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Rubens Salomão

Rubens Salomão

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Especializado na cobertura política desde 2010.

Discurso de Caiado foi basicamente focado em aspectos regionais

Analistas avaliam que lançamento de pré-candidatura ficou preso a temas de Goiás e da Bahia, com a agenda nacional restrita; ausências mostram desafios do projeto

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Governador Ronaldo Caiado (UB): faltou novidade, dizem analistas

Governador Ronaldo Caiado (UB): faltou novidade, dizem analistas (Hegon Corrêa)

Cientistas políticos ouvidos pelo POPULAR avaliam que o discurso do governador Ronaldo Caiado (UB) no evento de lançamento da sua pré-candidatura, em Salvador (BA), não trouxe novidades que pudessem dar maior amplitude ao projeto. Os analistas apontam que o evento ficou mais restrito a contextos de Goiás e da Bahia, sem reforçar a interlocução direta com a agenda nacional.

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"O governador não trouxe no discurso uma novidade em relação ao que ele já fala aqui no estado e nas entrevistas a veículos nacionais. Faltou um diálogo efetivo com a agenda nacional. Ele falou muito ligeiramente sobre problemas e políticas públicas nacionais, mas sempre aludindo a experiência e o impacto disso em Goiás. Em raras vezes ele fala do lugar onde ele vai chegar. É como se ele usasse o palanque para ser oposição e não para ser propositivo", aponta o cientista político Guilherme Carvalho.

O professor da PUC/GO ainda destaca que as avaliações do goiano sobre as principais políticas nacionais ou internacionais foram apresentadas de forma discreta e genérica. "Ele citou que o Brasil está ficando para trás no G20 e no Brics, mas ficou nisso e não avançou em um posicionamento sobre a política externa. Se acredita no multilateralismo ou no bilateralismo, por exemplo. Foram posicionamentos discretos", pontua.

Além do discurso, os especialistas avaliam que o evento frustrou a expectativa de uma demonstração de força política , com a ausência de lideranças com maior abrangência e representatividade, como o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, o que mostra a dificuldade do pleito do goiano.

O especialista ainda considera a busca de Caiado por se apresentar como opositor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas com esforço para se diferenciar do tom agressivo adotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.

"É interessante que o governador critica o presidente Lula, mas de uma forma respeitosa. Isso mostra um papel institucional muito diferente. Por exemplo, quando ele diz que se o presidente não dá conta de governar, que deixe a gente chegar lá. ou seja, ele não é agressivo e não xinga o Lula como a extrema direita costuma fazer. Então, o Caiado marca uma delimitação de onde ele não passa", analisa.

"Isso era algo esperado e ele cumpriu: não tentou atrair um eleitorado que não fosse dele. Isso é bom sob alguns aspectos, mas não acrescenta votos. O governador não se mostra como um pleiteante de fato e faltaram no discurso as linhas mestras que definam os posicionamentos dele sobre a agenda nacional", observa Guilherme Carvalho.

O professor ainda ressalta a ausência de Antônio Rueda e o possível avanço de articulação para definição de federação do partido com o PP, o que aumenta as chances de composição com outro projeto, em detrimento do pleito de Caiado. "O presidente do União Brasil não estava presente e a gente sabe que o partido está rachado. Não vimos a presença de outras lideranças nacionais do partido, como deputados e senadores, à exceção do senador Sérgio Moro e do Otoni de Paula, do Rio de Janeiro, mas o evento não fez coro", avalia.

"Não foi o evento que o Caiado queria. Isso está claro e ficou marcado no palco, porque eram representações muito locais e o diálogo todo ficou entre a Bahia e Goiás e não teve novidade nenhuma. É claro que ainda não é o momento de apresentar propostas ou plano de governo e essa não era a intenção nesse momento. O objetivo era marcar uma posição, mas foi uma posição de bastante fragilidade institucional", analisa.

"Então, foi um evento bastante esvaziado em relação à lógica nacional. Se o Caiado chegar lá e tiver o efetivo lançamento de candidatura, pode ser que tenha um evento mais representativo, mas esse evento não foi uma demonstração de força", considera o cientista político.

