IcCidade

Cidades

Matrículas trancadas na UFG chegam a 1,7 mil após pandemia em Goiás

Número de estudantes que deixaram a universidade temporariamente passou de 898 para 1.716. Falta de adaptação a aulas remotas e questões socioeconômicas colaboram. Queda total de matriculados é de 5%

Reitor da UFG, Edward Madureira: cortes em auxílio financeiro a estudantes para tentar reequilibrar conta

Reitor da UFG, Edward Madureira: cortes em auxílio financeiro a estudantes para tentar reequilibrar conta (Diomício Gomes/O Popular)

Atualizada às 22h07

Na pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2), a Universidade Federal de Goiás (UFG) tem sido atingida não só por cortes de orçamento do governo federal, mas também por mudanças no comportamento dos estudantes. O número de alunos da graduação com matrículas trancadas teve um aumento de 90%, quando se compara o mesmo período letivo de antes e depois da Covid-19. Reportagem do POPULAR da última quinta-feira (13) mostrou que cerca de 600 estudantes perderam pelo menos uma bolsa, após cortes de benefícios acumulados, para se enquadrar no orçamento reduzido de 2021.

O estudante matriculado na UFG pode trancar a matrícula - ou seja, se afastar sem perder o vínculo com a universidade - por até quatro vezes, de forma consecutiva ou alternada. Cada trancamento dura o período de um semestre. No segundo semestre de 2019, a instituição tinha 898 estudantes com a matrícula trancada. Já no segundo semestre de 2020, que começou em abril de 2021, por conta do período sem aulas no início da pandemia, o número de matrículas trancadas subiu para 1.716. São 818 trancamentos a mais.

No total, foram 1.076 matrículas a menos entre 2019 e 2021, considerando as 818 trancadas, mais desistências e outros fatores. Em agosto de 2019, a UFG tinha um total de 20,6 mil estudantes matriculados. Já em abril de 2021, este número é de 19,5 mil, uma queda de 5%.

O reitor da UFG, Edward Madureira, aponta dois tipos de fatores que podem explicar esses estudantes que decidiram trancar suas matrículas: a não adaptação às aulas remotas e o contexto socioeconômico relacionado à pandemia. "Muito aluno teve de trabalhar e trancou, porque alguém da família morreu ou perdeu o emprego. Não dá para quantificar, mas a gente sabe de aluno que tinha condições, tinha recursos, e não queria o (sistema) remoto", avalia o reitor.

Em entrevista para o POPULAR na última quarta-feira (12), Edward disse que os cortes do governo federal no orçamento das universidades federais, que representa R$ 13 milhões na UFG em 2021, pode afetar bolsas e benefícios, comprometendo a permanência do estudante sem condições financeiras. Ele disse que os benefícios retornam caso o orçamento seja retomado em âmbito nacional.

A coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFG, Letícia Scalabrini, de 22 anos, avalia que o principal fator que está levando mais estudantes a trancar matrículas é a questão econômica. "Quando o estudante não consegue ter dinheiro para ajudar a família, se alimentar e gastos básicos, ele se vê na obrigação de ir para o trabalho. Hoje, muitos estudantes estão trancando a matrícula para poder se dedicar ao trabalho", conta a aluna, do 7º período de Ciências Sociais.

Letícia também avalia que existe uma questão motivacional, relacionada à falta de perspectivas para estudantes com curso superior. "A gente tem visto uma desesperança muito grande com o cenário. 'A gente vai formar, mas a que custo? Passando fome? Com a família como está? Perdendo parentes? Não tem trabalho'", questiona. Além desses fatores, a coordenadora também vê casos de questões pessoais de estudantes que foram para suas cidades no interior e não conseguiram conciliar com o ensino remoto.

Bolsas

Reportagem do POPULAR publicada na edição desta quinta-feira (13), mostrou que a UFG reduziu cerca de R$ 300 mil do orçamento mensal com o corte de bolsas estudantis que não podem mais ser acumuladas. Cerca de 600 estudantes perderam pelo menos um auxílio, por conta desse corte dos benefícios.

Esses cortes nas bolsas eram até maiores, com redução de valores de um dos benefícios de R$ 400 mensal para R$ 300. No entanto, após protestos de alunos e reavaliação da Reitoria, o benefício foi mantido no valor anterior. No último dia 5 de abril, estudantes da Casa do Estudante Universitário (CEU) V entregaram uma carta aberta na Reitoria e fizeram uma pequena manifestação na entrada do local.

