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Fabiana Pulcineli

Jornalista e bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás. Repórter de Política do POPULAR desde 2006 e colunista da CBN Goiânia.

Caiado resiste a federação com o PP por entraves a projeto eleitoral

Governador aponta dificuldade em lidar com os interesses das lideranças pepistas e quer que debate interno no UB ocorra “sem pressa”

Fabiana Pulcineli
Governador Ronaldo Caiado na reunião da bancada do UB na Câmara: convite para lançamento da pré-candidatura a Presidência

Governador Ronaldo Caiado na reunião da bancada do UB na Câmara: convite para lançamento da pré-candidatura a Presidência (União Câmara 44)

Com receio de que a federação entre União Brasil (UB) e Progressistas (PP) dificulte ainda mais seu projeto de disputar a Presidência da República em 2026 , o governador Ronaldo Caiado (UB) tem manifestado internamente resistências ao acerto, que teve o primeiro passo dado na noite de terça-feira (18), com aprovação por parte do PP. Em contatos com parlamentares e com a direção nacional de seu partido, Caiado se mostra contrário à federação.

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Entre os argumentos do governador e aliados estão a falta de consenso sobre os projetos para 2026 (presidencial e nos Estados); e a dificuldade em lidar com os interesses das lideranças do PP, como Ciro Nogueira, presidente nacional da legenda, e Arthur Lira, ex-presidente da Câmara. Há incertezas sobre qual seria a posição majoritária na federação e desconfiança de que Ciro articula para ser vice em uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência, o que inviabilizaria candidatura própria da federação.

Caiado já enfrenta posições desfavoráveis dentro do próprio UB, com uma ala - que ocupa ministérios - defendendo aliança com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outra favorável a seguir as ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com a vinda do PP, seria mais um amplo grupo de lideranças com diversos pontos de vista.

O presidente nacional do UB, Antonio Rueda, avisou aos correligionários no início desta semana que consultaria as bancadas de parlamentares de cada estado e as principais lideranças, incluindo o governador goiano e o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel. Apesar de dizer oficialmente que tomará decisão após posicionamento da maioria, Rueda estaria articulando a federação nos bastidores, segundo informações de parlamentares.

Já Caiado defendeu a correligionários que o UB ainda se recupera de "traumas" da fusão do DEM com o PSL (em 2022) e que o debate interno deve ocorrer "sem pressa", de forma alongada. Enquanto isso, Ciro Nogueira afirma que Rueda ficou de dar uma resposta até esta sexta-feira (21).

Segundo parlamentares ouvidos pelo POPULAR , o clima entre a maioria dos deputados dos dois partidos é favorável à união, já que teriam a maior bancada na Câmara (109, sendo 59 do UB e 50 do PP) e fortaleceriam os projetos de reeleição no Legislativo.

Apesar das articulações de Caiado, apenas uma parlamentar dos quatro que pertencem aos dois partidos em Goiás diz ter posição contrária à federação: a deputada Silvye Alves.

Adriano do Baldy, único pepista da bancada de Goiás, votou favorável ao acerto na terça. O presidente do PP goiano, Alexandre Baldy, que é também auxiliar do governo (presidente da Agência Goiana de Habitação), diz que ele e Adriano se posicionaram inicialmente de forma contrária, mas foram "convencidos" na reunião de que a federação é um caminho "espetacular".

Na bancada do UB de Goiás, José Nelto afirma ser favorável ao acordo e Zacharias Calil diz ainda não ter decidido, e aguarda conversa com Rueda. "Eu acho positivo que haja um enxugamento do número de partidos, mesmo que seja dessa forma, de atuação conjunta. Mas também entendo que o projeto do governador pode ser prejudicado. Vou definir meu voto depois de conversar com o presidente nacional", afirma Zacharias.

Silvye, que viajou a Brasília na terça em avião com o governador, disse que aguarda a reunião para tratar oficialmente a proposta, mas que já se posiciona de forma contrária. "Essa federação não agregará em nada em Goiás, onde o União Brasil tem o apoio de mais de 200 prefeituras. Nacionalmente poderá dividir o partido, já que não sabemos para qual lado a maioria irá", diz, completando que considera um risco para a candidatura de Caiado por conta das lideranças do PP.

