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Médico é suspeito de dar tapas, perfurar o tímpano e xingar paciente autista de 9 anos durante atendimento

Mãe contou que o filho foi levado ao hospital após ferir a mão durante uma crise em casa. Polícia Civil investiga o caso

Marca de tapa no rosto de criança autista que teria sido agredida por médico durante atendimento

Marca de tapa no rosto de criança autista que teria sido agredida por médico durante atendimento (Arquivo pessoal/Ediane Lopes)

Um médico é suspeito de dar tapas, perfurar o tímpano e xingar um paciente autista de 9 anos em Mambaí, na região nordeste de Goiás. A mãe da criança contou ao POPULAR que o filho foi levado ao hospital após ferir a mão durante uma crise em casa, mas foi agredido pelo médico enquanto era atendido no Hospital Municipal de Mambaí. A Polícia Civil investiga o caso.

O médico começou a agredir ele verbalmente, deu dois tapas no rosto dele e mobilizou o braço dele para trás. As enfermeiras entraram, aplicaram um medicamento sedativo e, como ele é autista, começou a se debater. Ele conseguiu se soltar e o pé dele pegou na minha irmã e médico deu outro tapa no rosto dele. Esse outro tapa pegou acima do ouvido e perfurou o tímpano dele", contou Ediane Lopes.

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O POPULAR não conseguiu localizar a defesa do médico para pedir um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) disse que não recebeu qualquer informação sobre o caso, mas que "todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico".

A Secretaria Municipal de Saúde informou que está apurando os fatos. O POPULAR questionou se o médico foi afastado, mas não obteve resposta.

O caso aconteceu na quarta-feira (12). Segundo Ediane, o filho também tem transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e mudou de medicamento há pouco tempo. No dia do fato, ela avisou o Conselho Tutelar que a criança havia se machucado e foi orientada a buscar atendimento médico.

"Ele teve uma crise de agressividade, deu um soco na janela e cortou a mão. Chamei o Conselho Tutelar para relatar o que aconteceu e falaram para eu levar ao hospital para fazer curativo. Estava no meu horário de trabalho e minha irmã levou. Fizeram o curativo, mas a enfermeira disse que ele precisava passar pelo médico", afirma a mãe.

Ediane disse que foi até o hospital depois do ocorrido e que o filho estava vermelho, chorando, se debatendo na cama. "Eu tentei acalmar ele e o médico me chamou na sala e falou que teve que usar força e agrediu ele", relata a mãe.

Após sair do hospital, Ediane procurou a Secretaria Municipal de saúde e Polícia Militar. Foi feito o corpo de delito e mãe e filho foram encaminhados para a Polícia Civil. "Eles falaram que abriram o inquérito e iam fazer uma investigação do que tinha acontecido", disse a mãe.

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Karine Gouveia disse após a prisão que advogados agiram por conta própria para pedir silêncio de funcionários; vídeo

Ela e o marido Paulo César Dias são investigados por deformar pacientes. Casal voltou a ser preso na quarta-feira (12) e teve a prisão mantida pela Justiça em audiência de custódia

Karine Gouveia disse em interrogatório que os advogados contratados por ela e pelo marido Paulo César Dias Gonçalves para defender funcionários da clínica, que também são investigados , agiram por conta própria ao pedir o silêncio deles. O casal é investigado por deformar pacientes e voltou a ser preso na quarta-feira (12), em Goiânia. Eles tiveram a prisão mantida pela Justiça em audiência de custódia realizada na quinta-feira (13). A TV Anhanguera teve acesso com exclusividade ao interrogatório de Karine logo após a nova prisão (assista acima).

(Agiram) por conta própria. Eu nunca mandaria isso (pedir silêncio de funcionários investigados). Pelo contrário. Eu o tempo todo queria falar, queria que todo mundo falasse a verdade. Porque eu sei que a distribuidora sempre trabalhou corretamente. Então não tinha porque mentir. Porque eu mandaria alguém ficar em silêncio?", questionou Karine.

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Em nota, a defesa de Karine disse que discorda absolutamente da decisão que foi decretada a sua prisão preventiva, "porque se valeu de narrativas falsas e da repugnante criminalização da advocacia para tentar impedir o direito constitucional de defesa" (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).

