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João Leite já responde por dois terços do abastecimento de Goiânia

Presidente da Saneago diz que reservatório e novas adutoras tiraram dependência das águas do Meia Ponte e deixaram situação tranquila, mas que é preciso que todos mantenham consumo consciente

Presidente da Saneago, Ricardo Soavinski: "Mesmo com a estiagem mais cedo, nossa avaliação é de que na capital temos um nível de segurança (hídrica) grande" (Wesley Costa / O Popular)

Presidente da Saneago, Ricardo Soavinski: "Mesmo com a estiagem mais cedo, nossa avaliação é de que na capital temos um nível de segurança (hídrica) grande" (Wesley Costa / O Popular)

Oceanógrafo de formação e servidor de carreira como analista ambiental no Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Soavinski está cedido ao governo de Goiás para comandar a Saneago, à semelhança do que fez na Sanepar, a companhia estatal de saneamento do Paraná, onde também foi secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

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Ele preside a empresa goiana desde o início do primeiro mandato de Ronaldo Caiado (União Brasil) e recebeu a equipe do POPULAR em seu gabinete para explicar como a prenunciada crise hídrica e a provável estiagem mais extensa e intensa este ano devem impactar no abastecimento. Para Soavinski, Goiânia está em uma situação particularmente segura em relação à garantia de água nas torneiras para a população.

O segredo? A integração dos sistemas Meia Ponte e Mauro Borges/João Leite que houve a partir de 2019, com a construção de adutoras que multiplicaram a vazão, deixando uma distância tranquila entre a capacidade de abastecimento e a atual demanda. "Com as novas interligações, hoje o Meia Ponte responde pelo abastecimento de apenas 36% da cidade; 64% do consumo de água vem do João Leite", explicou o gestor da Saneago, que também já foi presidente do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e diretor nacional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).

O Cerrado está cada vez mais devastado, e agora com desmatamento superior ao da Amazônia. Equilibrar expansão da fronteira agrícola e preservação de um bioma considerado a "caixa d'água" do Brasil é um desafio para manter os recursos hídricos?

É um desafio de fato, não só no Centro-Oeste ou no Brasil, mas no mundo. É possível viver sem energia elétrica, pelo menos durante algum tempo, mas sem água ninguém vive. E a questão hídrica é um problema para o abastecimento tanto pela escassez como pelo excesso, como vimos agora no Rio Grande do Sul, onde os sistemas produtores foram inundados. Recuperar o maquinário, os filtros, as próprias tubulações etc., isso é um trabalho enorme, mesmo quando as águas baixarem. A relação entre clima, diferentes usos da água e os mananciais está sofrendo alterações e é preciso planejamento, gestão e entendimento da população como um todo, enquanto deve haver também forte atuação dos órgãos públicos e das empresas concessionárias dos serviços. Tem de ter um olhar muito especial para os rios que servem como mananciais, tanto em relação à quantidade quanto à qualidade de água.

E como isso deve ser feito?

É fundamental observar a legislação. Além dos códigos ambientais, temos a Lei dos Recursos Hídricos, que é muito moderna e abrange desde o planejamento, nos comitês de bacias, até as ações propostas, chegando ao estabelecimento de cobrança pelo uso -- o que, em alguns casos, vejo mesmo como interessante que exista. Fazer a gestão desse conjunto dos diversos usos, da terra que está em volta e da própria água (para abastecimento humano, dessedentação de animais, uso no campo, indústrias etc.), demanda um processo de planejamento complexo e que precisa ser bem feito. No Cerrado temos dois períodos bem característicos, um chuvoso e um de estiagem. O que a ciência tem apontado e o dia a dia vem mostrando é que os fenômenos climáticos estão se intensificando. Temos de nos preparar tanto na gestão do território onde estão essas águas como também em termos da infraestrutura: fazer obras, ser eficientes no uso da água e reduzir a perda na distribuição, entre outras coisas. Em suma, com as mudanças climáticas teremos de estar sempre à frente do tempo, pensando por vários ângulos.

A vazão do Rio Meia Ponte na captação de água em Goiânia entrou ainda no fim de maio na cota de alerta, que é o segundo nível na escala de preocupação. No ano passado, isso só ocorreu em agosto. O abastecimento da região metropolitana corre risco?

Precisamos voltar alguns anos atrás para entender como o sistema era e o que se tornou para hoje dar segurança ao abastecimento de Goiânia e minimizar os riscos. Antes de ter a barragem do Sistema Mauro Borges (na área do Parque Ecológico de Goiânia, região norte, divisa com Goianápolis), já havia uma estação no Ribeirão João Leite (Estação de Tratamento de Água Jaime Câmara), a primeira da capital -- de captação de superfície, como a do Meia Ponte (na região noroeste de Goiânia, Bairro São Domingos). Ambas têm capacidade de produzir 2 mil litros de água por segundo (L/s). Com o crescimento da cidade, tornou-se um desafio maior manter o abastecimento, até porque acima da captação do Meia Ponte também há usuários (em torno de 700 outorgas), que usam a água para, além do abastecimento humano, agricultura, pecuária, indústrias e outras atividades. O problema da captação de superfície é que, se houver problema na bacia, há o risco de ficar sem água. Foi o que ocorreu em 2017, quando uma estiagem forte e os usos da água deixaram o Meia Ponte na pior condição.

A estiagem atual promete ser tão grave ou até maior do que a de 2017. O que mudou desde então no sistema?

