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Fabiana Pulcineli

Jornalista e bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás. Repórter de Política do POPULAR desde 2006 e colunista da CBN Goiânia.

'Disseram que seria rápido. Não foi, ele ficou segurando', diz Daniel Vilela

Ao POPULAR, filho de Maguito narra os últimos momentos da família ao lado do pai

Fabiana Pulcineli
'Disseram que seria rápido. Não foi, ele ficou segurando', diz Daniel Vilela

(Wildes Barbosa / O Popular)

"Fiquem aqui porque ele está partindo; e vai ser rápido", disse a médica Carmen Barbas, pneumologista do Hospital Albert Einstein à família de Maguito Vilela por volta das 22 horas de terça-feira (12). "Só que não foi rápido, ele ficou segurando", relata o filho de Maguito, Daniel Vilela, sobre os últimos momentos ao lado do pai. Daniel falou com exclusividade ao POPULAR no Palácio das Esmeraldas, pouco antes de início do velório.

Como foram os últimos momentos ao lado do seu pai?

Estávamos todos juntos, todos os filhos, e eu só posso dizer que amei muito e fui muito amado por ele (chora). Meu sentimento de filho me fez voltar lá porque eu tinha ido até domingo.

Chegou a vê-lo com algum nível de consciência?

Não. Desde a semana passada ele, com essa bactéria, já estava completamente sedado.

Há informações de que vocês foram avisados pela equipe médica que não havia mais recurso. Como foi isso?

Sim. Teve essa bactéria e os antibióticos não surtiam efeito. Foram aumentando a dose, tentando com antibióticos mais potentes, mas ele não reagia. E não se identificava também qual a bactéria que estava causando essa instabilidade dele. Aí ontem (terça-feira), a médica entrou com um mais forte, geral, para cobrir infecção no corpo todo. Já haviam feito umas três tomografias e não achavam nada. Era a última cartada que tinham. Mas na segunda-feira à noite, a Flávia já estava muito preocupada porque as drogas vasoativas já estavam muito altas.

Aí chega a um limite, não é?

É, a gente nem sabia desse limite. Sabíamos que estava alta em comparação aos outros dias das outras semanas. Aí resolvi ir para lá no outro dia junto com o Marcelo (Rabahi). E foi a gente chegar lá e começou a cair a pressão. Parece que estava esperando reunir todo mundo. Só que ainda tinha uma margem pra crescer da droga. Aí chegamos umas 17h30, até umas 20h30, deu uma estabilizada. Aí eu ia dormir lá com ele e todo o resto ia para o hotel. Nós descemos para comer e eu avisei que ia ao hotel tomar banho para voltar. E aí a dra. Carmen chegou lá, quando subimos ao quarto ele já estava tendo choque. Era umas 22 horas. Aí ela falou: "Vocês fiquem aqui que ele está partindo; e vai ser rápido". E aí ficamos lá com ele. Só que não foi rápido. Ele ficou segurando até 4 horas da manhã. A saturação dele estava 95 e despencou para 20. Em um minuto ele elevou para 90 de novo. Ou seja, foi uma reação dele. E a pressão também. Você via que era ele que estava segurando a pressão porque aí chegou ao limite da droga e ele ficou até 4h10 em ponto e a gente ali do lado dele, e caindo a pressão, caindo a frequência cardíaca.

E como vocês estavam?

Rezando, agradecendo a ele, todo mundo fazendo seus agradecimentos e suas orações. Ficamos lá acompanhando até 4h10, que foi o horário que a pressão foi a zero.

Ele sentiu dor?

Nada, nada, nada. Um pouquinho antes eu estava sentado no sofá e me levantei para pegar na mão dele de novo. E aí eu vi que ele não estava mais lá. Ainda tinha pressão, baixa, mas não tinha zerado. Eu peguei no rosto dele e vi que não estava mais lá. E falei: ele já partiu. E depois disso, ainda foram mais uns 10, 20 minutos.

O que você disse a ele?

Eu agradeci a oportunidade de ter tido um pai (chora) tão bom para mim como ele foi. Impecável. Um pai que eu não tenho uma vírgula a falar dele. Agradeci por tudo, disse que o amava, que íamos ficar bem aqui, que ele podia ficar em paz. Apesar de um sentimento de que ele estava brigando e queria ficar. E falei que eu o amei muito e era realizado porque ele também me amou muito. E todo mundo ficou rezando, agradecendo, aproveitando a oportunidade para essa despedida.

Você escreveu nas redes sociais que ficou pensando que algo poderia ser diferente. O que pensou?