Também por meio de nota, a defesa de Paulo César classificou a decisão que manteve o casal preso como "absurda". "É desproporcional e desnecessária, portanto, ilegal. Paulo César estava submisso a medidas cautelares diversas da prisão, as cumprindo na íntegra. O que está havendo é uma série de situações inventadas pela Polícia Civil de Goiás, sem nenhum documento e sem nenhuma prova ou indício (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).

A Ordem dos Advogados do Brasil -- Seção Goiás (OAB-GO), disse que "considera as acusações de patrocínio infiel extremamente graves" e que até o momento, "não foram recebidas quaisquer provas sobre a suposta conduta do advogado mencionado".

A OAB-GO afirmou ainda que "repudia veementemente alegações nesse sentido sem conhecimento prévio e acompanhamento da Ordem para limitar a atuação profissional da advocacia". E ressaltou que "caso as autoridades competentes apurem e confirmem a ocorrência de patrocínio infiel, é essencial que encaminhem as evidências à OAB-GO (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).

Entenda o caso

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

Karine Giselle Gouveia e marido Paulo César Dias Gonçalves, donos das clínicas Karine Gouveia (Reprodução/Redes sociais)

O casal é dono das clínicas Karine Gouveia e são investigados por formação de organização criminosa, falsificação de produtos terapêuticos, lesões corporais gravíssimas, exercício ilegal da medicina, estelionato e outros crimes relacionados à prática de procedimentos estéticos e cirúrgicos sem a devida qualificação técnica e autorização legal. Até o momento, mais de 100 vítimas denunciaram o casal.

A investigação, que teve início em fevereiro de 2024, apurou que a clínica realizava procedimentos estéticos e cirúrgicos de alto risco como, rinoplastias, lipoaspirações, aplicações de botox e preenchimentos faciais, sem a devida autorização e com o uso de substâncias proibidas, como óleo de silicone e polimetilmetacrilato (PMMA).

Foto mostra vítimas com sequelas, deformações e infecções. (Divulgação/Polícia Civil)

Foto mostra vítimas com sequelas, deformações e infecções. (Divulgação/Polícia Civil)

"Os investigados agiam de forma organizada e hierárquica, com a utilização de estratégias de marketing agressivas e a participação de profissionais sem a qualificação necessária para realizar os procedimentos oferecidos. Além disso, foi constatado que a clínica comercializava medicamentos manipulados de forma irregular, incluindo substâncias proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que pode configurar tráfico de medicamentos", informou delegado Daniel de Oliveira.

Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

Foto mostra vítimas com nariz necrosado e a paciente entubada após o procedimento. (Divulgação/Polícia Civil)

Prisões

Karine e Paulo foram presos pela primeira vez no dia 18 de dezembro de 2024 eforam soltos no dia 8 de fevereiro após um habeas corpus concedido pela ministra do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Daniela Teixeira.

Porém, a decisão impôs medidas cautelares como, não manter contato com os funcionários, não ir à clínica e nem fazer divulgação de fins estéticos em qualquer rede social. Mas segundo a polícia, os investigados usaram suas redes sociais para anunciar a venda de medicamentos e outras substâncias medicinais.

Além disso, o casal teria tentado atrapalhar as investigações após subcontratar escritórios de advogados "que, sob a aparência de defensores independentes, orientaram outros investigados a permanecerem em silêncio e a não colaborarem com as investigações, mesmo que eventualmente isso pudesse ser benéfico para esses outros envolvidos", segundo a PC.

Nota da defesa de Karine Gouveia

A defesa de Karine Gouveia destacou que discorda absolutamente da decisão que foi decretada a sua prisão preventiva, isso porque se valeu de narrativas falsas e da repugnante criminalização da advocacia para tentar impedir o direito constitucional de defesa, evidenciando práticas de lawfare e tentando salvar uma investigação cheia de desvios do caminho legal.

Sobre a fala do Delegado de que utilizava óleo de silicone nos procedimentos, para além de absurda, Karine nega veemente. No entanto, quem tem que provar é a acusação. E isso é objeto da investigação que sequer foi concluída. Não existe relatório final da autoridade policial. Não existe denúncia feita pelo Ministério Público. Ela tem o direito do devido processo legal justo. Se ele tem essa convicção, inclusive antecipando a culpa dela, que relate o inquérito e o MP ofereça denúncia. Ela exercerá o direito constitucional de defesa dela.