O POPULAR tentou ouvir diretamente o governador sobre a proposta, mas não conseguiu resposta da assessoria. Em evento em Goiânia na tarde de quarta-feira, ele não deu entrevista.

Bancada

Poucas horas antes da votação do PP que decidiu posição favorável à federação com o UB, Caiado participou de reunião com a bancada de seu partido na Câmara dos Deputados, quando falou do lançamento da pré-candidatura a Presidência , marcado para 4 de abril em Salvador (BA) e de pautas que ele considera prioritárias para o partido.

Dos 59 parlamentares da sigla, apenas 8 postaram nas redes sociais menções à presença de Caiado na reunião, o que sinaliza a dificuldade de aglutinar apoio dentro do próprio partido.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), não estará presente em Salvador, assim como outros mandatários da sigla. Nesta quarta-feira (19), o cantor Gusttavo Lima anunciou que não será candidato a cargo eletivo em 2026 e que não deve comparecer ao evento, como Caiado havia anunciado.

Em entrevista na terça-feira, divulgada pela IstoÉ, o governador minimizou a disputa interna no UB para as eleições presidenciais. "É um pré-projeto (o evento em Salvador) para chegar a 2026. Não existe isso de que o partido está fechado com A ou B. É um processo democrático, aberto. Quem tiver maior capacidade, vai chegar em condições de ser candidato", afirmou Caiado.

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Empecilhos de Caiado na pré-candidatura estão maiores, apontam aliados

Com avanço da federação entre UB e PP, avaliação é de que crescimento em pesquisas se tornou ponto principal para viabilização do projeto de disputa da Presidência

Governador Ronaldo Caiado: bancadas de UB e PP, em composição, serão determinantes na pré-candidatura

Governador Ronaldo Caiado: bancadas de UB e PP, em composição, serão determinantes na pré-candidatura (Wesley Costa)

A missão do governador Ronaldo Caiado de viabilizar a pré-candidatura à Presidência da República ganhou novos empecilhos nesta semana, segundo integrantes da base aliada ao Palácio das Esmeraldas. Deputados federais do União Brasil e auxiliares próximos avaliam que, internamente, o avanço da ideia de federação entre a sigla e o Progressistas (PP) pode inviabilizar o projeto. Já externamente, apontam a ausência de um cabo eleitoral relevante no cenário nacional, depois da saída de cena do cantor sertanejo Gusttavo Lima.

O já conhecido cenário de desconhecimento, baixa intenção de votos e busca por apresentação dos resultados da gestão estadual para o resto do país se somou, nos últimos dias, à redução dos apoios junto a deputados federais e senadores do partido, além da cúpula da sigla, que têm acumulado posicionamentos favoráveis à união com o PP. Apesar de considerar o acerto "um tiro na cabeça" da legenda, o governador goiano não tem encontrado brecha para articular contra a composição.

"A federação é ruim para o Caiado, mas as bancadas, tanto do PP quanto do União Brasil, são favoráveis. Só tem problema em cinco estados e hoje a tendência é passar. Se eu for pensar em mim, eu tenho que ser favorável à federação, mas, como eu tenho um compromisso com o governador Ronaldo Caiado, e não sou de trair, vou votar conforme o que ele me pedir", avalia o deputado federal José Nelto (UB) ao POPULAR.

O parlamentar confirma que a nova composição partidária reduziria as chances de apoio das duas siglas ao projeto próprio de Caiado. "Claro que inviabilizaria, porque esse grupo quer apoiar o Tarcísio de Freitas e está focado, principalmente porque a candidatura de Jair Bolsonaro ficou ainda mais improvável, depois do filho dele ter saído do país. O Tarcísio é a bola da vez", completa Nelto.

Já Zacharias Calil (UB) aponta que o presidente nacional do UB, Antônio Rueda, se dedicará na próxima semana a encontros com todas as bancadas estaduais para fechar posicionamento sobre o assunto. "Sem dúvida, a federação dificulta a candidatura do governador à presidência. Agora, ele pontuando na pesquisa, nós nem discutiríamos isso. A voz geral em Brasília é que ele tem que viabilizar a candidatura dele. Se tiver acima de dois dígitos, está viabilizado", aponta o parlamentar.

"Ninguém é contra o Caiado, muito pelo contrário, mas deram uma missão para ele viabilizar", diz.

