A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) autorizou a Prefeitura de Goiânia a contratar empréstimo de R$ 780 milhões com a Caixa Econômica Federal. O próximo passo do processo é a assinatura do contrato que, segundo o secretário de Finanças do município, Alessandro Melo, deve ocorrer no dia 30 de agosto. A intenção é que o dinheiro esteja disponível o mais próximo possível da data em que a Prefeitura terá demanda para a verba, o que deve acontecer em setembro. Com isso, a Prefeitura deve evitar pagar juros com o dinheiro parado. O valor será destinado para obras de infraestrutura.O empréstimo com a Caixa substitui outras duas propostas que eram discutida pela prefeitura com os bancos Andino e Credit Suisse. Quando Goiânia conseguiu subir seu índice de Capacidade de Pagamento (Capag) de C para B, o que permite a contratação de empréstimo com aval da União, a negociação com a Caixa começou. O anúncio da mudança e a tramitação do novo pedido de empréstimo na Câmara Municipal aconteceram ainda no primeiro semestre deste ano. Na avaliação da STN, além da capacidade de pagamento, são levados em consideração indicadores econômicos e capacidade que a Prefeitura tem de endividamento. “Entre municípios, esta é a maior operação de crédito para investimento do País. Existem valores maiores para outras cidades, mas entre os destinos da verba está a renegociação de dívidas antigas”, afirma o secretário. A solicitação foi protocolada pela Prefeitura na STN no dia 18 de julho, um mês após a aprovação da matéria na Câmara. A demora ocorreu, segundo Alessandro, após o prefeito pedir à pasta relatório que mostrasse a capacidade do município de arcar com a dívida. “Não teve intervenção política. Eu não fui a Brasília nenhuma vez. Tudo foi feito de acordo com as orientações do manual da STN.” ContratoDe acordo com Alessandro, o próximo passo no processo é finalizar a fase burocrática, com a discussão dos termos do contrato com a Caixa. O empréstimo de R$ 780 milhões deve ter carência de 24 meses. A intenção é que o valor seja quitado pela Prefeitura ao longo de 10 anos, com taxa de juros anual de 3,92%. O valor médio das prestações, levando em conta o período de carência, é de R$ 8,6 milhões. A maior prestação é uma das primeiras, de R$ 11,7 milhões. A menor, de R$ 6,5 milhões.Ainda segundo Alessandro, a Prefeitura tentou negociar período de carência de 48 meses com o banco, mas não foi possível devido ao custo que o maior prazo para iniciar o pagamento traria. “Comparado com a outra proposta que era discutida com outros bancos, a economia é de R$ 188 milhões. As operações que foram substituídas eram em dólar, o que poderia trazer mais prejuízo”, diz o secretário.ObrasO recurso será liberado em seis etapas, sendo que a primeira deve ocorrer em setembro. “Temos 24 meses para a execução das obras, mas estamos trabalhando para entregar todas dentro da gestão do prefeito Iris Rezende”, afirma Alessandro. Planejamento divulgado pela Secretaria de Finanças (Sefin) mostra que o dinheiro será investido em onze obras, entre elas a construção de três viadutos, implantação da Avenida Leste Oeste, além da pavimentação e recapeamento de bairros da capital. Todas as obras somam R$ 779,6 milhões. De acordo com a secretaria, o valor é maior do que foi investido em Goiânia nos últimos dez anos.