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Empreiteiros discutem exigências de Lula para obras em mensagens, diz revista

“Chefe” e “Madame” seria a forma como os empreiteiros tratariam Lula e Marisa respectivamente

Folhapress
Empreiteiros discutem exigências de Lula para obras em mensagens, diz revista

(Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Mensagens apreendidas no celular de Léo Pinheiro, ex-presidente e sócio da OAS, e divulgadas pela revista "Veja" nesta sexta (19) revelam detalhes da participação da empreiteira nas reformas feitas no tríplex em Guarujá e no sítio em Atibaia, ambos ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O envolvimento de empreiteiras nas obras do sítio e do tríplex é investigado pela força-tarefa da Operação Lava Jato. Léo Pinheiro já foi condenado a 16 anos de prisão por participação no esquema de corrupção na Petrobras.

Segundo a "Veja", os policiais acreditam que "chefe" e "madame" são, respectivamente, Lula e sua mulher, Marisa Letícia, na troca de mensagens sobre projetos de cozinha.

Em 12 de fevereiro de 2014, Paulo Gordilho, diretor da OAS, avisa a Léo Pinheiro: "O projeto da cozinha do chefe está pronto. Se marcar com a Madame, pode ser a hora que quiser".

O empreiteiro responde: "Amanhã às 19 hs. Vou confirmar. Seria bom tb [também] ver se o do Guarujá está pronto". "Guarujá também está pronto", confirma Gordilho.

No dia seguinte, porém, Léo Pinheiro avisa que a reunião foi desmarcada: "O Fábio ligou desmarcando. Em princípio será às 14 hs na segunda. Estou vendo, pois vou para Uruguai". Fábio, segundo as investigações, seria Fábio Luís, um dos filhos de Lula.

Em nota, o Instituto Lula já admitiu que o ex-presidente e sua mulher visitaram o tríplex 164A, no condomínio Solaris, acompanhados por Léo Pinheiro. A suspeita é que o apartamento, que está em nome da OAS e foi reformado pela empreiteira ao custo de R$ 777 mil, estaria reservado para Lula. O ex-presidente nega ser dono do imóvel.

Lula e Marisa adquiriram uma cota no condomínio em 2005, quando o empreendimento pertencia à cooperativa habitacional Bancoop. A construção do Solaris foi repassada para a OAS em 2009, devido a uma crise da cooperativa.

Segundo o Instituto Lula, a cota dava direito a uma unidade comum, mas Marisa perdeu o apartamento ao não decidir, em 2009, se pagaria à OAS pelo imóvel ou se preferia ser ressarcida. Ainda segundo Lula, a família ainda mantinha uma opção de compra no condomínio e, por isso, visitou o tríplex que estava à venda, mas desistiu da compra.

As mensagens apreendidas mostram ainda que Léo Pinheiro era informado de detalhes do projeto. Em 21 de fevereiro de 2014, Gordilho lhe escreve: "A modificação da cozinha que te mandei é optativa. Puxando e ampliando para lateral. Com isto fica tudo com forro de gesso e não esconde a estrutura do telhado na zona da sala".

Atibaia

Registrada em nome de sócios de Fábio Luís, a propriedade rural em Atibaia foi reformada por uma espécie de consórcio informal de empresas -OAS, Odebrecht e pelo pecuarista José Carlos Bumlai- conforme revelou a Folha. As obras começaram em 2010, último ano de Lula na Presidência.

A suspeita é que Lula seja o verdadeiro dono do sítio. Só a Odebrecht gastou cerca de R$ 500 mil em materiais para a obra. O ex-presidente afirma que frequenta o local, mas não comenta as reformas.

Em março de 2014, Léo Pinheiro recebe uma mensagem de interlocutor não identificado. "Dr Léo, o Fernando Bittar aprovou junto à Dama os projetos tanto de Guarujá como do sítio", diz.

Bittar é um dos donos do sítio e mantém uma relação próxima com a família Lula.

"Só a cozinha Kitchens completa pediram 149 mil, ainda sem negociação. Posso começar na semana que vem. É isso mesmo?", pergunta o interlocutor. "Ok", responde Léo Pinheiro.

Segundo a "Veja", documentos da investigação comprovam que as duas cozinhas foram pagas pela OAS a uma loja em São Paulo e custaram mais de R$ 500 mil.

