Rubens Salomão

O presidente estadual do PSD, Vanderlan Cardoso, passou a considerar a formação de aliança em grupo de oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB) e à futura candidatura do vice-governador, Daniel Vilela (MDB). Apesar de reafirmar a prioridade de confirmar candidatura ao Senado na base governista em 2026, o senador abre a possibilidade de diálogo com outros projetos, a depender do “interesse” demonstrado pelo Palácio das Esmeraldas em ter a legenda na aliança.

Vanderlan avalia que não há qualquer definição sobre o rumo do partido para a disputa estadual. “Não tem nada decidido e eu não defino sozinho. Sempre digo que a tendência é caminhar com o Daniel. Agora, nós temos que saber qual é o interesse dele e do governador em ter o PSD para valer. Qual que vai ser a participação? Como vai ser isso? Como vai ser a chapa majoritária? Eu não estou vendo essa disposição do governador e nem do vice em querer realmente o PSD participando, de verdade, de uma chapa para ser vencedora”, afirma o senador.

Diante das dificuldades, Vanderlan diz que considera abrir diálogo com mais grupos, quando questionado sobre o possível direcionamento do PSD para um projeto alternativo, com nome de oposição a Daniel. Segundo ele, a direção estadual tem autorização do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, para analisar outras opções além da base caiadista. “O Kassab nos dá essa liberdade aqui”, diz.

“Não vou tomar decisão nenhuma aqui sem ouvir o pessoal do partido e muito menos sem ter o aval do presidente Kassab. Outra coisa a se levar em conta é que nós estamos numa composição nacional da centro-direita, que inclui o PSD e o partido do governador Ronaldo Caiado, por exemplo. Será preciso saber qual vai ser a composição nesse projeto. Eu não vou, em hipótese alguma, dificultar projeto nenhum. Eu sou do diálogo”, aponta.

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O presidente regional confirma que o partido poderá definir apoio à pré-candidatura do senador Wilder Morais (PL) ou do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), mas afirma que as alternativas poderão ser ampliadas no ano que vem. “Pode acontecer, mas nós temos outros candidatos também. Temos levantamento de que a Adriana Accorsi está muito bem. Não tem só esses nomes e vão aparecer mais candidatos. Pode acontecer também de a população entender que o PSD tem de lançar candidato”, considera.

Ao retomar que a ideia inicial é disputar a reeleição em chapa majoritária encabeçada por Daniel, o senador avisa que tem disposição até para se lançar ao governo estadual pela terceira vez. “Sou de projeto e já provei isso. Agora, já provei também que eu não sou covarde e que tenho coragem. Não fujo da raia, não. Em hipótese alguma”, diz, ao apontar que enxerga “cenário aberto” para o governo.

Ao falar sobre eventual aproximação com o PL, Vanderlan faz ressalva sobre a efetiva disposição de Wilder para entrar na disputa. “Isso depende do diálogo que vai ter. Depende também se o senador Wilder vai ser candidato”, afirma.

“O Wilder conversou comigo e eu disse que, primeiro, ele tem que mostrar que é candidato para termos qualquer tipo de conversa. Até mesmo porque ele tem que acreditar que é candidato para depois convencer os outros. Ele não convence nem o pessoal do partido dele, ué. Tem aí gente do partido dele, parlamentar, conversando com o governo e querendo levar o PL para uma composição com o governo. Estão jogando pra tudo quanto é lado, olhando só para o lado deles. Agora eu, presidente de outro partido, vou ficar defendendo um projeto como esse, que nem eles acreditam?”, relata.

O senador faz referência à articulação do deputado federal Gustavo Gayer (PL), que mantém contato direto com Caiado sobre eventual composição ao Senado ao lado da primeira-dama Gracinha Caiado (UB).

Apesar de considerar a possibilidade de aproximação, Vanderlan nega que tenha tido qualquer contato com Marconi, que reassumiu nesta semana a presidência estadual do PSDB. “Até hoje, não tive nenhuma conversa com o ex-governador Marconi Perillo sobre isso. Nenhuma, zero”, define.

