Fabiana Pulcineli

Pagamento da dívida dos estados

O governo federal bancou R$ 6,55 bilhões de dívidas não pagas pelo Estado de Goiás desde 2019, início do mandato do governador Ronaldo Caiado (UB). Inicialmente por liminares do Supremo Tribunal Federal (STF) e, mais tarde, pela adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), a gestão estadual se livrou do pagamento integral ou parcial dos serviços da dívida em todos os anos do governo Caiado.

A gestão seguirá sendo contemplada com ajuda na União com a entrada no Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que está prestes a ser oficializada. Na semana passada, ao comentar as adesões, Caiado disse que seu governo “construiu algo em equilíbrio fiscal que nunca se sonhou e nunca se imaginou que o Estado pudesse caminhar com suas próprias pernas”.

Os dados dos pagamentos foram atualizados pelo balanço da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, referente a novembro de 2025. Este ano, os valores cobertos pela União para o governo goiano somaram R$ 815,69 milhões. Goiás é o terceiro Estado mais beneficiado nos últimos seis anos.

Os empréstimos foram contratados com garantia por parte da União. Quando não quitados pelo Estado, os valores são assumidos pelo governo federal. Os dados constam no Relatório de Garantias Honradas pela União em Operações de Crédito e Recuperação de Contragarantias, da STN.

No acumulado de 2025, o governo federal honrou R$ 9,53 bilhões de estados, sendo o Rio de Janeiro como maior beneficiário, seguido por Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

<div attr-cid="policy:1.3350365" attr-version="policy:1.3350365:1765850809" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3350365" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3350365', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3350365">Pagamento da dívida dos estados (1.3350365)</a></div>

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou despacho que determina a saída de Goiás do RRF, condicionada à adesão ao Propag, que mantém vantagens do regime anterior e acrescenta novos benefícios ao Estado.

O novo programa é considerado mais vantajoso por zerar os juros da dívida, aplicar apenas inflação e não mais taxa Selic, e por permitir a elevação do teto de gastos, além de amortização de 20% do valor da dívida total, que é de R$ 20,5 bilhões com garantias da União. A amortização, com oferta de ativos (recursos hídricos e minerais, parte da dívida ativa e possível uso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional), será de R$ 4,1 bilhões.

No RRF, a que Goiás aderiu em 2022, o estado é beneficiado com redução extraordinária das prestações de operações de crédito com o sistema financeiro e instituições multilaterais garantidas pela União. No primeiro ano de adesão, o ente não paga o serviço da dívida e, a partir do exercício seguinte, há aumento de 11,11 pontos percentuais anuais. O restante entra no contrato de refinanciamento por 30 anos.

Pelo escalonamento, Goiás passou a pagar este ano 33,3% do serviço da dívida. A saída do RRF estava prevista para 2027, mas com o novo programa, houve antecipação.

Na soma total de 2016 a 2024, período do relatório da STN, a União honrou R$ 84,5 bilhões de garantias dos estados, sendo R$ 44,5 bilhões para o Rio; R$ 22,4 bilhões para Minas; e Goiás com R$ 6,58 bilhões.

O governo federal passou a honrar garantias de empréstimos contraídos por Goiás em 2018, quando houve atraso em pagamentos de contrato com a Caixa Econômica Federal para saneamento financeiro da Celg D, no valor de R$ 3,5 bilhões, assinado em 2011. A ajuda, no entanto, foi bem inferior aos anos seguintes. Na ocasião, a União pagou R$ 33,59 milhões, mas o estado quitou contrapartida de R$ 33,61 milhões.

Já em 2019, o governo federal cobriu R$ 770 milhões. Em 2021, saltou para R$ 1,3 bilhão, maior valor dos últimos seis anos. Os pagamentos ocorreram por ordem do Supremo, que determinava a aplicação de regras do RRF ao Estado ainda antes da adesão oficial ao RRF.

O valor atual da dívida consolidada bruta de Goiás é de R$ 27,9 bilhões, segundo o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) no segundo quadrimestre deste ano. É que nem todas as dívidas do estado têm garantias da União, além de nem todas terem entrado no contrato de refinanciamento do RRF.