Eu queria que não tivesse acontecido isso, né. Porque de todos esses 80 dias, só agora nessa infecção que eu achei de fato que poderia ter um risco de ele não voltar. Quando eu cheguei lá na quinta-feira, eu não sabia que ele estava sedado. Ele estava bom até o dia anterior, mandando as meninas parar de falar alto porque estava vendo jogo de futebol. Era a tal da infecção. Aí sedaram. Como o pulmão dele estava bom, bem expandido, ele acordado brigava com o ventilador. Não sincronizava. Ele respirava, e o ventilador respirava e ficava sem sintonia. Aí sedava para ele sincronizar e relaxar. Então a princípio, a sedação era para isso, para deixar confortável. Eu pensei que entraria com antibiótico e em dois dias no máximo ele estaria reagindo. Porque da outra infecção que ele teve, no outro dia ele reagiu. Mas, conversando com os médicos, a gente acha é que na verdade o corpo já não tinha mais força. E aí você começa a pensar... Ele estava muito magro. O bracinho dele estava muito, muito fino. As pernas. Ele tinha trombosado uma perna, mas tinha recuperado. Estava com fluxo normal. Então vi que ele estava muito fraco. Muito, muito fraco.

Chegou a pensar que era melhor aliviar?

Não, não cheguei a pensar. A gente sempre fica com esperança. E depois que a dra. Carmen falou que estava chegando o fim, a gente ainda estava lá... E como ele segurava a pressão, a gente ficava monitorando os painéis - ficamos experts naqueles painéis lá. E o Marcelo, que é médico e sabia que a situação não tinha mais controle, ficava mais calado. E a gente perguntando a ele se não dava para fazer as coisas. Aí desligaram a diálise. Aí ele começou a inchar um pouquinho a perna e eu perguntei ao Marcelo se dava para ligar a diálise de novo. Ele falou que não dava senão a pressão desabava.

Você havia comentado, antes dessa infecção, que os médicos cogitavam até a possibilidade de ele passar o aniversário em casa (24 de janeiro Maguito faria 72 anos).

É, foi nessa última semana que ele estava tão bem que pedia muito para ir embora. Ele falava que estava com muita dor, que queria embora. Dizia: "me leva embora, me ajuda". E o Marcelo tentando fazer um carinho para ele falou dessa possibilidade. Mas a situação era muito positiva mesmo. Eu tenho vídeo aqui mostrando ele cortando o cabelo sentado. Então a gente estava com expectativa muito positiva. Mas aí veio essa infecção. Desde o começo todos falavam que havia três tipos de intercorrência que não poderiam ocorrer. Ele teve as três. Trombose, sangramento e infecção. No começo, o corpo sustenta, tem força. Ele tinha muita reserva, né?

Então, ele era uma pessoa que se cuidava muito, não é?

Muita, muita reserva. No começo inclusive todo mundo achava, e inclusive os médicos, que ele ia sair bem porque tem muita reserva. Pulmão bom, bebe moderadamente, fumou há 50 anos. Mas chega uma hora que essa reserva esgota. Ele conseguiu segurar uma infecção lá no começo, conseguiu segurar um sangramento gigante. Tirou um litro de sangue coagulado naquele sangramento. E passou bem. Depois disso, os médicos falavam: "seu pai é muito forte". A gente sempre achava que essa força e essa reserva dele iam superando.

Você havia comentado que parte das enfermeiras, da equipe do hospital, comemorou a vitória dele na eleição, e comemorava os avanços. Como foi ontem?

Lá tem muita troca de enfermeira e me parece que as que estavam no começo estavam de férias. Na hora que saímos de lá às 4h30, tinha só uma enfermeira dessa primeira etapa que estava lá e nos abraçou e falou: "É o melhor para ele; ele estava sofrendo demais". E nós saímos na recepção e encontramos o enfermeiro que fez o transporte dele de Goiânia para São Paulo. Ele lamentou também.

Acha que ele estava sofrendo demais mesmo?

Não sou médico para saber. Não sei se meu sentimento de filho era não querer enxergar o sofrimento dele e querer que ele reagisse e saísse de lá. Mas depois que passa, a gente começa a pensar e ver que de fato ele estava sofrendo.

Foi comprovada alguma predisposição genética na família, considerando as duas irmãs que morreram antes dele?

Não. Parece que precisa fazer um estudo genético para isso e não sei se foi feito ou se vai ser feito. Mas a dra. Carmen falou que a defesa em relação ao coronavírus tem a ver com a questão genética.

O que pensa sobre o coronavírus agora, o anúncio de vacinas e tudo que se passou desde o início da pandemia?

O que a gente mais quer é imunizar todo mundo o mais rápido com essas vacinas. Está descontrolada essa contaminação. O Marcelo contou que tem hospital aqui abarrotado e muita gente do Norte vindo para cá. Metade do hospital é de gente de lá. E os jovens estão saindo e levando para dentro de casa, contaminando pais, avós. Difícil.

