O diretor-executivo do Limpa Gyn, Renan Andrade, afirma que o consórcio presta serviço de forma regular em Goiânia. No caso da coleta de lixo orgânico, a depender do endereço, a atividade é feita três vezes por semana ou de segunda a sábado. Os caminhões realizam as rotas durante o dia e à noite. “A parte do orgânico hoje roda 100%, fazemos toda a cidade”, disse. De acordo com Andrade, a média de coleta deste tipo de resíduo é de cerca de 40 mil a 42 mil toneladas por mês. O serviço prestado pela empresa na capital é alvo de apuração de Comissão Especial de Inquérito (CEI) instalada na Câmara de Goiânia na semana passada. Quanto à remoção de entulho, Andrade afirmou que ainda há desafios por causa do descarte irregular. No entanto, o diretor disse que a situação melhorou depois que a gestão do prefeito Sandro Mabel (UB) reforçou a fiscalização. A média é de remoção de 70 mil a 75 mil toneladas por mês, conforme estipulado em contrato. Em relação ao Cata-treco, a empresa registrou quase 12 mil atendimentos neste ano.Já a coleta seletiva começou em outubro de 2024. A meta contratual é acima de 2,6 mil toneladas e são realizadas entre 3,3 mil e 3,4 mil. Já a varrição mecanizada é realizada nas grandes vias da cidade. São 24 rotas diárias, de segunda a sábado.De acordo com Andrade, o serviço completo prestado pelo Limpa Gyn tem custado cerca de R$ 20 milhões à Prefeitura por mês. Para que o pagamento seja feito, é preciso medir o que foi realizado, ou seja, atestar que a atividade foi feita. No caso das coletas de lixo e remoção de entulhos, a medição é por peso. Já a varrição é por quilômetro.Andrade explicou que a medição é realizada seguindo parâmetros do contrato. No caso do peso da coleta orgânica, por exemplo, existe o relatório do Aterro Sanitário, imagens e rastreamento. Segundo ele, a Prefeitura tem os próprios relatórios de fiscalização. O diretor explicou que o Limpa Gyn tem 250 equipamentos, contanto caminhões e a linha amarela (retroescavadeira e outros). Entre estes, estão 75 caminhões que fazem a coleta de lixo orgânico. A empresa tem 1,2 mil funcionários.ContextoA CEI do Limpa Gyn realizou sua primeira reunião na sexta-feira (5), quando os sete membros elegeram Welton Lemos (SD) para presidente, Aava Santiago (PSDB) para vice e Willian Veloso (PL) na relatoria. As reuniões serão realizadas às terças-feiras, às 14h.O requerimento para que a CEI fosse criada foi apresentado por Cabo Senna (PRD) em 10 de julho (há quase dois meses) com a assinatura de 16 vereadores, entre membros da base e independentes. No documento, os vereadores apontam a necessidade de investigar supostas irregularidades na execução do serviço e no contrato do Limpa Gyn com a Prefeitura. A criação da CEI foi vista nos bastidores como um instrumento de membros da base para pressionar Mabel por mais cargos no Executivo e celeridade na liberação de emendas. O gestor chegou a afirmar que, neste processo, foi pressionado por vereadores por mais espaço na Prefeitura.Entre julho e agosto, Mabel e auxiliares tentaram articular contra a instalação da CEI, mas falharam. A falta de apoio neste tema e a aprovação em primeiro turno de projeto de lei que propõe a revogação da Taxa de Limpeza Pública (TLP), a taxa do lixo, foram as duas primeiras grandes derrotas de Mabel na Câmara. O cenário apontou para necessidade de recomposição da base, que ainda está em curso.