PSB) reiterou que aguarda seu partido tomar uma decisão sobre o tópico.

Messias é advogado-geral da União e teve sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado marcada para o dia 10 de dezembro, prazo considerado curto para articulação com parlamentares - a indicação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 20 de novembro e a sabatina foi anunciada na terça-feira (25). Após a sabatina na CCJ, a indicação deve ser aprovada por maioria absoluta do plenário. Vanderlan é vice-presidente da CCJ.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/wilder-confirma-pre-candidatura-ao-governo-de-goias-1.3338064" target="_self">Wilder confirma pré-candidatura ao governo de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/wilder-e-vanderlan-se-dizem-favoraveis-ao-pl-antifacc-o-1.3339472" target="_self">Wilder e Vanderlan se dizem favoráveis ao PL Antifacção</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/pl-goiano-aponta-insanidade-completa-em-condenac-o-1.3342049" target="_self">PL goiano aponta 'insanidade completa' em condenação</a></div>

Em nota, Wilder afirmou que soube que interlocutores de Messias procuraram seu gabinete, mas o parlamentar disse que não conversou com o indicado. O senador destacou que, embora não seja membro da CCJ, pode participar da sabatina, mas seu voto é registrado apenas no plenário.

Wilder argumentou que “as instituições, principalmente o STF, precisam de mandatários, além de capacitados, isentos e com uma profunda visão de estado”. “É obrigação do Senado e dos senadores apreciar a indicação da Presidência. A minha obrigação é votar para tentar garantir que os indicados estejam alinhados com os interesses do estado de Goiás e com o que acredito ser o melhor para o Brasil”, declarou.

Este período em que Messias busca articulação com os senadores tem sido marcado pelo cenário de desentendimento de Lula com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP). O jornal Folha de S.Paulo mostrou que o titular da AGU está fazendo uma série de visitas aos parlamentares em busca do mínimo de 41 votos que precisa para ter a indicação aprovada.

Messias tem afirmado que não pode ser penalizado pelo desentendimento entre Lula e Alcolumbre. A desavença existe porque Alcolumbre e a maior parte dos parlamentares esperavam que Lula indicasse o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no STF deixada por Luís Roberto Barroso.

Wilder sinaliza voto contrário à indicação de Messias ao Supremo

Senado

O Popular