Depois de dois anos distante da base aliada e da disputa pela Prefeitura de Goiânia contra o candidato governista, Sandro Mabel (UB), o senador Vanderlan Cardoso (PSD) admite que busca espaço para consolidar candidatura à reeleição pelo grupo liderado pelo governador Ronaldo Caiado (UB). O parlamentar admite que teve “discordâncias” com Caiado, mas que aprendeu que “o adversário de hoje pode ser o aliado de amanhã”.“Sempre vai ter discordância. Nós temos o nosso pensamento e, às vezes, nessas discussões, a gente tenta passar o nosso lado, mas todas as vezes em que o governador precisou do senador Vanderlan, ele estava presente e ajudando em pautas importantes. Inclusive, a pauta que deu maior governabilidade para o governador Ronaldo Caiado, que foi o refinanciamento das dívidas do estado, que está vigorando até hoje e foi trabalho nosso no Senado”, alegou o senador. Após a frustração na disputa pela Prefeitura de Goiânia, Vanderlan reconhece cobranças nas bases eleitorais para que retome a composição com o Palácio das Esmeraldas. “Todos esses prefeitos, os 246 do estado e eu incluo o prefeito da capital, Sandro Mabel (UB), que é meu amigo, todos estão na base do governador. Onde eu chego o pedido dos prefeitos e dos deputados é esse”, contou.Além da reaproximação, com presença no lançamento da pré-candidatura de Caiado à Presidência da República, em Salvador (BA), Vanderlan pretende tirar licença do cargo para dar espaço ao suplente, ex-deputado federal Pedro Chaves (MDB), em sinalização ao vice-governador Daniel Vilela (MDB).Segundo ele, o tempo será dedicado a entregas de benefícios do mandato a municípios e à estruturação da campanha à reeleição. “Temos muitas entregas para fazer e as articulações que nós temos que fazer também. Os diálogos com as lideranças, prefeitos, deputados estaduais e federais, vereadores. Eu tenho que tirar tempo para isso depois de seis anos intensos”, disse.“Até mesmo para que o nosso suplente, o ex-deputado federal Pedro Chaves assuma, porque ele foi decisivo na nossa campanha para o Senado Federal. Estamos aguardando o presidente sancionar o orçamento, que já foi aprovado, para nós direcionarmos os acordos que foram feitos a municípios e fazendo essas assinaturas. Provavelmente neste mês ainda nós organizamos tudo isso e devemos sair no mês que entra para andarmos o estado”, afirmou.Apesar da divergência, intensificada em 2021, quando Caiado convidou Daniel Vilela para a candidatura a vice na disputa seguinte, o PSD continuou na base de apoio ao governo. Vanderlan agora indica que a decisão de retornar à base aliada será tomada em conjunto.“Eu não defino sozinho pelo PSD, mas tudo caminha para que isso aconteça. Porque se eu tomar uma decisão sozinho alguém vai questionar que o senador está vindo e fazendo tudo sozinho, mas tudo caminha para isso e para que nós estejamos em uma candidatura na base do governador Ronaldo e do Daniel”, contou.“Em 2018, eu disse ao Alexandre Baldy que só seria candidato ao Senado se fosse na chapa com o Daniel, que era adversário de Ronaldo Caiado. Em 2020, eu tive apoio do governador em cima de uma perspectiva de que o vice seria decidido em comum acordo, mas não foi. Isso é um direito do governador e, então, nós estivemos em projetos separados. Então, eu já aprendi que o adversário de hoje pode ser o aliado de amanhã. E tem sido assim com todos, não é só comigo”, defendeu.