Durante o protesto, os alunos levaram cartazes com palavras de ordem como "Tire as mãos das nossas bolsas" e "Reitor, devolva nossas bolsas". Os manifestantes também utilizaram um microfone para relatar o que reivindicavam. "Para quem não sabe, muita gente que recebe bolsa, principalmente a galera quilombola e indígena, manda dinheiro para as famílias também", relatou um dos alunos no protesto.

A coordenadora do DCE, conta que a entidade tem ajudado a arrecadar cestas básicas para os estudantes. "Muitas vezes, os estudantes acumulam essas bolsas por serem de baixa renda, mais pobres, que vêm de outros Estados. Às vezes, eles vêm só com a mala e a roupa do corpo. De fato, precisam dessas bolsas."

Nem todas as bolsas eram possíveis de acumular. Estudantes que recebiam R$ 800 mensal ao acumular duas bolsas, tiveram o valor cortado pela metade, já que ficaram só com um dos benefícios de R$ 400. Também era possível acumular a bolsa do MEC e Moradia, o que dava a soma de R$ 1,5 mil, que caiu para R$ 900, só com a bolsa mais alta.

De acordo com a reitoria, o corte federal no Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) não permitiria manter as bolsas da mesma maneira. Dos R$ 13 milhões a menos no orçamento, cerca de R$ 5 milhões foram no PNAES, o recurso destinado para as bolsas e auxílios.

De acordo com o reitor Edward Madureira, se o corte no orçamento for mantido, a universidade teria condições de funcionar até setembro. Diferente de antes que havia o bloqueio de parte do orçamento, desta vez o orçamento já está vindo cortado direto na lei, segundo o reitor.

Newsletter

Escolha seus assuntos favoritos e receba em primeira mão as notícias do dia.

Notícias do Atlético

Notícias do Goiás E. C.

Notícias do Vila Nova

Destaques do Impresso

Podcast Giro 360

Economia Goiana

Edição de Domingo

Crônicas da Semana

IcCidade

Cidades

Morre o advogado e professor da UFG Licínio Leal Barbosa, em Goiânia

Causa da morte do profissional não foi divulgada. Diversas instituições publicaram notas de pesar lamentando a morte

Licínio Leal Barbosa, que morreu aos 90 anos.

Licínio Leal Barbosa, que morreu aos 90 anos. (Divulgação/Redes Sociais Academia Goianiense de Letras)

O advogado e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Licínio Leal Barbosa, morreu em Goiânia nessa quinta-feira (27), aos 90 anos. A causa da morte do profissional não foi divulgada.

🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp

O velório de Licínio ocorre na manhã desta sexta-feira (28) na Primeira Inspetoria Litúrgica de Goiás (Pilego), localizada no Setor Jaó, em Goiânia. Já o enterro está marcado para às 14h no Cemitério Jardim das Palmeiras, também na capital.

Licínio atuou como diretor e professor da Faculdade de Direito da UFG e como advogado de uma instituição bancária. Ele também foi membro da Loja Educação e Moral Nº 08, Grão-Mestre Ad Vitan da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás (GLEG) e Ex-Grande Inspetor Litúrgico da Pilego. Além disso, Licínio publicou mais de 20 livros.

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO), o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg), a GLEG, a Pilego e a Academia Goianiense de Letras publicaram notas de pesar nas redes sociais pela morte de Licínio. As instituições destacaram as qualidades profissionais do advogado e manifestaram apoio aos familiares e amigos dele (veja abaixo).

Notas de pesar

OAB-GO

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) lamenta, com profundo pesar, o falecimento do advogado Licínio Leal Barbosa, ocorrido nesta quinta-feira, 27 de março. Ele foi uma figura de grande relevância na área jurídica, tendo atuado como diretor e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG) e como advogado de uma instituição bancária por um longo período.

Neste momento de dor, a Seccional se solidariza com familiares e amigos, desejando que encontrem conforto nas memórias e no exemplo deixado por Licínio. Que Deus, em sua infinita bondade, o receba de braços abertos.

