Matéria atualizada às 18h17.Em greve desde o dia 24 de outubro, os servidores técnico-administrativos das instituições federais de ensino de Goiás (UFG, IFG e IF Goiano), ofereceram na manhã desta segunda-feira (21), um "banquete" com champanhe, frutas, lagostas e camarões, mas feitos de plástico, ao senador Ronaldo Caiado (DEM), em frente ao seu escritório político no Setor Marista, em Goiânia.A ação é para convencer não só o democrata, mas também os senadores Lúcia Vânia (PSB) e Wilder Morais (PP), que receberão o "banquete na terça-feira (22) e quarta-feira (23), respectivamente, a votarem contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/15 (antiga PEC 241), que prevê teto para gastos públicos nos próximos 20 anos.O ato é uma resposta ao jantar oferecido pelo presidente Michel Temer (PMDB) aos congressistas para votar a favor da PEC. Os manifestantes estavam com máscaras dos senadores goianos, faixas, panfletos e com carro de som.A coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino de Goiás (SINT-IFESgo), Fátima dos Reis, espera que os senadores dêem ouvidos às reivindicações dos trabalhadores em greve. “Aproveitando a artimanha de Temer, queremos propor esse banquete aos senadores para que, assim como com o Presidente, nosso posicionamento seja ouvido e respeitado. Além disso, lembrar para aos congressistas que essa é uma luta dos trabalhadores, dos estudantes e do povo", concluiu.O senador Ronaldo Caiado, conversou com o grupo por cerca de 30 minutos, afirmou que vai votar a favor da PEC com convicção e que acredita que ela é o caminho para colocar o Brasil nos eixos. Mesmo com a apresentação de vários argumentos feitos pelos/as trabalhadores/as presentes, o senador não mudou de ideia e disse que, caso a PEC seja mesmo prejudicial, ela poderá ser revogada pelo congresso."Hoje um grupo de manifestantes da educação de Goiás esteve em frente ao meu escritório político para debater comigo, de forma amistosa, sobre a PEC dos gastos públicos. Apesar das posições divergentes, tivemos a chance de expor os nossos argumentos. Tenho plena convicção de que a proposta é o caminho para que o Brasil possa sair da crise iniciada pelo PT. Diferente de Dilma, que promoveu cortes na saúde e educação, o que queremos é cortar os gastos desnecessários justamente para investir no que é prioritário. Desafiei os manifestantes a retornarem aqui ano que vem para analisarmos se esse corte que tanto falam realmente se concretizou. O pensamento é no Brasil. O que é melhor: manter gastos e privilégios ou priorizar a educação e saúde?", disse Caiado em seu perfil no instagram. ConfusãoOs servidores chegaram a relatar o começo de uma confusão, afirmando que uma trabalhadora foi empurrada por um homem que ainda não foi identificado e que entrou junto com Caiado. No entanto, a assessoria do senador Ronaldo Caiado reitera que o evento foi amistoso, sem incidentes, conforme divulgado pelos próprios manifestantes que fizeram uma transmissão ao vivo pela internet sobre o debate. Na nota, o senador Caiado afirma que as portas de seu escritório estão abertas a todos. ProtestoApós a saída do senador, os trabalhadores permaneceram no local realizando diversas falas e apresentando argumentos e estudos feitos por diversas entidades e instituições sobre os malefícios da aprovação da PEC. João Pires, diretor do SINT-IFESgo, considerou o ato positivo e afirmou que a pressão em cima dos senadores goianos irá se intensificar. “Realizaremos atos nos escritórios políticos dos demais senadores. Queremos convencê-los que o país sofrerá enorme retrocesso nos seus serviços públicos, que atingirão a população que mais precisa. Vamos continuar pressionando até que essa PEC seja barrada”, concluiu.-Imagem (1.1183223)-Imagem (1.1183222)