Essa investigação subverteu a ordem constitucional, estão se investigando pessoas e não fatos, como a legislação prescreveu. A cada momento em que não se corrobora uma acusação, se busca uma nova linha acusatória para constranger pessoas. E esse excesso de acusação e atos em claro desvio do caminho legal é que está mantendo a investigação.

Goiânia, Goiás, 13 de março de 2025

Romero Ferraz Filho - dvogado de Karine Gouveia

Nota da defesa de Paulo César

A decretação da prisão preventiva de Paulo Cesar Dias Gonçalves é uma decisão absurda, que não se sustenta juridicamente. O próprio STJ, através da ministra Daniela Teixeira, já disse que, neste caso, é desproporcional e desnecessária, portanto, ilegal. Paulo César estava submisso a medidas cautelares diversas da prisão, as cumprindo na íntegra. O que está havendo é uma série de situações inventadas pela Polícia Civil de Goiás, sem nenhum documento e sem nenhuma prova ou indício.

São apenas falácias e narrativas na tentativa de induzir a erro o Poder Judiciário. Já estamos trabalhando, elaborando os recursos cabíveis e necessários, e iremos acionar todas as instâncias do Poder Judiciário, até mesmo, se necessário, o STJ e o STF, objetivando cessar esta absoluta ilegalidade.

Goiânia - GO, 13 de março de 2025.

Tito Amaral - advogado de Paulo César

Nota OAB-GO

A Ordem dos Advogados do Brasil -- Seção Goiás (OAB-GO), por meio do Sistema de Defesa das Prerrogativas (SDP), informa que considera as acusações de patrocínio infiel extremamente graves. Tais alegações requerem uma investigação minuciosa, e as eventuais medidas disciplinares são aplicadas exclusivamente pela OAB, em conformidade com o artigo 70 da Lei 8.906/94, assegurando o sigilo dos procedimentos.

Até o momento, não foram recebidas quaisquer provas sobre a suposta conduta do advogado mencionado. O SDP continua na defesa das prerrogativas que garantem o livre exercício profissional da advocacia. A Ordem repudia veementemente alegações nesse sentido sem conhecimento prévio e acompanhamento da Ordem para limitar a atuação profissional da advocacia.

Caso as autoridades competentes apurem e confirmem a ocorrência de patrocínio infiel, é essencial que encaminhem as evidências à OAB-GO. A Ordem possui competência exclusiva para representar, defender e disciplinar os advogados em todo o território nacional, conforme estabelecido pelo artigo 44 da Lei 8.906/94.

OAB-GO

Empresária Karine Gouveia em sua clínica de estética que possui o mesmo nome. (Reprodução/Redes Sociais)

Empresária Karine Gouveia em sua clínica de estética que possui o mesmo nome. (Reprodução/Redes Sociais)

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Médico denunciado por crime sexual contra paciente sugeriu fazer o mesmo 'procedimento' na mãe da menina, diz MP

Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, que é cirurgião gástrico, manipulou o órgão genital dela alegando que ia reposicionar o “útero invertido”

Trecho da denúncia do MP-GO contra o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior ( Reprodução/TV Anhanguera)

Trecho da denúncia do MP-GO contra o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior ( Reprodução/TV Anhanguera)

O médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, denunciado por crime sexual contra uma adolescente em um hospital de Goiânia , sugeriu fazer o mesmo procedimento, que supostamente colocaria o útero dela no lugar, na mãe da menina, segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO). Conforme a denúncia, a vítima chegou ao consultório se queixando de dor no estômago e o médico, que é cirurgião gástrico, manipulou o órgão genital dela alegando que ia reposicionar o "útero invertido" da adolescente de 17 anos.

O denunciado disse à genitora da vítima que também poderia realizar, nela, o mesmo procedimento, para que se sentisse melhor como mulher, o que foi prontamente rejeitado", diz texto do MP-GO.