Mudou muita coisa. Podemos dizer que, no todo, a gestão do uso da água melhorou. Mas, mais do que isso, com o acesso ao reservatório do João Leite, a situação se transforma. É uma barragem muito bem construída, com um espelho d'água grande e também com profundidade, um calado grande. Então, ali podemos fazer uma reserva significativa, de 130 milhões de litros. O fato de ter um parque ecológico em seu entorno também ajuda bastante em sua conservação. Obviamente, é uma obra que vai requerer sempre cuidado em tempo integral. Com a realização da adução da água (sistema de transporte para a distribuição), que é uma obra gigantesca, com bombas imensas, hoje temos lá uma estação de tratamento que produz até 4 mil L/s. Ou seja, somadas as estações de captação de superfície, em Goiânia temos ao todo uma capacidade de produzir até 8 mil L/s, embora não tenhamos demanda para toda essa água. Está previsto que essa água também atenda parte de Aparecida de Goiânia, Goianira e Trindade. Desde 2019, uma adutora de integração leva essa água da barragem do João Leite, já tratada, para a captação do Meia Ponte. Para mantê-la em funcionamento com regularidade e funcionalidade, ela distribui 100 L/s, mas é algo que poderia chegar até 800 L/s.

Então podemos dizer que é o João Leite, especificamente essa barragem, que hoje garante a segurança hídrica de Goiânia, não mais o Meia Ponte?

O Meia Ponte continua importantíssimo como manancial da capital. A Saneago jamais poderá abrir mão da água do rio, isso é muito claro para já e para o futuro. Mas o que é uma barragem? É água reservada. Para uma cidade grande como Goiânia, é essencial que se tenha água reservada, para não depender dos mananciais. É, portanto, uma estratégia bem feita. O que faltava era essa água chegar ao máximo de lugares. É o que estamos fazendo agora, com as obras de interligação. E estamos atuando também na redução de perdas. Assim, hoje a dependência do Meia Ponte é muito menor.

Barragem do Ribeirão João Leite, em Goiânia, para abastecer toda região metropolina (Diomício Gomes / O Popular)

Barragem do Ribeirão João Leite, em Goiânia, para abastecer toda região metropolina (Diomício Gomes / O Popular)

Então, tendo quantidade de água reservada suficiente, o foco passa a ser na distribuição?

Exatamente. Em 2018, 41% da capital era abastecida pelo João Leite e 59%, pelo Meia Ponte. A água do João Leite, que antes tinha apenas captação de superfície, passou a ser também captada diretamente do reservatório. Com as várias interligações que foram feitas a partir de então, hoje o Meia Ponte responde pelo abastecimento de apenas 36% da cidade; 64% do consumo de água vem do João Leite. Obviamente, isso vai sendo modulado ao longo do ano para que, quando vem o período de chuvas, se use ao máximo a captação do Meia Ponte; dessa forma, quando vem a estiagem, temos o reservatório do João Leite cheio, vertendo água. E é isso que está acontecendo e que nos deixa em uma situação segura. É preciso ressaltar ainda que, com os 800 L/s que chegam do reservatório do João Leite para a caixa de união (na captação do Meia Ponte) poderiam suprir toda a área dos 36% que hoje são abastecidos pelo Meia Ponte. Isso nos dá uma segurança ainda maior, já que 64% da cidade já pode ser abastecida diretamente pelo João Leite.

Isso quer dizer que Goiânia não vai sofrer com racionamento ou desabastecimento?

Embora a vazão do Meia Ponte esteja baixa, o reservatório do João Leite está com 97% de sua capacidade. Claro que não podemos dizer que haja risco zero, mas, com as obras que foram feitas -- a própria barragem, a estação de tratamento, as várias interligações pelas adutoras etc. -- e considerando que a barragem está cheia ainda, mesmo com a estiagem tendo se iniciado mais cedo, nossa avaliação é de que temos um nível de segurança bastante grande.

A capital, então, está pronta para enfrentar a crise hídrica?

Temos volume de produção, nível de reservatório e a versatilidade do sistema em nosso favor. Além disso, sabemos que trabalhamos com um serviço que é essencial. De nossa parte, estamos sempre pensando em como ter maior segurança, expandir os serviços, nos adiantarmos ao crescimento das cidades. São duas coisas em destaque: a estrutura construída e a segurança adquirida. Goiânia toda tem água, mesmo nas zonas que cresceram mais e que estiveram mais fragilizadas, como a região noroeste, e o recurso chega a todos os lugares. Fizemos o que estava programado, mas fomos além.

E o que vem a ser esse "além"?

Considerando o avanço do uso e também as questões climáticas, em 2019 optamos por mais uma obra, que estará concluída até o início do próximo ano. É a intervenção que chamamos de Conexão Cristina, algo que chegou até a ser descartado após a construção da adutora que ligou a barragem à captação do Meia Ponte. Mas por, digamos, um excesso de zelo, resolvemos executá-la.

Qual é o custo dessa obra e por que realizá-la?

