Cileide Alves

Cileide Alves entrevista Gustavo Mendanha (Patriota). Acompanhe ao vivo o bate-papo com o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia. A transmissão vai ao ar às 11 horas.&nbsp;

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O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Medanha é filiado ao Patriota, mas isso tende a mudar em breve. O ex-prefeito se recolocou no cenário político atual com uma negociação com o vice-governador Daniel Vilela para voltar ao MDB, do qual se desfiliou em 2021. Na época ele seguiu com seu projeto de ser candidato a governador de Goiás pela oposição e Daniel se aliou ao governador Ronaldo Caiado para ser vice-governador em sua chapa.

O MDB de Daniel venceu a parada e Mendanha agora está a ponto de reorganizar sua carreira política e, assim, aceitou se reaproximar de seu antigo partido, a convite do mesmo Daniel Vilela. Para conversar sobre essa volta, sobre sua aproximação de Caiado, de quem foi adversário até a eleição do ano passado, Gustavo Mendanha é o convidado deste episódio do Chega pra Cá.

Chega Pra Cá: Cileide Alves entrevista Gustavo Mendanha (Patriota)

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AO VIVO

A nomeação de Diogo Franco, irmão do vereador Igor Franco (MDB), nesta quarta-feira (1º) com data retroativa a 1º de setembro, para o cargo de diretor de Recursos Humanos da Câmara de Goiânia, desnuda o modus operandi de vereadores remanescentes da legislatura passada. O cargo de diretor do RH estava ocupado por Elton Vinícius de Souza Carmo, ex-diretor da Comurg na gestão de Cruz, e indicação do vereador Luan Alves (MDB), filho do ex-vereador e deputado Clécio Alves, o que exigiu articulação entre a cúpula do Legislativo, Igor e Luan.

O acordo abriu a vaga da diretoria para Diogo e remanejou Elton para uma assessoria da presidência, comandada por Romário Policarpo (PRD). Esta é a terceira nomeação de Diogo por indicação do irmão. Ele foi nomeado secretário de Desenvolvimento e Economia, em maio de 2023, depois de um acordo entre os vereadores que lideraram ou compuseram a CEI da Comurg, dois meses antes, e o prefeito Rogério.

No início de seu governo, Mabel indicou Igor Franco para ser seu líder e este, o irmão para novamente ser secretário de Desenvolvimento e Economia. A relação azedou quando o líder participou do bloco de 16 vereadores que criou a CEI do Limpa Gyn, mesma estratégia com a criação CEI da Comurg, em 2023. Por isso irmãos foram afastados de suas funções, daí o acordo para o terceiro cargo.

Este episódio ajuda a entender as razões de Mabel para criticar, ainda que de forma equivocada, os acostumados com um grande quinhão do poder do Executivo. Esta coluna tratou várias vezes, nos quatro anos de mandato de Rogério, como a Câmara funcionou como uma espécie de “parlamentarismo municipal”. Aliás, uma fonte da prefeitura completou esse raciocínio, observando que os vereadores foram “parlamentares executivos” e que pretendiam seguir nesse caminho.

Eles aturam no passado indicando aliados para secretarias relevantes, mas principalmente para cargos de segundo e terceiro escalões (diretores, gerentes e supervisores) com influência política e bons orçamentos, casos das Secretarias de Infraestrutura, de Trânsito, da Saúde, do Planejamento, e da Educação, além do Imas e da Comurg. Mabel resistiu em manter o esquema. Com razão, quer recuperar o poder do Executivo. O erro do prefeito está em seu temperamento.

Na prestação de contas do 2º quadrimestre de 2025 à Comissão Mista, nesta quinta-feira (2), ele admitiu ser “explosivo” e atribuiu essa característica a seu meio sangue italiano (da família Scodro de seu pai), pediu desculpas aos vereadores que “se sentiram ofendidos”, sem citar nomes.

A seguir falou por 1 hora e meia sobre a gestão e a prestação de contas, em tom ameno e de animação com os resultados. Ele, contudo, voltou a ficar “explosivo” quando cobrado pelo presidente da Comissão Mista, Cabo Senna (PRD), por ele e Lucas Vergílio (MDB) terem sido chamados de “malandrinhos” no último arroubo do prefeito em entrevistas ao POPULAR, na terça-feira (30), e ao deixar a sessão de forma abrupta.