O especialista reforça que os principais problemas para a consolidação do projeto do goiano passam pela baixa representatividade do estado de Goiás e os conflitos internos do União Brasil. "O projeto se choca com o partido, que é pragmático do ponto de vista ideológico e está no jogo para ganhar. Assim, o Caiado pode ter as melhores propostas do mundo, mas se não mostrar viabilidade, ele passa a ter um choque com a realidade", diz.

Limitação

Já a coordenadora do Observatório do Conhecimento e docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mayra Goulart, aponta que o discurso do governador goiano representa uma limitação no atual cenário político no país.

"No tocante ao discurso, o Caiado se apresenta como um político, embora de direita, com feições de uma direita mais tradicional. Essa disputa entre as facções mais radicalizadas e mais tradicionais da direita, no momento, está pendendo para as mais radicalizadas, que têm uma capilarização, através das redes, muito mais eficiente do que as direitas tradicionais. Essa é uma limitação do discurso do Caiado", avalia a professora da UFRJ.

Mayra Goulart diz ainda que partidos como União Brasil e MDB se caracterizam por não ter grandes nomes para o projeto nacional ou projetos ideológicos nacionais nas suas trajetórias. "São partidos que abrem mão de ter essas lideranças nacionais exatamente por serem partidos de lideranças locais. É um balaio de gatos, de caudilhos locais, que desejam autonomia para fazer suas articulações de força locais. E uma candidatura presidencial com conteúdo ideológico pode prejudicar essa liberdade de alinhamentos locais. Esse é um ponto que já se impõe como uma restrição à candidatura de Caiado", afirma a cientista política.

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Caiado se movimenta em meio à queda de Lula e foco de Bolsonaro

A popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu consideravelmente, segundo duas pesquisas Quaest e Datafolha, divulgadas na semana passada. No domingo (06), o ex-presidente Jair Bolsonaro realizou uma manifestação na Avenida Paulista, cuja principal pauta é a anistia para os acusados da trama golpista de 2022.
Bolsonaro pensa em si próprio, já que se tornou réu recentemente nos processos que apuram os cabeças da tentativa de golpe. Em meio a esses fatos, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) antecipou-se ao seu partido e lançou sua pré-candidatura a presidente da República, assuntos que vamos tratar agora neste episódio Chega pra Cá com o economista e cientista político Ricardo de João Braga.
Graduado na Unesp, mestrado pela Universidade de Siegen (Alemanha), mestrado e doutorado em Ciência Política (UnB e UERJ), Ricardo é coordenador do Congresso em Foco Análise e colunista de Política.

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Evento em Salvador impulsiona interesse por Caiado no Google

Dados do Google Trends analisados pela coluna mostram que as buscas por Ronaldo Caiado (UB) alcançaram seu ponto máximo de 2025 na sexta-feira (4), dia do lançamento de sua pré-candidatura a presidente da República. Conforme mostrado aqui recentemente, o pico anterior ocorreu em 6 de março, com a notícia de que o governador e o cantor Gusttavo Lima poderiam formar uma chapa presidencial.

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Em comparação com o episódio anterior, o volume de pesquisas dobrou. Isso o fez, no acumulado do ano, alcançar patamar duas vezes maior do que o alcançado pelo nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ampliar a vantagem em relação a outros colegas também tidos como presidenciáveis, como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná.

O principal objetivo de Caiado ao optar por ato precoce, a um ano e quatro meses das convenções partidárias, foi o de iniciar o quanto antes movimento que visa torná-lo conhecido fora de Goiás. Parece ter sido bem sucedido na largada, mas resta agora o desafio de manter seu nome em evidência.

Curiosidade

"Presidente", "candidato" e "Goiás" aparecem entre os principais assuntos buscados pelos usuários que manifestaram interesse pelo nome de Ronaldo Caiado.

03/04/2026

Caiado afirmou nesta segunda (7), na Tecnoshow, em Rio Verde, que não voltará ao evento como governador. A abertura da edição 2026 está prevista para 6 de abril e ele adiantou que sua renúncia ocorrerá três dias antes.

Começou

Segundo o governador, essa foi sua primeira "despedida" do cargo. Aproveitou para fazer novos elogios a seu vice, Daniel Vilela (MDB).

Edição extra

O podcast Giro 360 tem novo episódio disponível nos principais tocadores. O programa conta com participação de Cileide Alves e tem como ponto de partida o lançamento da pré-candidatura de Ronaldo Caiado.

