“Henrique Meirelles é página virada no PSD de Goiás”. Esta é a única frase que o presidente do partido no estado, Vilmar Rocha, emite a respeito do conturbado processo de desistência de candidatura por parte do ex-secretário de Fazenda de São Paulo. Meirelles arrastou por semanas a definição sobre se seria ou não candidato, o que acabou dificultando as articulações do PSD com vistas à formação das chapas proporcionais. No fim, desistiu de disputar.Ao POPULAR, Vilmar não detalha a conversa que teve com Meirelles na semana passada, quando ele primeiro decidiu não mais disputar o Senado por Goiás. A conversa foi revelada pelo Blog da Fabiana Pulcineli em 29 de março, quando também revelou a desistência de Meirelles, depois de várias idas e voltas de São Paulo a Goiânia.Na segunda-feira (28), na capital goiana, Meirelles teve conversa tensa com Vilmar, que manifestou impaciência com a demora na definição, afirmou que ninguém mais confiava em sua candidatura e reclamou que a incerteza prejudicava a formação de chapas de deputado do partido. Foi a última vez que falaram.Meirelles, por sua vez, já havia feito, a aliados, queixas de insegurança sobre o respaldo da cúpula do PSD à sua candidatura ao Senado, sob o argumento de que outras pessoas buscavam se viabilizar para ocupar a vaga. As falas faziam referência a articulações para que o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira, fosse o candidato ao Senado. Ele se filiou ao PSD na terça-feira (29) e nega qualquer articulação para ser candidato a senador, apesar de ser cotado pelo partido.O então pré-candidato iria publicizar a desistência da candidatura no mesmo dia 29, mas acabou recuando da decisão, e voltou a São Paulo com a intenção de conversar com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, antes de anunciar a decisão. De fato conversaram, como mostrou a coluna Giro na quinta-feira (31). No dia seguinte, porém, emitiu “nota aos goianos” informando que não mais seria candidato e afirmando que pode contribuir mais trabalhando no plano econômico nacional.SENADOQuando questionado sobre se o partido indicará um candidato ao Senado, Vilmar confirma o nome de Lissauer como possibilidade, mas ressalta que esta é uma definição que será feita mais à frente. “A gente estava focado na formação das chapas de deputado estadual e federal. Tivemos dois grandes impactos que afetaram nisso, que foram as desistências de Lissauer e Meirelles, mas demos a volta por cima e fizemos boas chapas.”A fala do presidente pessedista faz referência também à desistência de Lissauer em ser candidato a deputado federal. Apesar disso, ele se filiou ao PSD e ajudou na montagem das chapas, que também contou com o auxílio do governador Ronaldo Caiado (UB). “Conseguimos fechar uma boa chapa e fechamos com o evento de filiação do ex-secretário de Saúde Ismael Alexandrino.”Leia também:Vereadores conseguem liberação para trocar de partido para as eleições deste anoEm evento de filiação, Mendanha anuncia apoio de PTC, DC e PMN a seu projeto ao governoIsmael se filiou ao partido em evento neste sábado (2) e deve disputar uma das cadeiras da Câmara dos Deputados. Sua ida para o PSD passou por articulação do Palácio das Esmeraldas. Também era disputado pelo MDB do pré-candidato a vice na chapa de Caiado, Daniel Vilela. O governador ajudou pessoalmente na montagem das chapas de seu partido, o União Brasil, assim como das de MDB e PSD.A respeito de um nome para senador, Vilmar relata: “Nós temos a possibilidade que é Lissauer. Agora, ele vai aceitar ou não? Não sei. A eleição majoritária será definida lá no período de convenções. Mas é um nome que temos.”Quando perguntado sobre o seu nome, que também circulou nos bastidores como uma possibilidade, ele afirma possuir “todas as qualificações.” “Sou presidente do partido, conheço o Estado e as lideranças, tenho base intelectual e já fui candidato a senador. Sou conhecido. Tenho o perfil, mas não é o meu projeto. Meu projeto é fortalecer o PSD aqui e o nacional. Agora, daqui até a convenção, pode ser que eu seja alguma coisa. Mas não é meu projeto.”Além de Ismael, se filiou também com vistas a ser candidato a deputado federal o vereador de Goiânia, Lucas Kitão. O deputado estadual Cairo Salim também se uniu à sigla. Entre os presentes no evento neste sábado estavam o deputado Virmondes Cruvinel (UB), o ex-secretário estadual de Segurança Pública Rodney Miranda (Republicanos), e o secretário de Desenvolvimento Social, Wellington Matos.