Karla Jaime

O Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (INF/UFG) vai realizar um projeto com o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) com objetivo de produzir uma ferramenta, ou ferramentas, de inteligência artificial (IA) para identificar fake news. Está prevista a disponibilização de ferramentas computacionais já para uso nas eleições municipais, o que permitirá fazer a coleta de postagens suspeitas em redes sociais e sites da internet, realizar detecção semiautomática por meio do uso de IA e gerar painéis com escores para uso dos peritos do TRE-GO, informa o diretor do INF/UFG, professor Eliomar Araújo de Lima.

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Um total de R$ 4,2 milhões será investido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatatel) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), dos quais R$ 2,8 milhões pela agência e R$ 1,4 milhão pela fundação, para financiamento de um projeto de pesquisa sobre o tema Web 3.0.

“Dentre as Provas de Conceito experimentais previstas para o projeto, uma delas está relacionada com a detecção e combate a fake news”, detalha o diretor do INF/UFG. A parceria com o TRE-GO se dá nesse projeto, diz ainda Lima, seja para permitir a coleta de dados referente ao processo eleitoral, seja para disponibilização de ferramenta computacional baseada em inteligência artificial e blockchain (mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/ia-motiva-ac-es-judiciaisja-na-pre-campanha-1.3158412" target="_blank">IA motiva ações judiciaisjá na pré-campanha</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/deputados-goianos-divergem-sobre-pec-da-seguranca-1.3158417" target="_blank">Deputados goianos divergem sobre PEC da Segurança</a></div>

Além disso, está previsto um convênio do Instituto de Informática da UFG com o TRE-GO para implementar uma solução de contenção a fake news e distorção de conteúdo geradas, por exemplo, por meio de deepFakes e IAs generativas (chatGPT, Gemini, llama, etc.).

Também será fornecido um canal de acesso pela população para avaliar (ou denunciar) postagens suspeitas.

UFG e TRE se unem em projeto de IA para detectar fake news

Política

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Matéria - Política

Eleições 2024

Candidaturas em Goiás com votação irrisória

Em 2024, 161 pessoas se candidataram a vereador em municípios goianos e registraram custo de voto igual ou superior a R$ 1 mil, quando levado em consideração as receitas transferidas diretamente por partidos políticos e repasses feitos por outros candidatos às suas campanhas. Ao todo, esses candidatos registraram receita de R$ 2,8 milhões.

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O principal caso localizado pela reportagem nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é de Tayná Garcia (PV), que disputou cadeira na Câmara de Chapadão do Céu. A candidata registrou apenas um voto e recebeu R$ 17,8 mil de verba pública (R$ 17,2 mil da direção nacional do PV e R$ 555,80 da direção estadual do PT). Os partidos PT, PCdoB e PV formam a Federação Brasil da Esperança e, por isso, apresentaram chapa única.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/vereadores-eleitos-receberam-47-6-das-doac-es-privadas-1.3202631" target="_blank">Vereadores eleitos receberam 47,6% das doações privadas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mpe-aponta-abuso-de-poder-e-pede-inelegibilidade-de-caiado-e-mabel-1.3204331" target="_blank">MPE aponta abuso de poder e pede inelegibilidade de Caiado e Mabel</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/guerra-de-decretos-muda-refis-que-para-na-justica-1.3204784" target="_blank">Guerra de decretos muda Refis, que para na Justiça</a></div>

A votação irrisória é um dos critérios considerados pelo TSE na análise de supostas candidaturas laranjas, dentro da avaliação do cumprimento da cota de gênero (mínimo de 30%).

Na prestação de contas, Tayná informou gastos com mobilização de rua e materiais impressos. No registro de candidatura consta que esta é a primeira eleição dela, que tem 26 anos e trabalha como auxiliar de escritório. Chapadão do Céu está localizada no Sudoeste de Goiás, tem 12,8 mil habitantes e 9 mil eleitores. A Câmara tem nove vereadores. Os eleitos em 2024 receberam entre 460 e 273 votos.