Outra troca de mensagens sugere que Léo Pinheiro tenha visitado o sítio. Ele pergunta a um funcionário em 3 de novembro de 2013: " Tem algum aeroporto perto de Atibaia?". Em 7 de novembro, envia mensagem à mulher: "Já estou em Atibaia. Vamos voltar do Rio na segunda, as 10 hs. Tudo bem".

Outro lado

Procurada pela Folha, o Instituto Lula informou que não iria se manifestar especificamente sobre as mensagens publicadas pela "Veja" e que os esclarecimentos sobre o tríplex já constam em notas divulgadas anteriormente sobre o tema.

Segundo essas notas, um ano depois de concluída a obra do prédio em Guarujá, em 2014, Lula e Marisa Letícia visitaram o tríplex acompanhados por Léo Pinheiro, ocasião em que o imóvel que estava disponível para venda.

"Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e características da família, nas condições em que se encontrava. Foi a única ocasião em que o ex-presidente Lula esteve no local", segundo a nota.

"Marisa Letícia e seu filho Fábio Luís Lula da Silva voltaram ao apartamento, quando este estava em obras. Em nenhum momento Lula ou seus familiares utilizaram o apartamento para qualquer finalidade", completou a assessoria do ex-presidente.

A Folha não conseguiu localizar a OAS até a publicação desta reportagem.

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Tarifaços de Trump

A postura do presidente estadunidense Donald Trump, em taxar e anunciar novas tarifas para os produtos importados pelos EUA, nos remete ao fantasma de quase cem anos atrás, por ocasião da quebra da Bolsa de Nova York, mais precisamente em outubro de 1929. Vejamos, tais ações radicais, fazem com que Trump, enfrente resistências do próprio mercado do seu país, de boa parte da população, do empresariado e de considerável grupo de políticos. Explico, será que teremos retaliações, principalmente do Canadá, México, China, União Europeia, Índia, Rússia, África do Sul e Brasil? Essas retaliações, que na prática são também taxações recíprocas à entrada dos produtos estadunidenses nesses países, poderão levar os EUA a terem impacto no seu PIB, elevação de juros e preços, afetar a confiança dos consumidores, o aumento da inflação, o desemprego e por último, um grande risco de recessão.

Hoje são reais as possibilidades de uma guerra comercial global. A conduta do presidente Trump pode perfeitamente desestabilizar a ordem comercial de todo o planeta. De nada adianta tentar proteger a economia dos Estados Unidos, e provocar tensão ao redor do mundo, inclusive dificultando as próprias relações comerciais e diplomáticas. Evidentemente que se o mundo não vingar ou mantiver uma reciprocidade tarifária, a economia dos EUA não seria afetada, é exatamente essa a esperança da equipe econômica do presidente Trump. Taxar os produtos chineses em 34%, da União Europeia em 20% e do Brasil em 10%, só para citar alguns exemplos, não é uma medida que agrada os países penalizados. Será que o mundo de hoje, está tão diferente, daquele mundo da depressão de 1929? Reconheço que as causas que levaram à crise de outrora não são as mesmas que podem levar a uma possível crise agora, mas as consequências sim, essas serão muito semelhantes.

Márcio Manoel Ferreira Jardim Novo Mundo - Goiânia

Comemorar?

Lula e membros do PT comemoram dois anos de governo. O que promoveram nestes dois anos foi o desprezo com as contas públicas, a alta da inflação, dos juros, angustiando grande parte da família brasileira, mais a de baixa renda, pela falta até de comida na mesa. Sem falar que pela péssima administração, a perspectiva neste ano é de um retrocesso na atividade econômica.

Paulo Panossian São Carlos-SP

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Vídeo que elogia Lula com falas de premiê japonês é falso; não há registros das declarações

Não há registros públicos de que o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, tenha dito que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “um herói da vida” e o “maior estadista do mundo”. Um vídeo gerado por inteligência artificial repercute supostos elogios, que não foram encontrados no discurso do líder japonês durante o encontro diplomático com Lula em Tóquio ou publicados pela imprensa do Brasil e Japão. Informação foi investigada pelo O POPULAR

Vídeo que elogia Lula com falas de premiê japonês é falso; não há registros das declarações

(Arte/Projeto Comprova)

Conteúdo investigado: Vídeo que mostra o líder japonês Shigeru Ishiba e diz que ele teria feito uma série de elogios a Lula, dizendo, por exemplo, que o brasileiro "é um herói da vida humana" e "o presidente com mais ações e feitos da história". O post ainda diz que a visita de Lula foi "capa nos principais jornais do mundo". Sobre o vídeo foi adicionada a etiqueta "marcado pelo criador como gerado por IA".