Na prática, apesar das articulações do governador, apenas Silvye Alves (UB), entre os quatro parlamentares goianos que pertencem aos dois partidos, garante ter posição contrária à federação. Como antecipado pelo POPULAR, o único pepista, Adriano do Baldy, votou favorável ao acerto em reunião do partido na última terça-feira. O presidente do PP goiano, Alexandre Baldy, disse que ele e Adriano se posicionaram inicialmente de forma contrária, mas foram "convencidos" na reunião de que a federação é um caminho "espetacular".

Nos bastidores, a avaliação de aliados ouvidos pela reportagem é de que a composição já estaria avançada, tanto que Caiado sequer se mobilizou para reuniões junto à cúpula nacional do partido, além da presença no encontro da bancada, na terça-feira (18).

As conversas de Antônio Rueda com as bancadas estaduais, na próxima semana, são tratadas como protocolares, já que a maior parte dos parlamentares já teria se posicionado favorável, de olho na formação da maior bancada na Câmara, com 109 deputados, sendo 59 do UB e 50 do PP. O crescimento fortaleceria os projetos de reeleição no Legislativo.

Outro entrave a um possível trabalho contra a federação é que lideranças tidas como fundamentais na articulação e que já se posicionaram a favor da união, estarão ausentes na próxima semana, quando Rueda deverá dar resposta ao presidente nacional do PP, Ciro Nogueira. O convite a Dr. Luizinho (RJ), atual líder do PP, e Pedro Lucas (MA), líder do União Brasil, para viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), integra estratégia do Planalto de aproximação com as siglas. O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, também foi convidado.

A eventual federação entre as legendas nasceria com divisão interna entre apoio a possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com consequente entrega de cargos no governo petista, ou o reforço à posição na base aliada, que é entendido como mais improvável. Neste cenário, o pleito de Caiado ficaria preterido.

Lançamento

A conclusão das articulações para a federação, que inviabilizaria o projeto do governador, e o trabalho contra o desconhecimento nacional deverão ter um momento decisivo no dia 4 de abril, quando o goiano receberá o título de cidadão baiano, em Salvador, e lançará a pré-candidatura à presidência.

O secretário-geral de governo, Adriano da Rocha Lima, aponta que o contexto de maior dificuldade para viabilização não altera o planejamento. "Não muda nada. Essas movimentações já eram esperadas. Nada que mude a essência do evento", avalia. O auxiliar de Caiado avalia que "ainda tem muita água para passar" em relação à federação com o PP e o processo poderá esbarrar "nas tantas divergências internas nos estados".

O secretário de Articulação Institucional, Armando Vergílio, avalia que "o cenário para o lançamento da pré-candidatura é o mesmo: excelente". Segundo ele, as expectativas e perspectivas são "ótimas" e são esperadas 6 mil pessoas, sendo que 4 mil virão de Goiás, segundo o auxiliar.

Apesar do otimismo, o lançamento de Caiado não deverá contar com figuras importantes, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB), e o líder do partido no Senado, senador Efraim Filho. O ex-líder da sigla na Câmara, Elmar Nascimento, afirmou nesta semana a um colega goiano que, se o evento fosse apenas a entrega do título de cidadão baiano, iria, mas não para o lançamento de candidatura.

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Ex-governadores contestam alegação de dificuldade financeira do Estado

Marconi Perillo e José Eliton destacam o não pagamento de dívidas na atual gestão e criticam proposta de criação do Fundo de Estabilização Econômica

Entevista com o ex-governador de Goías, Marconi Perillo.

Entevista com o ex-governador de Goías, Marconi Perillo. (Fabio Lima / O Popular)

Os ex-governadores Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton (ex-PSDB, hoje sem partido) divulgaram notas com críticas à proposta de criação do Fundo de Estabilização Econômica de Goiás (FEG), contestando alegações de dificuldades financeiras e destacando o não pagamento de dívidas na atual gestão. No anúncio do FEG na quinta-feira, o governador Ronaldo Caiado (UB) criticou as gestões anteriores, repetindo ter recebido herança de rombo nas contas do Estado.

