Rubens Salomão

Ampliação de cargos no TCE-GO

O Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) voltou a propor a criação de novos cargos comissionados, de direção e funções de confiança em projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). A matéria prevê a instituição de 40 postos de diferentes tipos, além de reajuste salarial aos assistente técnico especializados, com impacto financeiro de R$ 7,661 milhões.

A proposta representa a terceira vez apenas neste ano em que a corte de contas amplia o número de seus cargos, além da remuneração dos servidores. Em janeiro, houve abertura de 26 novos comissionados e elevação de salários para até R$ 25,3 mil a determinadas categorias, com custo anual estimado em R$ 11,6 milhões. Já em junho, outro projeto definiu oito mudanças, entre ampliações de gratificações e a criação de 26 cargos, ao custo de R$ 56,3 milhões.

Assim, o TCE-GO deve completar aumento de gastos com pessoal que chega ao incremento de R$ 75,6 milhões para as folha de 2026, além dos impactos proporcionais ainda em 2025.

Na exposição de motivos da última proposta, que segue em fase final de tramitação na Alego, o presidente do tribunal, conselheiro Helder Valin, alega que o acréscimo “objetiva aprimorar o controle externo”, além de “adequar a estrutura de pessoal à nova estrutura organizacional”. O texto foi aprovado pela Comissão Mista, já passou em primeiro turno pelo plenário da Casa e terá votação definitiva nesta terça-feira (14).

A demanda de estrutura citada pelo projeto tem origem na resolução administrativa n° 14, aprovada internamente no tribunal em 02 de outubro. Entre os cargos de direção e chefia, a matéria cria quatro postos de chefes de serviço, com remuneração de R$ 13,4 mil mensais, além de cinco cargos de diretor e gerente, com salário de R$ 21,4 mil, e um cargo de diretor superior, com salário de R$ 25,3 mil. A previsão é que a estrutura adicionada custará R$ 2,477 milhões ao ano.

O texto também define a instituição de 10 funções de confiança, que representam gratificações entre R$ 1,2 mil até R$ 4,3 mil mensais, com custo anual de R$ 756,5 mil. As posições gratificadas, no entanto, só podem ser ocupadas por servidores efetivos e, segundo a assessoria de imprensa do TCE-GO, 82% dos cargos de chefia são atualmente exercidos por concursados do órgão.

A proposta também estabelece novos 19 cargos comissionados de assessoramento do órgão, com salários entre R$ 8,5 mil e R$ 13,9 mil, com impacto anual de R$ 3,780 milhões. A última previsão do projeto se refere ao ajuste do vencimento destinado ao cargo de assistente técnico especializado, que passará de R$ 4 mil para R$ 7,3 mil. De acordo com o texto, a alteração é “correção histórica” para grupo “que foi preterido em outros reajustes concedidos”.

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O presidente do TCE aponta no projeto que as alterações propostas “são fundamentais para operacionalizar as unidades organizacionais recentemente criadas” e que o impacto orçamentário financeiro foi “devidamente calculado”. Segundo o tribunal, o custo das mudanças atende à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

De acordo com a legislação, as despesas com pessoal do TCE-GO não devem ultrapassar o porcentual de 1,35% da receita corrente líquida estadual. “A despesa com pessoal e encargos sociais, até 2029, atingirá no máximo 0,89%”, estima o projeto. “A despesa permanecerá sob controle e aquém, inclusive, do limite de alerta de 1,22%”, diz.

O texto avalia, porém, que o cálculo considerou a atual receita do estado e aponta para a possibilidade de elevação dos limites de gastos com pessoal a partir da esperada trajetória de aumento da arrecadação. “Ao final do período referido, a projeção é de que o porcentual calculado seja ainda menor”, diz. O projeto ainda afirma haver compatibilidade para o aumento de gastos com pessoal nas ressalvas do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

Sequência

Desde o início de 2025, o tribunal de contas efetiva um movimento de ampliação da estrutura interna. Logo em janeiro, enviou projeto de lei à Alego para, além de criar cargos e aumentar salários, elevou os porcentuais das gratificações de incentivo funcional (GIF). O adicional é concedido a servidores efetivos que concluem cursos de graduação a doutorado e passou de valores entre 5% e 15%, a depender do título, para variação de 10% a 25%.