E sobre a Prefeitura de Goiânia, acredita que o prefeito Rogério Cruz vai cumprir os compromissos assumidos por Maguito?

Vai sim. Isso é um projeto que era liderado por Maguito e agora vai ser liderado pelo Rogério, com esse time aí que vai fazer um grande trabalho por Goiânia.

Você vai continuar participando?

Não, eu vou continuar ajudando.

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Estudos mostram benefícios da vacina infantil contra covid; 10 crianças sadias morreram da doença no 1° trimestre de 202

É falso que não exista um estudo sequer que mostre o benefício da vacina de mRNA para crianças. Esses estudos existem e são cruciais para que a Anvisa aprove o imunizante. Eles podem ser consultados no site da Agência. Também não é verdade que não haja registro de morte de crianças saudáveis, sem comorbidades, por covid-19. Dados do Ministério da Saúde mostram que 10 das 19 crianças com menos de 1 ano que morreram por covid-19 de janeiro a abril de 2024 não tinham comorbidades. Esses números são do boletim epidemiológico mais recente

Conteúdo investigado: Em vídeo viral, médico afirma que não há um estudo sequer que mostre o benefício desse "experimento de RNA mensageiro", numa referência às vacinas que utilizam tecnologia de mRNA contra a covid-19, como a Comirnaty, da Pfizer. Ele ainda afirma que não há notícias de crianças sadias mortas pela doença.

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Onde foi publicado: X.

Conclusão do Comprova: Para que as vacinas sejam aprovadas e passem a ser oferecidas à população, é necessário haver estudos que comprovem a eficácia e segurança do imunizante. Foi o que ocorreu com a vacina Comirnaty para o público infantil, que foi aprovada pela Anvisa antes de ser recomendada. Após a aplicação na população, outros estudos analisaram dados de vigilância e mostraram a efetividade e segurança do imunizante.

Dados do Ministério da Saúde desmentem que crianças saudáveis não morrem de covid-19. Os números do boletim epidemiológico mais recente mostram que 10 das 19 crianças com menos de 1 ano que morreram por covid-19 de janeiro a abril de 2024 não tinham comorbidades.

Segundo informe do Ministério da Saúde, foram registradas 82 mortes por covid-19 entre crianças menores de 1 ano e 11 anos de idade em 2024.

Consultado pelo Comprova, o médico Roberto Zeballos, que gravou o vídeo, não respondeu até o fechamento desta checagem.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. A postagem teve 260 mil visualizações e 5,2 mil compartilhamentos até 31 de março.

Fontes que consultamos: O Comprova consultou dados do Ministério da Saúde, da Anvisa e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), e o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, que indicou estudos sobre o tema.

Estudos de eficácia e segurança são necessários para aprovação da vacina

O médico inicia o vídeo criticando a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do dia 21 de março, que estabeleceu que os pais que se recusarem a vacinar seus filhos contra a covid-19 estão sujeitos à multa prevista no artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A partir disso, ele dissemina informações falsas sobre a vacina covid-19.

A primeira delas é a de que não há um estudo sequer que mostre o benefício das vacinas. Isso é falso. Como consta no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vacinas só são aprovadas após a análise de estudos que comprovem qualidade, eficácia e segurança. Esses são os primeiros, de fase 1, 2 e 3 (detalhes no quadro abaixo):

Esse processo ocorreu antes da aprovação do imunizante Comirnaty para pessoas de 5 a 11 anos, em 16 de dezembro de 2021, e de 6 meses a 4 anos, em 16 de setembro de 2022. No site da Anvisa (aqui e aqui), consta que a vacina foi aprovada para essas faixas etárias após "uma análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos conduzidos pelo laboratório". Os dados dos estudos de fase 1, 2 e 3 que atestam segurança e eficácia podem ser acessados nesta página e nesta.

Análises após a aprovação

Artigos com dados de vigilância mostram a efetividade da vacina em crianças após a aprovação dos imunizantes e sua aplicação na população. Um dos exemplos é o artigo "Covid-19 vaccination in children: a public health priority", publicado no Jornal de Pediatria, que analisou dados obtidos no PubMed e em publicações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria entre janeiro de 2020 e novembro de 2022. Dentre as conclusões, consta que formulações pediátricas da vacina da Pfizer demonstraram significativa efetividade e segurança.

O estudo "Evaluation of BNT162b2 Covid-19 Vaccine in Children Younger than 5 Years of Age", publicado no The New England Journal of Medicine, concluiu que uma série primária de três doses da BNT162b2 (Pfizer/BioNTech) foi segura, imunogênica e eficaz em crianças de 6 meses a 4 anos de idade.