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Em nota, a defesa do médico afirmou que ele é inocente e que possuiu mais de 30 anos de carreira, "sem qualquer histórico de conduta inadequada". O advogado Roberto Serra da Silva Maia escreveu ainda que o caso "exige serenidade e rigor técnico para evitar pré-julgamentos indevidos" (leia a nota na íntegra ao final da reportagem).

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou na quarta-feira (19) que ainda não havia sido notificado pela Justiça sobre o caso. O POPULAR entrou em contato com o conselho neste domingo (23), mas não obteve retorno até a útltima atualização desta reportagem.

Em nota, o Hospital Ruy Azeredo informou que o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior não faz mais parte da equipe de colaboradores e reafirmou o compromisso da unidade de saúde com a qualidade no atendimento e a segurança dos pacientes (leia a nota na íntegra ao final da matéria) .

Entenda o caso

Os abusos teriam ocorrido em 2023 no Hospital Ruy Azeredo. A denúncia do MP-GO, obtida com exclusividade pela TV Anhanguera, diz que a adolescente foi ao consultório de Alfredo Carlosduas vezes, em março e abril de 2023. Ela estava acompanhada da mãe. Na segunda consulta, a vítima levou resultados de uma endoscopia e de um ultrassom transvaginal que o médico havia solicitado.

Ao analisar os exames, o médico alegou que a adolescente tinha "útero invertido", condição que estaria causando as dores no estômago. Daí, conforme o MP-GO, Alfredo Carlos pediu que a vítima retirasse a blusa, abaixasse a calça e se deitasse na maca, para corrigir a posição do útero ali mesmo no consultório.

Na sequência, de acordo com a denúncia, o médico iniciou os abusos acariciando os seios da adolescente. Depois, usando uma luva, ele introduziu os dedos no órgão genital da vítima, sob a justificativa de que estaria colocando o útero dela no lugar. Foi quando a adolescente sentiu muita dor e a mãe dela pediu para o médico parar e ele disse que já havia colocado o útero na posição correta.

Médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, condenado por matar a ex-mulher, foi denunciado por abuso sexual (Reprodução/TV Anhanguera)

Médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, condenado por matar a ex-mulher, foi denunciado por abuso sexual (Reprodução/TV Anhanguera)

Procedimento não tem respaldo técnico

Segundo o MP-GO, após a segunda consulta, a adolescente e a mãe procuraram um ginecologista, que informou que o procedimento não tinha respaldo técnico. Além disso, ao POPULAR , a ginecologista Joice Lima esclareceu que, em caso de "útero invertido", o procedimento clínico não é feito em consultório.

Não faz parte do arsenal terapêutico. Até porque só faz sentido mexer nesse útero se tiver outros sintomas associados, que nos levem a pensar em endometriose e aderências. E se tiver essas alterações, manobras no consultório não vão resolver", explicou a especialista.

Pedido de prisão negado

O caso foi parar na Polícia Civil (PC), que culminou na denúncia oferecida pelo MP-GO contra o médico Alfredo Carlos. O órgão também pediu a prisão do médico, mas a Justiça negou. Em contrapartida, a decisão judicial determinou que Alfredo Carlosestá proibido de exercer a medicina e não pode sair de Goiânia por mais de oito dias sem autorização. O médico também deve permanecer em casa entre 22h e 6h.

Ainda na denúncia do MP-GO, os promotores relataram que outras pacientes já registraram ocorrência contra Alfredo Carlos por práticas semelhantes. "Demonstra a habitualidade e a gravidade de sua conduta", diz outro trecho do documento.

Condenação anterior

Em 2023, médido foi preso em Rio Verde após ser declarado foragida pela Justiça de Minas Gerais (Reprodução/TV Anhanguera)

Em 2023, médido foi preso em Rio Verde após ser declarado foragida pela Justiça de Minas Gerais (Reprodução/TV Anhanguera)

Em 2023, Alfredo Carlos foi preso em Rio Verde , no sudoeste de Goiás, após ser considerado foragido da Justiça de Minas Gerais. Naquele estado, ele teria que cumprir uma condenação pela morte da ex-mulher Magda Maria Braga de Mattos.

O crime teria acontecido em Nova Lima (MG) no ano de 2007. Conforme as investigações, a vítima, também médica, havia pedido o divórcio de Alfredo Carlose estava internada para fazer uma cirurgia, a fim de tratar de dores abdominais.