Onde foi publicado: TikTok.

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Conclusão do Comprova: Não foram encontradas falas do primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, com os elogios a Lula citados no vídeo analisado. O discurso dublado, exibido na postagem verificada, não corresponde às declarações públicas do primeiro-ministro repercutidas pela imprensa brasileira e japonesa na última semana. Os líderes participaram de um encontro, em Tóquio, entre os dias 23 e 27 de março.

O único discurso ao vivo de Ishiba ocorreu em uma coletiva de imprensa, no dia 26, na cerimônia de assinatura de acordos entre os países. O vídeo foi registrado pelo canal no YouTube do governo brasileiro, o CanalGov, e traduzido simultaneamente. Em sua fala, o primeiro-ministro deu boas-vindas a Lula e à primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, mas não fez os comentários do conteúdo analisado.

No discurso, que durou cerca de 20 minutos, Ishiba comentou sobre as promessas de colaboração e os laços entre os dois países. Ele citou o estabelecimento de acordos para fortalecer áreas envolvendo segurança, defesa, meio ambiente, economia, comércio e investimentos. Além disso, mencionou a importância do Brasil como um "parceiro capaz de liderar a comunidade internacional para a cooperação mútua" em um cenário de conflitos globais.

A partir de uma busca por reportagens em jornais brasileiros e japoneses, que repercutiram os detalhes da visita e os acordos assinados, também não foram localizadas falas públicas do primeiro-ministro sobre Lula ser um "herói de vida" ou outros comentários nesse sentido. Os veículos do Japão citaram a importância do encontro, apontando que o Brasil é um líder no Sul Global.

A recepção de Lula no Japão foi a primeira visita de Estado de um líder estrangeiro no país asiático desde 2019. Mas, diferentemente do que alega a postagem analisada, a repercussão do assunto foi tímida na imprensa mundial. Reportagens foram publicadas em veículos e agências de notícias internacionais, como a AP News, France 24, Foreign Policy e Buenos Aires Times.

O Comprova entrou em contato com o responsável pelo post no TikTok, mas não houve retorno até a publicação da checagem. O perfil se descreve como um canal de comédia, animes e política e publica vídeos gerados por inteligência artificial de personalidades, como Lula, Jair Bolsonaro, Donald Trump, Papa Francisco, dentre outros. Não há aviso nas publicações de que se trata de conteúdo humorístico e há comentários que indicam que seus autores acreditam na veracidade dos vídeos com políticos.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 2 de abril, o conteúdo teve mais de 294 mil visualizações e 32 mil curtidas no TikTok.

Fontes que consultamos: Consulta por registros de declarações de Ishiba durante a visita de Lula ao Japão e transcrição da coletiva de imprensa realizada pelos líderes no dia 26 de março. Pesquisa por notícias e falas dos representantes de Estado na imprensa brasileira e japonesa.

Repercussão na imprensa do Brasil e Japão

Veículos brasileiros noticiaram que a visita de Lula ao Japão foi destaque nos principais jornais japoneses, como em reportagem publicada pelo Poder 360, Estadão e El País. A imprensa asiática ressaltou o encontro do presidente brasileiro com o Imperador Naruhito e o primeiro-ministro Ishiba, além da cooperação entre os países na área econômica e diplomática.

O jornal Yomiuri Shimbun publicou que a família imperial japonesa participou de uma cerimônia de boas-vindas para Lula e Janja, com um jantar e apresentação de samba. O veículo também noticiou que a visita proporcionou o estabelecimento de um "plano de ação para os próximos cinco anos", sobretudo nos temas de política, segurança, economia e investimento e alterações climáticas.

O editorial do Nikkei disse que o "Brasil é um líder no Sul Global, cuja voz está se tornando cada vez mais influente" e comentou sobre a importância da parceria estratégica devido aos valores compartilhados pelas nações. O jornal ressaltou que a maior comunidade imigrante japonesa está no Brasil e lembrou o 130º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os países.