A revisão sistemática "Safety and effectiveness of vaccines against COVID-19 in children aged 5--11 years" mostrou que em crianças de 5 a 11 anos as vacinas de mRNA provavelmente ofereceram boa proteção contra hospitalizações por covid-19 e se mostraram moderadamente efetivas contra a infecção pela variante ômicron. O estudo foi publicado na revista The Lancet Child & Adolescent Health.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o monitoramento da aplicação da vacina em crianças mostra que ela é segura e seus benefícios superam os riscos de complicações severas por covid-19.

É falso que crianças sadias não morrem por covid

Outra afirmação falsa feita no vídeo pelo médico é a de que crianças sadias (sem comorbidades) não morrem por covid-19. Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), Renato Kfouri cita um dado do Boletim Epidemiológico nº 162, do Ministério da Saúde, de abril de 2024 -- o mais recente divulgado. Na tabela 7 (abaixo) , o documento mostra que, entre crianças menores de 1 ano, 10 das 19 que morreram por covid-19 de janeiro a abril não tinham comorbidades.

"É um mito dizer que as crianças que têm quadro grave ou que morrem por covid-19 são crianças de risco", diz Kfouri, pediatra infectologista. "São números oficiais do Ministério da Saúde e que justificam a inclusão da vacina no calendário infantil".

Fonte: Ministério da Saúde 

Fonte: Ministério da Saúde 

Segundo o informe da semana 52 de 2024 de Vigilância das Síndromes Gripais (tabela abaixo), foram registradas, de janeiro a dezembro de 2024, 82 mortes por covid-19 entre crianças menores de 1 ano e 11 anos de idade.

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Já o informe mais recente, até a semana 12, de janeiro a março de 2025 (gráfico abaixo) , mostra, nas semanas 2 e 3, em janeiro, que a proporção de mortes por covid-19 em menores de 2 anos só foi menor que na faixa etária acima de 65 anos. Já na página 11, constam 535 mortes pela doença no total. Nas faixas etárias até 14 anos, foram 25 mortes. O grupo de menores de 2 anos responde pelo maior número de óbitos: 18.

Fonte: Ministério da Saúde 

Fonte: Ministério da Saúde 

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova apurou evidências que desmentiram outras alegações do mesmo médico, como quando mostrou que artigo que exige retirada de vacina contra a covid-19 do mercado tem erros e não tem relevância no meio científico, que vacinas são eficazes contra variante Delta e que agência europeia não desqualificou o imunizante.

Notas da comunidade: Não havia "notas da comunidade" na postagem até a publicação desta verificação.

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Indicação para a vice de Daniel agita grupos na base governista

Presidente da Faeg, José Mário Schreiner, e o secretário Adriano da Rocha Lima são citados em debate antecipado sobre chapa para pleito estadual

José Mário Schreiner (MDB), presidente da Faeg: protagonismo em tratativas para realização de obras

José Mário Schreiner (MDB), presidente da Faeg: protagonismo em tratativas para realização de obras (Fábio Lima / O Popular)

Lideranças e grupos políticos da base aliada ao governo estadual intensificaram as articulações em busca da composição de chapa ao lado do vice-governador, Daniel Vilela (MDB), para a disputa ao governo estadual em 2026. O processo, adiantado por consequência da antecipação do projeto eleitoral de Ronaldo Caiado (UB), que entregará o cargo para o emedebista em abril de 2026 - em função de sua pretensão de concorrer ao Palácio do Planalto -, tem citação comum aos nomes do ex-deputado federal José Mário Schreiner (MDB) e do secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima. Oficialmente, os dois negam interesse ou trabalho para ocupar a vaga na chapa majoritária.

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Ainda assim, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), contudo, não descarta a possibilidade. O nome de José Mário tem sido apresentado, nos bastidores, como opção para reagrupar o agronegócio e os produtores rurais à base do Palácio das Esmeraldas, que tem relação conturbada com o setor desde a aprovação, no fim de 2022, da chamada taxa do agro, que financia o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra).

Schreiner também representaria, segundo aliados ouvidos pela reportagem, chance de angariar mais lideranças conservadoras para o projeto de Daniel Vilela, que nunca teve perfil relacionado à direita. Na última semana, o vice-governador rebateu, em entrevista ao POPULAR, as considerações de partidos de esquerda, principalmente do PT, de que poderiam apoiar o projeto do governista em eventual busca pela reeleição, no próximo ano.

Além de afirmar que a composição com os esquerdistas "não faz sentido" e que o MDB está "em outro momento", em referência à boa relação histórica com administrações petistas, Daniel ainda afirmou se identificar como um político de centro-direita e inaugurou discurso com críticas à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chamou de "ultrapassada".