Em junho, a maior parte do impacto financeiro se referiu à implantação de nova tabela remuneratória para todos os cargos do TCE-GO e a concessão de reajuste geral de 8%. As novas tabelas remuneratórias aumentaram, por exemplo, as remunerações do cargo de auditor de controle externo, cuja carreira é distribuída entre quatro níveis e nove graus diferentes, de R$ 13,5 mil até R$ 26,6 mil.

Em nota enviada ao POPULAR, o tribunal aponta que a proposta reforça o quadro de auditores de controle externo, que foram aprovados por concurso, ao mesmo tempo em que realiza alterações estratégicas no organograma. As mudanças, segundo o órgão, “exigiram criação de alguns cargos em comissão, cargos de gestão e funções de confiança”.

A assessoria da corte informa que o cargo de auditor de controle externo é provido exclusivamente por concurso público e cita os certames realizados em 2022 e 2024, com 100 novos nomeados. O órgão informa que há previsão de novo concurso para o final do primeiro semestre de 2026 e que cargos de gestão e assessoramento podem ser ocupados por servidores comissionados, por previsão da Constituição Federal.

Ao todo, foram criados, em 2025, 49 funções de confiança, 24 cargos de chefia e direção e 31 cargos comissionados de assessoramento. Segundo a nota, “as mudanças decorrem de alterações pontuais e estratégicas no organograma visando tanto ao aperfeiçoamento da atuação na fiscalização da gestão de políticas e recursos públicos e na ampliação da atuação”.

“Seguindo uma tendência internacional de órgãos de controle externo da administração pública, além de fiscalizar e julgar processos em que avaliam a conformidade do gasto público, e o desempenho das políticas públicas, a Corte de Contas busca abraçar novas funções: induzindo boas práticas de gestão, articulando ações de caráter interinstitucional, promovendo capacitação para gestores públicos e sociedade em geral”, completa o TCE-GO.

