Ao lado de Daniela da Gilka (PRTB), Coronel Urzêda (PL) desponta como o vereador que mais apresentou projetos até agora (6) na Câmara Municipal de Goiânia. Definindo-se como “conservador e patriota” o militar chegou à Casa apostando fichas em pautas de caráter ideológico e que devem provocar embates no Legislativo.

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Entre as propostas, destaca-se o projeto que visa garantir aos pais ou responsáveis o direito de vetar a participação de crianças e adolescentes em atividades pedagógicas relacionadas a gênero, orientação sexual e diversidade sexual nas instituições de ensino. A proposta estabelece penalidades para escolas que descumprirem a regra, como multas que podem chegar a R$ 6 mil por aluno e até suspensão temporária das atividades por 90 dias.

Na mesma linha, Urzêda propõe, em outro projeto, a restrição de materiais considerados “impróprios” nas escolas públicas da capital, proibindo conteúdos explícitos ou inadequados à faixa etária dos alunos, exceto aqueles relacionados à biologia e saúde, desde que alinhados às diretrizes pedagógicas.

Outro projeto tido como polêmico é o da criação da Semana Municipal de Conscientização sobre as Consequências Psicológicas do Aborto, que busca promover discussões sobre os impactos emocionais da prática, que divide opiniões no país.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/quest-es-ideologicas-e-sociais-marcam-projetos-iniciais-de-vereadores-novatos-1.3234336" target="_blank">Questões ideológicas e sociais marcam projetos iniciais de vereadores novatos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vereadores-aprovam-criac-o-de-41-cargos-em-votac-o-a-jato-1.3233440" style="font-size: 12px;" target="_blank">Vereadores aprovam criação de 41 cargos em votação a jato</a></div>

Em uma outra iniciativa, o parlamentar ainda sugere mudanças no regimento interno da Câmara, propondo a obrigatoriedade da execução do Hino Nacional no início das sessões ordinárias, extraordinárias, especiais e solenes, reforçando o tom de patriotismo no Legislativo municipal.

Daniela guarda com Urzêda a semelhança de ser de um partido de direita. Ela, que chegou à Câmara com a premissa de lutar pela pessoa idosa, crianças e adolescentes, é autora de projetos voltados às iniciativas sociais, ao terceiro setor e às famílias. Com cinco propostas em andamento na Casa, Dr. Gustavo (Agir) foca sobretudo em saúde pública, segurança e bem-estar social - um dos projetos, por exemplo, estabelece a obrigatoriedade de funcionários treinados para lidar com pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em locais de grande fluxo.

Mesmo ainda nos primeiros dias de vereança, Edward Madureira (PT) expõe que tem sentido certo desconforto em relação à disposição dos colegas sobre as propostas da esquerda, alegando inclusive que ouviu “nos corredores” a informação de que teria sido feito um acordo entre parlamentares de direita para barrar projetos da esquerda - minoria na Casa.

“Espero que não seja assim. Eu não tenho nenhuma dificuldade em aprovar projetos da direita, até porque a direita é maioria aqui. Eu espero reciprocidade. Os projetos que vamos trazer são projetos para a cidade. A gente espera tratamento respeitoso em relação aos projetos”, afirma o petista.

Temas polêmicos já surgem nos projetos e devem provocar embates entre vereadores

Política

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Matéria - Política

Câmara de Goiânia

Os vídeos do prefeito Sandro Mabel (UB), divulgados em suas redes sociais, em que ele bate-boca com lavadores de carros na Praça Tamandaré, com um comerciante e com um caminhoneiro vendedor de frutas por conta do descarte irregular de lixo, e o vazamento de outro vídeo em que ele discute com um servidor da saúde no Cais Novo Mundo, repercutiram negativamente nas próprias redes do prefeito e na Câmara de Goiânia. A percepção do estilo empresário de Mabel, acostumado a mandar em suas empresas, em vez do perfil de um líder político, que ouve e faz a mediação de conflitos, deu vazão aos incômodos que já rondavam o Legislativo.

Durante o mandato de Rogério Cruz houve uma exorbitância indevida da Câmara sobre as competências do Executivo. A casa perdeu poder político na atual gestão. E isso é positivo, afinal os “prefeitinhos” ajudaram a piorar a gestão de Rogério. Mabel não convocou o Legislativo no recesso parlamentar, como aventou antes da posse, regulamentou por decreto (publicado nesta quarta-feira, 26) a aquisição de vagas em escolas particulares para reduzir o déficit nos CMEIs; e criou um plano de reestruturação da Comurg, com previsão de repasse de R$ 190 milhões do Tesouro à empresa sem passar pela Câmara. Essa foi a ação que mais impactou os vereadores.