União quitou R$ 6,5 bilhões de dívidas não pagas por Goiás desde 2019

Política

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Matéria - Política

Ajuste fiscal

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (15) em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, que o governador Ronaldo Caiado (UB) pensa que a postura do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os governadores será de conflito, “igual àquela do Presidente da República – em referência a Jair Bolsonaro – que ele apoiou durante tanto tempo, que fazia conflito”. O ministro negou que esta é a posição do atual governo.

A entrevista exibida no Canal Gov, veículo da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), foi a uma pergunta do repórter Bruno Gular, da Rádio Bandeirantes de Goiânia. O repórter questionou o ministro Padilha a respeito de declarações recentes de Caiado por ocasião da ação direta de constitucionalidade (ADI) do Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Ministério da Saúde. O governador cobra uma suposta dívida de R$ 1,2 bilhão do Fundo Nacional do SUS ao Fundo Estadual e reclama falta de transparência na definição dos critérios para distribuição desses recursos a Estados e municípios, entre outras cobranças.

Padilha começou dizendo que não sabia quais eram os fundamentos dos argumentos do governador goiano. A seguir disse que a resposta do Ministério da Saúde eram os serviços prestados Goiás em as parcerias com o Estado. O ministro citou a inauguração, na quinta-feira (11), do C<a href="https://opopular.com.br/cidades/hospital-das-clinicas-inaugura-equipamento-para-radioterapia-1.3348459" target="_self">entro de Radioterapia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG)</a>. Segundo o ministério, esse centro tem o primeiro acelerador linear, destinado a tratamento de pacientes oncológicos, 100% SUS em Goiás. O centro recebeu investimentos de R$ 14,5 milhões, ainda segundo o ministério, e vai atender 600 pacientes por ano.

Alexandre Padilha também citou a presença em Goiânia, por 30 dias, da carreta “Agora tem especialista”, com atendimento de “mais de mil pessoas”, em parceria com a prefeitura de Goiânia, e a inauguração do Novo Hospital Municipal Universitário (Novo HMU), em Rio Verde. Esse hospital foi construído com recursos da prefeitura. Teve uma etapa inaugurada no final de 2024. O seu custeio, contudo, será com ajuda do Ministério da Saúde. A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Rio Verde informou que a inauguração do Novo HMU será no dia 20 ou 22 próximos.

“Eu acho que, infelizmente, o atual governador de Goiás fica pensando mais em ser candidato a Presidente da República do que em cuidar da população do

estado de Goiás”, provocou o ministro. Ele declarou que “apesar da falta de educação dele [Caiado], apesar dos argumentos que ele fica soltando por aí, a nossa ação vai ser ajudar a cuidar do povo do estado de Goiás, independente das falas e da crítica”.

Ao dizer que o governo federal não entrará em conflito, o ministro afirmou que Bolsonaro, “que ele [Caiado] apoiou, chegou a fazer conflito até sobre vacina, sobre condutas no meio da pandemia”. “Nós não vamos ter a postura que o Presidente da República dele teve em relação aos governadores. A nossa resposta é essa, e continuar agindo. Este ano, dezembro, a gente vai inaugurar um hospital em Rio Verde, que vai ser mais um grande exemplo da parceria do governo federal com os municípios e com o estado de Goiás. Então vamos continuar agindo com parceria, investindo cada vez mais.”

Esta foi a primeira vez que o ministro Padilha se manifestou a respeito das críticas do governador goiano desde que ele propôs à ADI no STF, em 2 de outubro. Em resposta a questionamentos desta coluna, o Ministério da Saúde encaminhou uma nota em 12 de novembro negando dívida com o Estado e afirmando que aumentou em 65,3% os repasses para o governo estadual.

Segundo a nota, em 2023 “foram aumentados os tetos financeiros da atenção especializada; a habilitação de serviços; a concessão de parcelas únicas de custeio; as emendas parlamentares; os investimentos e custeios ligados à atenção primária, à vigilância em saúde e à gestão do trabalho e da educação em saúde; o acesso a medicamentos; os investimentos na rede e na aquisição de equipamentos; a incorporação de novas tecnologias; e a <a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-da-cileide/em-resposta-a-reclamac-es-de-caiado-ministerio-da-saude-diz-que-aumentou-em-65-recursos-para-goias-1.3336057" target="_self">implantação de mecanismos de saúde digital, entre outras iniciativas</a>”.&nbsp;