O ex-marido, ao ter conhecimento de que Magda estaria em um novo relacionamento, decidiu lhe fazer uma visita no hospital. A ex-sogra dele estava no quarto, como acompanhante da filha, e o ex-genro lhe teria dado um suco com sonífero. Após ver que a mulher estava dopada, ele teria aplicado uma substância no cateter da ex-mulher, que foi intoxicada e, posteriormente, morreu.

Neste caso, ele foi processado e condenado a 14 anos de prisão. Porém, mudou-se para Goiânia e estava atuando como médico. Alfredo Carlos foi localizado somente após o filho dele divulgar na internet um panfleto de que o pai estaria em uma palestra na Faculdade de Medicina de Rio Verde. Segundo a polícia, Alfredo Carlos foi preso durante o evento.

Nota da defesa de Alfredo Carlos Dias Mattos Júnior

"Diante da denúncia que envolve o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Júnior, sua defesa vem a público reafirmar seu compromisso com a verdade e a devida apuração dos fatos no âmbito do devido processo legal.

É fundamental ressaltar que o Dr. Alfredo possui uma trajetória profissional irrepreensível, com mais de três décadas de dedicação à medicina, tendo atendido milhares de pacientes sem qualquer histórico de conduta inadequada. O caso em questão, que se encontra em fase processual inicial, exige serenidade e rigor técnico para evitar pré-julgamentos indevidos.

A defesa reforça que todas as providencias necessárias serão tomadas para esclarecer os fatos e demonstrar a inexistência de qualquer irregularidade. Neste momento, confiamos na Justiça, que certamente conduzirá o processo em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

Reiteramos nossa plena confiança na inocência do Dr. Alfredo e no esclarecimento integral dos fatos, convictos de que a verdade prevalecerá.

Roberto Serra da Silva Maia - advogado"

Nota Hospital Ruy Azeredo

Em atenção a determinação judicial sobre a atuação profissional do Dr. Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, o Hospital Ruy Azeredo vem a público esclarecer que o referido profissional não pertence ao seu quadro clínico. O médico em questão não faz parte da equipe de colaboradores, nem mantém vínculo institucional com esta unidade hospitalar desde a data de 18/02.

O Hospital Ruy Azeredo reafirma seu compromisso com a qualidade no atendimento e a segurança de seus pacientes. O Hospital esclarece ainda que está à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

Atenciosamente, Diretoria Jurídica do Hospital Ruy Azeredo

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Adolescente abusada por médico durante procedimento em consultório sentiu muita dor, diz denúncia do Ministério Público

Pedido de prisão foi negado pela Justiça. Em contrapartida, a decisão determinou que Alfredo Carlos Dias Mattos Junior está proibido de exercer a medicina

Médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, condenado por matar a ex-mulher, foi denunciado por abuso sexual (Reprodução/TV Anhanguera)

Médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, condenado por matar a ex-mulher, foi denunciado por abuso sexual (Reprodução/TV Anhanguera)

A adolescente de 17 anos abusada pelo médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior em um consultório sentiu muita dor, segundo a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Os abusos teriam ocorrido em 2023 no Hospital Ruy Azeredo, que fica em Goiânia. A vítima chegou ao consultório se queixando de dor no estômago e o médico, que é cirurgião gástrico, informou que colocaria o útero dela no lugar.

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Em nota, a defesa do médico afirmou que ele é inocente e que possuiu mais de 30 anos de carreira, "sem qualquer histórico de conduta inadequada". O advogado Roberto Serra da Silva Maia escreveu ainda que o caso "exige serenidade e rigor técnico para evitar pré-julgamentos indevidos" (leia a nota na íntegra ao final da reportagem) .

Em nota, o Hospital Ruy Azeredo informou que o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior não faz mais parte da equipe de colaboradores e reafirmou o compromisso da unidade de saúde com a qualidade no atendimento e a segurança dos pacientes (leia a nota na íntegra ao final da matéria) .

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que, até o momento, o órgão não foi notificado pela Justiça sobre o caso.