Mabel tenta consolidar a imagem de prefeito gestor, aliás, o perfil que o ajudou a se eleger em 2024. Ele se esforçou nessa direção durante sua apresentação, se mostrando como resolvedor de problemas no trânsito, na saúde, na educação, nos cortes de gastos que geraram o superávit de quase R$ 700 milhões neste primeiro semestre e ao insistir no slogan “Gestão que resolve”.

Mas a característica de quem “discute nas ruas e em campo de futebol”, que admitiu ter, ao responder a queixa de Cabo Senna, atrapalha a construção dessa imagem de prefeito gestor. Além de seu tino para gestão, falta ao prefeito ouvir mais a equipe técnica, para agir com menos voluntarismo, caso da desnecessária polêmica da grama sintética, que rodou com a primeira grande chuva, ouvir a sociedade civil, que não se resume às lideranças empresariais, e os políticos.

A um líder não basta ter razão, é preciso convencer com argumentos políticos e administrativos e menos emocionais. Mabel deveria ser mais o político que deixou de ser em 2015 e menos o empresário que voltou a ser no comando da Fieg, para acabar com os ruídos que atrapalham sua gestão, inclusive para conseguir conter eventuais ações inapropriadas vindas da Câmara.

Cileide Alves, jornalista

As razões e os excessos de Mabel

Opinião

Opinião - título

Matéria - Opinião - Cileide

WEBSTORIES: Diretora da CelgPar é exonerada em meio a divergências internas

CelgPar: TCE cita subavaliação de até R$ 198 milhões

Assinado por cinco técnicos do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), o relatório parcial de auditoria do leilão da Companhia Celg de Participações (<a href="https://opopular.com.br/politica/diretora-da-celgpar-e-exonerada-em-meio-a-divergencias-internas-1.3318442" target="_self">CelgPar</a>) aponta subavaliação de pelo menos R$ 44 milhões nos ativos da empresa que vão <a href="https://opopular.com.br/politica/governo-mantem-leil-o-da-celgpar-apos-divergencias-1.3317669" target="_self">à venda</a> nesta sexta-feira (3). Em outras duas metodologias, a desvalorização indicada varia de R$ 110 milhões a R$ 198,9 milhões.

Os ativos da companhia, divididos em quatro lotes, têm lance mínimo de R$ 194 milhões, enquanto o relatório do TCE-GO avalia que os preços deveriam ser de pelo menos R$ 238,3 milhões, <a href="https://opopular.com.br/politica/governo-de-goias-espera-r-300-milh-es-com-a-venda-e-extinc-o-da-celg-par-1.3266964" target="_self">podendo chegar a R$ 392 milhões</a>. As providências após a notificação do tribunal geraram crise entre a direção da companhia e o governo de Goiás, culminando com a exoneração de dois integrantes da cúpula da empresa, como o POPULAR vem mostrando desde sexta-feira (26).

A reportagem teve acesso ao relatório do tribunal que aponta que “entre os riscos relevantes mapeados, destaca-se o de subavaliação dos ativos, falhas metodológicas e irregularidades capazes de comprometer o valor da alienação e, por consequência, o patrimônio do Estado de Goiás”. O relatório tem 45 páginas e diversos anexos com o detalhamento técnico dos modelos de cálculo.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/diretora-da-celgpar-e-exonerada-em-meio-a-divergencias-internas-1.3318442" target="_self">Diretora da CelgPar é exonerada em meio a divergências internas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governo-mantem-leil-o-da-celgpar-apos-divergencias-1.3317669" target="_self">Governo mantém leilão da CelgPar após divergências</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/presidente-da-celgpar-pede-exonerac-o-em-meio-a-questionamentos-sobre-valores-de-leil-o-da-empresa-1.3317253" target="_self">Presidente da CelgPar pede exoneração em meio a questionamentos sobre valores de leilão da empresa</a></div>

O documento foi enviado ao governo estadual, por meio da Secretaria Geral de Governo, no dia 11 de setembro, com prazo de cinco dias úteis para esclarecimentos. A defesa já foi apresentada por ofício e pessoalmente, por representantes da pasta, em audiência no TCE-GO. A previsão é que o relatório final da equipe técnica seja apresentado ainda antes da realização do leilão.