Em 17 de novembro, nota da Secretaria Estadual de Saúde (SES) encaminhada a esta coluna reconheceu os “incrementos apontados” pelo ministério, mas observou que eles não decorreram de uma política estruturada, mas de ações pontuais ou por iniciativas do Estado e da bancada federal. A SES alegou também que o aumento não levou em conta a <a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-da-cileide/estado-contesta-ministerio-da-saude-sobre-aumento-de-repasses-para-financiar-o-sus-1.3337970" target="_self">“defasagem acumulada em quase 20 anos sem atualização real dos tetos”</a>.&nbsp;

Em resposta a Caiado, ministro da Saúde diz que governo Lula não entra em conflito com governadores

Opinião

Opinião - título

Cileide Alves

Matéria - Opinião - Cileide

CHEGA PRA CÁ

O governo de Goiás sinaliza que não recuará da <a href="https://opopular.com.br/politica/sede-da-caixa-e-area-do-joquei-na-mira-do-estado-1.3289136" target="_blank">compra do prédio</a> que abriga a superintendência regional da Caixa Econômica Federal, na Avenida Anhanguera, em Goiânia, mesmo diante da recomendação do Ministério Público Estadual (MP-GO), expedida na última sexta-feira (12), pela suspensão da aquisição do imóvel. A principal justificativa apontada nos bastidores é de que “não há inconsistências” no processo de compra e de remanejamento de recursos da Saúde.

O ato, feito pela promotora Leila Maria de Oliveira, da 50ª Promotoria de Justiça, aponta fragilidades na instrução do processo administrativo para compra do prédio da Caixa, especialmente quanto à demonstração do interesse público específico, à análise de vantajosidade econômico-financeira, à avaliação do imóvel e à justificativa da escolha do prédio em detrimento de outras alternativas, como locação ou uso de imóveis públicos já disponíveis.

A promotora questiona também a origem dos recursos para a aquisição. Conforme o documento, lei estadual publicada em 8 de dezembro autorizou a abertura de crédito especial de R$ 128,7 milhões, sendo que R$ 82,4 milhões seriam provenientes de anulação de dotações do Fundo Estadual de Saúde. Segundo o MP-GO, essa anulação não teria contado com a autorização do pleno do Conselho Estadual de Saúde.

Questionada pelo POPULAR sobre o remanejamento dos recursos da Saúde, a Secretaria Estadual da Economia reforçou, em nota, que o cancelamento das dotações “não traz qualquer prejuízo às ações, metas ou serviços da Secretaria da Saúde” e disse que as previsões orçamentárias são “estimativas para o exercício e não se confundem com o financiamento efetivo das políticas públicas que permanece assegurado integralmente”.

“A compra será de R$ 102 milhões, parcelada entre 2025 e 2026. O crédito especial inclui também o aporte de R$ 26,78 milhões ao FEF/Propag, obrigatório para adesão ao novo regime fiscal e sem relação com recursos da saúde. Trata-se de uma operação técnica, que evita a expansão do orçamento, moderniza a gestão patrimonial e gera economia permanente, sem impacto para os serviços prestados à população”, informou a nota enviada pela Economia.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/estado-remaneja-verba-da-saude-para-a-compra-do-predio-da-caixa-em-goiania-1.3345264" target="_blank">Estado remaneja verba da Saúde para a compra do prédio da Caixa em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/centro-de-convenc-es-ira-integrar-novo-polo-administrativo-em-goiania-1.3326447" target="_blank">Centro de Convenções irá integrar novo polo administrativo em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/sede-da-caixa-e-area-do-joquei-na-mira-do-estado-1.3289136" target="_blank">Sede da Caixa e área do Jóquei na mira do Estado</a></div>

Auxiliares do governo estadual afirmam que a utilização de recursos vinculados à saúde na abertura de crédito para a compra do prédio da Caixa se justifica pelo fato de que a Secretaria Estadual da Saúde deverá ocupar a maior parte do imóvel. A destinação do edifício não será exclusiva, mas terá uso compartilhado entre a Saúde e a Secretaria Estadual da Administração (Sead). A previsão é de que a Saúde ocupe espaço de quase 800 m², para 110 servidores.

