"Estou muito agradecido por Goiás", diz familiar de paciente do Amazonas
Filho de motorista de aplicativo de Manaus, internada em Goiânia, conta drama vivido antes da transferência e elogia tratamento que mãe está tendo. “Cenas de guerra terríveis”, descreve
Thalys Alcântara
A motorista de aplicativo Themis Lima Gandra, de 55 anos, estava entre os primeiros 14 pacientes com covid-19 transferidos de Manaus para Goiânia, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), na tarde da última segunda-feira (18). Amazonas vive um colapso no sistema de saúde por conta da pandemia do coronavírus, com a falta de leitos e cilindros de oxigênio. Com a ajuda financeira de amigos, o filho de Themis, o administrador Alberto Rubens Gandra Neto, de 32, veio às pressas para a capital de Goiás, onde nunca tinha ido, para acompanhar a mãe.
Alberto mora em Curitiba (PR) e estava em Manaus passando as festas de fim de ano junto da família. A mãe começou a sentir sintomas de covid-19 na manhã de Natal, no dia 25 de dezembro, mas foi hospitalizada no dia 11 de janeiro, depois que apresentou uma febre alta que não passava. O administrador conta que primeiro levou Themis para um pronto-socorro em Manaus, onde ela ficou esperando por atendimento por mais de 3 horas, mesmo estando com o estado de saúde crítico.
Em seguida, Alberto levou a mãe para o Hospital Dr. João Lúcio Pereira Machado, também em Manaus, onde ela foi internada na chamada "sala rosa", destinada aos pacientes com covid--19. Ela deu entrada no hospital à tarde. Na noite do mesmo dia, o hospital foi fechado para novos pacientes, por falta de vagas.
"Estava muito crítico. Aquela apreensão o tempo todo do fim do oxigênio e de acabar medicação. Havia muita gente internada, cenas de guerra terríveis. Gente precisando de atendimento e não conseguindo, situação muito triste", descreve o administrador.
Alberto agradece a Deus pela mãe não ter sofrido com falta de oxigênio. Os cilindros do hospital acabaram pouco depois dela ter sido transferida para Goiânia. No entanto, ele conta que chegou a ajudar uma amiga a conseguir oxigênio para a irmã, internada com coronavírus. "Fui correndo pela cidade para conseguir oxigênio. Ela (irmã da amiga) foi transferida e está em São Luís (MA).
Transferência
O administrador diz que quando recebeu uma ligação falando da possibilidade de transferência da mãe para outro Estado, aceitou na hora. Atualmente, Themis está na enfermaria do 12º andar do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG).
Segundo Alberto, Themis está consciente e começando a depender menos de oxigênio. Eles conversam várias vezes por dia por celular, já que ele não pode entrar na ala do hospital onde ela está. Além disso, ele recebe dois boletins médicos por dias e uma ligação da equipe médica durante a tarde, para saber mais detalhes. A previsão é que ela receba alta nos próximos quatro dias.
"Estou muito agradecido por Goiás ter recebido meus conterrâneos, por estarem tratando eles muito bem. As pessoas têm que se cuidar, se prevenir. Ainda vejo muita gente sem máscara. As pessoas não têm noção da gravidade dessa doença."

Themis Lima Gandra, de 55 anos, é uma das primeiras 14 pessoas que vieram de Manaus para tratamento contra Covid-19 em Goiânia (Divulgação)
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