O Nikkei ainda noticiou o encontro com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para medidas de combate ao aquecimento global, e uma entrevista com Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, sobre a cooperação do Japão com o BRICS, grupo econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O jornal Mainichi destacou as falas de Ishiba durante a coletiva de imprensa com Lula e a relevância da cooperação "em meio aos crescentes riscos geopolíticos e tensões comerciais".

Brasil e Japão assinaram dez acordos em setores de educação, saúde, indústria, tecnologia, dentre outros, além de 80 instrumentos de colaboração entre entidades, como universidades, empresas e bancos. Os países anunciaram um plano de ação para revitalizar as relações diplomáticas, com visitas entre os líderes a cada dois anos.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: Agências de checagem publicaram verificações a respeito da viagem de Lula e Janja ao Japão. O Aos Fatos, Lupa e UOL Confere noticiaram que o governo japonês não impediu que a primeira-dama participasse de reuniões oficiais.

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Daniel inaugura crítica contra Lula e diz que gestão é 'ultrapassada'

Citado por partidos de esquerda como uma alternativa de apoio, vice-governador nega possibilidade de composição, se diz de centro-direita e dispara contra o petista

Vice-governador Daniel Vilela e o presidente Lula, em Goiânia, na entrega de obra do BRT, em 2024: críticas à gestão federal

Vice-governador Daniel Vilela e o presidente Lula, em Goiânia, na entrega de obra do BRT, em 2024: críticas à gestão federal (Fábio Lima / O Popular)

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) rejeitou a possibilidade de apoiar a eventual candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ter o apoio da frente formada em Goiás por partidos de esquerda. Além de negar a composição, o futuro governador e pré-candidato à reeleição inaugura discurso com críticas diretas ao governo petista, depois de relação amistosa e interlocução constante com ministros ao longo dos últimos dois anos.

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Como publicado pelo POPULAR nesta segunda-feira (24), a chance de diálogo entre a frente de esquerda e Daniel Vilela foi considerada por lideranças de PT e PV e foi alvo de debate interno entre os esquerdistas em reuniões realizadas neste ano em preparação para a disputa estadual de 2026. Daniel Vilela garante apoio ao projeto nacional do governador Ronaldo Caiado (UB), que segundo ele, deverá contar com a crescente rejeição ao governo Lula.

"Exatamente. É um cansaço. Uma política que não representa mais nenhum anseio da população. Uma agenda, digamos assim, ultrapassada, que não consegue dialogar e conversar com a sociedade brasileira atual. Isso é o grande fator que nos coloca numa condição de ter o governador sendo alguém com um potencial muito grande, na minha visão", avalia Daniel Vilela.

O vice ainda aponta que "tem um projeto a seguir", em referência à postulação de Caiado à Presidência. "O governador é a grande referência política do nosso estado e tem o projeto de uma candidatura presidencial, na qual nós acreditamos muito, até porque ele hoje é referência nos temas que mais preocupam os brasileiros. Estamos muito confiantes de que a campanha, no momento certo, terá uma adesão muito grande", acredita.

A partir do reforço no apoio à pré-candidatura de Ronaldo Caiado, Daniel Vilela apresenta, pela primeira vez, discurso de oposição ao governo federal. "Qualquer aliança em Goiás deve, obrigatoriamente, passar pelo apoio à candidatura nacional. Não tem como falar em ter apoio da esquerda, se a esquerda não estiver com o governador Caiado." O vice ainda rebate as sugestões dos petistas e sugere que poderia receber o apoio, com uma condição.

"Se eles tiverem um gesto de reconhecimento, não só do trabalho que o governador está fazendo, mas de que ele representa aquilo que o país está precisando, sem dúvida, nós não vamos rejeitar o apoio. Nem eu, nem o próprio governador. Acho que Goiás precisa estar unido em prol dessa causa", defende.

O ex-deputado federal também rejeita o argumento de que o MDB estadual manteve, no passado, relação próxima com os governos do PT e com apoio das principais lideranças, como Maguito Vilela e Iris Rezende, a candidaturas de Lula ao Planalto.

"Sem dúvida, o MDB está em outro momento. É óbvio que ninguém está falando em deixar de ter uma relação civilizada no campo político. O próprio governador Caiado tem uma relação de civilidade com todos os partidos políticos. Agora, o contexto é completamente diferente e não faz sentido nenhum tentar de alguma forma utilizar esses argumentos do passado para decidir qualquer rumo nessas eleições de 2026", responde Daniel.