Ainda conforme os auxiliares, sob reserva, a eventual realocação de recursos não configura impedimento para a aquisição do imóvel, caso seja comprovada a regularidade do procedimento. Afirmaram também que o governo pretende prestar todos os esclarecimentos solicitados pelo MP-GO dentro do prazo estabelecido na recomendação. Contudo, a expectativa é de que a compra do prédio não seja concluída ainda neste ano, uma vez que o processo precisa passar por outras etapas administrativas.

Apontamentos

Na recomendação, o MP-GO destaca que recursos vinculados à Saúde possuem destinação constitucional específica e que sua utilização para finalidades administrativas só pode ocorrer mediante autorização legal expressa, além do cumprimento das normas de direito financeiro. O documento ressalta ainda o caráter obrigatório da aplicação mínima de 12% da receita estadual em ações e serviços públicos de saúde.

Entre as medidas recomendadas, a promotora orienta que o governo suspenda qualquer ato relacionado à aquisição do imóvel até que as inconsistências apontadas sejam sanadas, que comprove documentalmente a fonte dos recursos e que se abstenha de utilizar verbas vinculadas à saúde para a compra de imóvel sem relação direta com a execução dessas ações. Os secretários Alan Faria Tavares (Administração), Fracisco Sérvulo Nogueira (Economia) e Rasíve dos Reis (Saúde) têm prazo de 15 dias para apresentar resposta à recomendação.

O POPULAR revelou em julho que o governo estadual trabalha para estruturar um novo centro administrativo em Goiânia por meio da aquisição do prédio que abriga a Caixa e a construção de duas torres no estacionamento do antigo Jóquei Clube. As negociações foram iniciadas no ano passado, com estimativa inicial de custo em torno de R$ 500 milhões, mas o conjunto poderia chegar a R$ 1 bilhão.

O prédio da Caixa pertence à Fundação dos Economiários Federais (Funcef), entidade privada de previdência de empregados do banco e terceiro maior fundo de pensão do País. O imóvel na Anhanguera tem 15 andares, 2 pavimentos de subsolo e 1 mezanino e, de acordo com o projeto do governo, “atenderá, prioritariamente, órgãos com limitações estruturais e operacionais”, como a Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon), além das secretarias de Administração, Economia e Saúde.

No início deste mês, houve avanço no processo de compra do imóvel por meio do projeto que abre crédito especial à Secretaria Estadual de Administração (Sead) para efetivar a aquisição. Como mostrou o POPULAR, segundo o texto, o valor total do imóvel será de R$ 102 milhões, sendo R$ 82,4 milhões do cancelamento de verbas do Fundo Estadual de Saúde (FES) e outros R$ 19,5 milhões do Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (FEDC).

Os cancelamentos orçamentários ocorrem em sete dotações do FES com as ações mais afetadas referentes à “assistência hospitalar e ambulatorial”. Entre elas, estão as contrapartidas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que totalizam anulação de R$ 15,051 milhões, enquanto o atendimento ambulatorial e produção de hemocomponentes terão remanejamento de R$ 14,347 milhões.

As mudanças em relação ao orçamento estimado também alteram o destino de R$ 9,067 milhões dedicados à atendimento nas unidades geridas pela SES. A maior fatia para a compra do prédio da Caixa, de R$ 38,460 milhões, tem origem em recursos inicialmente indicados para a construção e estruturação do Complexo Oncológico de Referência (Cora).

Governo de Goiás não deve recuar em compra do prédio da Caixa

Centro administrativo

O presidente estadual do PSD, Vanderlan Cardoso, passou a considerar a formação de aliança em grupo de oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB) e à futura candidatura do vice-governador, Daniel Vilela (MDB). Apesar de reafirmar a prioridade de confirmar candidatura ao Senado na base governista em 2026, o senador abre a possibilidade de diálogo com outros projetos, a depender do “interesse” demonstrado pelo Palácio das Esmeraldas em ter a legenda na aliança.

Vanderlan avalia que não há qualquer definição sobre o rumo do partido para a disputa estadual. “Não tem nada decidido e eu não defino sozinho. Sempre digo que a tendência é caminhar com o Daniel. Agora, nós temos que saber qual é o interesse dele e do governador em ter o PSD para valer. Qual que vai ser a participação? Como vai ser isso? Como vai ser a chapa majoritária? Eu não estou vendo essa disposição do governador e nem do vice em querer realmente o PSD participando, de verdade, de uma chapa para ser vencedora”, afirma o senador.