O incômodo era manifestado publicamente por poucos parlamentares, só por aqueles que mais concentraram poder na Comurg no passado e que agora ficaram no vácuo. Contudo, na sessão de quarta-feira, o grito de descontentamento ecoou nos discursos de vários deles, além da bolha inicial. Ironicamente, quem usurpou poder, sente, neste momento, apropriação indevida de suas funções, com a exclusão do Legislativo das principais decisões administrativas. No caso da Comurg, a prefeitura negocia diretamente com o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) a elaboração de um termo de ajustamento de gestão (TAG), que pretende apresentar também ao Ministério Público, para aplicação dos R$ 190 milhões na Comurg.

A mesa diretora da Câmara passou a semana quebrando cabeça sobre como entrar no processo da Comurg. Assessores legislativos admitem que o prefeito pode fazer o aporte financeiro à empresa sem passar pela Câmara. Só que dizem não haver rubrica na Lei Orçamentária Anual (LOA) para destinar recursos à empresa, além dos pagamentos previstos em contratos pela prestação de serviço da limpeza urbana. Sem rubricas orçamentárias, dizem que a prefeitura terá de recorrer à Câmara, seja para pedir a suplementação por meio de projeto de lei complementar, que exige quórum qualificado, ou para pedir crédito especial à Comurg, este por projeto de lei ordinária, com quórum simples.

As tratativas da prefeitura com o TCM avançaram pouco e nem começaram com o Ministério Público, onde o projeto tende a enfrentar mais resistência. Com isso os vereadores ganharam tempo. E, claro, vão querer bem mais do que ouvir a apresentação do prefeito do plano de recuperação, prevista para a próxima semana. Vão querer participar da definição deste plano. Isso exigirá de Mabel a habilidade de negociar e conciliar ao mesmo tempo em que impede que vereadores atravessem a fronteira que separa as competências de cada poder, preservando suas prerrogativas de prefeito.

Caiado 2026

A divulgação da pesquisa Quaest, quinta-feira (27), e o fogo amigo contra o lançamento da candidatura de Ronaldo Caiado à Presidência da República, em 4 de abril, em Salvador (BA), revelam dois desafios para a consolidação do projeto eleitoral do governador. De acordo com a Quaest, à exceção de Goiás, Caiado é desconhecido por mais de 60% dos eleitores dos oito estados pesquisados (SP, MG, RS, PR, BA, PE, RJ e GO). Além do desconhecimento, o governador enfrenta a oposição de bolsonaristas, que querem deter o monopólio da direita, e de companheiros do União Brasil. A largada de sua campanha, em abril, visa romper seu anonimato, mas ele terá de enfrentar a oposição no UB e os bolsonaristas. Em outras palavras, passar nas prévias da direita.

Incômodo da Câmara com Mabel

Opinião

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Cileide Alves

Matéria - Opinião - Cileide

Grupo de vereadores trabalha para emplacar pauta conservadora na Câmara de Goiânia. Uma das iniciativas, que deve ser protocolada nesta semana, é a criação da Frente Parlamentar Conservadora, que atuará para rejeitar projetos ligados à esquerda.&nbsp;Integrantes da bancada do PT na Casa, Edward Madureira e Fabrício Rosa se queixaram nos últimos dias da estratégia, que já funciona na prática.

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Responsável pela redação do requerimento, Oseias Varão (PL) fala à coluna da intenção de oficializar o movimento. “Queremos um grupo que atue de maneira articulada e trabalhe a rejeição de projetos que não estão de acordo com nossos valores, nossos princípios”, defende. Outra vertente do trabalho é aprovação de propostas direitistas, que surgem em grande número neste início de legislatura.

Vitor Hugo (PL) propôs cobrança de multa “pelo porte e uso de entorpecentes” em ambientes públicos da capital. Coronel Urzêda (PL) quer dar a pais e responsáveis o direito de vetar a participação de seus filhos ou tutelados em atividades pedagógicas relacionadas à temática de gênero. Leia Klébia (Podemos) propôs o reconhecimento e autorização “do intervalo bíblico” em escolas, faculdades e universidades públicas e privadas de Goiânia.