Como nuvem - Vanderlan Cardoso (PSD) e Caiado na Tecnoshow. O senador recebeu, nesta segunda, apoio à reeleição vindo de prefeitos da base do deputado federal José Nelto, filiado ao partido do governador. (Diomício Gomes / O Popular)

Como nuvem - Vanderlan Cardoso (PSD) e Caiado na Tecnoshow. O senador recebeu, nesta segunda, apoio à reeleição vindo de prefeitos da base do deputado federal José Nelto, filiado ao partido do governador. (Diomício Gomes / O Popular)

Em Brasília

Os prefeitos de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB), e Goiânia, Sandro Mabel (UB), assumiram, respectivamente, as vice-presidências de Infraestrutura e Mobilidade Urbana da Frente Nacional dos Prefeitos. Articulação com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (MDB), que assumiu a presidência da FNP nesta segunda.

São João

A edição 2025 do Arraiá do Bem será realizada, entre os dias 6 e 8 de junho, no estacionamento do Estádio Serra Dourada. Estão previstos três shows por dia, incluindo atrações nacionais, definidas com auxílio de Gusttavo Lima. A Secretaria da Retomada vai lançar na sexta (11) edital de patrocínio do evento, no valor de R$ 10 milhões.

Publicidade

A Retomada pretende bancar o evento, com a promessa de ter o "padrão Natal do Bem", com os R$ 10 milhões de patrocínios. Os ingressos serão trocados por um quilo de alimento e a arrecadação será doada à OVG.

Pergunta para:

Vitor Hugo
Vereador pelo PL

Major Vitor Hugo, candidato a governador de Goiás (Divulgação)

Major Vitor Hugo, candidato a governador de Goiás (Divulgação)

Caiado foi ao evento de Bolsonaro e há sinais de reaproximação. Quais as possíveis repercussões?

A anistia é a principal pauta do País hoje na visão da direita conservadora. Muito simbólico e relevante que a reaproximação se dê em torno dessa pauta. No nível nacional, Bolsonaro é o pré-candidato da direita mais forte e segue com nosso apoio incondicional. No nível local, a aproximação deles gera inúmeras possibilidades que o tempo irá descortinar.

Arremate:

Ao vivo - O entrevistado do Chega pra Cá desta terça (8) será o cientista político e economista Ricardo de João Braga. Ele é professor do curso de Mestrado em Poder Legislativo da Câmara dos Deputados e vai conversar sobre o cenário político nacional, além do lançamento da pré-candidatura de Ronaldo Caiado. Às 11 horas, com transmissão pelo portal do POPULAR.

Sucessão petista - Candidato a presidente nacional do PT com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva virá a Goiânia no sábado (12).

Público interno - A agenda de Edinho inclui encontro com militantes e lideranças políticas no auditório da Câmara de Goiânia, às 9 horas.

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Federação entre UB e PP pode favorecer Caiado, diz Mabel

Prefeito defende que, com ‘muita costura’, união dos partidos tende a ser benéfica ao projeto de disputa nacional do governador

Prefeito Sandro Mabel: conversa com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, sobre 2026

Prefeito Sandro Mabel: conversa com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, sobre 2026 (Fábio Lima / O Popular)

Para o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), se as tratativas para uma federação entre União Brasil (UB) e o Progressistas (PP) avançarem com uma costura que garanta ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), espaço para sua pré-candidatura a presidente da República, a união entre os dois partidos pode ser benéfica para o projeto nacional do goiano. Mabel tem participado de reuniões com aliados para tratar de apoio nacional para o grupo de Caiado.

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Em entrevista ao POPULAR nesta segunda-feira (7), o prefeito confirmou que conversou, por exemplo, com o presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), e destacou sua "grande ligação" com ele. Mabel estava no Republicanos até 2024, quando se filiou ao partido de Caiado para ser candidato governista a prefeito de Goiânia.

"(Conversamos sobre) A possibilidade de o Republicanos estar na campanha do Daniel Vilela (do MDB, que deve ser candidato ao governo de Goiás), estar na campanha do Caiado também, dependendo de como vai ser o contexto, se o Tarcísio sai, se o Tarcísio não sai, qual é a forma de se aglutinar isso", disse o prefeito. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é filiado ao Republicanos e visto como a principal opção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para candidatura de seu grupo em 2026.