Diante das dificuldades, Vanderlan diz que considera abrir diálogo com mais grupos, quando questionado sobre o possível direcionamento do PSD para um projeto alternativo, com nome de oposição a Daniel. Segundo ele, a direção estadual tem autorização do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, para analisar outras opções além da base caiadista. “O Kassab nos dá essa liberdade aqui”, diz.

“Não vou tomar decisão nenhuma aqui sem ouvir o pessoal do partido e muito menos sem ter o aval do presidente Kassab. Outra coisa a se levar em conta é que nós estamos numa composição nacional da centro-direita, que inclui o PSD e o partido do governador Ronaldo Caiado, por exemplo. Será preciso saber qual vai ser a composição nesse projeto. Eu não vou, em hipótese alguma, dificultar projeto nenhum. Eu sou do diálogo”, aponta.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/governo-de-goias-se-anima-com-alianca-com-o-pl-enquanto-wilder-inicia-ac-es-1.3349476" target="_blank">Governo de Goiás se anima com aliança com o PL, enquanto Wilder inicia ações</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/direita-goiana-critica-pris-o-de-bolsonaro-em-meio-a-espera-por-definic-es-1.3341042" target="_blank">Direita goiana critica prisão de Bolsonaro em meio a espera por definições</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/senadores-goianos-criticam-stf-e-defendem-resposta-do-senado-contra-decis-o-1.3347317" target="_blank">​Senadores goianos criticam STF e defendem resposta do Senado contra decisão</a></div>

O presidente regional confirma que o partido poderá definir apoio à pré-candidatura do senador Wilder Morais (PL) ou do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), mas afirma que as alternativas poderão ser ampliadas no ano que vem. “Pode acontecer, mas nós temos outros candidatos também. Temos levantamento de que a Adriana Accorsi está muito bem. Não tem só esses nomes e vão aparecer mais candidatos. Pode acontecer também de a população entender que o PSD tem de lançar candidato”, considera.

Ao retomar que a ideia inicial é disputar a reeleição em chapa majoritária encabeçada por Daniel, o senador avisa que tem disposição até para se lançar ao governo estadual pela terceira vez. “Sou de projeto e já provei isso. Agora, já provei também que eu não sou covarde e que tenho coragem. Não fujo da raia, não. Em hipótese alguma”, diz, ao apontar que enxerga “cenário aberto” para o governo.

Ao falar sobre eventual aproximação com o PL, Vanderlan faz ressalva sobre a efetiva disposição de Wilder para entrar na disputa. “Isso depende do diálogo que vai ter. Depende também se o senador Wilder vai ser candidato”, afirma.

“O Wilder conversou comigo e eu disse que, primeiro, ele tem que mostrar que é candidato para termos qualquer tipo de conversa. Até mesmo porque ele tem que acreditar que é candidato para depois convencer os outros. Ele não convence nem o pessoal do partido dele, ué. Tem aí gente do partido dele, parlamentar, conversando com o governo e querendo levar o PL para uma composição com o governo. Estão jogando pra tudo quanto é lado, olhando só para o lado deles. Agora eu, presidente de outro partido, vou ficar defendendo um projeto como esse, que nem eles acreditam?”, relata.

O senador faz referência à articulação do deputado federal Gustavo Gayer (PL), que mantém contato direto com Caiado sobre eventual composição ao Senado ao lado da primeira-dama Gracinha Caiado (UB).

Apesar de considerar a possibilidade de aproximação, Vanderlan nega que tenha tido qualquer contato com Marconi, que reassumiu nesta semana a presidência estadual do PSDB. “Até hoje, não tive nenhuma conversa com o ex-governador Marconi Perillo sobre isso. Nenhuma, zero”, define.

Crise interna

O cenário de isolamento do senador tem refletido em dificuldades para composição de chapas de deputado estadual e federal e perda de quadros, como a provável desfiliação do deputado federal Ismael Alexandrino. Com baixa perspectiva de encontrar lista competitiva de candidatos para buscar a reeleição à Câmara Federal, o parlamentar entregou, em novembro, os cargos de vice-presidente regional e de presidente metropolitano da legenda, e articula filiação ao PL.

Já o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, considera deixar o partido após pouco menos de seis meses da filiação, ocorrida em junho. Mendanha alega falta de espaço para viabilizar a própria candidatura ao Senado e indefinição da sigla em relação à permanência na base caiadista.