<div attr-cid="policy:1.3205624" attr-version="policy:1.3205624:1733103955" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3205624" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3205624', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3205624">Candidaturas em Goiás com votação irrisória (1.3205624)</a></div>

Em nota, o presidente estadual do PV, Cristiano Cunha, disse que a direção goiana efetuou as indicações das candidaturas registradas para que a executiva nacional efetuasse a distribuição de recursos. Cunha afirmou que foram respeitadas as cotas de gênero e racial, com distribuição de verba acima dos mínimos previstos em lei.

Segundo o presidente, naquele momento, a maior parte dos candidatos e o potencial eleitoral eram desconhecidos da direção estadual, “que, contudo, buscou prestigiar a maior parte das candidaturas femininas e outras de alta expectativa eleitoral”. “Os recursos foram destinados e como foram gastos, a direção estadual não tem qualquer gerência. Competindo a cada um a sua respectiva prestação de contas”, disse, na nota.

Presidente estadual do PT, Kátia Maria afirmou que a doação feita pelo partido a Tayná é referente a material impresso, com santinhos e botons. Segundo a presidente, o partido apenas fez transferência direta de recursos para candidatos do PT.

Outro caso

Candidata a vereadora pelo PL em Ipiranga de Goiás, a dona de casa Maria de Fátima Ramos Leite, 66 anos, - registrou na urna o nome Maria de Fátima Preta - também recebeu apenas um voto. A campanha dela teve receita total de R$ 10,4 mil, de repasse feito pelo candidato a prefeito Zé Mauro (PL), ou seja, de campanha para campanha. Para a disputa ao Executivo, Zé Mauro recebeu R$ 107 mil - sendo R$ 100 mil do PL - e usou R$ 63 mil em doações para outros candidatos.

Ao POPULAR, Maria de Fátima disse que fez campanha. “Subi no palanque, falei, mas como eu vou obrigar as pessoas a votarem em mim? Não tem como”, afirmou. De acordo com a prestação de contas feita ao TSE, a maior parte do recurso foi aplicado em despesa com pessoal. Maria de Fátima também disputou a eleição para vereadora em 2020 e 2016, quando recebeu 11 votos em cada pleito.

Por nota, o advogado do PL em Goiás, Leonardo Batista, afirmou que o partido tem como premissa a “obediência rigorosa” à legislação eleitoral, especialmente no que se refere à cota de gênero, e todas as comissões provisórias municipais foram orientadas quanto ao tema. Segundo Batista, Maria de Fátima entrou na disputa em substituição a outra candidata e existem provas concretas de que ela realizou campanha eleitoral e efetuou despesas legítimas.

O advogado enviou à reportagem imagens de material digital e gráfico da campanha da candidata, além de documento referente a pagamento. “A obtenção de apenas um voto trata-se de uma fatalidade, mas não desqualifica o cumprimento do processo eleitoral e do papel exercido por ela”, disse Batista.

Incoerência

Em Vila Boa, o agricultor Valmir Ferreira (PSOL), 26 anos, disputou a eleição para vereador pela primeira vez neste ano e também teve apenas um voto. Na prestação de contas consta que o candidato recebeu R$ 7,7 mil. A maior parte do recurso, R$ 7,6 mil, veio do partido. Valmir também recebeu R$ 100 via campanha do candidato a prefeito Djalma da Farmácia (PSB). Assim como as outras candidatas, Valmir prestou contas de despesas, em gastos com adesivos e mobilização de rua.

Presidente estadual do PSOL, Cíntia Dias afirmou que a divisão de recursos foi preestabelecida pela direção nacional, seguindo regras para cumprir a cota de gênero. Segundo Cíntia, a compreensão da executiva estadual é que existem municípios que receberam recursos, mas não tinham trabalho consistente para a campanha. Entre os casos, de acordo com a presidente, está Vila Boa.

Cíntia afirmou que o partido abriu sindicância para cobrar posicionamento de diretórios municipais e o processo está em andamento. “Estamos chocados com isso e lamentamos muito. É um constrangimento para o PSOL ter algumas pessoas que não têm responsabilidade com o que deveria”, disse.

A reportagem entrou em contato com Tayná, mas não houve retorno até o fechamento desta edição. No caso de Valmir, não foi encontrada nenhuma forma de contato.