José Mário Schreiner admite que tem recebido sondagens de caiadistas interessados na formação da chapa, mas aponta que não houve qualquer tratativa com Caiado ou Daniel e que a disputa da eleição de 2026 não está em seu radar. O presidente da Faeg deixou de se candidatar à reeleição para deputado federal, em 2022, por conta do trabalho em busca da presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

"Eu sei que meu nome está rodando, mas eu nunca falei nada. O projeto não é esse. Eu sou vice-presidente da CNA e temos eleição neste ano. Não sei se o dr. João Martins (atual presidente da entidade) vai continuar. Se ele for candidato, vou estar com ele, sou um cara que obedece à hierarquia e sei respeitar a fila. Vou aguardar, porque esse foi o motivo de eu não ter disputado a reeleição para deputado", diz. "O pessoal tem comentado, mas eu vou aguardar primeiro a questão da CNA para depois a gente ter um pronunciamento um pouco mais efetivo do que pode acontecer aí para frente. Por enquanto, eu estou off."

Papel em decisões

O ex-deputado federal analisa o cenário para a disputa pelo governo em 2026 e aponta que Daniel Vilela é favorito. "Com um governo que tem uma visão de aprovação e apoio de quase 90% da população, com o governador Ronaldo Caiado, leva um bom favoritismo. Agora, a situação de transferência de voto é uma outra situação. O governador mostrou aqui em Goiânia que ele tem capacidade de transferir, como foi com o Sandro Mabel, apesar de Goiânia ser um cenário um pouco diferente. De qualquer forma, o Daniel leva uma vantagem, considerando também que a oposição ainda não tem nada definido", avalia.

O presidente da Faeg tem ampliado a participação em decisões da gestão estadual e foi ponto central para a saída do general Antônio Leite dos Santos Filho da presidência da Goinfra (Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes), em agosto de 2024. A crítica interna ocorreu diante da demora para início e entrega de obras rodoviárias, principalmente as bancadas pelo Fundeinfra.

Depois do retorno de Pedro Sales ao cargo, José Mário voltou a protagonizar as tratativas para realização das obras com a taxa do agro, por meio da parceria da Goinfra, sem chamamento público, com o Ifag (Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás), que tem a Faeg e o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) como mantenedores. O acordo busca permitir a gestão direta de recursos do fundo pela organização, que poderá subcontratar as empreiteiras.

O presidente da Faeg afirma que o modelo tem se tornado referência no país contra o que chamou de "burocracia absurda" gerada por uma estrutura "paquidérmica" do poder público. O ex-deputado minimiza a importância eleitoral das entregas de obras. "Nós precisamos destravar esse processo e não é uma questão política. O nosso intuito é fazer com que aquilo que o produtor pagou seja investido. Nada mais do que isso. É claro que fazendo com que o governo consiga entregar essas obras, e nós precisamos abraçar o compromisso do estado de fazer entregas para a população, mas o principal fator é devolver ao contribuinte aquilo que ele pagou", defende.

Alternativas

Além de Schreiner, lideranças na base governista apontam diferentes critérios para aventar outras opções de eventual vice de Daniel Vilela. Com critérios semelhantes aos de José Mário, outro nome considerado é o do ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (UB). Os dois, inclusive, enfrentam divisão interna no grupo político na região Sudoeste do Estado, com relatos de rivalidade sobre as prerrogativas de indicação justamente de obras prioritárias. Os dois, no entanto, tiveram uma primeira conversa, amistosa, no último dia 17, em Rio Verde.

Já com lideranças do entorno do Distrito Federal, que reivindicam a vaga, sugerem nomes como do deputado federal Célio Silveira (MDB); o prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (UB); prefeito de Águas Lindas, Lucas Antonietti (UB); e o ex-prefeito de Valparaíso, Pábio Mossoró (MDB).

Primeiro citado para o posto, ainda no início do ano, Adriano da Rocha Lima, rejeita a possibilidade. A presença do auxiliar, mesmo que apenas entre as especulações, representaria influência direta do governador na composição do projeto. Adriano segue na equipe de Caiado, ininterruptamente, desde 2017, na elaboração do primeiro plano de governo. "A resposta direta é não", diz Adriano. "Não tenho essa preocupação e estou focado no que estou fazendo. O meu projeto é terminar e voltar para o setor privado. Não sou um profissional da política", afirmou o secretário, a ser questionado no programa Jackson Abrão Entrevista , na segunda-feira (24).

'Discussão não está antecipada', diz vice-governador

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) avalia que não há antecipação exagerada dos debates sobre as eleições de 2026, em meio às especulações sobre composição de alianças e até da chapa majoritária para a disputa pelo governo estadual.