Vanderlan minimiza as insatisfações internas e afirma que tem trabalhado para montar as chapas. “Não sei a quem isso está endereçado. Quem tem esse interesse de pegar o PSD? Qual partido montou chapa? Qual o partido que não tá tendo divergência? Até o partido do governador tem indefinições. O PSD está trabalhando para montar chapas, mas não vou sair divulgando com quem a gente está conversando e quem pode vir, porque senão desmancha”, diz.

O senador critica Ismael Alexandrino e aponta que o parlamentar não teria auxiliado na formação de chapas no partido. “Ele defende o PL. De uma hora pra outra quer ser um bolsonarista, um de direita radical e isso não combina com ele”.

Vanderlan também reafirmou que Mendanha “precisa decidir o que quer da vida” e que também não contribui para a estruturação para a eleição de 2026. “Eu tenho procurado fazer meu trabalho como presidente e fui atrás do Gustavo Mendanha para vir para o partido. Agora, se há tendência de pessoas que querem assumir o partido, que mostre trabalho. Eu deixei isso bem claro pra eles. Eu não sou amarrado em presidência de partido. Aliás, isso dá muito trabalho”, afirma.

Apesar de aventar a possibilidade de que lideranças estejam interessadas no comando estadual do partido, o senador nega que existe algum movimento em curso neste sentido. Nos bastidores, no entanto, governistas filiados ao PSD consideram que Kassab teria abertura para reavaliar a troca, desde que o projeto alternativo apresente maior solidez, principalmente na montagem das chapas proporcionais, do que Vanderlan tem demonstrado.

Uma das alternativas seria o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, que se filiaria com o objetivo de ocupar a candidatura de vice-governador ao lado de Daniel e poderia contar com apoio da base governista para a montagem das chapas. “Quando eu digo que o governo tem que mostrar interesse é porque tem que haver essa conversa. Eu não vou deixar que passem em cima da minha autoridade em Goiás como presidente do partido”, afirma o senador.

“O Gustavo Mendanha até tentou, mas veio quando a gente decidiu e depois que fui com ele conversar com o Kassab. O Zé Mário veio conversar comigo e foi uma conversa muito boa. Nós fomos lá no Kassab e ele é um nome excelente, até mesmo para o governo do estado de Goiás. O que eu não posso aceitar é que todo mundo fique atravessando, com conversinhas truncadas, mandando recadinho. O pessoal que está descontente tem que ajudar a fazer chapa. Até agora, não fizeram nada”, conclui Vanderlan.

Vanderlan cita aliança fora da base e desinteresse de Caiado pelo PSD

Eleições 2026

Planejamento para investimentos

Com a taxa Selic em 15% durante boa parte do ano, 2025 ficou registrado no mercado financeiro como o ano da renda fixa. Por isto, existe grande expectativa em torno de um início da trajetória de queda dos juros no próximo ano, o que faria o investidor voltar seus olhos para os ativos de renda variável.

A estimativa é que o Copom inicie o ciclo de redução na taxa no mês de março, com cortes consecutivos de 0,5 ponto porcentual até que a Selic alcance 12%. Mas os gastos públicos e os reflexos que envolvem as eleições de 2026 ainda podem influenciar muito neste ritmo de evolução da Selic.

As avaliações e outros pontos estão no o relatório “Onde investir” em 2026, divulgado na última semana, pela XP Investimentos, com direcionamentos do cenário de investimentos. Nele, a corretora alerta para os impactos de desafios fiscais e incertezas geopolíticas e fala sobre o ciclo de corte de juros à vista.

Para Maurício Vono, planejador financeiro pessoal, consultor de investimentos e diretor institucional e sócio da Highpar, a queda nos juros realmente vai depender do comportamento das contas e do balanço fiscal, com a redução do déficit. “Quando os juros ficam muito altos, quem tem dinheiro aplicado prefere manter ele lá sem risco, mantendo os juros altos, o que tira dinheiro de todo mercado porque as pessoas ficam mais receosas em fazer um financiamento, por exemplo”.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/conta-de-luz-residencial-sobe-quatro-vezes-mais-que-inflac-o-1.3326892" target="_blank">Conta de luz residencial sobe quatro vezes mais que inflação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/novo-teto-de-gastos-com-o-propag-mobiliza-poderes-1.3349470" target="_blank">Novo teto de gastos com o Propag mobiliza Poderes</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/venda-de-motos-bate-recorde-historico-1.3341034" target="_blank">Venda de motos bate recorde histórico</a></div>