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Marconi diz que o fundo deveria ser de "institucionalização do calote", em referência aos serviços da dívida que Caiado deixou de pagar por autorização judicial e pela adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

"A verdade é uma só: Caiado assumiu o governo em janeiro de 2019 com uma dívida total em relação à União no valor aproximado de R$ 18 bilhões, e deve entregar o governo ao sucessor com uma dívida superior a R$ 30 bilhões e sem ter pago um centavo sequer dessa dívida. Não existe nenhuma obra ou programa que justifique esse aumento estratosférico de nossa dívida", afirma o tucano.

Marconi completa a nota afirmando que "Goiás precisa de um novo salto de desenvolvimento e progresso, e para isso, são necessários novos programas e projetos que possam impulsionar novamente nosso estado".

Eliton citou dados oficiais enviados pela gestão estadual ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) para afirmar que apontam "realidade absolutamente distinta daquela por ele (Caiado) inventada".

"No exercício de 2018 nós pagamos integralmente os encargos da dívida consolidada no montante de R$ 1,9 bilhão, o que o atual gestor não fez, aumentando estratosfericamente a dívida consolidada do Estado", diz Eliton. "As únicas marcas que vão ficando do atual governo são o ódio, a perseguição, a mentira, a intimidação das instituições e a invenção legislativa para não licitar e para transferir recursos públicos diretamente aos amigos do Rei", completa o ex-governador.

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Caiado vê medidas fiscais como 'vitrine' para o país

Ao lançar Fundo de Estabilização para uso de recursos em casos de calamidade ou problemas financeiros, governador destaca que “Goiás é referência” por ajustes nas contas

Governador Ronaldo Caiado (UB) no lançamento do Fundo de Estabilização Econômica: pré-campanha

Governador Ronaldo Caiado (UB) no lançamento do Fundo de Estabilização Econômica: pré-campanha (Wesley Costa / O Popular)

O governo de Goiás lançou, nesta quinta-feira (20), o Fundo de Estabilização Econômica (FEG), em evento onde os discursos demonstraram a intenção de chamar atenção do restante do País para medidas fiscais adotadas no estado. O contexto é de aproximação da disputa de 2026, quando o governador Ronaldo Caiado (UB) pretende ser candidato a presidente.

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Na vitrine da pré-campanha já são citados resultados em áreas como segurança pública , saúde, educação e políticas sociais, mas o novo programa mostra a intenção do governador de apresentar o contexto de equilíbrio fiscal em Goiás que vai além da figura do estado que se restabeleceu usando mecanismos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

O FEG prevê que Goiás tenha uma reserva de recursos que só poderá ser usada no caso de calamidade pública ou problemas financeiros. Em entrevista coletiva, Caiado chamou a medida de "vacina" contra irresponsabilidade fiscal no governo estadual (com referências a gestões anteriores) e do governo federal (fez críticas diretas à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT).

"Isto aqui é para mostrar uma coisa só: o quanto as pessoas têm que entender que se um estado não tem equilíbrio fiscal, não tem governabilidade", disse Caiado. O gestor argumentou ainda que, embora Goiás esteja no RRF (com intenção de migrar para o Propag), conseguiu alcançar resultados melhores do que outros estados que também aderiram ao programa de ajuda federal.

Caiado voltou a mencionar o cenário de crise financeira que encontrou no estado no início de 2019, apontando que, naquela época, seriam necessários 13 meses de arrecadação para quitar a dívida. "Hoje, o que eu tenho em caixa, eu preciso de 3 meses de arrecadação do estado para quitar a minha dívida. Eu tenho R$ 15 bilhões em caixa e tenho R$ 26 bilhões de dívidas consolidadas. Então, é mostrar com clareza para o Brasil tudo aquilo que Goiás hoje é referência. Então, quando eu saio pelo Brasil, a vitrine que eu tenho é Goiás", disse o governador.

Projeto

O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, explicou que, após a criação, o FEG será abastecido com 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado (aproximadamente R$ 5 bilhões), com recurso que virá do montante que atualmente o governo tem em caixa . O porcentual de 1,5% do PIB permanecerá como parâmetro mínimo do fundo.

A regra a ser criada pela nova legislação é que, todos os anos, em caso de superávit nas contas, o governo deve transferir 90% da "sobra" para o fundo. Caso o resultado fique acima de 1,5% do PIB, a gestão poderá retirar dinheiro do FEG para aplicar em investimentos. Se o fundo estiver abaixo do mínimo, o "saque" só poderá ser realizado para os casos de calamidade pública ou frustração de receita (para equilibrar as contas do estado).