Segundo a denúncia do MP-GO, obtida com exclusividade pela TV Anhanguera, a adolescente foi ao consultório de Alfredo duas vezes, em março e abril de 2023. Ela estava acompanhada da mãe. Na segunda consulta, a vítima levou resultados de uma endoscopia e de um ultrassom transvaginal que o médico havia solicitado.

Ao analisar os exames, o médico alegou que a adolescente tinha "útero invertido", condição que estaria causando as dores no estômago. Daí, conforme o MP-GO, Alfredo pediu que a vítima retirasse a blusa, abaixasse a calça e se deitasse na maca, para corrigir a posição do útero ali mesmo no consultório.

Ainda segundo a denúncia, na sequência, o médico iniciou os abusos acariciando as mamas da adolescente. Depois, usando uma luva, ele introduziu os dedos no órgão genital da vítima, sob a justificativa de que estaria colocando o útero dela no lugar. Foi quando a adolescente sentiu muita dor.

A vítima sentiu muita dor, o que fez com que a mãe intervisse e solicitasse que o denunciado parasse", diz um trecho da denúncia.

Trecho da denúncia oferecida pelo MP-GO. (Reprodução/TV Anhanguera)

Trecho da denúncia oferecida pelo MP-GO. (Reprodução/TV Anhanguera)

Pedido de prisão negado

Segundo o MP-GO, após a segunda consulta, a adolescente e a mãe procuraram um ginecologista, que informou que o procedimento não tinha respaldo técnico. Além disso, ao POPULAR , a ginecologista Joice Lima esclareceu que, em caso de "útero invertido", o procedimento clínico não é feito em consultório.

Não faz parte do arsenal terapêutico. Até porque só faz sentido mexer nesse útero se tiver outros sintomas associados, que nos levem a pensar em endometriose e aderências. E se tiver essas alterações, manobras no consultório não vão resolver", explicou a especialista.

O caso foi parar na Polícia Civil (PC), que culminou na denúncia oferecida pelo MP-GO contra o médico Alfredo Carlos. O órgão também pediu a prisão do médico, mas a Justiça negou. Em contrapartida, a decisão judicial determinou que Alfredo está proibido de exercer a medicina e não pode sair de Goiânia por mais de oito dias sem autorização. O médico também deve permanecer em casa entre 22h e 6h.

Ainda na denúncia do MP-GO, os promotores relataram que outras pacientes já registraram ocorrência contra Alfredo Carlos por práticas semelhantes. "Demonstra a habitualidade e a gravidade de sua conduta", diz outro trecho do documento.

Condenação anterior

Em 2023, Alfredo Carlos foi preso em Rio Verde , no sudoeste de Goiás, após ser considerado foragido da Justiça de Minas Gerais. Naquele estado, ele teria que cumprir uma condenação pela morte da ex-mulher Magda Maria Braga de Mattos.

O crime teria acontecido em Nova Lima (MG) no ano de 2007. Conforme as investigações, a vítima, também médica, havia pedido o divórcio de Alfredo e estava internada para fazer uma cirurgia, a fim de tratar de dores abdominais.

O ex-marido, ao ter conhecimento de que Magda estaria em um novo relacionamento, decidiu lhe fazer uma visita no hospital. A ex-sogra dele estava no quarto, como acompanhante da filha, e o ex-genro lhe teria dado um suco com sonífero. Após ver que a mulher estava dopada, ele teria aplicado uma substância no cateter da ex-mulher, que foi intoxicada e, posteriormente, morreu.

Neste caso, ele foi processado e condenado a 14 anos de prisão. Porém, mudou-se para Goiânia e estava atuando como médico. Alfredo foi localizado somente após o filho dele divulgar na internet um panfleto de que o pai estaria em uma palestra na Faculdade de Medicina de Rio Verde. Segundo a polícia, Alfredo foi preso durante o evento.

Nota da defesa de Alfredo Carlos Dias Mattos Júnior

"Diante da denúncia que envolve o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Júnior, sua defesa vem a público reafirmar seu compromisso com a verdade e a devida apuração dos fatos no âmbito do devido processo legal.

É fundamental ressaltar que o Dr. Alfredo possui uma trajetória profissional irrepreensível, com mais de três décadas de dedicação à medicina, tendo atendido milhares de pacientes sem qualquer histórico de conduta inadequada. O caso em questão, que se encontra em fase processual inicial, exige serenidade e rigor técnico para evitar pré-julgamentos indevidos.