Bolsonaro

O rumo traçado até agora para a eventual campanha do vice-governador passa pela aproximação buscada junto ao PL e Jair Bolsonaro. Daniel Vilela teve conversa com o ex-presidente, em Brasília, em novembro de 2024, por articulação do vereador Vitor Hugo (PL), e gerou racha dentro do partido presidido pelo senador Wilder Morais, que avalia se lançar para a disputa ao Palácio das Esmeraldas.

Questionado pelo POPULAR sobre a preferência pelo PL, Daniel aponta que "sem dúvida, faz muito mais sentido hoje estarmos todos juntos". E completa: "foi inclusive o que o governador Caiado desejou nas articulações que precederam a eleição de prefeito de Goiânia e eu, naturalmente, tenho um bom diálogo com vários integrantes do PL. Também é legítimo que outros tenham um projeto diferente para 2026, mas isso não impede de a gente estar conversando, dialogando e construindo uma agenda e um projeto para Goiás que tem muito mais sinergia entre nós para 2026."

Centro-direita

Depois de mandato de deputado federal identificado como parlamentar de centro, Daniel Vilela agora afirma que é um político de centro-direita". "Eu penso que é uma centro-direita. É isso que o Brasil está demonstrando do ponto de vista de ideologia política. É um partido que tem equilíbrio, eficiência, gestões de resultados, mas que também preserva e garante valores importantes da nossa sociedade que, ao longo dos últimos anos, foram se perdendo", defende.

"Há, por parte da sociedade brasileira, o desejo de um freio de arrumação e isso vem sendo traduzido e representado através de um projeto de centro-direita, que é o nosso governo do governador Caiado", finaliza.

Depois de petistas consideraram o nome de Daniel Vilela como alternativa "interessante", desde que ele apoie Lula, o deputado federal Rubens Otoni (PT) passou a definir que não há qualquer possibilidade de composição.

"O governo do estado, independente de Ronaldo Caiado ser ou não candidato, em hipótese alguma apoiará o presidente Lula. Então, não há hipótese alguma de aproximação do PT com a candidatura de Daniel. Se é verdade que ainda não sabemos o caminho a ser trilhado, uma certeza eu tenho: o PT não caminhará com a candidatura do governo do estado", disse.

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Sem definir candidatura, PT e aliados cogitam apoio a Daniel

Frente de esquerda avalia composição com vice-governador na disputa estadual, mas cenário nacional que opõe Lula e Caiado é entrave

Kátia Maira, vereadora e presidente estadual do PT: falta consolidar a frente, buscando PSB e Cidadania

Kátia Maira, vereadora e presidente estadual do PT: falta consolidar a frente, buscando PSB e Cidadania (Fábio Lima / O Popular)

A frente de esquerda, formada em apoio à candidatura da deputada federal Adriana Accorsi (PT) à Prefeitura de Goiânia, em 2024, mantém contatos para a composição de projeto conjunto na eleição estadual de 2026. Os principais objetivos são construir palanque para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e estruturar chapas competitivas para deputado estadual e federal.

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Diante das prioridades, ainda não há definição sobre o lançamento de chapa própria ao governo estadual e, além de nomes dos próprios partidos, as considerações internas incluem atores externos ao grupo, como o vice-governador Daniel Vilela (MDB) . O nome de Daniel é considerado "interessante" por parte das lideranças de esquerda envolvidas nas conversas, principalmente pelo histórico de bom relacionamento do MDB com Lula.

A possibilidade, no entanto, também gera reações contrárias, segundo dirigentes partidários ouvidos pelo POPULAR , que rejeitam qualquer hipótese de aproximação com o grupo liderado pelo governador Ronaldo Caiado (UB).

A frente é formada pela federação "Brasil da Esperança", composta por PT, PCdoB e PV, e a federação entre PSOL e Rede. Também há participação de lideranças do Cidadania, mas o partido segue sem composição definida com qualquer grupo em Goiás, enquanto a direção nacional avalia opções depois da decisão de deixar a federação com o PSDB, na última semana. A frente também tem integrantes do PSB, mas o partido, comandado pelo ex-deputado federal Elias Vaz, segue no grupo liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto.

