Casos de Covid-19 registram aumento de 354,7% em Goiás
Foram 1,2 mil registros em dezembro de 2023 contra 5,6 mil em janeiro de 2024. Procura por testes cresceu e algumas cidades cancelaram carnaval
Mariana Carneiro

Fila de veículos na tenda de testagem ampliada no Parque Amazônia (Fábio Lima)
O número de casos de Covid-19 em Goiás aumentou 354,7% quando comparadas as quatro primeiras semanas epidemiológicas deste ano com o mesmo período imediatamente anterior. Foram 1,2 mil casos em dezembro de 2023 contra 5,6 mil em janeiro de 2024. No interior, cidades cancelaram o carnaval por conta do avanço da doença. Aumento de casos da Covid-19 coincide com **curva ascendente da dengue no estado ** . A preocupação dos especialistas gira em torno da sobrecarga do sistema de saúde.
O aumento de casos da Covid-19 fez a população voltar a formar longas filas à procura de testagem em Goiânia. Na manhã desta segunda-feira (5), a tenda da testagem ampliada montada na Praça Senador José Rodrigues de Morais Filho, no Parque Amazônia, estava lotada. A média diária de pessoas que procuram por testes oferecidos pela Prefeitura aumentou de 1,6 mil para 3,8 mil entre dezembro e janeiro. O Laboratório Padrão registrou aumento de 48% na procura por testes entre os dois últimos meses em Goiás, com positividade de 33,7% em janeiro.
A Prefeitura de Guapó, na região metropolitana de Goiânia, anunciou o cancelamento do carnaval da cidade neste ano por causa do aumento de casos da Covid-19. Segundo o Núcleo de Vigilância Epidemiológica, as contaminações saltaram de três em dezembro para 54 em janeiro. O decreto foi divulgado na última sexta-feira (2). A medida tem o objetivo de evitar a disseminação da Covid-19 em eventos onde haja aglomeração de pessoas neste feriado de carnaval. A Prefeitura de Itapuranga adotou medida semelhante.
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No início de 2022, Goiás teve um aumento concomitante de casos de Covid-19, dengue e influenza. Na ocasião, motivado pelo início da circulação da variante ômicron, Goiás vivenciou o maior pico de casos de Covid-19 até agora. Foram 80,6 mil registros em uma única semana. O cenário gerou a lotação das unidades de saúde do estado. Na avaliação da infectologista Marília Dalva Turchi, as chances de o cenário se repetir são baixas. "Não vejo risco de colapso do sistema de saúde, mas pode ocorrer uma sobrecarga por conta do aumento da demanda por pronto atendimento", esclarece.
O infectologista Marcelo Daher aponta para a existência de uma sazonalidade da Covid-19 no início e no meio de cada ano. "Observamos isso desde 2021. Costumamos ter duas ondas mais importantes no ano. Provavelmente vai impactar o sistema de saúde, mas o que a gente tem observado é que a dengue vai ser um problema muito maior que a Covid-19", reforça o especialista.
Na última sexta, o governo estadual decretou situação de emergência em saúde pública por conta do aumento das arboviroses. Já são três mortes por dengue confirmadas em Goiás. Uma delas é uma estudante, de 16 anos, que morava em Uruaçu e morreu no último sábado (3). Outros 38 óbitos estão em investigação. O estado já soma 25 mil casos notificados, número 43% maior do que no mesmo período do ano passado.
Na última quinta-feira (1º), em entrevista coletiva, a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, explicou que o aumento de casos de Covid-19 ainda não tinha tido impacto nas internações. Em nota, a SES-GO informou que vem observando o aumento de casos em 2024, mas destacou que o quantitativo é consideravelmente menor do que o verificado no mesmo período de 2023 (confira quadro). Do total de registros em 2024, 112 evoluíram para quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) complicações respiratórias, necessitando de internação.
A pasta ainda destacou a importância da vacinação (leia mais ao lado) e do cumprimento das seguintes medidas: higienização das mãos com álcool 70% ou água e sabão e o uso de máscaras por pessoas com sintomas gripais, que tenham diagnóstico positivo da doença, com fatores de risco para complicações por doenças respiratórias, na ocorrência de surtos de síndrome gripal em determinado local ou instituição e por profissionais de saúde. (Colaborou Kariny Bianca)
Prioridade para vacinação muda
O esquema vacinal contra a Covid-19 mudou no início de 2024. As alterações foram promovidas pelo Ministério da Saúde. Atualmente, os imunizantes contra a doença são ofertados para crianças de seis meses a menores de cinco anos por meio do Calendário Nacional de Vacinação.
Todas as pessoas que fazem parte dessa faixa etária e não estão vacinadas ou estão com o esquema vacinal incompleto podem receber três doses do imunizante. O intervalo recomendado é de quatro semanas entre a primeira e a segunda dose e de oito semanas entre a segunda e a terceira.
A vacina também está disponível para grupos prioritários com cinco anos de idade ou mais e com maior vulnerabilidade ou condição que aumenta o risco para formas graves da doença. Essas populações têm indicação de dose anual, independentemente do número de doses prévias de vacina contra a Covid-19. Pessoas com 60 anos ou mais, gestantes, puérperas e imunocomprometidos devem receber a dose a cada seis meses.
Os esquemas primários de vacinação contra a Covid-19 não são mais recomendados rotineiramente para as pessoas com 5 anos de idade ou mais que não fizerem parte de grupos prioritários. Nesse grupo, a imunização é recomendada apenas para pessoas que não foram vacinadas anteriormente ou receberam apenas uma dose do imunizante. O esquema consiste em duas doses da vacina contra a Covid-19, com intervalo mínimo de quatro semanas entre elas.
Em Goiás, 85,42% da população já tomou a primeira dose da vacina e outros 77,34% a segunda dose. Atualmente, a cobertura vacinal específica para o imunizante bivalente é de 14%. A cobertura vacinal mais crítica está entre as pessoas com 3 anos ou menos. Apenas 12,2% tomaram a primeira dose da vacina e 6,8% a segunda.

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