Atual presidente regional do MDB, Daniel deverá assumir o cargo de governador em abril do próximo ano, com a provável renúncia de Ronaldo Caiado (UB) - para focar na sua pré-candidatura à Presidência da República -, e articula o projeto à reeleição.

"Essas discussões, principalmente na imprensa, não estão antecipadas, não. Estão dentro daquilo que acontece normalmente em anos pré-eleitorais, principalmente antes de eleição nacional", considera. "Agora, as decisões, do ponto de vista local, com certeza vão ser estabelecidas e definidas muito próximo das convenções partidárias, daqui a mais de um ano."

Até fevereiro, Daniel fazia questão de manter a defesa no foco administrativo. "No momento certo nós vamos estar discutindo com os partidos e acho que isso tudo está muito distante. Tenho uma boa relação com parlamentares e com membros de todos os partidos e, naturalmente, no PL não é diferente. Mas esse ano, nosso foco é administrativo", afirmou em 17 de fevereiro, durante a reabertura dos trabalhos da Alego (Assembleia Legislativa de Goiás).

"É continuar garantindo aos goianos o melhor governo do Brasil e estar ao lado do governador Ronaldo Caiado para poder desempenhar missões importantes que consolidem esse projeto e, naturalmente, facilitem a execução dos projetos futuros aqui no estado. No ano que vem, é que nós vamos discutir política partidária", disse na ocasião.

Daniel antecipou movimentos em busca de ampliação da estrutura de partidos aliados ao Palácio das Esmeraldas ainda em novembro de 2024, quando, logo após o resultado das eleições municipais, teve reunião, em Brasília, com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A conversa, intermediada pelo vereador do PL por Goiânia Vitor Hugo, abriu diálogo para possível composição estadual com a legenda.

Quando questionado sobre o assunto, em diferentes entrevistas, Bolsonaro confirmou a possibilidade e garantiu que "não teria problema nenhum", caso o presidente estadual do PL, senador Wilder Morais, Caiado e Daniel se acertassem.

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Daniel inaugura crítica contra Lula e diz que gestão é 'ultrapassada'

Citado por partidos de esquerda como uma alternativa de apoio, vice-governador nega possibilidade de composição, se diz de centro-direita e dispara contra o petista

Vice-governador Daniel Vilela e o presidente Lula, em Goiânia, na entrega de obra do BRT, em 2024: críticas à gestão federal

Vice-governador Daniel Vilela e o presidente Lula, em Goiânia, na entrega de obra do BRT, em 2024: críticas à gestão federal (Fábio Lima / O Popular)

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) rejeitou a possibilidade de apoiar a eventual candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ter o apoio da frente formada em Goiás por partidos de esquerda. Além de negar a composição, o futuro governador e pré-candidato à reeleição inaugura discurso com críticas diretas ao governo petista, depois de relação amistosa e interlocução constante com ministros ao longo dos últimos dois anos.

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Como publicado pelo POPULAR nesta segunda-feira (24), a chance de diálogo entre a frente de esquerda e Daniel Vilela foi considerada por lideranças de PT e PV e foi alvo de debate interno entre os esquerdistas em reuniões realizadas neste ano em preparação para a disputa estadual de 2026. Daniel Vilela garante apoio ao projeto nacional do governador Ronaldo Caiado (UB), que segundo ele, deverá contar com a crescente rejeição ao governo Lula.

"Exatamente. É um cansaço. Uma política que não representa mais nenhum anseio da população. Uma agenda, digamos assim, ultrapassada, que não consegue dialogar e conversar com a sociedade brasileira atual. Isso é o grande fator que nos coloca numa condição de ter o governador sendo alguém com um potencial muito grande, na minha visão", avalia Daniel Vilela.

O vice ainda aponta que "tem um projeto a seguir", em referência à postulação de Caiado à Presidência. "O governador é a grande referência política do nosso estado e tem o projeto de uma candidatura presidencial, na qual nós acreditamos muito, até porque ele hoje é referência nos temas que mais preocupam os brasileiros. Estamos muito confiantes de que a campanha, no momento certo, terá uma adesão muito grande", acredita.

A partir do reforço no apoio à pré-candidatura de Ronaldo Caiado, Daniel Vilela apresenta, pela primeira vez, discurso de oposição ao governo federal. "Qualquer aliança em Goiás deve, obrigatoriamente, passar pelo apoio à candidatura nacional. Não tem como falar em ter apoio da esquerda, se a esquerda não estiver com o governador Caiado." O vice ainda rebate as sugestões dos petistas e sugere que poderia receber o apoio, com uma condição.

"Se eles tiverem um gesto de reconhecimento, não só do trabalho que o governador está fazendo, mas de que ele representa aquilo que o país está precisando, sem dúvida, nós não vamos rejeitar o apoio. Nem eu, nem o próprio governador. Acho que Goiás precisa estar unido em prol dessa causa", defende.