Crise interna

O cenário de isolamento do senador tem refletido em dificuldades para composição de chapas de deputado estadual e federal e perda de quadros, como a provável desfiliação do deputado federal Ismael Alexandrino. Com baixa perspectiva de encontrar lista competitiva de candidatos para buscar a reeleição à Câmara Federal, o parlamentar entregou, em novembro, os cargos de vice-presidente regional e de presidente metropolitano da legenda, e articula filiação ao PL.

Já o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, considera deixar o partido após pouco menos de seis meses da filiação, ocorrida em junho. Mendanha alega falta de espaço para viabilizar a própria candidatura ao Senado e indefinição da sigla em relação à permanência na base caiadista.

Vanderlan minimiza as insatisfações internas e afirma que tem trabalhado para montar as chapas. “Não sei a quem isso está endereçado. Quem tem esse interesse de pegar o PSD? Qual partido montou chapa? Qual o partido que não tá tendo divergência? Até o partido do governador tem indefinições. O PSD está trabalhando para montar chapas, mas não vou sair divulgando com quem a gente está conversando e quem pode vir, porque senão desmancha”, diz.

O senador critica Ismael Alexandrino e aponta que o parlamentar não teria auxiliado na formação de chapas no partido. “Ele defende o PL. De uma hora pra outra quer ser um bolsonarista, um de direita radical e isso não combina com ele”.

Vanderlan também reafirmou que Mendanha “precisa decidir o que quer da vida” e que também não contribui para a estruturação para a eleição de 2026. “Eu tenho procurado fazer meu trabalho como presidente e fui atrás do Gustavo Mendanha para vir para o partido. Agora, se há tendência de pessoas que querem assumir o partido, que mostre trabalho. Eu deixei isso bem claro pra eles. Eu não sou amarrado em presidência de partido. Aliás, isso dá muito trabalho”, afirma.

Apesar de aventar a possibilidade de que lideranças estejam interessadas no comando estadual do partido, o senador nega que existe algum movimento em curso neste sentido. Nos bastidores, no entanto, governistas filiados ao PSD consideram que Kassab teria abertura para reavaliar a troca, desde que o projeto alternativo apresente maior solidez, principalmente na montagem das chapas proporcionais, do que Vanderlan tem demonstrado.

Uma das alternativas seria o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, que se filiaria com o objetivo de ocupar a candidatura de vice-governador ao lado de Daniel e poderia contar com apoio da base governista para a montagem das chapas. “Quando eu digo que o governo tem que mostrar interesse é porque tem que haver essa conversa. Eu não vou deixar que passem em cima da minha autoridade em Goiás como presidente do partido”, afirma o senador.

“O Gustavo Mendanha até tentou, mas veio quando a gente decidiu e depois que fui com ele conversar com o Kassab. O Zé Mário veio conversar comigo e foi uma conversa muito boa. Nós fomos lá no Kassab e ele é um nome excelente, até mesmo para o governo do estado de Goiás. O que eu não posso aceitar é que todo mundo fique atravessando, com conversinhas truncadas, mandando recadinho. O pessoal que está descontente tem que ajudar a fazer chapa. Até agora, não fizeram nada”, conclui Vanderlan.

Vanderlan cita aliança fora da base e desinteresse de Caiado pelo PSD

Política

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Matéria - Política

Eleições 2026

Pagamento de emendas impositivas

A Prefeitura de Goiânia pagou, até o início de dezembro, R$ 47,9 milhões de emendas impositivas destinadas por vereadores para a área de Saúde. O presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), foi o parlamentar com maior valor liberado, R$ 2,6 milhões, seguido de Bill Guerra (MDB), Léia Klébia (Podemos) e Ronilson Reis (SD), que tiveram, cada um, R$ 2,5 milhões em indicações pagas.