De uma forma bem leiga, é como se fosse mais uma torneira do João Leite chegando ao Meia Ponte. Fizemos um investimento de R$ 64 milhões nessa "torneira". Consiste em uma adutora que vai até o Centro de Reservatório (CR) Cristina, na Vila Cristina, com capacidade de 10 milhões de litros. A importância é que essa conexão vai funcionar pelo "miolo" da cidade para, se necessário, evitar um eventual estrangulamento da distribuição. Com ela, haverá a integração total entre os sistemas João Leite e Meia Ponte e será possível suprir, pelo Sistema Mauro Borges, as regiões de norte a sudoeste de Goiânia; noroeste de Aparecida, além de possibilitar o uso do Sistema Meia Ponte para reforço no abastecimento das cidades vizinhas de Goianira e Trindade.

Outro gargalo em uma crise hídrica é o desperdício de água tratada antes de ela chegar ao consumidor, aquela que ocorre com vazamentos, ligações clandestinas e outros problemas nas tubulações das concessionárias. Como a Saneago lida com isso?

O mundo inteiro está de olho nessa questão. A redução de perdas é algo tão importante que está no novo marco do saneamento básico, como uma das quatro metas estabelecidas (as outras são universalização da água, universalização do esgoto e intermitência do sistema). Até 2033, todos os Estados terão de reduzir suas perdas a no máximo 25%. Em Goiás, com a Saneago, atingimos essa meta dez anos antes.

Ainda é comum ver em Goiânia a cena de água jorrando pela rua, em alguma obra ou intervenção. Como está esse índice de perdas na capital?

Três semanas atrás, ganhamos para Goiânia um prêmio nacional do (Instituto) Trata Brasil, como município com mais de 100 mil habitantes de menor perda em todo o País. Em 2019, essa perda já era baixa, em torno de 22%; desde então, reduzimos ainda mais esse índice, que hoje é de 12,7%.

Qual é o impacto dessa menor perda, no abastecimento total?

Contando que estamos perdendo em torno de dez pontos porcentuais a menos em nossa perda -- que, ressalto, já era baixa -- e que nossa produção seja de 4,5 mil L/s, isso daria em torno de 450 L/s, o que é o consumo de uma cidade como Jataí. Isso significa menos água a ser retirada dos mananciais, menos gasto com insumos e com energia elétrica, menos gente trabalhando nas ruas.

Em relação ao sistema de esgoto, o que falta?

Goiânia também está muito bem. O que falta é um pouco de expansão e o tratamento secundário nas duas estações que temos, para melhorar a qualidade do efluente que é lançado.

O chorume produzido no aterro da capital não é totalmente tratado na origem, como deveria. Hoje esse material, tóxico por conter metais pesados, chega à estação de tratamento de esgoto. Isso não coloca em risco, de alguma forma, o manancial?

A quantidade de chorume é de 0,5% do volume total que recebemos, algo ínfimo comparado à vazão que a ETE trata e com o corpo receptor (volume hídrico do manancial) que depois depura o esgoto tratado. Isso torna o impacto muito pequeno no efluente, ainda que a estação não tenha sido projetada para o tipo de resíduo que está no chorume. E é bom ressaltar que há um monitoramento físico-químico constante para observar algum possível impacto.

Indo além de Goiânia, o Rio Meia Ponte dá conta do recado da demanda de toda a bacia?

A montante (de Goiânia), do que depende do manancial, nunca tivemos problema. Em cidades pequenas, eventualmente até mesmo com caminhões-pipa é possível resolver emergencialmente a situação -- não que seja nosso caso. Já em cidades grandes, é preciso ter soluções muito bem planejadas e de longo prazo, que acompanhem seu crescimento, como as barragens.

A crise hídrica deve pesar sobre o produtor rural. A Saneago tem como ajudar nesse sentido também?

É como na cidade, todos tem de ter um consumo consciente. Sabemos que esta é a época do ano em que o produtor mais precisa de água e é um direito que ele tem. Mas pedimos a todos para ter consciência, investindo em tecnologia para usar o que tem de usar. No meio rural, assim como na cidade, é fundamental que não se desperdice água, que também tem sido nossa preocupação como empresa, haja vista nosso investimento na redução de perdas. Temos de dar o exemplo.

Se na região metropolitana a questão parece mais tranquila, há alguma região no Estado em que o desabastecimento seja uma preocupação, tendo em vista o cenário mais crítico?

Temos municípios com mananciais de baixa vazão e com proporcionalmente muitos usuários. Mas, como fizemos em Goiânia, também tomamos medidas em outros lugares. As cidades maiores têm nossa maior atenção nesse sentido. Fizemos várias campanhas de perfuração de poços em localidades onde havia maior risco. Em Rio Verde, além dos poços, implantamos mais uma estação de tratamento de água, com 120 L/s, totalizando 720 L/s na cidade. Estamos trabalhando também na parte ambiental para preservar a água em todo o Estado.

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Bairros de Goiânia podem ficar sem água nesta quarta-feira; veja lista

Uma manutenção que está programada para acontecer na região oeste da cidade pode comprometer o abastecimento

Sede da Companhia de Saneamento de Goiás

Sede da Companhia de Saneamento de Goiás (Divulgação/Saneago)

A Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) informou que alguns bairros de Goiânia podem ficar sem água, nesta quarta-feira (9), por conta de uma manutenção que está programada para acontecer na região oeste da cidade. Segundo a empresa, o objetivo é realizar a interligação de redes de água no setor Faiçalville.

