Candidatos em Goiânia propõem de benefício a motorista de app a faixa só para motos
Com diversidade de itens na área de mobilidade nos planos de governo, ciclovias são citadas por todos os prefeitáveis; especialistas apontam tema como prioridade
Karla Araújo

Faixa exclusiva para ônibus: proposta de liberação a motos gera controvérsia e sofre críticas (Zuhair Mohamad)
Faixas para motociclistas, benefícios para motoristas de aplicativos e melhorias para o transporte coletivo estão entre as propostas dos candidatos à Prefeitura de Goiânia para a mobilidade. Além disso, o incentivo ao uso de bicicletas é citado nos planos de governo dos sete prefeitáveis. A medida é apontada por especialistas como a política pública que deveria receber maior atenção dos candidatos, no contexto de mudanças climáticas e de aumento na quantidade de carros no trânsito.
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Engenheira florestal com atuação em trânsito e mobilidade, Gabriela Queluz afirma que é necessário ampliar as ciclovias da capital de forma estratégica para que as regiões periféricas sejam integradas aos espaços centrais. O POPULAR já mostrou que a criação de vias para os ciclistas está estagnada desde 2018.
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"Do jeito que o trânsito está hoje, com engarrafamento no horário de pico, pegar uma bicicleta e ter um eixo que é exclusivamente para ela, com sinalização, um piso destinado e correto para ela, com sinalizações tanto no chão quanto aéreas, tendo proteção do ciclista e das pessoas que andam no entorno, é uma pauta importante para implementar na cidade", destacou especialista. Queluz também é integrante do Mova-se Fórum de Mobilidade.
Arquiteta e mestranda no programa de pós-graduação do Projeto e Cidade, da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UFG), Luanna Lourenço Morais afirma que o próximo prefeito de Goiânia deve priorizar o uso de transportes que não geram poluição, "ainda mais diante da crise climática que estamos vivendo". Morais também destacou como prioridade a segurança no trânsito e a finalização da obra do BRT.
Na área de transporte coletivo, Adriana Accorsi (PT) propôs aumentar a oferta de viagens, entre outras medidas. A implantação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) é mencionada por Fred Rodrigues (PL) e por Matheus Ribeiro (PSDB). No caso de Fred, a proposta é específica para a região da Rua 44. Já Professor Pantaleão sugere estudos para que Goiânia tenha linha de metrô.
Na disputa pela reeleição, Rogério Cruz (SD) cita a construção de duas linhas de monotrilho ao longo da Avenida Anhanguera e na ligação entre o Aeroporto Santa Genoveva e o Terminal Rodoviário. O prefeito também promete retomar o serviço com micro-ônibus, por meio de "rotas curtas e setoriais".
No plano de governo, Sandro Mabel (UB) fala sobre "renovar a frota de ônibus, com ar condicionado e mais conforto". Vanderlan Cardoso (PSD) planeja realizar estudos técnicos para criar ou manter corredores de ônibus exclusivos.
Motos
As propostas para beneficiar motociclistas no trânsito ganharam espaço no debate ao longo das últimas semanas, principalmente após Mabel investir na divulgação da promessa de liberar o tráfego de motos nos corredores que atualmente são exclusivos para ônibus. Fred e Matheus destacaram proposta para criar faixa exclusiva para estes veículos, com o uso de sinalização horizontal, a exemplo do que foi feito pela Prefeitura de São Paulo.
Luanna Morais destacou que ônibus e motos andam em velocidades diferentes e, por isso, há risco de aumento de acidentes. A arquiteta também lembrou que os ônibus param com frequência nos pontos de ônibus. "Eu acho as faixas na frente dos sinaleiros, que já estão implantadas em alguns lugares da cidade, uma solução interessante e que pode ser ampliada na cidade", afirma a especialista. A arquiteta reforçou que o foco dos gestores deve ser em transportes que geram menos poluição, com investimento nas ciclovias e em ônibus elétricos.
Uma nota técnica da Universidade Corporativa da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, publicada em 2019, apontou as diferenças entre a implantação do corredor conjunto de motos e ônibus em Londres na comparação com uma eventual medida do tipo na capital paulista.
O documento aponta que estudos para a circulação de motos nas faixas de ônibus devem levar em consideração tanto as consequências para a segurança de usuários mais vulneráveis, como pedestres e ciclistas, quanto daqueles com maior presença, como carros e ônibus. Segundo a nota, estudos realizados em Londres mostraram que, após a implantação do corredor compartilhado, motociclistas sofreram mais acidentes.
Além disso, o documento também destaca que a liberação do trânsito de motos nos corredores de ônibus em Londres ocorreu com o objetivo de incentivar este tipo de transporte e diminuir congestionamentos. No caso de São Paulo, a nota cita que a prioridade deve ser do transporte coletivo público. (Colaborou Rubens Salomão)
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