Os menores valores são de Sabrina Garcêz (Republicanos), Kátia Maria (PT) e Fabrício Rosa (PT), com R$ 150 mil, R$ 210 mil e R$ 300 mil, respectivamente. Sabrina é atualmente secretária municipal de Governo. Já Kátia e Fabrício fazem oposição ao prefeito Sandro Mabel (UB). Na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o ano é considerado atípico, diante de mudanças em procedimentos de liberação do recurso.

A emenda impositiva é uma fatia do Orçamento que os vereadores podem indicar para obras e serviços em suas bases eleitorais e representa 2% da receita corrente líquida (RCL). Na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, o porcentual correspondeu a R$ 176 milhões, que foi dividido entre os 35 parlamentares (cerca de R$ 5 milhões para cada) que eram titulares dos cargos quando a norma foi discutida na Câmara no final de 2024 - por este motivo, existem ex-vereadores na lista de autores.

A legislação determina que cada parlamentar precisa indicar pelo menos 50% de suas emendas para a Saúde. Para 2025, são R$ 88 milhões para esta área e, até o momento, foram pagos 54,5%. Todo o valor executado é referente a indicações feitas para organizações sociais.

Os números são da SMS, referentes a pagamentos feitos até 1º de dezembro. A pasta informou que, até a data, as emendas enviadas diretamente para ações do órgão ainda não tinham sido pagas. Já as emendas empenhadas (quando há reserva de recurso para determinado fim) somam R$ 68,8 milhões e incluem emendas para execução direta da SMS.

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Kátia Maria afirmou que a maior parte de suas emendas para a Saúde foram destinadas para a própria Prefeitura aplicar em melhorias nas unidades de atendimento e instituições parceiras da administração municipal. “Parece que é mais incompetência e incapacidade do que o fato de eu ser oposição. (...) Estou cada vez mais convencida que não existe calamidade financeira, mas de gestão. Não faz sentido eu ter deixado as minhas emendas para a Prefeitura e eles não terem usado”, disse a petista.

A Prefeitura de Goiânia passou todo o ano de 2025 sob decreto de calamidade nas áreas de Saúde e de finanças. No dia 10, Mabel publicou decreto que prorroga a calamidade pública na área de Saúde por mais seis meses e enviou à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) um ofício sobre o tema. A Casa é responsável por analisar este tipo de decisão dos municípios.

Diretora de Política de Saúde da SMS, Erika Fernandes Soares explicou que as emendas chegaram à pasta em março, quando começaram a ser analisadas com base na legislação da época. Em maio, ocorreram mudanças diante da sanção de lei aprovada na Câmara com novas regras de execução destes recursos. Erika explica que, com isso, houve necessidade de reprocessar emendas que tinham sido recusadas em março.

Questionada se há perspectiva de empenhar todas as emendas de 2025 até o final de dezembro, Érika afirmou que existe determinação de Mabel e do titular da SMS, Luiz Pellizzer, “para que a gente trabalhe dentro da perspectiva da legalidade, da transparência, que façamos tudo em conformidade com a lei, para que sejam cumpridas as emendas dentro do ano de 2025”. A diretora destacou que as indicações são válidas até o final deste ano.

De acordo com a diretora, a SMS tem diálogo aberto com parlamentares, seus assessores e as entidades para promover ajustes nos planos de trabalho ou em outros detalhes relacionados às emendas.

O POPULAR mostrou que na LOA 2025, de forma geral, os vereadores destinaram 95% das emendas para entidades sociais. A principal justificativa foi a demora da Prefeitura na execução das indicações feitas diretamente para as pastas.

Quando assumiu a gestão, Mabel pediu que os vereadores fizessem mais destinações diretas para a administração municipal e prometeu celeridade. Segundo Érika, o secretário conversou com vereadores sobre o tema e “muitos se mostraram solícitos a essa demanda” e já fizeram reuniões na pasta para tratar das indicações.