Adufg

A diretoria do Adufg-Sindicato manifesta seu mais profundo pesar pelo falecimento do professor Licínio Leal Barbosa. Professor Licínio era apaixonado pelo direito desde os oito anos de idade e lutou pelo seu sonho. Atuou tanto como advogado e pesquisador até se dedicar ao cargo de docente. Colecionou inúmeras homenagens e realizações, incluindo mais de 20 obras literárias.

Um homem tão memorável e reconhecido nos deixa com suas obras pelo direito, pela docência e pelo amor aos familiares e alunos. Neste momento tão triste, a Diretoria do Adufg-Sindicato expressa sua solidariedade aos familiares, amigos e colegas do professor.

GLEG

A GLEG informa com pesar o falecimento do Irmão Licínio Leal Barbosa, Grão-Mestre Ad Vitam da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás. Nesse momento de dor, solidarizamos com os familiares e amigos e expressamos os nossos sinceros sentimentos.

Pilego

A Pilego, com profundo pesar, lamenta e se solidariza com familiares e amigos do Irmão Licínio Leal Barbosa, 33º, pelo seu falecimento. O Irmão Licínio foi Grande Inspetor Litúrgico da Pilego, ex-Grão-Mestre da GLEG e Soberano Grande Comendador de Honra do SC33.

Que Deus possa confortar o coração de todos.

Academia Goianiense de Letras

A Academia Goianiense de Letras manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do estimado Licínio Leal Barbosa, cadeira N.14, intelectual de grande relevância para a cultura e a literatura goiana. Sua trajetória foi marcada pela dedicação ao conhecimento, pela sensibilidade com as palavras e pelo compromisso com a difusão da literatura e do saber.

Neste momento de despedida, expressamos nossas condolências aos familiares, amigos e admiradores de seu legado. Que sua memória permaneça viva nas páginas que escreveu e nas vidas que tocou com sua inteligência e generosidade.

Você se interessou por essa matéria?

Acessar conta

É só colocar login e senha e acessar o melhor jornalismo de Goiás.

Criar conta gratuita

É só registrar seu e-mail para ter acesso a 3 matérias por mês, sem pagar nada por isso.

Assine O Popular digital

R$ 9,90 Mensais

Desconto para assinatura digital no primeiro mês

Newsletter

Escolha seus assuntos favoritos e receba em primeira mão as notícias do dia.

Notícias do Atlético

Notícias do Goiás E. C.

Notícias do Vila Nova

Destaques do Impresso

Podcast Giro 360

Economia Goiana

Edição de Domingo

Crônicas da Semana

IcCidade

Cidades

Covid 5 anos: pesquisadora da UFG diz que mais crises sanitárias mundiais virão

Médica infectologista Cristiana Toscano foi a única latino-americana a integrar comitê da OMS durante a pandemia. Hoje, faz balanço dos avanços e faz alertas

Durante a pandemia, Cristiana Toscano, do IPTSP/UFG, foi a única representante da América Latina em comitê da OMS sobre imunização

Durante a pandemia, Cristiana Toscano, do IPTSP/UFG, foi a única representante da América Latina em comitê da OMS sobre imunização (Douglas Schinatto / O Popular)

No auge da pandemia da Covid-19 , a médica infectologista Cristiana Toscano, docente do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), foi a única latino-americana convidada a integrar o Comitê Global de Experts em Imunização da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS), do qual tornou-se membro permanente. Cinco anos depois, ela diz ao POPULAR que o momento é de resgatar aprendizados e de fazer um balanço dos avanços e das dificuldades do período. "Esses aprendizados podem nos ajudar, como sociedade, a nos preparar e minimizar o risco e o impacto de futuras pandemias."

🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp

Cristiana Toscano esteve este mês em Genebra (Suíça) onde participou de reuniões da Sage/OMS para revisão das recomendações das políticas de saúde. "A questão principal é entender a importância das ações de uma instituição multilateral no contexto global de vacinação, de detecção de patógenos emergentes e de prevenção de pandemias. É preciso viabilizar a continuidade das ações da OMS." Em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS. "Temos uma preocupação com a sustentabilidade de ações globais, como a erradicação da poliomielite e o controle do sarampo, mas outras fontes de financiamento devem surgir. É uma questão de reorganização", afirma a pesquisadora.

