Após o governo estadual sancionar a Lei Estadual 20.416/2019, que modifica condições previstas no contexto de venda da Celg Distribuição (Celg D), hoje Enel Goiás, o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fieg), Sandro Mabel, manifestou que há preocupação do setor produtivo. Segundo Mabel, as mudanças no que estava previsto na privatização poderiam levar a um recuo de investimentos por parte da empresa. “Quando o governo faz a modificação no fundo que a Celg tinha e foi criado para a Enel pagar as dívidas antigas da Celg, faz quebra da segurança jurídica, o que preocupa”, diz. Ele avalia que há reação imediata de investidores quando as regras mudam e isso poderia ocorrer no caso da multinacional italiana. “O plano de investimentos pode ficar comprometido, o que faz a indústria ficar preocupada. Quebra de contrato é uma coisa que tem de tomar cuidado.” AmbienteMabel explica que o ambiente para o investidor frente ao descumprimento do que foi prometido é visto como algo perigoso e poderia inibir não só os investimentos mais volumosos da Enel para recuperação e expansão da rede de energia no Estado, como também aporte de outras empresas que pensam em vir se instalar em Goiás. Lembrando que recentemente houve acordo entre o governo e o setor produtivo que resultou na redução de incentivos fiscais, o presidente da Fieg ressalta que a situação envolvendo a Enel seria “mais grave” e afetaria também toda a população. “O governo deve rever o posicionamento, porque o investidor não põe dinheiro onde não há segurança jurídica”, diz. À reportagem, a Enel não informou nenhuma intenção de recuo de investimentos. Já o governo estadual diz que não entende as mudanças na legislação estadual como quebra de contrato.