Paço pagou pouco mais de metade das emendas à Saúde

Prefeitura de Goiânia

O governo de Goiás sinaliza que não recuará da compra do prédio que abriga a superintendência regional da Caixa Econômica Federal, na Avenida Anhanguera, em Goiânia, mesmo diante da recomendação do Ministério Público Estadual (MP-GO), expedida na última sexta-feira (12), pela suspensão da aquisição do imóvel. A principal justificativa apontada nos bastidores é de que “não há inconsistências” no processo de compra e de remanejamento de recursos da Saúde.O ato, feito pela promotora Leila Maria de Oliveira, da 50ª Promotoria de Justiça, aponta fragilidades na instrução do processo administrativo para compra do prédio da Caixa, especialmente quanto à demonstração do interesse público específico, à análise de vantajosidade econômico-financeira, à avaliação do imóvel e à justificativa da escolha do prédio em detrimento de outras alternativas, como locação ou uso de imóveis públicos já disponíveis.A promotora questiona também a origem dos recursos para a aquisição. Conforme o documento, lei estadual publicada em 8 de dezembro autorizou a abertura de crédito especial de R$ 128,7 milhões, sendo que R$ 82,4 milhões seriam provenientes de anulação de dotações do Fundo Estadual de Saúde. Segundo o MP-GO, essa anulação não teria contado com a autorização do pleno do Conselho Estadual de Saúde.Questionada pelo POPULAR sobre o remanejamento dos recursos da Saúde, a Secretaria Estadual da Economia reforçou, em nota, que o cancelamento das dotações “não traz qualquer prejuízo às ações, metas ou serviços da Secretaria da Saúde” e disse que as previsões orçamentárias são “estimativas para o exercício e não se confundem com o financiamento efetivo das políticas públicas que permanece assegurado integralmente”. “A compra será de R$ 102 milhões, parcelada entre 2025 e 2026. O crédito especial inclui também o aporte de R$ 26,78 milhões ao FEF/Propag, obrigatório para adesão ao novo regime fiscal e sem relação com recursos da saúde. Trata-se de uma operação técnica, que evita a expansão do orçamento, moderniza a gestão patrimonial e gera economia permanente, sem impacto para os serviços prestados à população”, informou a nota enviada pela Economia.Auxiliares do governo estadual afirmam que a utilização de recursos vinculados à saúde na abertura de crédito para a compra do prédio da Caixa se justifica pelo fato de que a Secretaria Estadual da Saúde deverá ocupar a maior parte do imóvel. A destinação do edifício não será exclusiva, mas terá uso compartilhado entre a Saúde e a Secretaria Estadual da Administração (Sead). A previsão é de que a Saúde ocupe espaço de quase 800 m², para 110 servidores.Ainda conforme os auxiliares, sob reserva, a eventual realocação de recursos não configura impedimento para a aquisição do imóvel, caso seja comprovada a regularidade do procedimento. Afirmaram também que o governo pretende prestar todos os esclarecimentos solicitados pelo MP-GO dentro do prazo estabelecido na recomendação. Contudo, a expectativa é de que a compra do prédio não seja concluída ainda neste ano, uma vez que o processo precisa passar por outras etapas administrativas.ApontamentosNa recomendação, o MP-GO destaca que recursos vinculados à Saúde possuem destinação constitucional específica e que sua utilização para finalidades administrativas só pode ocorrer mediante autorização legal expressa, além do cumprimento das normas de direito financeiro. O documento ressalta ainda o caráter obrigatório da aplicação mínima de 12% da receita estadual em ações e serviços públicos de saúde.Entre as medidas recomendadas, a promotora orienta que o governo suspenda qualquer ato relacionado à aquisição do imóvel até que as inconsistências apontadas sejam sanadas, que comprove documentalmente a fonte dos recursos e que se abstenha de utilizar verbas vinculadas à saúde para a compra de imóvel sem relação direta com a execução dessas ações. Os secretários Alan Faria Tavares (Administração), Fracisco Sérvulo Nogueira (Economia) e Rasíve dos Reis (Saúde) têm prazo de 15 dias para apresentar resposta à recomendação. O POPULAR revelou em julho que o governo estadual trabalha para estruturar um novo centro administrativo em Goiânia por meio da aquisição do prédio que abriga a Caixa e a construção de duas torres no estacionamento do antigo Jóquei Clube. As negociações foram iniciadas no ano passado, com estimativa inicial de custo em torno de R$ 500 milhões, mas o conjunto poderia chegar a R$ 1 bilhão. O prédio da Caixa pertence à Fundação dos Economiários Federais (Funcef), entidade privada de previdência de empregados do banco e terceiro maior fundo de pensão do País. O imóvel na Anhanguera tem 15 andares, 2 pavimentos de subsolo e 1 mezanino e, de acordo com o projeto do governo, “atenderá, prioritariamente, órgãos com limitações estruturais e operacionais”, como a Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon), além das secretarias de Administração, Economia e Saúde.No início deste mês, houve avanço no processo de compra do imóvel por meio do projeto que abre crédito especial à Secretaria Estadual de Administração (Sead) para efetivar a aquisição. Como mostrou o POPULAR, segundo o texto, o valor total do imóvel será de R$ 102 milhões, sendo R$ 82,4 milhões do cancelamento de verbas do Fundo Estadual de Saúde (FES) e outros R$ 19,5 milhões do Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (FEDC). Os cancelamentos orçamentários ocorrem em sete dotações do FES com as ações mais afetadas referentes à “assistência hospitalar e ambulatorial”. Entre elas, estão as contrapartidas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que totalizam anulação de R$ 15,051 milhões, enquanto o atendimento ambulatorial e produção de hemocomponentes terão remanejamento de R$ 14,347 milhões.As mudanças em relação ao orçamento estimado também alteram o destino de R$ 9,067 milhões dedicados à atendimento nas unidades geridas pela SES. A maior fatia para a compra do prédio da Caixa, de R$ 38,460 milhões, tem origem em recursos inicialmente indicados para a construção e estruturação do Complexo Oncológico de Referência (Cora).