A cientista acredita que novas epidemias e pandemias são inevitáveis. "No Brasil, vivemos em 2024 a maior epidemia de dengue do País, tivemos a introdução da Mpox, grande aumento e disseminação da febre do Oropouche e novos focos de febre amarela com aumento significativo de casos. Globalmente, temos o evento de gripe aviária H5N1, já disseminada entre mamíferos e aves, com risco real de ser transmissível entre humanos", lembra. Cristiana Toscano reitera que, em contrapartida, há novas vacinas disponíveis e em desenvolvimento, como os imunizantes contra a dengue, contra o vírus sincicial respiratório e ainda contra a chikungunya, que deve ser licenciada em breve.

Para a pesquisadora, a Covid-19 matou muita gente no Brasil e no mundo, "mas o número poderia ter sido muito maior se não fossem as medidas de saúde pública e os desenvolvimentos científicos que avançaram rapidamente no período". A cientista ressalta que, para fazer frente aos desafios impostos por esses eventos, é necessário dar continuidade às estratégias e ações de monitoramento de riscos, prevenção, controle e combate a futuros eventos epidêmicos e pandemias para não reativar uma vez mais a crise sanitária. "Em um mundo globalizado, as estratégias de prevenção e controle de doenças requerem ações coordenadas e globais." Isso significa um sistema eficiente de monitoramento, de compartilhamento de informações, equipes treinadas e disponíveis, colaboração entre países e recursos financeiros.

"Ações de prevenção, como a vacinação, evitam milhões de mortes no mundo a cada ano. No entanto, seu impacto torna-se irrelevante se as vacinas não forem epidemiologicamente adequadas às populações que atendem, não forem aceitas pelas comunidades ou não forem efetivamente distribuídas por meio de programas rotineiros ou campanhas de imunização em massa. Os programas de imunização sempre enfrentaram ameaças -- desde a instabilidade política até a desinformação --, desafios que estão se tornando cada vez mais graves no cenário global atual", enfatiza Cristiana Toscano. A docente do IPTSP/UFG vai integrar o grupo de trabalho (GT) anunciado esta semana pelo Ministério da Saúde para elaborar propostas que ampliem a capacidade do País de enfrentar emergências de saúde pública.

No ano passado, Cristiana Toscano recebeu a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz, a maior honraria na área da saúde, em reconhecimento à sua contribuição para a saúde pública brasileira. Em 2025, assumiu a coordenadoria do recém-criado Centro de Excelência em Tecnologia e Inovação em Saúde (Ceti-Saúde) da UFG. Um dos objetivos do GT do Ministério da Saúde é propor a criação de uma Agência de Inteligência em Emergências de Saúde Pública no Brasil, uma ideia defendida por vários cientistas, entre eles Cristiana Toscano. As propostas do GT serão apresentadas em relatório num prazo de 60 dias.

Gabriela Duarte, do IQ/UFG: responsável pelos testes rápidos para a Covid-19 em Goiás ( Wesley Costa / O Popular)

Gabriela Duarte, do IQ/UFG: responsável pelos testes rápidos para a Covid-19 em Goiás ( Wesley Costa / O Popular)

Fapeg investiu em estudos sobre a Covid-19

A ciência foi a grande protagonista da pandemia da Covid-19, maior crise sanitária mundial desde a gripe espanhola em 1918, que matou de 50 milhões a 100 milhões de pessoas -- o que seria 3% da população do planeta à época. Apesar das semelhanças entre as doenças, mais de cem anos depois, num mundo globalizado, estruturas acadêmicas e cientistas se mobilizaram com rapidez impressionante para conter o Sars-CoV-2 e suas variantes. Uma vacina eficaz surgiu em nove meses. As farmacêuticas Pfizer -- em parceria com a BioNtech -- e Moderna usaram o RNA mensageiro sintético (m-RNA), mecanismo que já era estudado. Em 2023, os criadores da fórmula, Katalin Karikó e Drew Weissman, receberam o Prêmio Nobel de Medicina.

