Com o objetivo de contribuir para a produção de ventiladores pulmonares, a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da projeto Pneuma da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC), desenvolveu um protótipo com peças de fácil acesso no Brasil, estratégia que diminui o custo do equipamento. De acordo com o professor da EMC, Sigeo Kitatani Júnior, o aparelho deve custar cerca de R$ 15 mil, com variações de acordo com a empresa que for fabricá-lo em parceria com a universidade. O valor é considerado abaixo do mercado. Uma equipe multidisciplinar da UFG está envolvida no desenvolvimento do equipamento. Atualmente, nenhuma indústria goiana produz ventilador pulmonar.Sigeo afirma que a universidade está preparando os documentos necessários para submeter o aparelho ao crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não há previsão de quanto tempo a análise deve demorar no órgão federal, mas o professor diz que a expectativa é que em cerca de um mês o processo burocrático tenha terminado. Como não é possível firmar parceria com uma empresa que tenha capacidade de produzir as maquinas em curto espaço de tempo, o grupo que desenvolveu o primeiro aparelho na UFG também trabalha na fabricação de um lote de 10 a 20 unidades. “Estamos simulando o processo de fabricação, testando e fazendo ajustes. Queremos nos adiantar. Quando a Anvisa autorizar, os aparelhos serão usados no Hospital das Clínicas”, diz Sigeo. O professor explica que o equipamento tem capacidade limitada de operação e não pode ser usado em todos os pacientes, como ocorre com os respiradores comerciais. “O nosso aparelho não tem modo assistido, que percebe melhora do paciente e se adapta a estas mudanças. Para fazer isso, demoraria mais tempo, então preferimos construir um modelo convencional. Este tipo é para ser usado em pessoas em coma”, diz. Sigeo afirma que no desenvolvimento do aparelho foi levado em consideração segurança, risco, situação clínica e a capacidade de pleno atendimento ao paciente.