O cálculo do tamanho mínimo do FEG será feito anualmente, a partir da análise da média do PIB dos últimos três anos, para evitar flutuações repentinas.

Trâmite

O FEG será criado por meio de proposta de emenda à Constituição (PEC) que será encaminhada à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Em seguida, o governo enviará um projeto complementar para regulamentar detalhes do novo fundo (porcentual de 1,5% e detalhes relacionados ao prazo para os cálculos). O planejamento para envio do projeto foi revelado pelo POPULAR em reportagem publicada na terça-feira (18). Nos discursos do evento desta quinta, Caiado e outros representantes do governo destacaram o caráter inédito do modelo entre estados brasileiros.

Após chegar à Alego, uma PEC fica parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por dez sessões até começar a tramitar. O presidente da Casa, Bruno Peixoto (UB), participou do evento e citou o comprometimento da Casa com a aprovação da matéria. A proposta tem sido divulgada pelo governo como "reserva para prevenir cortes nos serviços públicos , atrasos de salários e não pagamento de fornecedores em caso de crise econômica".

O diretor-executivo do Instituto Mauro Borges (IMB), Erik Figueiredo, disse que o FEG foi criado levando em consideração parâmetros de responsabilidade fiscal da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Figueiredo também citou o caráter nacional do projeto. "Ouso dizer que, num futuro muito próximo, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) vai observar a criação desse fundo como uma condição necessária para que você tenha Capag, capacidade de aprovação de pagamento, mais alta", disse.

Críticas

Caiado afirmou que o FEG é "vacina contra um governo federal que não tem compromisso com o equilíbrio fiscal, que não cumpre o arcabouço fiscal, que só sabe cada vez mais usar de forma perdulária o dinheiro público". O governador citou aumento no custo da cesta básica e tentativa do governo federal de repassar a responsabilidade aos estados, em referência a recente pedido feito por representantes da União para que estados diminuam as alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de alimentos. Caiado também apontou o FEG como medida de enfrentamento às possíveis dificuldades financeiras que a reforma tributária pode provocar a estados de menor porte, como Goiás.

Em 2022, na gestão de Jair Bolsonaro (UB), houve redução no ICMS dos combustíveis, que também impactou as contas dos estados. A União pagou compensação, que foi considerada pelos entes federados como insuficiente.

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Gusttavo 'não tinha nenhum interesse', diz governador

Caiado diz ter conversado com cantor e cita shows na Europa além de 'inquietação' diante da grande demanda da população

Governador Ronaldo Caiado (UB): "Qualquer opinião dele (Gusttavo Lima) reflete positivamente"

Governador Ronaldo Caiado (UB): "Qualquer opinião dele (Gusttavo Lima) reflete positivamente" (Wesley Costa / O Popular)

O governador Ronaldo Caiado (UB) afirmou nesta quinta-feira (20) ao POPULAR que conversou por telefone com o cantor Gusttavo Lima e percebeu "sinais de que ele não tinha nenhum interesse" em manter a pré-candidatura à Presidência da República ou mesmo o engajamento em projeto político para a eleição de 2026. Caiado manteve expectativa de participação do artista em sua pré-campanha até a véspera da desistência.

"Ele mostrou a mim, no telefone, uma inquietação diante da demanda toda da população, dos empresários que trabalham ao lado dele, alegando que ele pouco ficaria no Brasil. Ele já tinha um grande contrato para fazer, em poder fazer mais de 30 shows na Europa. Então ele já mostrou sinais de que realmente não tinha nenhum interesse", admitiu. Em nova tentativa de manter alinhamento político com o cantor, Caiado voltou a direcionar elogios a Gusttavo Lima e apontou que ele "já entrou na política". "Qualquer opinião dele reflete positivamente e eu tenho certeza que, no momento que ele achar novamente correto, ele vai entrar na vida pública".

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O governador apontou que, sem o sertanejo como cabo eleitoral, manterá foco na apresentação dos resultados do governo estadual para combater o desconhecimento no país. "Você pergunta o que isso interfere. Eu tenho humildade de reconhecer, que, lógico, o Gusttavo Lima é conhecido no Brasil todo, está certo? E qual é o desafio do Ronaldo Caiado? É ser conhecido", disse. "A maior vitrine que existe no Brasil hoje é Goiás", defendeu.

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