O senador e presidente regional do PL, Wilder Morais, admitiu nesta segunda-feira (16) a possibilidade de composição do partido com a base do governador Ronaldo Caiado (UB) para a próxima eleição estadual, mas reforçou que o plano é lançar candidaturas próprias a todos os cargos majoritários em 2026. O empresário voltou a adiar o possível lançamento da própria pré-candidatura ao governo estadual, em oposição ao vice-governador Daniel Vilela (MDB).“Tudo na política pode acontecer. Agora, a determinação nacional é que a gente tenha candidaturas nos estados. Então, eu acredito que essa composição pode acontecer para o nosso lado”, apontou em resposta à repórter Déborah Marques, da CBN Goiânia. O senador participou, nesta segunda, da abertura da feira de negócios AgroVem, em Goiânia.Ao considerar a possibilidade de composição, Wilder apontou que a decisão estará sujeita à imposição da direção nacional da legenda. “A decisão nacional do partido é para que tenhamos candidaturas majoritárias em todos os estados. Tanto para presidente da República e o nosso candidato é Jair Messias Bolsonaro. Muito se fala de plano B, C ou D, mas o plano A, B e C é ele. Então, a decisão nacional é que vai impor ao partido nas estaduais”, afirmou o senador.Como antecipado pelo POPULAR, a cúpula estadual do PL organiza a realização de pelo menos nove encontros regionais no estado ainda em 2025, com o objetivo de ampliar alianças com partidos e lideranças políticas de centro e centro-direita, com a meta de conquistar apoios entre atuais aliados ao Palácio das Esmeraldas. A intenção é fortalecer os quadros ligados à liderança de Wilder e do deputado federal Gustavo Gayer, em meio à divergência interna aberta pelo vereador e ex-deputado federal, Vitor Hugo. O parlamentar de Goiânia defende a composição com a base governista, para apoio à pré-candidatura do vice-governador Daniel Vilela (MDB) e indicação de uma das duas vagas ao Senado em eventual chapa única da base aliada.O racha entre os bolsonaristas foi inaugurado pela reunião, providenciada por Vitor Hugo, entre Daniel Vilela e Jair Bolsonaro, em Brasília, em novembro de 2024. Desde a primeira conversa, lideranças governistas trabalham pela possibilidade de imposição nacional do ex-presidente para a adesão do PL. O primeiro evento do grupo de Gayer e Wilder ocorreu na sede da sigla, em Goiânia, no dia 9 de junho, e o seguinte será agendado para o fim do mês, em data próxima ao aniversário de Wilder Morais, que completa 57 anos no dia 29 de junho. Definida como relativa à região central, a reunião ocorrerá na sede da sigla ou na fazenda do senador, no município de Nerópolis.“Vamos rodar o estado. O PL já está em 226 cidades e vamos terminar os 246. Nós começamos a estruturação nas eleições municipais, quando tivemos 92 candidatos a prefeito, 58 candidatos a vice e muitos candidatos a vereador. Tivemos 26 prefeitos eleitos e 28 vice-prefeitos e 244 vereadores. Estamos estruturando sim as eleições para que a gente possa ter candidatos a presidente da República, governador, senadores, deputados federais e estaduais”, apontou Wilder Morais à CBN.O senador, no entanto, voltou a adiar o possível lançamento da própria pré-candidatura a governador. “Olha, a decisão da candidatura ao governo nós vamos deixar para o ano que vem. Eu sou presidente do partido e nós temos vários nomes. Isso é uma decisão do grupo local com o grupo nacional. Se amanhã estiverem me convidando para ser candidato ou me intimarem para isso, com certeza nós não vamos deixar de aceitar o desafio”, afirmou.OrientaçãoO ex-deputado estadual e ex-candidato a prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues (PL), confirma que a busca por alianças ao centro e entre aliados do governador Ronaldo Caiado faz parte do “caminho nacional” iniciado pelo ex-presidente Bolsonaro. “Ele já orientou nesse sentido de buscar alianças de centro-direita e sabemos que a maioria em Goiás é de direita”, avaliou. “O PL vai apresentar seu projeto e vai mostrar efetivamente quem é o partido de direita no estado. Quando as lideranças virem quem realmente está encampando a pauta da direita tanto no contexto eleitoral, quando no contexto administrativo, naturalmente eles vão vir para junto”, apontou em entrevista ao POPULAR.“O nome do Wilder é construído como a única opção. Talvez ele esteja sendo um pouco cuidadoso para não passar o carro à frente dos bois. É muito claro que o nome dele não tem competição hoje dentro do partido”, afirmou Fred sobre a indefinição do senador sobre 2026.Fred Rodrigues também não descarta completamente a aliança com a base de Daniel Vilela, mas indica que a cúpula do partido trabalha com o objetivo de projeto próprio em Goiás. Impossível é uma palavra que nunca se usa em política, mas o que eu vejo hoje é que seria mais interessante até para o governador buscar uma aliança com o PL em Goiás, mas nos termos do PL”, disse.