Em Goiás, 161 candidatos caem em critério do TSE sobre 'laranjas'

Para o Ministério Público Eleitoral (MPE), está demonstrada, “sem sombra de dúvidas”, a caracterização de abuso de poder político e de autoridade nos dois jantares promovidos, em outubro, pelo governador Ronaldo Caiado (UB), no Palácio das Esmeraldas, com vereadores, suplentes e outras lideranças políticas. O entendimento é que os eventos tiveram caráter eleitoral para apoio à candidatura de Sandro Mabel (UB) e de sua vice, Coronel Cláudia (Avante), à Prefeitura de Goiânia.

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A manifestação do MPE ocorreu no âmbito da Ação de Investigação Judicial Eleitoral protocolada por Fred Rodrigues (PL) e sua coligação (formada por PL e Novo) em outubro, ainda durante a campanha. No processo, os pedidos são de inelegibilidade dos investigados, cassação dos registros de candidatura e/ou dos diplomas e aplicação de multa. O MPE opinou pela procedência das solicitações. Dentro deste mesmo processo já houve uma decisão liminar determinando que não sejam realizados eventos políticos na residência oficial do governador de Goiás.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/tre-go-comeca-julgamento-de-chapa-do-pl-por-fraude-a-cota-de-genero-1.3204336" target="_blank">TRE-GO começa julgamento de chapa do PL por fraude à cota de gênero</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/campanha-para-prefeitura-de-goiania-custou-r-32-milh-es-1.3202987" target="_blank">Campanha para Prefeitura de Goiânia custou R$ 32 milhões</a></div>

Fred e Mabel se enfrentaram no segundo turno da eleição. Mabel foi vitorioso com 55,53% dos votos, impondo virada ao resultado do primeiro turno, quando Fred terminou na frente. Mabel entrou na disputa com apoio de Caiado e Fred teve respaldo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).

No processo, a coligação liderada pelo PL alegou que, no dia 7 de outubro (na segunda-feira após o primeiro turno), Caiado ofereceu jantar no Palácio das Esmeraldas para 26 vereadores eleitos em Goiânia, “evento que contou com a participação do candidato investigado e que teve como único intuito arregimentar apoiadores ao seu projeto político-eleitoral (...)”. Segundo a coligação, no dia 9 de outubro foi realizado outro jantar na mesma estrutura para suplentes de vereador e outras lideranças.

Na manifestação, o promotor eleitoral Astúlio Gonçalves de Souza afirmou que os jantares mencionados “tiveram nítido caráter político eleitoral” em busca de apoio às candidaturas de Mabel e Cláudia. No texto, o promotor afirma que, no âmbito da ação, houve esforço, principalmente da defesa de Caiado, para apontar que os eventos tiveram conotação institucional.&nbsp;

No entanto, Souza reiterou que “é inegável que tais eventos tiveram por escopo a busca de apoio para os mencionados candidatos a prefeito e vice-prefeita de Goiânia, conforme demonstra a farta prova juntada aos autos”. O promotor destacou que, nos eventos, Caiado usou materiais (especialmente alimentos e bebidas) e serviços públicos (realizados pelos servidores que ali exercem suas funções), condutas que são proibidas pela legislação eleitoral.

Advogado de Fred e da coligação do PL, Victor Hugo dos Santos destacou que o MPE seguiu os argumentos apontados pelos autores da ação e classificou o posicionamento como “justo”. “É desproporcional. De um lado, um candidato (Fred). Do outro, uma máquina deste tamanho para atrair apoio político. Isso afeta a igualdade do pleito”, disse Santos. O advogado também lembrou que existe outra ação contra a candidatura de Mabel em andamento, que aponta suposto favorecimento político durante a campanha, com uso do Goiás Social, programa do governo estadual.

Reação

Em nota, a assessoria do governador afirmou que o evento citado teve como objetivo principal parabenizar os vereadores de Goiânia pela vitória “e não se caracterizou como uma atividade de cunho eleitoral”. A nota também aponta “estranheza” diante da manifestação do MPE “antes da devida instrução processual, e consequente oitiva das testemunhas essenciais para o esclarecimento dos fatos”.