TCE eleva comissionados pela terceira vez em 2025

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Matéria - Política

Gastos públicos

O avanço na movimentação do governador Ronaldo Caiado (UB) em busca de alternativa partidária para abrigar a própria pré-candidatura à Presidência da República causou a antecipação, na última semana, de composições na base aliada ao governo de Goiás. Com o temor de debandada no União Brasil (UB) a partir da migração de Caiado, aliados passaram a reavaliar articulações, principalmente para a construção das chapas proporcionais para as disputas a deputado federal e estadual.A intenção é criar vacina dentro de grupos políticos e partidos, até o limite possível, para evitar possíveis reviravoltas geradas pela nova filiação do governador. As maiores preocupações são referentes à possibilidade de rápida desidratação do partido e consequente inchaço da futura sigla de Caiado ou de outros partidos aliados, já que o UB reúne deputados federais e estaduais, além de pré-candidatos que se apresentam como “puxadores de voto”.Os possíveis impactos da migração mobilizaram deputados estaduais integrantes da base governista, que já apresentavam ansiedade anterior com a possibilidade de ocorrer “canibalismo eleitoral” no grupo governista. Como antecipado pelo POPULAR, a expectativa do Palácio das Esmeraldas de alcançar a reeleição de 100% dos apoiadores com mandato na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) não era compartilhada pelos parlamentares, justamente por conta das dúvidas sobre a formação das chapas.A intenção dos deputados que alcançaram votações medianas em 2022 já era diversificar a distribuição de mandatários em um número maior de partidos, ao invés da centralização em “chapões” do MDB e da federação formada por UB e PP, que amplia a concorrência interna com outros nomes governistas e poderia levar à derrota de parlamentares. A possível migração de pré-candidatos a partir da mudança de partido de Caiado intensificou as cobranças pela composição antecipada de mais chapas.Neste sentido, deputados mantiveram reuniões para criar grupos alternativos dentro da base aliada. O objetivo é garantir protagonismo em chapas próprias, mesmo se houver debandada de postulantes vindos do UB. A organização pauta, por exemplo, o trabalho da direção estadual do Solidariedade, apontado como mais provável destino de Caiado.Federado com o PRD, o partido estabeleceu teto de 30 mil votos para a composição da chapa a deputado estadual e espera adiantar a estruturação da lista de pré-candidatos. “Se o governador vier para o partido, provavelmente será na última hora do prazo de filiação e deve manter a nossa estratégia que temos hoje. Claro que isso pode mudar, mas esse é o nosso objetivo”, afirma o presidente estadual do Solidariedade, Denes Pereira.“A chapa que estamos montando não é chapão, nem chapinha. É uma chapa intermediária. Temos hoje cinco deputados e vamos ter nomes que têm potencial para entre 20 mil a 30 mil votos. Temos até 12 deputados nessa linha que podem vir, além de outros pré-candidatos como ex-prefeitos”, explica.Pereira aponta que o mesmo planejamento se aplica à chapa de deputado federal. “Se o Caiado decidir lá na frente que é para sair todo mundo, nós vamos refazer o trabalho e provavelmente sair de uma chapa de 450 mil votos para deputado federal e vamos para uma com 800 mil. Não tem problema algum”, diz.Considerado um dos articuladores da chapa entre os parlamentares, o deputado estadual Coronel Adailton (SD) confirma a intenção de antecipar as definições, mesmo diante da possível filiação do governador. “Depende muito. Se a gente trabalhar, articular e deixar pronto, para onde ele for já chega resolvido. A chapa já vai estar pronta e bem encaminhada. O governador só vai validar isso. O partido já abriu as portas para ele e a tendência é a gente se fortalecer cada vez mais”, defende.A movimentação pela antecipação de mais chapas a deputado estadual chegou a ser tratada abertamente no plenário da Alego na última semana, quando o presidente Bruno Peixoto (UB) apontou, em tom de brincadeira, que alguns deputados já teriam sido “aceitos” na articulação feita por Adailton. “Já se