Governo de Goiás não deve recuar em compra do prédio da Caixa

Centro administrativo

Reportagem publicada na edição deste fim de semana traz uma informação reveladora: o número de adolescentes infratores internados em unidades socieoeducativas caiu drasticamente em todo o País. Goiás foi um dos estados com maior redução, chegando a mais de 66% em dez anos. O fenômeno vem sendo pesquisado por estudiosos, que enxergam aspectos negativos e positivos no fato.

Os dados apontam para uma queda expressiva da apreensão de adolescentes, parte por descrédito do sistema, considerado pouco efetivo. Por outro lado, um número menor de jovens sob privação da liberdade tem demonstrado melhoria no atendimento socioeducativo, afirmam os especialistas. O paradoxo ajuda a jogar luz sobre um fator incontestável: as boas condições do cárcere, para criminosos ou infratores, são fundamentais para uma ressocialização adequada, que favoreça o rompimento do ciclo de violência.

Junto a isso, é preciso que os governos, nas três esferas, invistam consistentemente na educação, lazer e assistência social às famílias e suas crianças. Apenas um trabalho multissetorial, integrado e permanente poderá garantir o fim da escola do crime e manter as estatísticas em queda.

Adolescentes infratores

Editorial

Matéria - Opinião - Editorial

Depois do afastamento no início do ano, a cúpula do governo estadual passou a nutrir otimismo em relação à possibilidade de aliança com o PL para a disputa da eleição estadual de 2026, com apoio ao pleito do vice-governador Daniel Vilela (MDB). O novo movimento de aproximação passa pelo contato direto entre o governador Ronaldo Caiado (UB) e o deputado federal e pré-candidato ao Senado, Gustavo Gayer (PL), e ocorre ao mesmo tempo em que o senador Wilder Morais (PL) inicia as <a href="https://opopular.com.br/politica/prefeitos-do-pl-citam-duvida-sobre-wilder-pre-candidato-1.3233889" target="_self">primeiras ações da pré-candidatura ao governo pelo interior</a>.