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Conforme informado pela Saneago, a manutenção está prevista para ocorrer das 7h30 às 17h30, quando o registro de água ficará fechado. Veja quais bairros podem ser afetados:

  • Bairro Anhanguera
  • Faiçalville
  • Jardim Atlântico
  • Jardim Europa
  • Jardim Planalto
  • Parque Anhanguera I, II e III
  • Vila Rezende
  • A Saneago informou que, após o término da manutenção, o fornecimento de água será retomado aos poucos. De acordo com a companhia, imóveis com caixas d'água bem dimensionadas não devem sofrer com a falta de abastecimento.

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    "A biografia é feita para mostrar o indivíduo na sua complexidade humana", ressalta Lira Neto

    Em conversa exclusiva com O POPULAR, Lira Neto fala como foi apurar e escrever a biografia de Oswald de Andrade, abordando suas obras vanguardistas, seus ideários revolucionários, suas guinadas ideológicas e seus amores intensos, entre os quais estiveram a pintora Tarsila do Amaral

    Lira Neto: "Quando eu, jovem poeta ali na esteira da chamada poesia marginal, da geração mimeógrafo, eu tinha Oswald de Andrade como referência, como pai espiritual”

    Lira Neto: "Quando eu, jovem poeta ali na esteira da chamada poesia marginal, da geração mimeógrafo, eu tinha Oswald de Andrade como referência, como pai espiritual” (Renato Parada)

    O escritório de trabalho do escritor e jornalista Lira Neto já está diferente. Um dos principais biógrafos do País, ele acaba de lançar Oswald de Andrade: Mau Selvagem, seu mais recente trabalho, no qual mergulha na vida cheia de contradições, polêmicas e genialidade do escritor que foi um dos pilares do Movimento Modernista. Mas Lira já está embrenhado na trajetória de outro ícone de nossa cultura: Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Imagens do Velho Lua cercam o autor enquanto ele não esconde o prazer de falar do biografado anterior, o escritor que define como seu "pai espiritual". Nessa conversa exclusiva com O POPULAR , Lira Neto fala como foi apurar e escrever a biografia de Oswald, abordando suas obras vanguardistas, seus ideários revolucionários, suas guinadas ideológicas e seus amores intensos, entre os quais estiveram a pintora Tarsila do Amaral, a autora e militante comunista Patrícia Galvão (Pagu) e a uma jovem chamada Daisy, que morreu em circunstâncias trágicas. Entre escândalos em sua vida íntima e desentendimentos públicos, entre utopias apaixonadas e amizades rompidas, entre fases de vida faustosa e falência financeira dramática, Oswald de Andrade teve uma trajetória cheia de reviravoltas, de utopias e de encontros únicos com muitos dos principais artistas de seu tempo. É nesse emaranhado de referências e fatos quase inacreditáveis que o livro de Lira Neto nos convida a entrar, percorrendo um tempo e personalidades que ajudaram a moldar a cultura brasileira.

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    Quando você começou a trabalhar com a personalidade de Oswald de Andrade, ele lhe surpreendeu negativa ou positivamente em alguns pontos?

    Olha, eu já tinha uma ideia prévia de quem foi Oswald de Andrade, mas logicamente, quando você parte para um trabalho mais profundo, ao longo da pesquisa vai entrando em detalhes, em determinadas minúcias e, é claro, algumas delas me surpreenderam positiva e negativamente. A biografia tem exatamente essa função de revelar os lados positivos e negativos do biografado. Por mais que parecessem até escabrosas em algum momento, essas circunstâncias foram todas explicitadas no livro. Eu costumo compreender que precisamos analisar a obra de um autor separada do homem e, ao mesmo tempo, essa sua conjunção entre vida e obra, até mesmo as circunstâncias da própria obra a partir das circunstâncias não tão edificantes do biografado.

    Quando a gente vê o biografado com seus defeitos, seus pecados, de alguma forma ele se aproxima da gente, porque nós também somos assim, não é?

    Exatamente. Essa é a ideia. Sempre digo isso: a biografia não é feita para santificar ou heroicizar quem quer que seja. A biografia é feita exatamente para mostrar o indivíduo na sua complexidade humana. Como você bem disse, todos nós somos permeáveis por essas contradições, essas ambivalências, por esses defeitos, por essas virtudes, por nossas qualidades, mas também por nossos vícios. Quando a gente diz que a biografia humaniza o biografado, muita gente entende que a gente tá querendo adocicar as imperfeições do biografado, quando é exatamente o contrário. Humanizar o personagem é mostrá-lo na sua dimensão humana. Humana, demasiadamente humana.

    O que lhe despertou a curiosidade para mergulhar na vida de Oswald de Andrade?

    Oswald de Andrade sempre foi meu herói da juventude. Quando eu, jovem poeta ali na esteira da chamada poesia marginal, da geração mimeógrafo, eu tinha Oswald de Andrade como referência, como pai espiritual. Toda minha geração tinha em Oswald essa referência de alguém que tinha quebrado, subvertido o cânone literário, introduzindo doses de coloquialismo, doses de desvio da norma culta. Tudo isso para a gente era fascinante porque era mais ou menos por onde queríamos caminhar. Isso ficou latente da minha época de poeta marginal. Quando eu estava em Portugal, cresceu em mim a vontade e o desejo de revisitar a obra de Oswald de Andrade, principalmente naquilo que ele traz de crítica ao colonialismo. Você bem sabe que na universidade de Portugal, nós, brasileiros, inevitavelmente, nos deparamos com essa questão da crítica colonial. E Oswald de Andrade nos ofereceu, ainda naquele princípio do século 20, uma chave muito poderosa para fazer essa crítica pós-colonial ou decolonial, no sentido de que ele propunha -- e aí está sua grande contribuição não só para a literatura, mas para os estudos culturais de forma geral -- a chave da antropofagia, que é muito mais sofisticada do que parece numa primeira olhada. A cultura dominada precisava romper com a cultura dominante, mas ao mesmo tempo não se fechando numa xenofobia, numa prevenção contra o outro, o colonizador, mas devorar esse colonizador, tomar de empréstimo as virtudes do colonizador, degluti-las e elaborar algo absolutamente novo e criativo a partir dessa relação do eu com o outro. Isso é muito moderno. Tem gente que hoje gosta de falar em hibridismo cultural. Acho que o hibridismo não dá conta. O híbrido é infértil. O antropófago propõe essa devoração criativa. É muito mais interessante.