De acordo com o texto, eventos de natureza eleitoral são realizados fora do Palácio das Esmeraldas, com respeito à legislação vigente e às normas estabelecidas pela Justiça Eleitoral. A nota também ressalta o compromisso de Caiado com a transparência, respeito às instituições democráticas e a ética em todas as suas ações. A assessoria também disse que, no momento oportuno, Caiado apresentará sua defesa com os esclarecimentos necessários para demonstrar a regularidade de sua conduta.&nbsp;

Também por nota, a defesa da chapa de Mabel apresentou argumentos semelhantes ao de Caiado, destacando que os eventos questionados não tiveram objetivo eleitoral. “A agenda em questão foi promovida pelo governador Ronaldo Caiado como parte de sua rotina política, sem qualquer caráter eleitoral”, diz o texto. A defesa também afirma que nos eventos não foram feitos pedidos de voto ou qualquer ação que configure benefício à chapa de Mabel.&nbsp;

“A defesa reitera que as condutas apontadas não possuem gravidade suficiente para ensejar a cassação da chapa ou a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado”, alega o texto. Segundo a nota, a expectativa do grupo é que a Justiça Eleitoral, com base na jurisprudência do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não reconhecerá os pedidos apresentados

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MPE aponta abuso de poder e pede inelegibilidade de Caiado e Mabel

Prestação de contas

Os candidatos à Prefeitura de Goiânia registraram R$ 32,8 milhões em despesas contratadas durante a campanha de 2024. O principal gasto foi com produção de programa de rádio e TV, que custou R$ 8,2 milhões. Na lista, aparecem em seguida os serviços prestados por terceiros (assessoria de comunicação e marketing, eventos, limpeza, motoristas, entre outros) e despesa com pessoal, itens com os quais os candidatos gastaram R$ 5 milhões e R$ 3,9 milhões, respectivamente.

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A campanha vitoriosa do empresário Sandro Mabel (UB) foi a que teve o maior volume de despesa, R$ 11 milhões. Cada um dos 543,7 mil votos recebidos pelo prefeito eleito nos dois turnos da eleição custou R$ 20,25. Derrotado no segundo turno, o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL) gastou R$ 3,6 milhões e recebeu 497,3 mil votos ao todo. O custo unitário é de R$ 7,36. Para os candidatos que estiveram nos dois turnos, o limite de despesa foi de R$ 11,7 milhões.

<div class="p-readmore-box"> 
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Na análise de custo por voto entre os candidatos que disputaram apenas o primeiro turno, o maior valor foi da campanha do senador Vanderlan Cardoso (PSD), de R$ 153,05. Vanderlan teve despesa de R$ 6,9 milhões e recebeu 45 mil votos. O senador chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto, mas desidratou em meio ao crescimento de Fred, que tinha apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O segundo maior custo por voto foi do candidato à reeleição Rogério Cruz (SD), com R$ 120,14. O atual prefeito gastou R$ 2,5 milhões na campanha e teve 21 mil votos. Atualmente, Cruz está com a prestação de contas no vermelho, pois teve apenas R$ 1,2 milhão de receita (maior parte por repasse de seu partido). A reportagem entrou em contato com a assessoria de Cruz, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

No caso do jornalista Matheus Ribeiro (PSDB), cada um dos seus 46,8 mil votos custou R$ 67,66. O tucano registrou R$ 3 milhões em despesas contratadas. Já a deputada federal Adriana Accorsi gastou R$ 5,5 milhões e recebeu 168 mil votos (custo de R$ 32,73 por voto). O Professor Pantaleão (UP) não declarou gastos, mas teve receita de R$ 14 mil. Segundo Pantaleão, o recurso foi usado na campanha de candidatos a vereador.

Os candidatos que disputaram apenas o primeiro turno tinham limite de despesa de R$ 8,4 milhões. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referentes à prestação de contas final dos candidatos.

Investimento

Mabel destacou o empenho financeiro do União Brasil em sua campanha e relacionou o cenário com o governador Ronaldo Caiado, presidente do partido em Goiás. “É um governador que é do partido e que tinha interesse em eleger o candidato dele aqui, e o partido cumpriu”, disse Mabel. A campanha recebeu R$ 10,7 milhões de recursos públicos via partido. Também houve doação de R$ 273,4 mil de pessoas físicas.