Mabel afirmou que, em conversa com Caiado, já destacou que o momento é "de muita costura" e "cirúrgico". "Você tem que acertar um passo, aí você está no meio da cirurgia, deu uma hemorragia ali numa veia, você vai, cauteriza, volta para a atividade principal. Nós estamos falando da Presidência do Brasil. O poder máximo que você tem na República. Então, existe uma série de costuras que precisam ser feitas", declarou.

Ao ser questionado sobre sua percepção da viabilidade da candidatura de Caiado, Mabel citou as conquistas administrativas, destacando primeiro as ações na Segurança Pública. Esta é a principal bandeira da pré-campanha de Caiado, e tema que deu o tom do lançamento do projeto, em evento realizado em Salvador (BA), na sexta-feira (4). O prefeito também citou ações na Educação e assistência social. "Ele tem uma história boa para contar. Precisa conseguir costurar isso tudo aí, para que ele possa efetivamente ser candidato", afirmou.

Federação

Do ponto de vista político, no contexto de debate sobre a federação entre União Brasil e PP, Mabel disse que Caiado pode ter ganhos para seu projeto. "Uma estruturação, uma combinação, que assegure que a federação não cancele a candidatura dele, e nem deixe a candidatura dele esperando alguma coisa, mas que ela possa aumentar a força da candidatura", disse o prefeito.

Mabel contou que também já esteve com Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil. Rueda já defendeu publicamente espaço no partido para que Caiado trabalhe sua pré-candidatura. No entanto, nos últimos meses, se afastou do projeto, e o evento da última sexta em Salvador foi marcado pela sua ausência.

Caiado é contrário à federação entre seu partido e o PP. O Giro mostrou que o governador articula uma convenção do União Brasil para decidir sobre o tema. O governador argumentou que a sigla ainda sofre com a necessidade de aparar arestas que foram criadas pela fusão entre Democratas e PSL, em 2022. Para Caiado, a federação pode enfraquecer a legenda. "Isso é um tiro no pé, para não dizer na cabeça", disse o gestor, em 20 de março.

Questionado se concorda com o argumento de Caiado. Mabel reiterou que o cenário depende dos termos em que a federação for articulada. "Se ela for bem costurada, se assegurarem algumas coisas que nós estamos buscando nessa costura, eu acho que é o contrário. Pode ajudá-lo muito, pode ser uma arma importante para ele sair dando tiro por aí. Agora, se fizer sem estruturar, realmente pode ser um tiro no pé mesmo."

O cenário é de divisão no partido. O União Brasil tem entre seus quadros três ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Celso Sabino (Turismo), Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Integração Nacional) - e uma ala que defende a permanência na base do governo. Por outro lado, a legenda também tem lideranças bolsonaristas, que buscam alinhamento com o projetos ligados ao ex-presidente.

No domingo (6), Caiado participou, ao lado de outros seis governadores, de ato realizado em São Paulo, convocado por Bolsonaro, pela anistia de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

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Após evento, Caiado aponta anistia como 'ato humanitário'

Governador volta a questionar razoabilidade nas punições aos envolvidos no 8 de Janeiro, cita vingança e ‘entendimento entre as partes’

Governador Ronaldo Caiado, durante abertura da 22ª Tecnoshow: questões ideológicas influenciam a anistia

Governador Ronaldo Caiado, durante abertura da 22ª Tecnoshow: questões ideológicas influenciam a anistia (Diomício Gomes / O Popular)

Um dia após participar da manifestação na Avenida Paulista promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em favor da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro de 2023, o governador Ronaldo Caiado (UB) classificou, nesta segunda-feira (7), a medida como "um ato humanitário, de significado maior, em decorrência das penas, que extrapolam aquilo que a população também entende como parâmetro em outros casos".

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Questionado pelo POPULAR após a abertura da 22ª edição da Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO), sobre o saldo da participação no evento ao lado do ex-presidente e de outros seis governadores de direita, Caiado disse que a tônica do ato foi o clamor por "pacificação" no país e que o estado "não julga para vingar", mas sim para "fazer justiça". Nesse sentido, conclamou que ocorra "um entendimento entre as partes".