    Quando você faz essa descrição, nos vem à mente a palavra "vanguarda". A gente fala muito das vanguardas europeias, que são muito importantes, mas nos esquecemos que Oswald, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e outros que viveram essas vanguardas lá na Europa. Falamos muito da Semana de 22, mas nos esquecemos dos anos posteriores a esse evento.

    E esses anos posteriores são muito mais importantes que a Semana de 22. Isso decorre por uma série de fatores. Primeiro pelo caráter autocelebratório da Semana. É claro que a Semana teve uma importância histórica, foi um fato relevante, mas concordo com você quando diz que os anos seguintes foram mais significativos, os movimentos posteriores que vieram desaguar na antropofagia, que é produzida a partir dessas viagens, desse contato com as vanguardas europeias. Aquela frase célebre do Paulo Prado, de que Oswald redescobriu o Brasil em Paris, de certa forma também é parte do meu processo de descoberta do Oswald de Andrade. Ao manter contato com essa nata das vanguardas europeias, ele não simplesmente se rendeu a elas, fazendo uma cópia ou pastiche. Ele buscou ler isso, se apropriar das vanguardas europeias para produzir uma arte nacional. Uma leitura original, inaugural. Acho que essa ideia da consciência antropofágica vai se aprofundando a partir do momento em que ele alega, ali em 1930, de que está curado do "sarampão" antropofágico, quando ele se converte ao comunismo. Mas após essa guinada ideológica, ele retorna, de forma muito mais aprofundada, aos conceitos básicos da antropofagia. Quando ele passa por um processo de preenchimento das lacunas de sua formação de autodidata, começa a estabelecer um processo de leitura filosófica. Aí ele vai retomar os conceitos da antropofagia, agora lastreado nessa cultura que construiu já no final da vida. Aí vai produzir a célebre tese Crise da Filosofia Messiânica. É importante perceber que Oswald de Andrade elaborou isso até o final da vida. E é muito importante o contato que ele teve, já na maturidade, com a jovem geração de intelectuais oriundos da universidade. A geração dele era de autodidatas. Quando chega ali nos anos 1940 e 1950, quando ele mantém contato com Antonio Candido, Paulo Emílio, Décio de Almeida Prado, todo mundo vindo da USP com uma carga de leitura pesada. Tanto é que ele, com seu incurável senso de humor, vai chamá-los de 'chatoboys', muito inteligentes, mas sem nenhum senso de humor. Eu compreendo que Oswald se impressionou com aquilo. Por mais que tivesse essa blague, porque senão não seria Oswald de Andrade, ele compreendeu também que precisava de uma formação mais sólida.

    Há essa faceta do Oswald literato, e há a faceta de Oswald homem e seus muitos amores, sempre muito intensos. Ele se jogava sem paraquedas nessas relações, em todas as fases de sua vida. Essa era uma característica que o marcava como um bon vivant, mas não parece ser só isso. Parece um mergulho de alma.

    Tomado numa visão mais apressada, ele pode dar essa leitura de que era um sujeito, do ponto de vista das relações afetivas, meio irresponsável. Mas dentro dessa irresponsabilidade, havia uma busca desesperada pelo amor, e isso temperado por uma sexualização muito intensa, uma grande energia vital. Isso, logicamente, acabou por criar situações de grande constrangimento para as mulheres com quem ele se relacionou. Todas elas, de um modo ou de outro, sofreram bastante. Oswald era isso. Entre suas contradições estava a de alguém que pregava o matriarcado e ao mesmo tempo era capaz de atos muito machistas. Entre as tantas contradições de um burguês que se torna comunista, um anticlerical que fazia promessas para Nossa Senhora. Eu acho que todas essas mulheres, com mais ou menos intensidade, foram importantes na formação intelectual e artística de Oswald de Andrade. Para citar o caso de Tarsila: não me parece que teria havido o movimento antropófago ou o antropofagismo de Tarsila sem a existência do que Mário de Andrade chamava de 'Tarsiwald'. Sem essa união quase simbiótica entre ele e Tarsila, entre a deusa e o diabo do movimento modernista, não teria havido o movimento antropófago. Como não teria havido a guinada ideológica que ele deu sem Pagu (escritora e militante Patrícia Galvão). E me arrisco a dizer que não teria havido o autor experimental, modernista, sem a influência da Daisy (um dos primeiros amores de Oswald). Esse é um período menos conhecido da história do Oswald, mas ele me dá a compreensão de que naquele instante se deu a epifania do modernismo nele.