O prefeito eleito esteve em Londres na semana passada ao lado de outros novos gestores municipais do União Brasil e afirma que todos elogiaram o apoio financeiro que receberam do partido. “Aqui em Goiânia, como tinha a força do Caiado, eles entenderam de fazer o investimento. Não foi o máximo, porque faltou alguma coisa para o máximo que era permitido, mas foi um recurso significativo e permitiu que fosse feita a campanha”, declarou Mabel.

Para o cientista político Guilherme Carvalho, embora Mabel tenha gastado o maior volume de recursos, o fato do custo por voto ter ficado em R$ 20,25, demonstra que a campanha teve resultado eficiente. Carvalho afirma que o cenário em Goiânia evidencia a estratégia do União Brasil - e também usada por outros partidos, como MDB e PSD, a nível nacional - de investir em campanhas para deputado federal e fazer grandes bancadas, para ter acesso a mais recursos públicos para aplicar no pleito municipal.

Por outro lado, Carvalho ressalta que o recurso financeiro não é o único fator que contribui para a competitividade dos candidatos. O cientista político citou o caso de Fred, que gastou menos que Mabel e “quase levou” a eleição. Fred terminou o primeiro turno à frente de Mabel. O candidato de Caiado virou o jogo no segundo turno. “Outros fatores pesam além de dinheiro, como o ideológico”, disse Carvalho.

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Despesa com redes sociais foi de R$ 2,3 milhões

No recorte pelas estratégias adotadas pelos candidatos à Prefeitura de Goiânia para pedir voto ao eleitor, o cientista político Guilherme Carvalho destacou o uso de R$ 2,3 milhões para impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.

“Quando comparado com outras ferramentas mais tradicionais, como material impresso - um clássico das campanhas eleitorais no Brasil -, vemos a ampliação dessa ferramenta e isso sendo utilizado de forma ostensiva”, afirmou. A despesa com materiais impressos foi de R$ 3,2 milhões.&nbsp;

O prefeito eleito Sandro Mabel (UB) foi o que mais investiu em impulsionamento de conteúdo, R$ 927 mil ao longo de toda a campanha. Na lista, Fred Rodrigues (PL) aparece em segundo lugar, com R$ 555 mil. Os dois disputaram o segundo turno da eleição e, portanto, tiveram mais tempo de campanha.

Matheus Ribeiro (PSDB) foi o terceiro que mais gastou com redes sociais, R$ 500 mil, em estratégia para fazer frente ao pouco tempo que tinha nos programas de rádio e TV, apenas 29 segundos. Vanderlan Cardoso (PSD) gastou R$ 160 mil, enquanto Rogério Cruz (SD) investiu R$ 121 mil, e Adriana Accorsi (PT), R$ 119 mil.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3203008" attr-version="policy:1.3203008:1732494154" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3203008" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3203008', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3203008">Prestação de contas (1.3203008)</a></div>

Campanha para Prefeitura de Goiânia custou R$ 32 milhões

Eelições 2024

Doações de campanha aos vereadores

<a href="https://opopular.com.br/politica/gastos-de-12-n-o-reeleitos-somam-r-2-milh-es-1.3200532" target="_blank">Os 37 vereadores eleitos de Goiânia contaram com R$ 4,26 milhões de financiamento de pessoas físicas na campanha eleitoral deste ano</a>, segundo prestação de contas oficial dos candidatos. O valor equivale a quase metade (47,6%) do total de doações privadas da disputa ao Legislativo da capital, excluindo recursos próprios dos candidatos. Dos 648 candidatos a vereador da capital (considerando os registros deferidos pela Justiça Eleitoral), 273 obtiveram doações de pessoas físicas. O pequeno grupo de eleitos (37) teve 1.120 financiadores.

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Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relativos à prestação final de contas fornecida pelas campanhas no início deste mês. Os valores incluem não apenas recursos transferidos diretamente aos postulantes, mas também doações estimadas, que se referem a uso de bens ou de serviços com valores equivalentes.

O presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), que caminha para o quarto mandato no comando da Casa, foi quem conseguiu maior volume de recursos de pessoas físicas: R$ 470,6 mil, de 100 doadores. Mais da metade dos patrocinadores do dirigente do Legislativo é procurador do município e da Câmara, que são servidores efetivos. A categoria foi contemplada em vários projetos de mudanças de carreira, aumento da remuneração e criação de benefícios por meio de emendas articuladas pelo presidente.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/vereadores-de-aparecida-de-goiania-aprovam-aumento-de-quase-r-9-mil-em-salario-apos-11-segundos-de-votac-o-1.3201141" target="_blank">Vereadores de Aparecida de Goiânia aprovam aumento de quase R$ 9 mil em salário após 11 segundos de votação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vereadores-discutem-aumento-para-o-proprio-salario-em-aparecida-1.3196827" target="_blank">Vereadores discutem aumento para o próprio salário em Aparecida</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/gastos-de-12-n-o-reeleitos-somam-r-2-milh-es-1.3200532" target="_blank">Gastos de 12 não reeleitos somam R$ 2 milhões</a></div>

A campanha de Policarpo também contou com doações de auxiliares da Prefeitura ligados a ele, como o procurador-geral do Município, José Carlos Issy, e os secretários Marcelo Torrubia (Mobilidade) e Welington Paranhos (GCM), que transferiram R$ 56 mil, R$ 15 mil e R$ 30 mil, respectivamente. O procurador-geral da Câmara, Kowalsky Ribeiro, deu a maior contribuição: R$ 76 mil.

O segundo colocado no ranking de doações particulares também teve reforço de máquina do Legislativo, mas, neste caso, da Assembleia. Trata-se do pai do presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), o ex-vereador Sebastião Peixoto (PSDB), que teve R$ 331,2 mil vindos de 36 financiadores. Vários diretores e comissionados da Alego estão na lista de doações.

O terceiro lugar é da vereadora Aava Santiago (PSDB), que contou com R$ 284,6 mil, de 53 doadores, sendo boa parte servidor comissionado da Câmara.

Em número de doadores, o ex-reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira (PT) e o vereador decano de Goiânia, Anselmo Pereira (MDB), lideram o ranking: o petista teve 341 financiadores, com receita de R$ 237,7 mil, e o emedebista, 195, tendo arrecadado R$ 232,9 mil.

Grande parte das contribuições para a campanha de Anselmo veio, assim como no caso de Policarpo, de servidores efetivos do Paço, principalmente auditores fiscais. A categoria foi contemplada com projetos de lei aprovados na atual legislatura, com articulação do vereador. A reestruturação da carreira foi aprovada no fim de 2022, com mudanças na carga horária e na progressão.

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O cruzamento da planilha de arrecadação da campanha com as folhas de pagamento da Prefeitura e da Câmara aponta que cerca de 35% dos doadores são servidores públicos, comissionados ou efetivos dos dois Poderes.

Edward contou com doação de R$ 100 mil do empresário do agronegócio Carlos Ernesto Augustin, conhecido como Teti, que é assessor especial do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Ele chegou a ensaiar candidatura a prefeito de Rondonópolis (MT) pelo PT, mas desistiu. Teti destinou mais de R$ 1,1 milhão a campanhas no Mato Grosso, interior de São Paulo e da capital goiana.

Outros três empresários fizeram doações de R$ 100 mil a vereadores eleitos em Goiânia, ficando no topo de valores individuais. Um deles é Márcio José Mendes, CEO e sócio-fundador do grupo RFK/Refriko, do Paraná, que atua no setor de bebidas e transportes, e que contribuiu para a campanha da vereadora reeleita Léia Klébia (Podemos).

O empresário do agro goiano Renato Perboni doou o mesmo valor ao vereador reeleito Sargento Novandir (MDB). Já Márcio Alves da Costa, sócio-administrador da Ita Locações de Veículos e Equipamentos, colaborou com a campanha do também reeleito Ronilson Reis (SD).

Ao total, pessoas físicas contribuíram com R$ 8,96 milhões para campanhas ao Legislativo goianiense. Os dados do TSE mostram que, considerando todas as fontes de recursos, os candidatos a vereador tiveram R$ 32,9 milhões de arrecadação , sendo R$ 20,3 milhões de verba pública (fundos eleitoral, partidário e contribuições de outros candidatos) e R$ 12,6 milhões privada. Neste último grupo, estão as doações de pessoas físicas e outros R$ 3,21 milhões que os candidatos tiraram do próprio bolso.