tornou pública a formatação de uma chapa de deputados estaduais com um teto para as eleições de 2026. O partido a ser definido pelo governador”, disse.A perspectiva de esvaziamento do UB, no entanto, gera preocupações entre deputados estaduais da sigla, que ainda aguardam orientações de Caiado. A bancada do partido na Alego chegou a buscar agenda para reunião com o governador, mas ainda não houve definição.A proposta de encontro foi direcionada por Virmondes Cruvinel e contou com respaldo dos outros integrantes. “O primeiro passo é o diálogo e, por isso, eu sugeri justamente a possibilidade de uma reunião da bancada de deputados com o próprio governador e com a dona Gracinha, que se apresenta como postulante ao Senado com todo o nosso apoio”, explica. A bancada do UB na Alego tem oito integrantes, Lincoln e Virmondes, o presidente da Casa, Bruno Peixoto, o líder do governo, Talles Barreto, além dos deputados Amauri Ribeiro, Dra. Zeli, Rubens Marques e Veter Martins. O líder da bancada, Lincoln Tejota, considera que os parlamentares não devem “tomar nenhuma decisão com pressa”, mas admite o cenário de desidratação. “Com certeza. O governador é um expoente do União Brasil e a saída dele tende a esvaziar o partido em Goiás. O peso aqui é muito grande e, se o governador sair, haveria um esvaziamento do União Brasil”.CobrançasAlém do cenário de preocupação de deputados estaduais, lideranças governistas passaram a intensificar as cobranças para que auxiliares e figuras próximas à gestão confirmem as candidaturas a deputado federal pelo UB. A intenção é garantir a manutenção de força política na chapa do partido, mesmo no cenário com a saída de Caiado e a chance de que a sigla perca os três atuais parlamentares.A avaliação de aliados é de que o processo de busca por nomes competitivos para a disputa por cadeiras na Câmara dos Deputados pelo partido demonstra preocupação do governador com as consequências estaduais da provável mudança de partido. Além de atender à meta de ampliar a bancada federal, há prioridade para manter estrutura em torno da pré-candidatura ao Senado da primeira-dama Gracinha Caiado.Entre os nomes cobrados para posicionamento pela candidatura federal está a secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli, que, nos bastidores, mantinha aberta a possibilidade de entrar na disputa por vaga na Alego. O presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, também deverá integrar a chapa do UB à Câmara.A movimentação de Caiado mantém dúvidas junto à atual bancada federal do partido, que ainda espera as próximas ações e conversas com a direção nacional para decidir sobre o rumo partidário. Zacharias Calil e Silvye Alves, no entanto, já anteciparam a pretensão de deixar a sigla na janela partidária, em março de 2026. Já José Nelto passou a considerar o retorno ao MDB, do vice-governador Daniel Vilela.Silvye já havia registrado problemas com o partido antes mesmo da tramitação e aprovação da PEC da Blindagem na Câmara, momento em que anunciou que deixaria a sigla. Na sequência avançou em diálogos para se filiar ao Republicanos, mas ainda não confirmou a troca. Zacharias mantém a decisão de buscar vaga para a disputa ao Senado e reclama da falta de espaço no partido para se lançar ao pleito. Nelto afirmou ao POPULAR que “não foi comunicado” sobre a eventual mudança de Caiado e que ainda está em processo de “análise” para definir a volta ao MDB.Caiado intensificou as divergências com as cúpulas de UB e PP, que oficializaram a formação de federação em agosto e considera filiação ao Podemos ou ao Solidariedade, depois de já ter conversas anteriores com Republicanos e receber convite público do Avante.O governador deflagrou crise interna na federação ao rebater as declarações do senador Ciro Nogueira (PP-PI) sobre os caminhos da composição para a eleição de 2026, sem incluir a possibilidade de candidatura própria. Caiado usou as redes sociais para afirmar que as falas do senador demonstram “ansiedade vergonhosa” para “se colocar como candidato a vice-presidente” na chapa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ao longo da semana, no entanto, o goiano não voltou a tratar do assunto publicamente.