    Em dois momentos do livro, quando a Daisy morre tragicamente e quando o próprio Oswald morre, você enfatiza onde ela está enterrada, no túmulo da família do Oswald no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Ele repousa ao lado dela. Isso me deu a impressão de que, apesar de toda a importância que Tarsilla e Pagu tiveram na vida do Oswald, você aponta que o relacionamento-chave dele foi com a Daisy.

    Acho que ela foi a raiz de muita coisa. Oswald jamais tirou o remorso dentro de si. A morte precoce de Daisy aos 19 anos, nas circunstâncias de um aborto mal feito, transtornou a cabeça de Oswald de Andrade a vida inteira. Ela é um personagem-chave nesse sentido, mas também no fato de que lá na garçonière Rua Líbero Badaró, onde aqueles caras todos ficavam disputando a atenção dela, escrevendo aquele diário, O Perfeito Cozinheiro das Almas Deste Mundo, ali é o ensaio, a iniciação do modernismo em Oswald de Andrade. Até 1918, a produção dele era absolutamente convencional. Não há um fato gerador único e exclusivo para ele ter virado modernista, mas aquela relação com Daisy, aquele diário, aquela forma de escrita espontânea, irreverente, aquele convívio com aquelas pessoas naquele ambiente, despertaram essa centelha modernista. Eu me arrisco a dizer isso. A conversão do Oswald de Andrade ao modernismo se deve muito a Daisy. E não podemos esquecer da Maria Antonieta, que é o amor maduro, o último, e que segurou a barra dele nos piores momentos, quando estava falido e doente. Estava deprimido porque, além da falência física e financeira, tinha ali a questão do esquecimento, o ostracismo. O fato de não ver a sua obra reconhecida, aquilo doía muito.

    Acho que o fato de ele não ver a obra nem enxovalhada, né?

    Exato. É o silêncio. Enquanto ele era criticado, isso lhe caía muito bem. Ele gostava disso. Ele se retroalimentava disso. Ele sabia que a crítica violenta contra sua obra era o que a fazia ter ressonância. No momento que silencia, que ninguém mais o leva a sério, que dizem que ele não espantava mais ninguém e que o modernismo tinha sido absorvido como cultura hegemônica, não oferecia mais perigo, então Oswald perdeu a função de polemista, de contestador.

    E ele até se aproximou do governo Vargas nessa época, né?

    Exatamente. Em seu desespero final, ele se aproxima do então presidente Getúlio Vargas. Oswald passou a vida inteira falando mal do Vargas.

    Mas ele não estava sozinho nisso. Na biografia que você escreveu sobre Getúlio Vargas, percebe-se que essas aproximações de ocasião eram uma constante.

    Sim, mas você veja que no início do Estado Novo, quando boa parte da geração modernista adere ao Vargas, Oswald ainda permanece com uma postura crítica. Ele vê Villa-Lobos virando maestro oficial, o Menotti Del Pichia, o Mário de Andrade, o Carlos Drummond de Andrade, todo mundo embarcando na Arca de Noé da era Vargas, mas ele continua lá, sozinho. Essa tentativa de aproximação deveu-se ao desespero financeiro.

    Há dois momentos muito dolorosos na biografia de Oswald: a morte da Daisy, naquelas circunstâncias, e a morte do Mário de Andrade sem que ele e Oswald tenham feito as pazes. Aquele rompimento é muito triste, cheio de mágoas.

    Acho que sua leitura faz muito sentido. Eu tendo a acreditar que a morte de Mário de Andrade foi outro grande baque na vida do Oswald de Andrade. E o rompimento se deu por causa dele, Oswald. O Mário aguentou até demais. Num momento que seria absolutamente impossível o Mário assumir sua sexualidade, o Oswald brincava disso com piadas de muito mau gosto. Ele o chamava de "Miss Macunaíma". Isso magoou profundamente o Mário a ponto de ele dizer: "Não faço mais as pazes com esse homem". E todas as tentativas frustradas de Oswald fizeram com que ele percebesse -- mais tarde ele vai reconhecer que Mário foi o grande nome do Modernismo e que Macunaíma é o grande livro antropofágico -- a capacidade de Mário. Ele e Mário eram muito diferentes, opostos complementares. A notícia da morte de Mário, que ele leu no jornal e entendeu que a partir dali estava impossibilitada qualquer reconciliação, aquilo lhe deixou realmente muito abalado.

    Oswald tinha a esperança de voltar às boas com Mário, não é?

    Tinha. E também da parte dos amigos deles. Há aquela carta que o Manuel Bandeira escreve para o Mário, quando Oswald faz uma de suas brincadeiras terríveis, Bandeira escreve aquela carta, dizendo mais ou menos assim: "Olha, Mário, eu sinto muito, espero que você não esteja muito chateado, mas com Oswald só há duas saídas: ou a gente se afasta ou a gente se torna pior do que ele". E o próprio Bandeira diz que as duas opções eram impossíveis. Era impossível se afastar dele e era impossível ser mais sacana que ele. Aí ele resume isso naquela frase genial: "Que filho da puta gostoso". Oswald levava a sério aquela máxima de que era melhor perder o amigo do que perder a piada.

    E como está seu projeto novo, a biografia de Luiz Gonzaga, o Gonzagão?