"Na verdade, estamos definindo ainda. Consolidando. Nem a própria frente está consolidada, porque a gente tem a tarefa, por um dos encaminhamentos que tiramos na frente, de dialogar com os partidos para que o PSB venha de forma oficial, o Cidadania, e vamos buscar todos os partidos que apoiam o governo do presidente Lula", aponta a vereadora de Goiânia e presidente estadual do PT, Kátia Maria.

Desde o início do ano, foram realizadas quatro reuniões da frente de esquerda em Goiás, com agendas no diretório estadual do PT, no Setor Universitário. Apesar de avançar na meta de compor chapas proporcionais fortes em todos os partidos envolvidos, ainda não há definição sobre candidatura própria ao governo estadual.

"A única certeza que a frente tem é que a prioridade é o Lula, para garantir a eleição desse projeto popular. Quando chegar o momento certo, vai discutir qual vai ser a tática. Vai ser aliança ou vai ser candidatura própria? Esse debate tem um caminho a ser percorrido antes da sua definição", avalia a dirigente.

A próxima reunião do grupo está marcada para ocorrer no dia 14 de abril. O prazo alongado, antes da rotina de encontros quinzenais, foi definido na última reunião por conta do processo de eleição interna para o comando do PT. Com o fim do mandato de Kátia Maria, a tendência é de que a deputada federal Adriana Accorsi assuma o cargo.

"O Daniel é um nome interessante. Agora, nós precisamos saber se o Daniel vai estar no projeto do Lula. Se isso for superado, o Daniel é um bom nome . Esse é um critério básico nosso, mas a relação com o Daniel e com o pai dele, Maguito Vilela, sempre foi muito boa e muito respeitosa", considera o deputado estadual Mauro Rubem (PT).

Apesar da consideração entre lideranças de esquerda, o vice-governador fez movimento no sentido contrário quando, em novembro de 2024, teve reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por articulação do vereador Vitor Hugo (PL). A movimentação gerou reações no partido do senador Wilder Morais (PL) e, desde então, Daniel Vilela tem mantido o assunto em compasso de espera. Em nota divulgada em fevereiro sobre as composições partidárias de provável candidatura à reeleição no próximo ano, o vice defendeu a construção de uma "grande aliança".

"O Daniel é uma pessoa que nós vemos como alguém progressista, democrático e alguém por quem temos muito respeito, mas o contexto político é indeciso e imprevisível devido à possibilidade de candidatura do governador Ronaldo Caiado a presidente, que ele tenta viabilizar. Já houve manifestações de apoio do Daniel a essa candidatura e isso inviabiliza que nós apoiemos ele", considera Adriana Accorsi.

"Com toda certeza, se o Daniel estiver nesse espectro de apoiar o Lula, nós não temos dificuldade nenhuma de dialogar com ele para 2026, mas passa por esse quesito. Não apenas para ele, mas para todos os outros que tiverem interesse em dialogar com a frente", avalia Kátia Maria. Sobre a influência de possível pleito nacional de Caiado, a dirigente avalia: "É uma definição do Daniel. Para nós, não tem problema. Se o Caiado for candidato a presidente e o Daniel disser que quer apoiar o Lula, para nós não tem problema nenhum".

O presidente estadual do PV, Cristiano Cunha, também considera a conversa com o vice, mas aponta uma dificuldade. "Existe essa possibilidade devido à história do MDB com PT, mas pode haver veto do Caiado", afirmou.

Divergência

Apesar dos critérios, o nome de Daniel Vilela voltou a ser citado como possibilidade de diálogo na última reunião , há duas semanas, mas a cogitação foi rejeitada pela presidente do PSOL, Cíntia Dias. "Para nós, esse é um dos nossos limites. Nós não vamos fazer aliança ou estar em uma chapa em que a proposta é de um estado violento, opressor, sem organização da educação e com problemas na saúde. Não tem essa possibilidade", considera.

"A gente sabe que o Daniel e o MDB tiveram no passado uma proximidade com o PT, mas é com o PT. Não é com o PSOL e imagino que eles tenham o mesmo problema ideológico com a gente. Se isso acontecer, a gente não está mais na frente", define.

A presidente da sigla ainda avalia que não deverá haver interesse do próprio vice-governador no possível diálogo. "O cenário no estado é de vantagem para a extrema-direita e para uma direita próxima a isso. Então, eu duvido que o Daniel se aproximaria de uma frente de esquerda. Para ele se apresentar enquanto candidato de Ronaldo Caiado, não acho que ele se arriscaria", analisa.

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