O ex-deputado federal também rejeita o argumento de que o MDB estadual manteve, no passado, relação próxima com os governos do PT e com apoio das principais lideranças, como Maguito Vilela e Iris Rezende, a candidaturas de Lula ao Planalto.

"Sem dúvida, o MDB está em outro momento. É óbvio que ninguém está falando em deixar de ter uma relação civilizada no campo político. O próprio governador Caiado tem uma relação de civilidade com todos os partidos políticos. Agora, o contexto é completamente diferente e não faz sentido nenhum tentar de alguma forma utilizar esses argumentos do passado para decidir qualquer rumo nessas eleições de 2026", responde Daniel.

Bolsonaro

O rumo traçado até agora para a eventual campanha do vice-governador passa pela aproximação buscada junto ao PL e Jair Bolsonaro. Daniel Vilela teve conversa com o ex-presidente, em Brasília, em novembro de 2024, por articulação do vereador Vitor Hugo (PL), e gerou racha dentro do partido presidido pelo senador Wilder Morais, que avalia se lançar para a disputa ao Palácio das Esmeraldas.

Questionado pelo POPULAR sobre a preferência pelo PL, Daniel aponta que "sem dúvida, faz muito mais sentido hoje estarmos todos juntos". E completa: "foi inclusive o que o governador Caiado desejou nas articulações que precederam a eleição de prefeito de Goiânia e eu, naturalmente, tenho um bom diálogo com vários integrantes do PL. Também é legítimo que outros tenham um projeto diferente para 2026, mas isso não impede de a gente estar conversando, dialogando e construindo uma agenda e um projeto para Goiás que tem muito mais sinergia entre nós para 2026."

Centro-direita

Depois de mandato de deputado federal identificado como parlamentar de centro, Daniel Vilela agora afirma que é um político de centro-direita". "Eu penso que é uma centro-direita. É isso que o Brasil está demonstrando do ponto de vista de ideologia política. É um partido que tem equilíbrio, eficiência, gestões de resultados, mas que também preserva e garante valores importantes da nossa sociedade que, ao longo dos últimos anos, foram se perdendo", defende.

"Há, por parte da sociedade brasileira, o desejo de um freio de arrumação e isso vem sendo traduzido e representado através de um projeto de centro-direita, que é o nosso governo do governador Caiado", finaliza.

Depois de petistas consideraram o nome de Daniel Vilela como alternativa "interessante", desde que ele apoie Lula, o deputado federal Rubens Otoni (PT) passou a definir que não há qualquer possibilidade de composição.

"O governo do estado, independente de Ronaldo Caiado ser ou não candidato, em hipótese alguma apoiará o presidente Lula. Então, não há hipótese alguma de aproximação do PT com a candidatura de Daniel. Se é verdade que ainda não sabemos o caminho a ser trilhado, uma certeza eu tenho: o PT não caminhará com a candidatura do governo do estado", disse.

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Sem definir candidatura, PT e aliados cogitam apoio a Daniel

Frente de esquerda avalia composição com vice-governador na disputa estadual, mas cenário nacional que opõe Lula e Caiado é entrave

Kátia Maira, vereadora e presidente estadual do PT: falta consolidar a frente, buscando PSB e Cidadania

Kátia Maira, vereadora e presidente estadual do PT: falta consolidar a frente, buscando PSB e Cidadania (Fábio Lima / O Popular)

A frente de esquerda, formada em apoio à candidatura da deputada federal Adriana Accorsi (PT) à Prefeitura de Goiânia, em 2024, mantém contatos para a composição de projeto conjunto na eleição estadual de 2026. Os principais objetivos são construir palanque para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e estruturar chapas competitivas para deputado estadual e federal.

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Diante das prioridades, ainda não há definição sobre o lançamento de chapa própria ao governo estadual e, além de nomes dos próprios partidos, as considerações internas incluem atores externos ao grupo, como o vice-governador Daniel Vilela (MDB) . O nome de Daniel é considerado "interessante" por parte das lideranças de esquerda envolvidas nas conversas, principalmente pelo histórico de bom relacionamento do MDB com Lula.

A possibilidade, no entanto, também gera reações contrárias, segundo dirigentes partidários ouvidos pelo POPULAR , que rejeitam qualquer hipótese de aproximação com o grupo liderado pelo governador Ronaldo Caiado (UB).

A frente é formada pela federação "Brasil da Esperança", composta por PT, PCdoB e PV, e a federação entre PSOL e Rede. Também há participação de lideranças do Cidadania, mas o partido segue sem composição definida com qualquer grupo em Goiás, enquanto a direção nacional avalia opções depois da decisão de deixar a federação com o PSDB, na última semana. A frente também tem integrantes do PSB, mas o partido, comandado pelo ex-deputado federal Elias Vaz, segue no grupo liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto.