    O projeto de biografar Gonzagão nasceu junto com o de biografar Oswald de Andrade. Foram ideias praticamente simultâneas, também quando eu estava em Portugal. A minha experiência lá me deu essa iluminação de que eu teria de biografar dois sujeitos totalmente diferentes, mas também complementares. São duas concepções de Brasil, a partir de um sudestino, que é Oswald de Andrade, e de um nordestino, que é Luiz Gonzaga, que deram possibilidades de compreensão da alma brasileira. Logicamente não dá para escrever duas biografias ao mesmo tempo. Eu elegi Oswald de Andrade como primeira empreitada, mas desde aquele momento, cerca de cinco anos atrás, comecei a juntar material sobre Gonzaga. Quando eu me liberto de um personagem, meu escritório se modifica. Muda a decoração. Agora aqui, Gonzaga é onipresente. É um projeto que já está contratado pela Companhia das Letras e eu estou na fase intensa de pesquisa. Vou começar a rodar o Brasil, fazendo muitas entrevistas. Ao contrário de meus biografados anteriores, quase todos eles mortos há muito tempo, eu não tive muita possibilidade de recorrer a entrevistas. O Oswald morreu em 1954. No caso de Gonzaga eu vou ter a oportunidade de conversar com quem conviveu com ele. É um trabalho que tem outra natureza, mas ao mesmo tempo é um projeto com que eu me identifico muito. Eu cresci ouvindo Luiz Gonzaga. Na minha pré-adolescência, minha irmã mais velha comprou uma coleção com 20, 25 LPs de Luiz Gonzaga e aquilo foi a trilha sonora de minha adolescência. Até o momento em que eu descobri o Gonzaguinha, com meus 18 anos, o Gonzagão era minha trilha sonora. É um livro que estou fazendo com muito carinho e que tem relação com quem eu sou. Assim como Oswald de Andrade foi meu pai espiritual como poeta marginal, o Gonzaga é o pai espiritual da nordestividade que existe em mim. E eu quero mostrar como se deu esse processo de construção, de invenção da nodestividade a partir de Gonzagão. Ele é um dos inventores do Nordeste como o conhecemos.

    Ele trazia muitos símbolos. O chapéu de couro, o gibão.

    Ele se apropriou de elementos da cultura nordestina e os mesclou, usando o gibão do vaqueiro, o chapéu de couro do cangaço, a oralidade sertaneja, usou todo o imaginário em torno do universo da seca, dos cantadores de feira, transformou e estilizou isso no baião. Eu não considero o Gonzaga o representante da música autêntica do Nordeste porque eu não acredito nessa definição de autêntico. É próprio da cultura a reelaboração. Acho que o grande feito de Luiz Gonzaga, junto com Humberto Teixeira, foi a astúcia de pegar esses elementos sertanejos, estilizá-los e trazê-los para a cultura de massa. Isso é antropofágico. Aquele ponteio da viola do cantador, ele transformou na batida do baião. Assim como João Gilberto inventou uma batida do violão, sintetizando o samba no dedilhado do violão, Gonzaga conseguiu também, na batida do baião, sintetizar a sonoridade dos cantadores e dos violeiros, trazendo isso para o mundo eletrônico. Isso é fantástico. Nesse sentido, Gonzaga também é antropofágico. São, assim, dois projetos que se conectam, apesar de parecer tão díspares.

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    Goiás Vôlei perde para o Joinville, mas garante permanência na Superliga

    Equipe goiana escapa do rebaixamento e vai seguir na elite do vôlei nacional

    Goiás Vôlei perde para o Joinville Vôlei na última rodada da Superliga

    Goiás Vôlei perde para o Joinville Vôlei na última rodada da Superliga (Reprodução / Canal Vôlei Brasil)

    O Saneago/Goiás Vôlei perdeu para o Joinville Vôlei, na noite desta quinta-feira (27), por 3 sets a 0 na última rodada da fase classificatória da Superliga Masculina, mas conseguiu garantir permanência na elite do vôlei nacional ao terminar a temporada regular em 10º lugar, com 21 pontos. Na próxima temporada, a equipe esmeraldina segue na Superliga.

    No Centreventos Cau Hansen, em Joinville-SC, nesta quinta (27), o Goiás Vôlei perdeu com parciais de 25/20, 25/19, 28/30 e 25/21. A equipe do Joinville Vôlei já estava classifcada e termina na 6ª colocação - vai pegar o Vôlei Renata na próxima fase.

    O Goiás Vôlei termina a fase inicial da Superliga uma posição acima da zona de rebaixamento. Na última rodada da fase classificatória, acabou beneficiado pela derrota da Apan Blumenau para o Sada Cruzeiro por 3 sets a 0.

    A equipe de Blumenau foi a segunda equipe rebaixada, ao lado da outra equipe goiana na competição, a Neurologia Ativa, que caiu com cinco rodadas de antecedência. Os dois times estarão na Superliga B na próxima temporada (2025/2026).

    A última rodada definiu o segundo rebaixado e também o último classificado para os playoffs da Superliga. O Goiás Vôlei entrou na rodada sob risco de rebaixamento e também com chances de classificação.

    A última vaga ficou com o Vedacit Vôlei Guarulhos, que inicou a rodada em 8º e confirmou a posição.