Aliados antecipam composições de chapas em espera por Caiado

Eleições 2026

O deputado estadual Paulo Cezar Martins anunciou nesta terça-feira (07) que deixará o PL para disputar a reeleição à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) em 2026. O estopim para a decisão, segundo ele, foram os sinais enviados pela cúpula estadual de que o parlamentar não seria aceito na chapa da sigla, que não deverá contar com pré-candidatos em mandato ou que tenham recebido mais que 30 mil votos na eleição de 2022.A saída de Paulo Cezar do PL foi definida na última semana, quando o deputado teria sido comunicado sobre o “critério”. As insatisfações do parlamentar com a direção, comandada no estado pelo senador Wilder Morais e em Goiânia pelo deputado federal Gustavo Gayer, começaram ainda em 2022. Segundo ele, “erros” e “ineficiência” do diretório culminaram em ações contra a chapa que elegeu três cadeiras no Legislativo.Os processos, de autoria dos partidos MDB e União Brasil, além de PT, Psol e Rede, foram rejeitados nesta segunda-feira (06) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que confirmou decisão anterior do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE/GO).Além disso, o deputado reclama da exclusão das reuniões e tomadas de decisão, como a escolha de candidato para a disputa à Prefeitura de Goiânia em 2024 e as conversas realizadas pela cúpula da sigla com o governador Ronaldo Caiado (UB). Questionado se já pode ser considerado como fora do partido, Martins respondeu: “Eu nunca estive dentro do PL”.“O partido nunca me convidou para nenhuma reunião e a vida inteira os líderes estavam indo lá no Palácio conversar com o governador. Estiveram lá em todo momento e eu nunca fui questionado se estava certo ou não. Só me procuraram agora para ver os critérios para candidatura a deputado estadual. Eu entendi que estavam me convidando para sair”, disse.O deputado critica à indefinição do PL e de Wilder em relação à disputa ao governo estadual. “Eu fui um dos entusiastas da campanha do Wilder. Ele tem a estrutura do partido e poderia estar visitando três cidades por semana e elaborando uma proposta de trabalho para o estado, mas eu vejo que ele não tem nenhuma vontade e não está preocupado com isso. Ele está querendo que todo mundo apoie ele e isso não tem jeito de fazer”, afirmou.Ao mesmo tempo em que critica as conversas mantidas por Gayer e Wilder com o governador, o deputado efetiva sua própria aproximação com o Palácio das Esmeraldas. Antes de anunciar a saída do PL, Martins recebeu visita de Daniel Vilela (MDB), em agosto, na casa do deputado. O encontro ocorreu em residência que já foi do vice, em condomínio fechado às margens da GO-020.Os dois mantiveram nova conversa nesta terça-feira (07), desta vez no gabinete de Daniel, no quarto andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. “O Daniel me procurou. Não fui eu que procurei ele. Não tenho nada contra o Daniel, é um menino bom e tivemos uma boa conversa. Vamos amadurecer as nossas ideias aí para frente”.O deputado considera o retorno ao MDB, partido pelo qual exerceu cinco dos seis mandatos na Alego, mas também cogita aderir aos quadros do PSD, por conta da concorrência na chapa do partido do vice-governador e da boa relação com o senador Vanderlan Cardoso.Martins ainda negou contradição entre a postura de oposição raivosa mantida contra Caiado e a aproximação com o emedebista. “O Caiado sempre foi contrário a nós do MDB. O Caiado dizia que, onde tinha gente do MDB, podia chamar a polícia porque só tinha ladrão. Nunca votei no Caiado e não pretendo, mas uma coisa é muito diferente da outra. O governo tem seus acertos e erros, mas eu tenho demonstrado que todas as minhas críticas foram focadas no governo e nada pessoal”, afirma.Major Araújo (PL) preferiu não comentar a decisão do colega de deixar a legenda, mas afirmou à reportagem que desconhece a imposição de qualquer critério que o exclua da chapa. Já o Delegado Eduardo Prado não marcou presença na sessão ordinária desta terça no Legislativo e não respondeu aos questionamentos. A tendência, segundo apuração da reportagem, é de que o comando do PL mantenha apenas Araújo como mandatário na chapa, enquanto Prado avalia convite de aproximação com o Palácio das Esmeraldas.

Deputado estadual anuncia saída do PL e ataca Wilder e Gayer

As incertezas diante da possibilidade de mudança de partido pelo governador Ronaldo Caiado deverão pautar reunião da <a href="https://opopular.com.br/politica/saida-de-caiado-ameaca-desidratar-ub-em-goias-1.3321030" target="_self">bancada estadual do União Brasil</a> na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) com o líder da legenda no estado. A agenda ainda não tem data definida, mas foi alvo de demanda apresentada pelos parlamentares nesta terça-feira (07) e será levada a Caiado pelo líder da bancada, Lincoln Tejota (UB).

Como antecipado pelo POPULAR, o processo de transferência da pré-candidatura do governador à Presidência da República, diante das divergências públicas com a federação formada por União Brasil e PP, gera preocupações entre deputados federais e estaduais da sigla. As reações questionam a viabilidade das chapas proporcionais a serem estruturadas em Goiás pela legenda para as eleições de 2026 e o principal impacto seria a desidratação da sigla.