"O que se exige é que haja ali uma razoabilidade entre os critérios para que as pessoas possam ser unidas. Da maneira como as penas estão sendo levadas, este sentimento tem sido rejeitado pela população", afirmou o governador. "Tem criado uma rebelião enorme em decorrência de um comparativo. Uma pessoa mata outro cidadão, aí tem nove anos de cadeia. Aí entra na progressão e daqui a pouco ele já está solto", disse.

Apesar de pregar a pacificação, Caiado ponderou que "não acata nem defende" determinadas atitudes do grupo que depredou as sedes dos Três Podere s, em Brasília, em 2023. Desde o ano passado, o governador vem defendendo um "filtro" para a anistia. "Mas nós não podemos ter dois pesos e duas medidas. Quando alguém pratica de um lado ideológico, ele tem a conivência e a complacência. Do outro, ele tem punições estratosféricas", afirmou.

O goiano relacionou a discussão com o chamado "Abril Vermelho", ação do Movimento dos Sem Terra (MST) de ampliação das ocupações de terras em todo o país, para criticar a estrutura do governo federal que "alimenta esse tipo de ação". Caiado referia-se a reunião que o MST teve há poucas semanas com o presidente Lula (PT) em Minas Gerais.

Mobilização

"Então, depois de dois anos presos por aquilo que foi feito ali, o momento é de colocar em votação", afirmou o governador acerca da pressão na Câmara dos Deputados para que o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) paute o projeto de lei da anistia. "Se isso vai fazer o presidente pautar, eu acredito que sim. Por quê? Porque a maioria dos partidos deram um sinal positivo e com isso tem-se o número de 257 deputados para que a matéria seja pautada."

"Pautou-se a matéria, respeita-se a decisão de plenário. Vai para o Senado; se o presidente vetar, volta para o Congresso para derrubar o veto. E aí, cumpre-se a decisão da Casa do Povo, que é o Congresso Nacional", complementou.

Caiado negou que a iniciativa dos governadores de mobilização das bancadas legislativas de seus respectivos estados para votação favorável ao projeto da anistia tenha partido do deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara. Segundo o goiano, o acordo foi feito em reunião no Palácio dos Bandeirantes no domingo (6).

"Se a população toda hoje deseja que a gente traga paz para o país, ninguém aguenta mais esse conflito, ninguém aguenta mais. Ao invés de discutir assuntos que são extremamente importantes na economia brasileira, no avanço da criminalidade, nós precisamos dar um fim a isso. Então, eu, como todos os outros, assumimos esse compromisso, lá no Palácio dos Bandeirantes, que nós iríamos trabalhar nas nossas bancadas."

Falando especialmente a agricultores e empresários durante a abertura da 22ª Tecnoshow Comigo, Caiado também buscou nacionalizar seu discurso ao colocar na conta do governo federal a culpa pelos preços elevados de itens de consumo.

"A responsabilidade é da incompetência do governo federal que gasta muito nesse país que não sabe controlar seus gastos e tem os juros que é cada patamar de 15 pontos, de 14.25, com projeção de chegar a 15.20 até o final do ano. Quem sobrevive na economia de mercado hoje pagando uma agiotagem de 15.20 daqui uns dias? Qual é o segmento que sobrevive sem ter direito a seguro rural? É um país que o risco é 100% dos produtores."

Despedida

No final do discurso na Tecnoshow nesta segunda, o governador reforçou a ocasião como sendo a sua última participação no evento como governador do estado. Pré-candidato à Presidência da República em 2026, Caiado deve se desincompatibilizar do cargo até o início de abril do ano que vem, segundo normas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para concorrer ao Palácio do Planalto.

"Mas estará em meu lugar, aqui, falando pelo estado de Goiás, aqui também, que eu escolhi para continuar o meu projeto que é o Daniel Vilela. E continuará com a mesma garra, a mesma determinação, e a mesma escola da boa política", disse o governador, acrescentando ainda que o evento foi a sua "primeira despedida oficial com um ano de antecedência".

A abertura da feira teve a presença dos deputados Marussa Boldrin (MDB) e Daniel Agrobom (PL); do senador Vanderlan Cardoso (PSD); do presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), Leandro Crispim; e de presidentes de entidades do setor privado.

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