Em Goiás, as principais cidades turísticas já voltaram a funcionar, mas com a capacidade reduzida. Via de regra, hotéis, pousadas, restaurantes e bares podem abrir com cerca de 50% da operação. Uso de máscaras, intensificação de limpeza e vigilância epidemiológica reforçada para combater possíveis aglomerações têm sido as apostas das prefeituras para garantir a segurança de moradores e turistas.Nesta sexta-feira (14), Pirenópolis foi aberta novamente para o turismo. Os estabelecimentos comerciais do município já estavam funcionando desde o início deste mês para os moradores da cidade.O secretário de Cultura e Esportes e presidente da comissão que avalia a situação do enfrentamento ao coronavírus (Sars-CoV-2) na cidade, Betho Rego, diz que nas últimas semanas os estabelecimentos que vão abrir passaram por treinamentos para se prepararem. “Não são todos que têm a autorização”, pontua. Os hotéis e pousadas vão poder funcionar com 65% da capacidade e restaurantes com 50%. Nas atrações naturais, como cachoeiras, as pessoas ficarão divididas em núcleos familiares. O uso de máscara nas ruas é obrigatório.A partir de agora, a cidade vai funcionar com faixas de segurança (verde, amarela e vermelha) que serão baseadas no número de mortos pela Covid-19, casos da doença e também na quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponível. “O intuito é que a cidade não feche mais. Vamos monitorar, e caso o risco aumente, vamos fechar os segmentos com maior periculosidade como, por exemplo, os bares e atrativos naturais”, esclarece o secretário.Em Caldas Novas a retomada foi iniciada no começo de julho e deve seguir no mesmo ritmo até em 2021 (leia mais ao lado).Na cidade de Goiás, uma das cidades históricas mais procuradas pelos turistas, as atividades começaram a voltar no fim de julho com hotéis, pousadas e restaurantes também operando com 50% da capacidade. Além disso, a prefeitura organizou um alvará de funcionamento especial para os estabelecimentos e tem feito vigilância nos que estão abertos. “No começo, o retorno dos turistas foi tímido. Nos últimos dias temos visto eles voltarem com mais força. Até o momento, a capacidade máxima de 50% tem atendido bem a demanda. Na cidade, onde os museus ainda não estão abertos, os estabelecimentos ficaram fechados mais de cem dias.Chapada dos VeadeirosApesar da tendência para reabertura em Goiás, alguns municípios seguem sem receber turistas como, por exemplo, a cidade de Cavalcante, na região da Chapada dos Veadeiros. Apenas Alto Paraíso de Goiás, onde fica a Vila de São Jorge, publicou no dia 29 de julho, um decreto que libera a reabertura. Vários protocolos de segurança foram estabelecidos. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está fechado há quatro meses. O POPULAR não conseguiu contato com a prefeitura de Alto Paraíso para comentar a reabertura. Na região do Lago Serra da Mesa, no Norte do Estado, Minaçu também ainda não liberou o turismo. “Tivemos um aumento de casos muito grande na cidade nos últimos dias. Ainda não está na hora”, diz Walclair Guerra, secretário municipal de Saúde. Apesar da proibição, festas e aglomerações nos ranchos da beirada do lago preocupam a Saúde da cidade. Caldas Novas conseguiu conter surtoAs medidas de segurança adotadas por Caldas Novas conseguiram conter um possível surto do coronavírus (Sars-CoV-2) causado por aglomerações oriundas do funcionamento do turismo na cidade. A avaliação é do grupo de Modelagem da Expansão Espaço-Temporal da Covid-19 em Goiás, da Universidade Federal de Goiás (UFG). O aumento dos casos era uma preocupação dos pesquisadores da UFG que fizeram um estudo em meados de junho sobre a possibilidade de surto na cidade e também em Pirenópolis. No estudo, no pior dos cenários, em meados de agosto, a cidade teria mais de 30 mortos e uma taxa de dois novos casos surgindo a partir de um caso original.Até nesta quinta-feira (13), a cidade tinha 604 casos confirmados da doença e 12 mortes, número bem abaixo do projetado pelo grupo no pior cenário. “O número de óbitos em Caldas Novas está dentro do nosso intervalo de confiança, que seria entre 13 e 20 mortes em meados de agosto, caso eles conseguissem manter o isolamento alto. Isso significa que os protocolos que eles adotaram foram suficientes para controlar surtos em função das aglomerações”, esclarece o professor titular do Departamento de Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFG e membro do grupo de modelagem, o biólogo José Alexandre Filho. Entretanto, o especialista faz um alerta sobre o crescimento de casos e mortes na cidade. “A curva de casos continua alta. Os casos deles aumentaram significativamente na 29ª semana epidemiológica, do dia 12 a 18 de julho, e mais da metade dos óbitos é da última semana de julho para cá. Então, claramente vemos uma taxa positiva de crescimento”, pontua o professor. Na cidade, apenas hotéis, pousadas e pensões têm funcionado desde o início de julho com 50% da capacidade, seguindo uma série de protocolos como uso de máscaras, higienização constante das mãos e proibição de hospedagem de pessoas com sintomas gripais. O secretário de Turismo da cidade, Ivan Pires, diz que, por hora, o volume de ocupação não será aumentado. “Ela tem servido bem à quantidade de turista que tem procurado Caldas. Acreditamos que apenas no início de 2021 a cidade volte 100% ao normal”, finaliza. Araguaia vence alta temporadaAs cidades turísticas banhadas pelo Rio Araguaia conseguiram passar pelo mês de julho, quando a temporada do manancial ganha corpo, sem grandes aglomerações e aumento significativo de casos do coronavírus. Em Aruanã, principal cidade turística da região, que recebe em média 500 mil visitantes nesta época, o número de pessoas que passou pela cidade neste ano não chegou a 50 mil. Isso porque, dentre outras ações, o município barrou aglomerações nas praias e os hotéis só começaram a funcionar com 50% da capacidade a partir da segunda quinzena de julho.“Estávamos preocupados e ficamos felizes de ver que os goianos respeitaram a quarentena”, diz o prefeito de Aruanã, Hermano de Carvalho (PSDB). Agora, a preocupação é de como auxiliar a população ribeirinha da cidade, que depende do turismo para sobreviver. “Estamos estudando alternativas para que essas pessoas possam continuar trabalhando”, finaliza Carvalho.-Imagem (1.2102856)