Mas, quando os juros começam a baixar, outros investimentos começam a atrair o dinheiro, que volta a circular. É neste cenário, segundo Vono, que os ativos de renda variável começam a ganhar atração na inversão dos juros, como os fundos imobiliários ou imóveis. “Temos uma perspectiva lógica, que é o início de queda dos juros, o que faz a renda fixa pagar menos. Com juros mais baixos, expectativa é que as ações se valorizem e favoreça o mercado de renda variável”, ressalta.

Mas o consultor lembra que, em ano de eleições, os governos tendem a fazer mais despesas com programas sociais em busca de votos, o que pode trazer os níveis de inflação mais altos de volta. Por isso, ele acha muito improvável que ocorra ajuste nas contas em 2026, quando existe essa tendência de aumentar os benefícios sociais, o que pode desmotivar uma queda dos juros pelo BC.

Muitos investidores já está se preparando para o cenário em 2026. É o caso do estrategista de Marketing João Pedro Melo, que começou a investir em 2019 e teve um momento muito bom de aprendizado durante a pandemia, quando a bolsa e outros ativos tiveram queda e ele levou alguns prejuízos.

Mas ele destaca que também ganhou na valorização das ações dos fundos imobiliários. “Venho investindo e acho que um dos principais benefícios é você aprender a guardar o seu dinheiro e a economizar”, afirma Melo.

O investidor aprendeu que mais importante do que a valorização da carteira é investir. Outro ponto importante, segundo ele, é a diversificação, ou seja, não colocar o dinheiro todo em uma só aplicação. “Temos vários produtos hoje no mercado financeiro, como ações, fundos imobiliários, criptomoedas, ações americanas, renda fixa. Então, é saber administrar a porcentagem de cada coisa que você vai ter na carteira e o risco que você vai escolher ter”, recomenda Melo.

Para 2026, ele diz que pretende continuar investindo e diversificando sua carteira, mas com a expectativa maior da taxa básica de juros cair. “Com isso, os rendimentos de renda fixa não vão ficar tão atrativos, mas acredito que a bolsa de valores vai ter um boom. Então, eu vou tirar um pouco a porcentagem do meu capital que está em renda fixa e colocar em renda variável, mas especificamente em ações brasileiras e fundos imobiliários”, afirma.

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Outras influências

O movimento do dólar também pode influenciar os investimentos no Brasil. No momento, existe uma tendência de queda. “Os Estados Unidos estão reduzindo os juros e, como o Tesouro Americano passa a gastar menos, a tendência é que investidor saia de lá em busca de outros mercados que pagam mais, como o Brasil”, diz Maurício Vono. Até o resultado das eleições pode ajudar a atrair mais dólares para cá, pois o investidor se sente mais ou menos confortável. Se o Brasil passar a atrair mais investimentos, a bolsa de valores tende a ser favorecida.

Mas o consultor de investimentos afirma que a dica de sempre é a diversificação, buscando especialistas que ajudem pessoa a montar uma carteira equilibrada, no movimento conhecido como ‘asset alocation’, pois existem vários ciclos que favorecem um ou outro ativo. Daí, a importância de o investidor dosar dosando um pouco em cada tipo de investimento. “Assim, ele terá uma carteira a prova de grandes oscilações e que performance acima da média”, destaca Vono. Até a criptomoeda pode entrar nesta diversificação da carteira, desde que com uma participação ainda pequena no total.

Para o planejador financeiro, o maior risco de todos é não investir, chegar na aposentadoria sem nenhuma reserva e ficar totalmente dependente da Previdência Social. Segundo ele, uma pessoa pode começar a investir com R$ 100 e, mesmo com pouco, ter acesso a maioria dos investimentos disponíveis.

“Um bom caminho para quem está começando é formar uma reserva com liquidez para poder acessar os recursos de forma rápida, como o Tesouro Selic”, recomenda. A pessoa pode acessar o site do Tesouro Direto e vai precisar de um banco para acessar. “O site dará a opção dos bancos onde ela poderá aplicar, o que é possível até por via pix”, explica Vono.