A avaliação no Palácio das Esmeraldas é de que as conversas com o deputado têm encontrado avanço e aliados do governador relatam que o parlamentar tem, mais que defendido a composição, demonstrado “empenho” para a definição.

Além disso, há avaliação no PL de que o projeto prioritário de eleger ao menos um senador no estado pode ser frustrado em caso de lançamento de chapa na oposição, por conta da possível baixa escolha de Gayer para o segundo voto. A leitura é de que, em projeto isolado, o PL poderia ser derrotado por um nome governista que entre na disputa ao lado da primeira-dama Gracinha Caiado (UB), que dividiria com o deputado a escolha de primeiro voto dos eleitores conservadores no estado.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/prefeitos-do-pl-citam-duvida-sobre-wilder-pre-candidato-1.3233889" target="_self">Prefeitos do PL citam dúvida sobre Wilder pré-candidato</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-vilela-deixa-em-aberto-fechar-alianca-com-pl-em-2026-1.3232134" target="_self">Daniel Vilela deixa em aberto fechar aliança com PL em 2026</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/pre-candidatos-avancam-em-aliancas-partidarias-1.3159995" target="_self">Pré-candidatos avançam em alianças partidárias</a></div>

Gayer esteve presencialmente com Caiado “algumas vezes”, segundo interlocutores do governo. Os caiadistas ainda enxergam falta de firmeza no projeto de Wilder e citam declaração do senador ao Giro, logo após o anúncio do lançamento da pré-candidatura própria, em novembro, em que considera a possibilidade de composição com Caiado em nível nacional, o que teria impacto no estado.

O foco nacional para ampliar a bancada bolsonarista no Senado foi confirmado ao POPULAR pelo deputado federal Joaquim Passarinho (PL/PA). O parlamentar evitou comentar sobre a viabilidade do pleito de Wilder no estado, mas define a “preferência” da direção partidária. “A preferência, até pela fala do Bolsonaro, é a eleição para o Senado, mas pode ter candidato ao governo nos lugares onde tiver nome forte”, disse.

“Ninguém está proibido de disputar o governo e cada estado vai debater a sua realidade. Se movimentar é normal. Quem é filiado ao partido pode se movimentar sem problema, mas a decisão partidária vai sair depois”, indicou o deputado.

Caiado reforçou, na terça-feira (10), a <a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-vilela-deixa-em-aberto-fechar-alianca-com-pl-em-2026-1.3232134" target="_self">intenção de contar com o PL na aliança em torno de Daniel Vilela</a>. “Eu não sei responder sobre uma coisa interna do PL. Sem dúvida alguma, nós jamais deixamos de declarar o interesse nosso em ter na coligação de 2026 o PL. Isso aí sempre foi uma posição muito declarada por mim o tempo todo em buscar essa aliança”, afirmou.

A definição, a partir de decisão nacional do partido, seria buscada pelo governador Ronaldo Caiado na reunião que teria com Jair Bolsonaro, no dia 9 de dezembro. A agenda, no entanto, foi cancelada pela decretação da prisão preventiva do ex-presidente, que passou a cumprir a pena definida na condenação do Supremo Tribunal Federal (STF) no processo por tentativa de golpe de Estado. A articulação passou a ser realizada com foco no senador Flávio Bolsonaro, escolhido pelo pai para assumir o projeto presidencial.

Mesmo lideranças que têm apoio definido ao projeto próprio ao governo, como o ex-deputado estadual e vice-presidente estadual da sigla, Fred Rodrigues, e o vereador Oséias Varão, admitem ao POPULAR a possibilidade de composição no próximo ano. Apesar disso, garantem que Wilder iniciou movimentos para consolidar a pré-campanha, depois da apatia ao longo do ano, e acreditam na tendência de que o projeto se confirme para favorecer o crescimento da legenda no estado.