O tribunal afirma que houve <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-deve-buscar-haddad-para-agilizar-revis-o-do-prf-1.3118903" target="_self">agilidade na elaboração de relatório</a> parcial justamente para que houvesse tempo para providências (“ajustes ou medidas corretivas”) antes da data da venda, na sede da B3, em São Paulo. O leilão estava inicialmente marcado para o dia 30 de setembro, chegou a ser suspenso no dia 22, mas foi retomado com nova data (3/10) na última quinta-feira (25), sem mudança nos preços e demais termos.

O relatório do TCE-GO fala em “informações e indícios relevantes que traduzem possibilidade de inconsistências e distorções na metodologia, fundamentos e cálculos na avaliação econômico-financeira, bem como nas deliberações do gestor, gerando risco de subavaliação dos ativos, o que pode redundar numa alienação em valores inferiores ao que poderia ser considerado preço de mercado”.

“Por consequência, a alienação de ativos subavaliados importa em recebimentos menores, o que por si só é circunstância danosa ao erário estadual”, conclui o documento da auditoria, assinado por dois auditores de Controle Externo, dois assessores técnicos e pelo coordenador do monitoramento.

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A CelgPar venderá duas empresas de transmissão, da qual é a única proprietária, e a participação em outras duas empresas de geração e uma de transmissão, totalizando cinco ativos. Para estruturar o processo de venda, a companhia contratou o Consórcio CRH Consultoria, formado pelas empresas Ceres Inteligência Financeira Ltda., Rolim Goulart Cardoso Advogados e Irko Hirashima.

Alegando complexidade da auditoria, o TCE-GO contratou a empresa LB Consultoria Empresarial Ltda para auxiliar a equipe técnica na análise das avaliações econômico-financeiras das ações da CelgPar, de “forma a determinar se o valor de venda mínimo do leilão está compatível com o valor de mercado”. A LB apresentou relatório preliminar com opinião técnica sobre os valores.

Em todos os quatro lotes, o relatório do tribunal concluiu por indicação de “indícios de subavaliação potencial dos ativos” e “inconsistências metodológicas na avaliação econômico-financeira do Consórcio CRH”, além de discrepâncias entre os cálculos do consórcio e da LB.

Considerando a tabela com a menor diferença, de 23% na comparação entre o valor mínimo do leilão e a precificação feita pelo tribunal, a maior arrecadação viria das ações da Energética Corumbá III. A CelgPar apresentou um lance mínimo de R$ 91,8 milhões, enquanto o relatório técnico indica que poderia ser de pelo menos R$ 111,7 milhões. A companhia goiana tem 25% das ações ordinárias e 50% das ações preferenciais, totalizando 37,5% do capital social da Corumbá III.

As empresas Firminópolis Transmissão e Lago Azul Transmissão têm um preço mínimo de R$ 62,2 milhões, e o relatório aponta possibilidade de venda por pelo menos R$ 75,6 milhões. Os 49% das ações da Pantanal Transmissão estão estimados em R$ 31,1 milhões, enquanto a avaliação do tribunal é de R$ 37,9 milhões. Já os 20% das ações da Energética Fazenda Velha valeriam ao menos R$ 13,1 milhões, e o leilão prevê R$ 8,7 milhões.

O titular da SGG, Adriano da Rocha Lima, que assumirá também o comando da CelgPar na sexta-feira (3), defendeu a metodologia utilizada para a avaliação e diz que há equívocos no relatório parcial do TCE-GO. O secretário afirma que foram apresentados ao tribunal todos os detalhes técnicos e especificidades do edital do leilão e que nenhum questionamento complementar foi apresentado no processo, o que indicaria que foram esclarecidos todos os pontos de dúvidas.

O <a href="https://opopular.com.br/politica/estado-oferece-incentivos-para-novas-hidreletricas-1.3273322" target="_self">governo</a> também argumenta que o tribunal não chegou a pedir a suspensão do leilão, embora o relatório técnico recomende “revisão criteriosa dos valores atribuídos aos lotes, considerando as premissas mais vantajosas ao Tesouro Estadual, a fim de assegurar uma venda mais favorável ao Estado, sem comprometer a razoabilidade dos valores e a competitividade/atratividade”.