<h2>Tem mais</h2>

Sargento Novandir (MDB) apresentou projetos para conceder títulos de cidadania goianiense aos deputados federais Eduardo Bolsonaro (SP) e Nikolas Ferreira (MG), ambos filiados ao PL.

<h2>Control C</h2>

Além de citar informações das biografias de Eduardo e Nikolas, Novandir apresenta a mesma justificativa para homenagear os dois. Cita “o engajamento posto em suas causas dentro da direita, o qual tem grande influência beneficiando várias pessoas na sociedade brasileira e goianiense”.

<h2>Mesma direção</h2>

A comissão provisória do PL em Goiânia foi renovada. O deputado federal Gustavo Gayer segue à frente da sigla na capital até 8 de fevereiro de 2026.

<h2>Juntos</h2>

O prazo de vigência da comissão do PL em Goiânia é o mesmo estabelecido para o órgão provisório estadual, presidido pelo senador Wilder Morais.

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Réptil - Teiú atravessa rua no Residencial Humaitá,&nbsp;em&nbsp;Goiânia. (Diomício Gomes / O Popular)

<h2>Conflito interno</h2>

O superintendente do Iphan em Goiás, Gilvane Felipe, reage ao presidente do Cidadania em Goiás, Michel Roriz. “O campo do Cidadania é o campo democrático e progressista. Se apressar a iniciar as conversas com Caiado e seu partido não me parece apropriado. Trata-se de líder da direita que luta para ter o apoio do ex-presidente golpista Jair Bolsonaro (PL).”

<h2>Unanimidade</h2>

O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve posição de medida cautelar e derrubou, em julgamento virtual, a primeira lei estadual que regulamentou o pagamento de verba indenizatória a integrantes do governo estadual. A ação direta de inconstitucionalidade (ADI) foi movida pela Procuradoria Geral da República.

<h2>De pé</h2>

Após o avanço da ADI que acaba de ser julgada, o governo estadual fez nova regulamentação da verba indenizatória, definindo que os pagamentos possuem destinação específica para “despesas com transporte e alimentação”. A PGR moveu, no fim de 2023, outra ação que segue sem julgamento e análise de medida cautelar.

<h2>Pergunta para:</h2>

Alexandre Baldy (PP) Presidente da Agehab

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Alexandre Baldy é presidente da Agência Goiana de Habitação e vice-presidente da BYD (Divulgação)

O sr. disputou o Senado em 2022 em cenário de três candidaturas na base. Governistas apontam para candidaturas múltiplas em 2026. Como avalia?

Num cenário de duas vagas aquele quadro de 2022 poderia se repetir sem problema. Lógico que o ideal seria ter apenas dois candidatos a senador da base, mas a multiplicidade de candidaturas não seria tão negativa quanto foi em 2022 porque você briga por dois votos.

<h2>Arremate:</h2>

Dia de Jackson - O convidado do Jackson Abrão Entrevista desta segunda-feira (24) é o secretário municipal da Fazenda, Valdivino Oliveira. Falará, claro, da situação financeira da Prefeitura de Goiânia. O programa tem transmissão ao vivo no portal do POPULAR, a partir das 10 horas.

Viu essa? -&nbsp;O governador Ronaldo Caiado (UB) publicou em sua conta no Instagram, no sábado (22), convite para o lançamento de sua pré-candidatura a presidente da República. O evento será realizado no dia 4 de abril, em Salvador (BA).

Mensagem - “Conto com vocês nessa caminhada por um país mais justo, próspero, seguro e forte! Vamos juntos!”, escreveu Caiado na postagem.

Vereadores se articulam por pauta conservadora

Matéria - Coluna Giro

Giro

Projetos de lei apresentados pelos vereadores novatos

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Vitor Hugo (PL) e Edward Madureira (PT): vereadores mais votados e de lados opostos, iniciam com propostas acenando às suas bases (Fábio Lima / O Popular)

Os vereadores novatos da Câmara de Goiânia iniciaram seus mandatos com uma agenda de propostas diversificada, mas com forte presença de pautas ideológicas e conservadoras, especialmente ligadas à educação e segurança pública. Entre os 26 projetos de lei apresentados até o momento, destacam-se matérias que abordam desde a restrição de conteúdos pedagógicos sobre gênero e sexualidade nas escolas até a criação de programas sociais voltados à moradia e à primeira infância.