No Estado, o movimento não foi diferente. Logo que a pandemia chegou, em 2020, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) fez uma Chamada Emergencial para buscar soluções pela ciência. Treze propostas foram aprovadas e outras três pelo Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS). Entre os estudos, dois coordenados por professoras doutoras da UFG: o que definiu o teste rápido RT-Lamp, tendo à frente Gabriela Mendes Duarte, do Instituto de Química (IQ); e o que sequenciou o genoma do vírus Sars-CoV-2 em circulação por Goiás, sob a responsabilidade de Mariana Pires de Campos Telles, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG e também da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Entre 2020 e 2024, a Fapeg financiou 27 projetos relacionados à Covid-19, superando R$ 2 milhões em investimento.

Público tem acesso a acervos digitais

As gerações futuras terão dificuldade para entender o que foi a pandemia da Covid-19. Desde que ela foi oficialmente anunciada, a OMS estima que o vírus Sars-CoV-2, causador da doença, provocou mais de 777 milhões de infecções e matou mais de 7 milhões em todo o mundo, embora especialistas acreditem que esse número possa ser muito maior. No Brasil foram mais de 700 mil mortes e em Goiás, em torno de 29 mil. O isolamento social obrigatório em razão da crise sanitária foi um golpe na saúde mental.

Em Goiás, gestores da Secretaria de Estado da Saúde elaboraram em 2022 o e-book Gestão e Inovação em Tempos de Pandemia -- Um relato da experiência à frente da SES-GO , em que detalham as estratégias adotadas para enfrentar o vírus devastador, um desafio gigantesco que exigiu esforço hercúleo e rendeu uma série de aprendizados. O trabalho tem acesso público pelo link: https://goias.gov.br/saude/wp-content/uploads/sites/34/2024/01/Ebook-5-versao-atualizada.pdf.

Em nível nacional, o Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SoU_Ciência) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) lançou este mês o Acervo da Pandemia de Covid-19 , um repositório digital gratuito e aberto ao público, que reúne um extenso conjunto de materiais que, segundo a instituição, evidenciam condutas e discursos negacionistas de agentes públicos e privados durante a pandemia de covid-19 no Brasil (2020-2022). O projeto tem parceria com a Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico Brasil), com o Centro de Estudos de Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (Cepedisa/USP), com o grupo de mídia independente Camarote da República e com o podcast Medo e Delírio em Brasília.

O SoU_Ciência é um grupo de pesquisa multidisciplinar cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sediado na Unifesp. O projeto Acervo da Pandemia contou com a participação de pesquisadores e estudantes das universidades federais de São Paulo e do Rio de Janeiro (Unifesp e UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que integram o SoU_Ciência.

A Universidade Federal de Goiás (UFG) contribui com o Acervo da Pandemia por ter apoiado o desenvolvimento do software livre Tainacan pelo Laboratório de Inteligência de Redes da Universidade de Brasília (UnB) utilizado no projeto. O Tainacan, que nasceu também com o suporte do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e do Instituto Brasileiro de Museus, é muito usado para a gestão e compartilhamento de acervos.

Para acessar o Acervo da Pandemia : https://acervopandemia-souciencia.unifesp.br/

Você se interessou por essa matéria?

Acessar conta

É só colocar login e senha e acessar o melhor jornalismo de Goiás.

Criar conta gratuita

É só registrar seu e-mail para ter acesso a 3 matérias por mês, sem pagar nada por isso.

Assine O Popular digital

R$ 9,90 Mensais

Desconto para assinatura digital no primeiro mês

Newsletter

Escolha seus assuntos favoritos e receba em primeira mão as notícias do dia.

Notícias do Atlético

Notícias do Goiás E. C.

Notícias do Vila Nova

Destaques do Impresso

Podcast Giro 360

Economia Goiana

Edição de Domingo

Crônicas da Semana

IcOpiniaoGrande

Editorial

Plano para a RGM

Após dez anos de trabalho, com um hiato de 2019 a 2023, devido à Covid-19, a Universidade Federal de Goiás (UFG) concluiu a minuta do Plano Integrado de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Goiânia (RMG).

O documento traz diretrizes sobre o ordenamento territorial dos 21 municípios que, juntos, chegaram a 2,7 milhões de habitantes, segundo o Censo de 2022.

Desde 2010, a RMG foi a segunda que mais cresceu no País, com média de 1,49% ao ano.

Junto da expansão populacional, ampliam-se os problemas, que muitas vezes são compartilhados entre os moradores das diferentes cidades. Eles dividem as demandas por abastecimento de água, transporte público, atendimento à saúde, educação e segurança pública. Quando um município não consegue suprir a contento qualquer um desses serviços, as consequências não ficam restritas a seus limites e repercutem nos demais. Por isso, a necessidade de um ente coordenador --- no caso, o governo estadual.