Diretoria

O governo confirmou nesta terça-feira (30) uma nova mexida na diretoria da CelgPar, após a exoneração de Anita Belchior da Diretoria de Gestão Corporativa. Até então vice-presidente e diretor de Relações com Investidores, Gustavo Mendanha (MDB), ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, assumirá o cargo que era de Anita. Já para a vaga do emedebista será nomeado o economista Luiz Evandro Leite, ex-assessor da Celg Transmissão até o processo de venda da empresa, em 2021.

Na segunda-feira, o governo havia informado que Leite iria para a vaga de Anita. O argumento oficial é que a gestão buscou um especialista em liquidações para o cargo. O POPULAR mostrou, no entanto, que pesou para a saída da diretora o fato de ela não ter votado a favor da remarcação do leilão para o dia 3 de outubro. Mendanha e o diretor Técnico e Comercial, Marcos Roberto Silva, tesoureiro do diretório estadual do União Brasil, votaram a favor.

Fernando Navarrete apresentou carta de exoneração da presidência da CelgPar na quinta-feira (25), depois que Adriano desautorizou a suspensão do leilão, autorizada pelos quatro diretores no dia 22. Navarrete defendia o adiamento para que fossem revistas as avaliações de acordo com o relatório parcial do TCE-GO e recomendação do Consórcio Estruturador.

Na própria quinta, a diretoria da companhia aprovou a revogação do ato assinado por Navarrete e remarcou o certame para o dia 3. Além de se posicionar contra a nova data, Anita se absteve sobre a revogação da suspensão.

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TCE cita subavaliação de até R$ 198 milhões na CelgPar

Política

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Matéria - Política

Desestatização

Senador licenciado e presidente do PSD goiano, Vanderlan Cardoso afirmou ao POPULAR que uma eventual candidatura do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (PSD) ao Senado Federal ou mesmo uma composição na chapa governista ao Executivo estadual “só dependerá dele”. Vanderlan confirmou que tentará a reeleição e disse que a estratégia do PSD para o próximo ano será lançar duas candidaturas ao Senado.

“Gustavo Mendanha, dentro do partido, desde que ele veio, tanto eu como o presidente Gilberto Kassab, Ismael Alexandrino, Samuel Almeida, que é secretário-geral, demos a garantia para ele que dentro do partido ele disputa o que ele quiser. Desde vice, desde senatoria, qualquer coisa. Então vai depender só dele. Como são duas vagas, ele decidindo que ele quer ser candidato, nós teremos duas vagas, dois candidatos dentro do PSD”, disse Vanderlan ao POPULAR no sábado (27) durante a Abertura Estadual do Plantio de Soja, em Nova Crixás (GO). Apesar da fala de Vanderlan, Mendanha havia dito ao Giro no último dia 16 que “não há possibilidade de ser candidato a vice” e que “foi para o PSD para ser candidato ao Senado” após conversas com Vanderlan e com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. “Entendo que não tinha condição de ser vice em função da minha idade e do meu grupo político, que são iguais ao do Daniel Vilela (vice-governador, do MDB)”, afirmou Mendanha.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/marconi-aposta-em-desejo-de-mudanca-ao-confirmar-disputa-ao-governo-1.3318026" target="_self">Marconi aposta em 'desejo de mudança' ao confirmar disputa ao governo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-quer-acelerar-obras-em-rodovias-no-vale-do-araguaia-1.3318033" target="_self">Daniel quer acelerar obras em rodovias no Vale do Araguaia</a></div>

Vanderlan avaliou ainda que a tendência é o PSD apoiar a candidatura do vice-governador Daniel Vilela (MDB) ao Palácio das Esmeraldas. Destacou, porém, que apesar de ter participado de agendas governistas nos últimos dias, como lançamentos de obras e a inauguração do Complexo Oncológico de Referência de Goiás (Cora), não houve conversas formais com Daniel nem com o governador Ronaldo Caiado (UB).

“Eu tenho acompanhado muito a agenda com o vice-governador, com o governador, e a maioria do pessoal que está no PSD já está em uma parceria com o governo. É o caso do Francisco Júnior, do Vilmar Rocha, do próprio Ismael Alexandrino, que está tendo diálogo muito bom com o governador e o Daniel. Agora, precisamos sentar para definir que tipo de interesse que o governo, o vice-governador, o governador tem no PSD. Nós temos bons nomes para vice. O PSD, eu acho que é peça importante hoje, não só pelo horário eleitoral, mas pelos nomes que tem”, disse Vanderlan, negando a possibilidade de sair do partido.&nbsp;

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Vanderlan diz que candidatura de Mendanha "só dependerá dele"

Eleições 2026

O governador Ronaldo Caiado (UB) discursou na inauguração da ala infanto-juvenil do Complexo Oncológico de Referência (Cora), nesta quinta-feira (26): “Aqui, da mesma maneira que vocês me atenderam nas eleições de nossos prefeitos (...) eu peço a vocês: deem continuidade àqueles políticos que têm compromisso de gastar o dinheiro público corretamente e não achar que cargo público foi feito para se enriquecer e se beneficiar”.