A proposta de reunião da bancada estadual com Caiado foi direcionada pelo deputado Virmondes Cruvinel e contou com respaldo dos outros integrantes. “O primeiro passo é o diálogo e, por isso, eu sugeri justamente a possibilidade de uma reunião da bancada de deputados com o próprio governador e com a dona Gracinha, que se apresenta como postulante ao Senado com todo o nosso apoio”, explica o autor da ideia.

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>Confira entrevista do governardor&nbsp;sobre o assunto na CBN Goiânia:&nbsp;<a href="https://www.cbngoiania.com.br/tarde-cbn/caiado-diz-que-conversa-com-outros-partidos-sobre-possivel-candidatura-a-presidencia-1.3320865" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_blank">Caiado diz que conversa com outros partidos sobre possível candidatura à presidência</a></li>
</ul>

Virmondes explica ao POPULAR que é preciso ter os direcionamentos diretos do Palácio das Esmeraldas, além das notícias publicadas sobre a possível mudança. “Ouvir deles, porque o que vemos é o noticiado pela imprensa. Defendemos sim a possibilidade de candidatura nacional do governador, mas é preciso ter essa oitiva sobre qual é o sentimento e qual é o caminho”, solicita o governista.

A bancada do UB na Alego tem oito integrantes, Lincoln e Virmondes, o presidente da Casa, Bruno Peixoto, o líder do governo, Talles Barreto, além dos deputados Amauri Ribeiro, Dra. Zeli, Rubens Marques e Veter Martins. Cruvinel ainda aponta que os parlamentares também buscam diálogo com o vice-governador e presidente estadual do MDB para eventual filiação, caso a saída de Caiado seja confirmada.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-tera-reuni-o-com-presidente-nacional-do-podemos-em-goiania-1.3321032" style="font-size: 12px;" target="_self">Caiado terá reunião com presidente nacional do Podemos em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/saida-de-caiado-ameaca-desidratar-ub-em-goias-1.3321030" style="font-size: 12px;" target="_self">Saída de Caiado ameaça desidratar UB em Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-ouve-queixas-e-pedidos-para-agendas-com-secretarios-1.3321463" style="font-size: 12px;" target="_self">Daniel ouve queixas e pedidos para agendas com secretários</a></div>

“Naturalmente, muitos colegas vão ouvir o Daniel Vilela. Se houver mesmo o esvaziamento do União Brasil, muitos vão conversar com o MDB. Outros se aglomeram na possibilidade de aliança e formação de chapas médias. Mas o primeiro passo, ao menos para a bancada do União, é ter a reunião com o governador”, conta Virmondes.

O líder da bancada, Lincoln Tejota, afirma ao POPULAR que levará a sugestão de encontro ao governador. “Sou o líder da federação aqui e o Virmondes solicitou. Falei com o governador quando ele estava em Santa Catarina. Vou mandar uma mensagem e solicitar a reunião da bancada com ele para vermos, primeiramente, o que ele pensa. Ainda tem muita água para passar debaixo da ponte e muitas decisões políticas a serem tomadas. Temos tempo até a janela partidária e não vamos tomar nenhuma decisão com pressa”, aponta o líder.

O prazo para deputados estaduais e federais trocarem de partido sem incorrerem em infidelidade partidária ocorrerá entre 4 de março e 4 de abril do próximo ano. Lincoln Tejota admite que a saída de Caiado resultará na desidratação da legenda no estado. “Com certeza. O governador é um expoente do União Brasil e a saída dele tende a esvaziar o partido em Goiás. O peso aqui é muito grande e, se o governador sair, haveria um esvaziamento do União Brasil”.

<h2>Alternativas</h2>

O governador intensificou as conversas com dirigentes nacionais de partidos que possam abrigar seu projeto de pré-candidatura à Presidência da República, diante das divergências com as cúpulas de UB e PP, que oficializaram a formação de federação em agosto. <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-tera-reuni-o-com-presidente-nacional-do-podemos-em-goiania-1.3321032" target="_self">Caiado considera filiação ao Podemos</a> e ao Solidariedade, mas já manteve conversas anteriores com a direção do Republicanos e recebeu convite público do Avante.