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A análise das propostas sugere uma polarização entre projetos de cunho social e iniciativas que reforçam valores conservadores, com destaque para os partidos de direita, como PL e PRTB, que lideram o número de projetos apresentados. Dos 37 vereadores eleitos no ano passado, 10 são novatos. O levantamento realizado pelo POPULAR considerou apenas os parlamentares que nunca tiveram mandato na Câmara de Goiânia, excluindo ex-suplentes que assumiram o mandato ou aqueles que já ocuparam cadeiras em legislaturas anteriores.

A soma das propostas dos neófitos totaliza 26. Desse número, chama a atenção o desempenho de Coronel Urzêda (PL) e Daniela da Gilka (PRTB), cada um com seis propostas apresentadas desde o início da legislatura, em 4 de fevereiro. Enquanto isso, ao longo dessas três semanas iniciais, Sanches da Federal (PP) e Luan Alves (MDB) ainda não apresentaram projetos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/temas-polemicos-ja-surgem-nos-projetos-e-devem-provocar-embates-entre-vereadores-1.3234340" target="_blank">Temas polêmicos já surgem nos projetos e devem provocar embates entre vereadores</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vereadores-aprovam-criac-o-de-41-cargos-em-votac-o-a-jato-1.3233440" target="_blank">Vereadores aprovam criação de 41 cargos em votação a jato</a></div>

Vereadores mais votados da Casa, Vitor Hugo (PL) e Edward Madureira (PT) começaram com certa timidez, mas fazendo acenos às suas bases. Cada um deles apresentou até agora apenas um projeto de lei. No discurso, Vitor Hugo largou seu mandato com foco em segurança e transparência nos gastos públicos. Mas nas matérias, ele propôs a cobrança de multa pelo porte e uso de entorpecentes em logradouros públicos, com o objetivo de coibir o consumo e preservar os espaços públicos.

Além disso, Vitor Hugo, que já foi deputado federal e líder do governo Jair Bolsonaro, vem nacionalizando o debate na Câmara de Goiânia com críticas ao governo Lula. O alinhamento ao ex-presidente foi peça fundamental na eleição do ano passado, rendendo a ele a maior votação, com 15.678 votos. Ele informou ao POPULAR que apostará nas bandeiras pertinentes à direita e já “estuda a apresentação de novos projetos nas áreas de saúde, trânsito, fiscalização, defesa do consumidor e segurança, reforçando seu compromisso com a transparência e a melhoria da gestão municipal”.

Edward Madureira fez sua estreia na Casa com proposta que autoriza a Prefeitura de Goiânia a instituir a gratuidade no transporte coletivo urbano aos domingos e feriados. O benefício seria válido para todos os usuários do sistema de transporte coletivo, incluindo as linhas municipais operadas por concessionárias ou permissionárias.

O projeto, segundo ele, segue uma tendência já adotada em diversas cidades brasileiras, como São Paulo, Distrito Federal e outras 84 municípios que implementaram o modelo de tarifa zero em alguma medida. A iniciativa busca facilitar o acesso ao transporte público e reduzir custos para a população em dias de menor movimento.

Em gesto à base que o elegeu com 13.573 votos, o petista, ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) diz que, embora haja uma expectativa de que seu mandato seja mais voltado às pautas de Educação, não descarta outras agendas como Meio Ambiente e Mobilidade.

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Teste

Paralelamente, há vereadores que optaram por abrir mão de, nesse primeiro momento, apresentar projetos - caso de Sanches da Federal (PP) e Luan Alves (MDB), esse último presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Eles justificam que ainda estão avaliando o funcionamento do Legislativo e que o primeiro mês foi um “teste”, dizendo que a partir de março devem começar a encaminhar as primeiras matérias.

Alves afirma que apesar da experiência presidindo a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), sua pauta não se resume ao tema. “Além de projetos na área ambiental, apresentaremos também, em breve, referentes a infraestrutura, entretenimento e em quaisquer outras pautas que identificarmos problemas e também recebermos demandas”, diz o emedebista, acrescentando que acompanhará as mudanças da Prefeitura, especialmente às que se referem à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).

Sanches classifica o primeiro mês como de “ambientação e familiarização com os procedimentos da Casa”. “Acho que agora estou um pouco mais confortável e a partir do mês que vem apresentarei mais projetos técnicos, mais voltados à minha área, de mobilidade, segurança pública, esporte”, diz.