O beneficiário do pedido era o vice-governador, Daniel Vilela (MDB), e entre as testemunhas do apelo estavam o procurador-geral de Justiça, Cyro Terra, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Helder Valin. Órgãos de controle à parte, o episódio ilustra como a máquina pública ajuda o candidato oficial.

Apenas em setembro, Daniel participou da inauguração de ampliação do sistema de abastecimento de água em Goiânia; da feira agropecuária em Bela Vista; de evento festivo em Águas Lindas; entregou casas em Itarumã; vistoriou obras de rodovia em Aporé; participou da festa da melancia em Uruana; anunciou a licitação da pavimentação da GO-485, que liga Santo Antônio do Descoberto à BR-060; vistoriou obras de ampliação do hospital regional de Formosa; entregou a ampliação do abastecimento de água em Jataí, sua principal base eleitoral, e de 89 casas em Água Limpa e Rio Quente; assinou ordem de serviço para duplicação da GO-030, em Catalão; entregou 60 casas a custo zero em Estrela do Norte e em Bonópolis, no Norte goiano, e inaugurou o recapeamento de 25 ruas em Mara Rosa.

O vice-governador assumiu o protagonismo de eventos do governo em função das viagens de Caiado para divulgação de sua pré-candidatura a presidente da República. Segundo reportagem de Fabiana Pulcineli, publicada dia 23, ele passou 75 dias fora do Estado desde que lançou a candidatura, em 4 de abril. Considerados os dias úteis até a data da publicação da reportagem, o governador passou mais da metade deles viajando.

O espaço que ganhou com a ausência do titular do cargo, a visibilidade em eventos do governo, a popularidade de Caiado, com aprovação de 88% dos goianos, segundo a última pesquisa Quaest, criam o ambiente dos sonhos para qualquer governista. São condições políticas muito favoráveis, mas ao mesmo tempo elas aumentam o desafio individual do candidato de conquistar seu lugar para além do governador.

Isso não é nada fácil para um político como Daniel Vilela que ainda não conseguiu difundir sua própria personalidade política e que precisa se fazer notar em meio à força da imagem de Caiado, um político com indiscutível presença física (homem alto, sorridente e com voz forte que ressoa à distância), e que expressa paixão por sua atividade, como fez no discurso no Cora: “Governar não é fácil, mas posso dizer que não há nada mais gratificante na vida. Se me perguntassem mil vezes se valeu a pena, valeu a pena demais da conta”.

Ao lerem a reportagem sobre os 75 dias de ausência do governador, dois leitores comentaram em mensagens privadas pelas redes sociais à repórter Fabiana Pulcineli. “Eu nem ouvi falar do vice, pelo menos ao alcance de minhas redes”, disse um deles. “E o vice não assumiu no lugar dele? Não vi notícia alguma. Ficamos à deriva?” Quer dizer, o esforço por visibilidade da agenda lotada tem sido insuficiente. O staff do vice-governador não demonstra preocupação, pois acredita que os frutos do esforço plantado agora virão quando Daniel assumir o governo, em abril de 2026.

A equipe observa os adversários, mas acha que faltam condições eleitorais para Marconi Perillo (PSDB) avançar para além da média de um terço de votos, com que aparece nas pesquisas atuais, e por apostar que, na polarização entre o caiadismo e o bolsonarismo – este com a candidatura do senador Wilder Morais (PL) a governador –, o candidato governista vai novamente vencer, como nas eleições de 2022 e de 2024.

De fato, as condições atuais são favoráveis a Daniel, mas é bom ressaltar que por enquanto ele joga sozinho em campo, sem a presença de seus adversários. O jogo real só começará em abril, após as desincompatibilizações e o encerramento dos prazos para filiações partidárias.

Cileide Alves, jornalista

Vantagens do candidato oficial

O Popular