<h2>Movimentos</h2>

Wilder Morais lançou a pré-candidatura ao governo depois de nova rodada de pressão dos aliados, em reunião realizada em sua casa, em Goiânia, no dia 17 de novembro. Como informado pelo Giro, o anúncio serviu para dar tempo para que o PL decida qual será o efetivo projeto para o pleito estadual, já que a própria reunião foi permeada por divergências sobre o posicionamento do partido.

Desde o lançamento, o senador intensificou as reuniões políticas e visitas a cidades do interior do estado, que passaram a ser direcionadas nas últimas duas semanas pelo projeto “Rota 22”. O seminário é resultado de iniciativa da direção nacional e é baseado na figura de Jair Bolsonaro e nas metas do partido em todo o país, com foco na mobilização de apoiadores, lideranças e políticos das regiões.

Aliados do senador, no entanto, apontam que a estratégia das agendas em Goiás foi traçada pelo comando estadual e representa o início de ações práticas da pré-candidatura ao governo. Os movimentos de Wilder também buscam a viabilização do pleito, com a intenção de apresentar o discurso de que o parlamentar, ao contrário de Daniel Vilela, tem experiências bem sucedidas como gestor.

A rota passou pelos municípios de Caçu, Rio Verde e Palmeiras, antes de chegar a Jataí, nesta sexta-feira (12). Em entrevista à Rádio Rio Verde FM, Wilder apontou que pretende visitar os 246 municípios “para ouvir as pessoas e as demandas das cidades”. Segundo ele, o foco é ter “relatório completo das necessidades e quais são as ações de cada região”.

O senador garantiu que não há possibilidade de voltar atrás na pré-candidatura e passou a apresentar o discurso de campanha. “A gente não faz retrocesso nem para pegar embalo. Pode ter certeza de que estamos firmes, vamos ser candidato a governo com toda a certeza e, se Deus quiser, vamos ser governador de Goiás. Eu quero ser governador porque tenho uma experiência muito grande na vida empresarial”, afirmou, ao citar também as passagens como secretário de Indústria e Comércio e de Infraestrutura. “Acho que estou preparado para discutir o estado em todas as áreas”.

O pré-candidato também avaliou que o lançamento de Flávio Bolsonaro favorece o projeto próprio ao governo estadual. “Isso, para nós em Goiás, fortalece mais ainda o partido. Nós temos um candidato a presidente e isso fortalece a nossa pré-campanha para o governo e já estamos com as chapas praticamente montadas tanto a deputado estadual quanto federal. O PL é o maior partido do Brasil e, com certeza, vai ser também o maior partido de Goiás”, apontou.

“Nossa ideia era lançar a pré-campanha a partir de abril, assim que iniciasse um novo governo, mas, em consenso com a nossa turma e as lideranças do PL, achamos por bem até pela especulação que tinha se haveria candidato ou não. Isso é importante porque os deputados federais e estaduais dependem da candidatura ao governo. Isso fortalece”, definiu.

Wilder ainda esboçou críticas à atual gestão e garantiu que não vai manter a cobrança da taxa do agro. “A taxa termina no ano que vem e não vamos criar outra. Não vou pegar a taxa que o governo está utilizando. O que a gente viu e presenciou foi que arrecadou muitos bilhões e não fez nenhuma entrega para o setor do agronegócio. Não vamos criar mais imposto porque ninguém aguenta mais. Vamos resolver isso aumentando a produção”, defendeu.

Questionado sobre sua avaliação do governo, o senador respondeu: “O nosso balanço é o seguinte: o que está dando certo, nós vamos continuar. E o que está dando errado, nós não vamos seguir. Esse seria o nosso comentário sobre o governo”.