Como antecipado pelo POPULAR, o goiano terá reunião sobre a possível nova filiação com a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, no próximo dia 18, em Goiânia. A possibilidade de mudança é aventada desde abril, no lançamento da pré-candidatura, em Salvador, e ganhou forma depois do desentendimento público de Caiado com o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, que não incluiu a candidatura própria como caminho possível para a federação em 2026.

Questionado sobre as consequências locais de uma troca de sigla, Talles Barreto entrega ao governador a responsabilidade pela montagem de chapas competitivas nos partidos que integram a base aliada. “Quem comanda esse processo se chama Ronaldo Ramos Caiado. Não tenho dúvidas de que, o que ele definir, nós vamos estar caminhando junto com ele. Seja no União Brasil ou em outro partido. O próprio candidato a vice-governador vai ser do partido do governador, seja onde ele estiver”, afirma Barreto.

“Sinceramente, não me preocupo com essa formação de chapas, porque o governador e o Daniel têm a responsabilidade de montar a chapa. Evidentemente, a gente vai fazer uma avaliação em conjunto, mas isso não me preocupa. Vamos fazer a reunião, mas é importante saber quem vai ficar ou não. Esse um critério, além de fazer as contas”, considera o líder do governo na Alego.

Bancada do UB na Alego quer reunião com Caiado sobre formação de chapas

Uma vistoria do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) no Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) na segunda-feira (6) apurou denúncias de superlotação na unidade, com <a href="https://opopular.com.br/cidades/atendimento-a-traumas-gera-sobrecarga-no-hugol-1.3310880" target="_self">pacientes sem leitos em salas e tratados em macas pelos corredores</a>. A partir disso, haverá um relatório do conselheiro Sebastião Tejota, responsável pelo caso, ainda sem prazo para conclusão. A primeira verificação já identificou discrepância entre a taxa de ocupação instalada, que é do Complexo Regulador Estadual, órgão da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), e a taxa de ocupação operacional, essa do hospital, o que pode explicar ao menos uma das causas para a superlotação da última semana.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_self">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Isso teria ocorrido porque o Hugo funciona atendendo a demanda enviada pelo Complexo Regulador, de modo que, para o órgão da SES, ainda constariam vagas. Assim, seguiam pacientes, embora já não houvesse espaço nos leitos regulares. Com isso, enquanto a taxa estava baixa para o Complexo, era alta para o Hugo. “Os detalhes da visita técnica e a proposta de encaminhamentos para solucionar e mitigar os problemas identificados constarão no relatório final do TCE-GO”, destaca o tribunal. A vistoria foi realizada por equipe técnica do TCE, que verificou as alas médicas, reuniu informações sobre o fluxo de atendimento dos pacientes e solicitou documentos complementares.

A superlotação ficou caracterizada por pacientes nos corredores, em macas ou cadeiras esperando leito de internação. Na sexta-feira (3), a jornalista Priscila Gonçalves foi com a mãe ao Hugo para atendimento de emergência e verificou vários pacientes nessas condições. “Graças a Deus, ela não quebrou o tornozelo nem o pé, foi só luxação. Por isso não precisou internar. Mas conheci gente que estava havia 3 dias no corredor, idosa de 88 anos lá aguardando vaga de cirurgia, idosa dormindo em cadeira de plástico por vaga”, conta. Há também o caso de um paciente que chegou com cortes profundos nos dedos por acidente no trabalho e que esperava atendimento havia mais de seis horas, segundo relata. Priscila diz que chegou a denunciar o caso à administração e diretoria da unidade no dia.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/atendimento-a-traumas-gera-sobrecarga-no-hugol-1.3310880" target="_self">Atendimento a traumas gera sobrecarga no Hugol</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mais-8-unidades-de-saude-de-urgencia-devem-ter-atendimento-infantil-em-goiania-1.3216076" target="_self">Mais 8 unidades de saúde de urgência devem ter atendimento infantil em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/tempo-limite-para-ambulancia-ficar-em-hospital-entra-em-vigor-1.3218031" target="_self">Tempo limite para ambulância ficar em hospital entra em vigor</a></div>