"Na verdade, estamos definindo ainda. Consolidando. Nem a própria frente está consolidada, porque a gente tem a tarefa, por um dos encaminhamentos que tiramos na frente, de dialogar com os partidos para que o PSB venha de forma oficial, o Cidadania, e vamos buscar todos os partidos que apoiam o governo do presidente Lula", aponta a vereadora de Goiânia e presidente estadual do PT, Kátia Maria.

Desde o início do ano, foram realizadas quatro reuniões da frente de esquerda em Goiás, com agendas no diretório estadual do PT, no Setor Universitário. Apesar de avançar na meta de compor chapas proporcionais fortes em todos os partidos envolvidos, ainda não há definição sobre candidatura própria ao governo estadual.

"A única certeza que a frente tem é que a prioridade é o Lula, para garantir a eleição desse projeto popular. Quando chegar o momento certo, vai discutir qual vai ser a tática. Vai ser aliança ou vai ser candidatura própria? Esse debate tem um caminho a ser percorrido antes da sua definição", avalia a dirigente.

A próxima reunião do grupo está marcada para ocorrer no dia 14 de abril. O prazo alongado, antes da rotina de encontros quinzenais, foi definido na última reunião por conta do processo de eleição interna para o comando do PT. Com o fim do mandato de Kátia Maria, a tendência é de que a deputada federal Adriana Accorsi assuma o cargo.

"O Daniel é um nome interessante. Agora, nós precisamos saber se o Daniel vai estar no projeto do Lula. Se isso for superado, o Daniel é um bom nome . Esse é um critério básico nosso, mas a relação com o Daniel e com o pai dele, Maguito Vilela, sempre foi muito boa e muito respeitosa", considera o deputado estadual Mauro Rubem (PT).

Apesar da consideração entre lideranças de esquerda, o vice-governador fez movimento no sentido contrário quando, em novembro de 2024, teve reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por articulação do vereador Vitor Hugo (PL). A movimentação gerou reações no partido do senador Wilder Morais (PL) e, desde então, Daniel Vilela tem mantido o assunto em compasso de espera. Em nota divulgada em fevereiro sobre as composições partidárias de provável candidatura à reeleição no próximo ano, o vice defendeu a construção de uma "grande aliança".

"O Daniel é uma pessoa que nós vemos como alguém progressista, democrático e alguém por quem temos muito respeito, mas o contexto político é indeciso e imprevisível devido à possibilidade de candidatura do governador Ronaldo Caiado a presidente, que ele tenta viabilizar. Já houve manifestações de apoio do Daniel a essa candidatura e isso inviabiliza que nós apoiemos ele", considera Adriana Accorsi.

"Com toda certeza, se o Daniel estiver nesse espectro de apoiar o Lula, nós não temos dificuldade nenhuma de dialogar com ele para 2026, mas passa por esse quesito. Não apenas para ele, mas para todos os outros que tiverem interesse em dialogar com a frente", avalia Kátia Maria. Sobre a influência de possível pleito nacional de Caiado, a dirigente avalia: "É uma definição do Daniel. Para nós, não tem problema. Se o Caiado for candidato a presidente e o Daniel disser que quer apoiar o Lula, para nós não tem problema nenhum".

O presidente estadual do PV, Cristiano Cunha, também considera a conversa com o vice, mas aponta uma dificuldade. "Existe essa possibilidade devido à história do MDB com PT, mas pode haver veto do Caiado", afirmou.

Divergência

Apesar dos critérios, o nome de Daniel Vilela voltou a ser citado como possibilidade de diálogo na última reunião , há duas semanas, mas a cogitação foi rejeitada pela presidente do PSOL, Cíntia Dias. "Para nós, esse é um dos nossos limites. Nós não vamos fazer aliança ou estar em uma chapa em que a proposta é de um estado violento, opressor, sem organização da educação e com problemas na saúde. Não tem essa possibilidade", considera.

"A gente sabe que o Daniel e o MDB tiveram no passado uma proximidade com o PT, mas é com o PT. Não é com o PSOL e imagino que eles tenham o mesmo problema ideológico com a gente. Se isso acontecer, a gente não está mais na frente", define.

A presidente da sigla ainda avalia que não deverá haver interesse do próprio vice-governador no possível diálogo. "O cenário no estado é de vantagem para a extrema-direita e para uma direita próxima a isso. Então, eu duvido que o Daniel se aproximaria de uma frente de esquerda. Para ele se apresentar enquanto candidato de Ronaldo Caiado, não acho que ele se arriscaria", analisa.

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