A defesa reforça que todas as providencias necessárias serão tomadas para esclarecer os fatos e demonstrar a inexistência de qualquer irregularidade. Neste momento, confiamos na Justiça, que certamente conduzirá o processo em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

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Em atenção a determinação judicial sobre a atuação profissional do Dr. Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, o Hospital Ruy Azeredo vem a público esclarecer que o referido profissional não pertence ao seu quadro clínico. O médico em questão não faz parte da equipe de colaboradores, nem mantém vínculo institucional com esta unidade hospitalar desde a data de 18/02.

O Hospital Ruy Azeredo reafirma seu compromisso com a qualidade no atendimento e a segurança de seus pacientes. O Hospital esclarece ainda que está à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.

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Em 2023, médido foi preso em Rio Verde após ser declarado foragida pela Justiça de Minas Gerais (Reprodução/TV Anhanguera)

Em 2023, médido foi preso em Rio Verde após ser declarado foragida pela Justiça de Minas Gerais (Reprodução/TV Anhanguera)

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Jovem de 23 anos morre após ter o pulmão perfurado em UPA de Caldas Novas, denuncia família

O caso é investigado pela Polícia Civil (PC).

Francisco Guilherme da Costa Silva morreu em Upa de Caldas Novas

Francisco Guilherme da Costa Silva morreu em Upa de Caldas Novas (Reprodução/ Redes Sociais)

Um jovem de 23 anos morreu após ter o pulmão perfurado durante atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Caldas Novas, no sul de Goiás, denuncia a mãe de Francisco Guilherme da Costa Silva, Graciane Lisboa da Costa. A afirmação consta na certidão de óbito. A família alega que houve erro médico durante um atendimento.

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Por meio de nota, a Prefeitura de Caldas Novas informou que "abriu sindicância para investigação sobre o caso e que prefere não se manifestar por enquanto, até a conclusão do processo", disse (veja a nota na íntegra ao final do texto).

Ao POPULAR , a advogada da família informou, nesta quinta-feira (20), que vai registrar uma denúncia para que a Políica Civil (PC) investigue se houve negligência médica no atendimento ao jovem.

Para a reportagem, a PC disse que teve conhecimento do caso por meio da Polícia Militar (PM) e que o fato é investigado, mas não divulgou detalhes da apuração.

Em entrevista à TV Anhanguera, a mãe contou que Francisco Guilherme começou a se sentir mal na manhã do último sábado (15), mas mesmo assim foi trabalhar. No entanto, às 17h, foi levado à UPA, onde, após uma triagem, foi informado que sua saturação estava normal e que deveria aguardar atendimento.

Meu filho estava piorando e dizia que estava morrendo. Fui atrás de um médico e eu e o médico, em meio ao desespero, conseguimos levá-lo para a sala de emergência", contou a mãe.

Segundo Graciane, o filho foi submetido a um procedimento de emergência ainda na UPA, que durou cerca de uma hora, mas Francisco não retornou vivo.

O Serviço de Verificação de Óbito (SVO) foi acionado, mas rejeitou o procedimento ao constatar a possível perfuração na traqueia da vítima. Segundo o relatório do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi insuficiência respiratória aguda, pneumotórax extenso por perfuração pulmonar, complicação de um procedimento médico invasivo e asma com crise aguda.

A família acredita que houve negligência médica, uma vez que Francisco já tinha um histórico de asma e havia sido atendido na UPA em outras ocasiões.

Eles fizeram um procedimento errado, perfuraram o pulmão do meu filho. Ele era um menino de ouro, sempre estava ao nosso lado. Não podemos deixar isso passar em branco. Queremos justiça", afirmou.

Diante dos fatos, o caso foi passado para a Polícia Civil, que informou ao POPULAR que está investigando o caso.

Colaborou Victória Hellem, produtora da TV Anhanguera.

Nota Prefeitura de Caldas Novas:
A Prefeitura de Caldas Novas, através da Secretaria Municipal de Saúde abriu sindicância para investigação sobre o caso, e prefere não se manifestar por enquanto, até a conclusão do processo.

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