Segundo o Hugo, atualmente gerido pela Sociedade Beneficente Albert Einstein, a unidade “é referência em urgência e emergência, recebendo, via regulação, casos de alta complexidade de todo o Estado, que muitas vezes exigem internações prolongadas”. Assim sendo, passa por demanda flutuante “e pode haver alta ocupação em determinados momentos”. “Atualmente, a unidade enfrenta alta demanda e trabalha com plano de contingência, que garante a priorização dos casos mais graves e a continuidade da assistência, com atenção especial aos pacientes críticos e cirúrgicos”, esclarece.

O Hugo ainda completa que, “apesar de eventuais cenários de alta ocupação, todo e qualquer paciente recebe o cuidado necessário, onde quer que ele esteja dentro do hospital”. Já sobre os motivos para a situação atual, a explicação é que “os fatores externos que levam ao aumento de demanda são vários, desde comportamentos sazonais da população, relacionados com períodos de maior deslocamento em viagem, por exemplo, até fluxos da secretaria de saúde, às vezes submetidos a maior demanda, levando a regulação de casos para hospitais que possam ajudar com resolução de gargalos”.

Com relação à taxa de ocupação da unidade ser diferente do indicado pela SES, conforme apontou inicialmente o TCE, o Hugo explica que “existe uma diferença entre as taxas de ocupação informadas, o que ocorre por questão técnica de metodologia”. A informação é que a SES usa, por orientação do Ministério da Saúde, a taxa de ocupação instalada, em que constam só os leitos oficialmente cadastrados no sistema nacional. “Já o Hugo também monitora uma taxa de ocupação operacional, que reflete a realidade diária do hospital, incluindo pacientes em leitos extras e em atendimento na emergência, que ainda não constam no sistema como internados.”

A unidade hospitalar explica que a diferença não representa inconsistência nos dados, mas formas distintas de contabilização. “A direção também reforçou ao TCE que essa situação é comum em hospitais de urgência e emergência em todo o País, devido à alta demanda e à necessidade de garantir atendimento a pacientes que precisam de recursos que outras unidades não dispõem.” A SES informou ao POPULAR que a Regulação Estadual “segue os protocolos técnicos estabelecidos e trabalha continuamente para garantir o acesso oportuno e seguro aos serviços de saúde em toda a rede”.

Sobre a vistoria do TCE, a pasta diz que “aguarda o relatório oficial para análise técnica detalhada e adoção das medidas cabíveis, reafirmando seu compromisso com a transparência e melhoria contínua dos serviços prestados à população”. O Hugo relatou que a visita dos técnicos foi tranquila e ocorreu de forma colaborativa. “A equipe do TCE esteve no Hugo por cerca de duas horas, percorrendo todas as áreas da unidade. A visita teve como motivação principal compreender a dinâmica de atendimento do hospital diante de registros de alta ocupação em determinados períodos.”

Na vistoria, conforme ressalta a unidade, a direção do Hugo apresentou “todos os dados e esclarecimentos necessários, explicando o perfil da unidade, que é referência em urgência e emergência e recebe, via regulação estadual, pacientes de alta complexidade de diversas regiões do Estado”.&nbsp; A SES informou que acompanha permanentemente a situação assistencial de toda a rede estadual, incluindo o Hugo, por meio de monitoramento contínuo da capacidade instalada e fluxos regulatórios. “A SES-GO mantém diálogo constante com as direções das unidades hospitalares, por meio da Subsecretaria de Políticas e Ações em Saúde, para alinhamento das informações sobre disponibilidade de leitos e otimização da regulação de pacientes, sempre priorizando a segurança assistencial e o atendimento adequado aos usuários.”