    Na próxima fase da Superliga, os playoffs ficaram definidos assim:
    Sada Cruzeiro (1º) x Vedacit Vôlei Guarulhos (8º)
    Itambé Minas (2º) x Suzano Vôlei (7º)
    Vôlei Renata (3º) x Joinville Vôlei (6º)
    Sesi Bauru (4º) x Praia Clube (5º)

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    Joinville x Goiás pela Superliga: onde assistir, horário e escalações

    O Goiás chega à última rodada lutando por uma vaga nos playoffs, ao mesmo tempo em que briga para não ser rebaixado

    Goiás Vôlei briga pela permanência na Superliga A

    Goiás Vôlei briga pela permanência na Superliga A (Renata Akutsu / O Popular)

    A última rodada da temporada regular da Superliga reserva emoções para os torcedores esmeraldinos. O Saneago / Goiás Vôlei segue na briga contra o rebaixamento e pode até se classificar para a próxima fase. A equipe enfrenta o Joinville Vôlei, nesta quinta-feira (27), a partir das 21 horas, no Centreventos Cau Hansen, em Joinville-SC.

    Além do Goiás Vôlei, outras três equipes estão na disputa contra a queda para a Superliga B. Viapol Vôlei/São José, Vedacit Vôlei Guarulhos e Apan Blumenau também precisam da vitória para não terminarem a temporada no Z2. Os quatro times ainda brigam pela última vaga nos playoffs, que no momento pertence à equipe de São José.

    Todos os jogos da última rodada ocorrerão nesta quinta-feira (27), a partir das 21 horas. Confira os confrontos:

  • Vôlei Renata x Sesi Bauru;
  • Sada Cruzeiro x Apan Blumenau;
  • Vedacit Vôlei Guarulhos x Neurologia Ativa;
  • Joinville x Goiás;
  • Minas x Praia Clube;
  • Viapol Vôlei/São José x Suzano.
  • (Confira, no fim do texto, onde assistir e escalações de Joinville x Goiás)

    O Goiás Vôlei ocupa a 9ª colocação na tabela, com 21 pontos e oito vitórias. A equipe esmeraldina inicia a 11ª rodada do returno fora da zona de rebaixamento, pois venceu o Vedacit Vôlei Guarulhos, em casa, no último domingo (23). O confronto terminou com o placar de 3 sets a 2.

    Com a vitória, as possibilidades de permanência do Goiás Vôlei na Superliga aumentaram. Iniciando a última rodada fora da zona de rebaixamento, a equipe comandada pelo técnico Hítalo Machado precisa vencer o Joinville Vôlei para garantir a permanência na 1ª Divisão de 2025/2026.

    Caso perca, existem dois cenários favoráveis para o time esmeraldino. O Apan Blumenau precisa perder para o líder Sada Cruzeiro ou será necessário que a Neurologia Ativa, que já está rebaixada para a Superliga B, vença o Vedacit Vôlei Guarulhos.

    No 1º turno, o Joinville derrotou o Goiás por 3 sets a 0, com parciais de 21/25, 19/25 e 21/25. O confronto ocorreu no Ginásio da Serrinha, no dia 19 de novembro. Na ocasião, a estratégia da equipe catarinense foi tentar anular dois jogadores destaques da equipe esmeraldina, o oposto Sánches e o Central Petrus.

    "O Joinville é uma grande equipe, tem grandes nomes. Fizeram um ótimo jogo contra nós aqui no 1º turno, ganharam de 3 a 0. É treinada pelo Rubinho, assistente do Bernardinho na seleção brasileira, e sabemos que temos que jogar em um alto nível para poder conquistar uma vitória contra eles", destacou Hítalo Machado, técnico do Goiás Vôlei.

    O treinador da equipe esmeraldina contou que a última segunda-feira (24) foi um dia de recuperação dos jogadores, mas que as atividades retornaram logo na terça-feira (25) pela manhã. Além de academia, os jogadores e a equipe técnica avaliaram o último confronto da equipe e começaram os estudos para a rodada contra o Joinville Vôlei.

    "Seguimos preocupados com a nossa evolução no side out e encontrando algumas alternativas de como jogar contra Joinville no nosso sistema ofensivo, mas também trabalhando muito no sistema defensivo. Como vamos sacar, em quem, como bloquear cada atleta e anular os pontos fortes da equipe de joinville", destacou o treinador.

    O principal desfalque do Goiás Vôlei é o ponteiro e capitão da equipe, Henrique Batagim. O jogador enfrentou algumas lesões ao longo da temporada e precisou passar por uma cirurgia no joelho esquerdo, na metade de fevereiro, após uma lesão no menisco.

    Guilherme Amorim foi o jogador que assumiu a posição de Batagim no elenco titular e vem sendo destaque. Por exemplo, teve um papel fundamental na vitória contra o Vôlei Renata, no início do returno, que, na ocasião, afastou o Goiás Vôlei da zona de rebaixamento.

    FICHA TÉCNICA

    Jogo: Goiás Vôlei x Joinville Vôlei

    Local: Centreventos Cau Hansen (Joinville-SC)

    Data: 27/03/2025

    Horário: 21 horas

    Onde assistir: Canal Vôlei Brasil (Youtube)

    Goiás Vôlei: Everaldo (levantador), Guilherme Amorim e Rodrigo Leandro (Ponteiros), Sánches (oposto), Petrus e Rômulo (centrais) e Matheus (líbero). Técnico: Hítalo Machado.

    Joinville Vôlei: Resley (levantador), Djalma Júnior e Hamacher (ponteiros), Araujo (oposto), Brito e Michel (centrais) e Filipinho (líbero). Técnico: Rubinho.

    (Renata Akutsu é estagiária do Grupo Jaime Câmara em convênio com a Universidade Federal de Goiás)

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