A minuta ainda precisa passar pelo Palácio das Esmeraldas e Assembleia Legislativa antes de virar lei. Superado o trâmite, espera-se que não se resuma a uma carta de boas intenções, mas que direcione ações que melhorem a vida da população.

Newsletter

Escolha seus assuntos favoritos e receba em primeira mão as notícias do dia.

Notícias do Atlético

Notícias do Goiás E. C.

Notícias do Vila Nova

Destaques do Impresso

Podcast Giro 360

Economia Goiana

Edição de Domingo

Crônicas da Semana

IcCidade

Cidades

Ex-secretário de Saúde de Pires do Rio que furou fila da vacina da Covid é condenado a pagar R$ 30 mil por danos morais

A esposa dele e um casal também foram vacinados mesmo não fazendo parte do grupo prioritário, segundo o Ministério Público de Goiás. Cabe recurso da decisão

Assis Silva Filho, ex-secretário de Saúde de Pires do Rio

Assis Silva Filho, ex-secretário de Saúde de Pires do Rio (Reprodução/Redes sociais)

O ex-secretário de Saúde de Pires do Rio, Assis Silva Filho, foi condenado a pagar R$ 30 mil por danos morais coletivo por furar a fila da vacina contra a Covid-19 em 2021. Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), a esposa dele e um casal também foram vacinados mesmo não fazendo parte do grupo prioritário. Cabe recurso da decisão.

Este valor atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, sendo suficiente para compensar o dano e atender ao caráter pedagógico da medida", diz um trecho do acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).

🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp

O POPULAR entrou em contato com a defesa de Assis, por e-mail enviado às 13h25, para pedir um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno.

De acordo com a ação civil pública proposta pelo MP-GO, ao determinar as imunizações, o ex-secretário "agiu em desrespeito com os planos nacional e estadual de imunização que vigoravam naquela ocasião em razão da pandemia".

Isso porque a primeira fase da vacinação no município era destinada exclusivamente aos profissionais da saúde que atuavam na linha de frente do combate à Covid-19, idosos institucionalizados e funcionários de instituições de longa permanência para idosos e nenhum dos vacinados por ordem do ex-secretário se enquadrava nestes critérios.

O valor inicial da indenização era de R$ 50 mil, mas foi reduzido no julgamento do recurso no dia 12 deste mês seguindo o voto da relatora, desembargadora Roberta Nasser Leone.

Relembre o caso

O caso aconteceu em janeiro de 2021 e ganhou notoriedade quando Assis publicou um vídeo pedindo desculpas por ter determinado a vacinação da esposa, que não fazia parte dos grupos prioritários conforme determinação do Ministério da Saúde. "Peço a [Deus], imploro a ele que aceite minhas escusas", diz ele no vídeo, ao lado da esposa. "Foi com o intuito apenas de resguardar e preservar a saúde e a vida da mulher da minha vida", completa.

O ex-secretário também justificou que a esposa tinha mais de 70 anos e costumava acompanhá-lo nos trabalhos de visitas que fazia às unidades de saúde do município. No entanto, as diretrizes do Ministério da Saúde não listam idosos que não estejam institucionalizados nesta primeira fase do programa de imunização.

Exoneração

No dia 24 de janeiro, Assis pediu exoneração do cargo. Ao pedir para sair do cargo, ele disse que a decisão era de caráter irrevogável, irretratável e de cunho pessoal. O pedido foi acatado pela então prefeita do município Cida Tomazini.

Você se interessou por essa matéria?

Acessar conta

É só colocar login e senha e acessar o melhor jornalismo de Goiás.

Criar conta gratuita

É só registrar seu e-mail para ter acesso a 3 matérias por mês, sem pagar nada por isso.

Assine O Popular digital

R$ 9,90 Mensais

Desconto para assinatura digital no primeiro mês

Newsletter

Escolha seus assuntos favoritos e receba em primeira mão as notícias do dia.

Notícias do Atlético

Notícias do Goiás E. C.

Notícias do Vila Nova

Destaques do Impresso

Podcast Giro 360

Economia Goiana

Edição de Domingo

Crônicas da Semana