Sogra que morreu após infartar ao ser ameaçada com arma durante discussão implorou que genro a soltasse, diz filha
Durante a briga, genro chegou a atirar para o alto, segundo a família. Ele foi preso na casa da vítima e, segundo a defesa, está abalado com o que houve
Rodrigo Melo

Lúcia Helena Rosa Lino era hipertensa, segundo a família. Rodrigo Alves Primo está preso preventivamente (Arquivo pessoal/Amanda Rosa Lino e Divulgação/Polícia Militar)
Lúcia Helena Rosa Lino, de 57 anos, que morreu após infartar depois de o genro fazer ameaças contra ela e a filha, implorou para que ele a soltasse, pois estava sentindo dores no peito e precisava tomar o remédio. A declaração foi dada ao POPULAR por outra filha da vítima, Amanda Rosa Lino, que ajudou a segurar o suspeito até a chegada da Polícia Militar (PM). As ameaças de morte começaram logo que a sogra recebeu o genro no portão e ele pegou a arma, conforme a família da vítima.
"Me solta, você sabe que eu tenho problema de pressão. Não faz isso não", teria dito a mulher para o genro, segundo Amanda.
Rodrigo Alves Primo, de 32 anos, está preso preventivamente na Unidade Prisional Regional de Itauçu. Em nota ao POPULAR , a defesa do suspeito informou que lamenta a morte de Lúcia e que Rodrigo está abalado com o ocorrido. A advogada informou que o suspeito é réu primário e que "a verdade real dos fatos será, em tempo oportuno, devidamente esclarecida no bojo do processo judicial" (veja a nota completa no final da matéria) .
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O caso aconteceu na quinta-feira (13), no Setor Teodoro Alves Rezende, em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia. A família contou que a mulher de Rodrigo havia saído de casa, no dia anterior, após o casal ter uma briga. Conforme o relato, o suspeito não aceitou o término da relação e foi até a casa da sogra, onde estava a companheira.
Tiro e ameaças
Amanda contou que Rodrigo havia dito, por telefone, que iria até a casa da sogra para ter uma conversa amigável com a mulher. Contudo, em depoimento, a esposa de Rodrigo disse que ele chegou ao local, desceu do veículo segurando uma latinha de cerveja e, no momento em que sua mãe estendeu a mão para cumprimentá-lo, ele sacou uma arma de fogo da cintura, apontou em direção à cabeça dela e disse: "Você não fala que mata ou morre por causa de sua filha?". Ele ainda teria pego o celular da sogra para que ela não ligasse para a polícia.
Nesse instante, segundo a mulher de Rodrigo, o suspeito se virou para ela e a ameaçou dizendo: "Se você não ficar comigo, não ficará com mais ninguém". Ela então foi para a rua e ligou para a irmã. Rodrigo atirou, e ela acho que o esposo tinha atirado na mãe dela, mas ele teria mirado para o alto. Em seguida, conforme o depoimento, o suspeito apontou a arma para as duas.
A mulher também confirmou o relato de que o esposo colocou o revólver no ouvido de Lúcia, momento em que ela implorou para que ele a soltasse para que tomasse remédio. Segundo a filha, o suspeito sabia que a sogra era hipertensa e "não podia passar por sustos ou sofrer emoções fortes".
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Prisão
Amanda contou que ela e o marido foram para a casa da mãe após a irmã pedi socorro.
Minha irmã me ligou desesperada pedindo ajuda. Eu desci para lá [com o marido], e quando cheguei, ele já estava enforcando minha mãe e com a arma no ouvido dela falando que iria matá-la", disse Amanda.
Segundo a filha, houve uma briga generalizada entre a família, que conseguiu conter o suspeito. A Polícia Militar informou que foi acionada e, quando chegou ao local, os parentes estavam segurando a mão de Rodrigo, que ainda estava com a arma.
Os militares conseguiram tirar a arma que estava carregada com quatro munições. Em seguida, ele foi preso e o casal de cunhados encaminhadas para Unidade de Pronto Atendimento (UPA), devido às lesões que sofreram pelo corpo durante a briga

Rodrigo Alves Primo, de 32 anos, foi preso em flagrante com a arma de fogo carregada com mais quatro munições, segundo a polícia (Arquivo pessoal/Amanda Rosa Lino e Divulgação/Polícia Militar)
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Infarto
Segundo a PM, no momento em que as viaturas estavam saindo do local, Lúcia continuou a passar mal e foi encaminhada por vizinhos até a Unidade Básica de Saúde (UBS) João Ribeiro de Castro Sobrinho, que fica na região da casa dela.
Para a reportagem, Amanda contou que, quando estava na UPA, foi informada que a mãe sofreu um infarto.
Segundo a PM, viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e do Corpo de Bombeiros foram até o local para ajudar no socorro da vítima, mas após 20 minutos de massagem cardíaca, a mulher morreu. Lúcia deixou duas filhas e três netos.
O suspeito foi encaminhado para Central de Flagrantes de Trindade e poderá responder pelos crimes de feminicídio, ameaça e injúria contra mulher, lesão corporal, além de disparo de arma de fogo em via pública, de acordo com a polícia.
Nota completa da defesa do suspeito
A defesa a do Sr. Rodrigo, lamenta profundo pesar pelo falecimento da senhora Lúcia. O sr. Rodrigo, encontra-se muito abalado o acorrido.
Esclarecemos que a verdade real dos fatos será em tempo oportuno devidamente esclarecidos no bojo do processo judicial.
Vale ressaltar, que o sr. Rodrigo, é réu primário, possui trabalho lícito, com conduta ilibada até o ocorrido.
Além do mais, é importante frizar que qualquer conclusão nesse momento é meramente especulativa e temerária.
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