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Quem é Lázaro Barbosa? Foragido desafia policiais em Goiás e Distrito Federal

Lázaro Barbosa, de 32 anos, dono de uma ficha criminal extensa, tem passagens em orfanatos, histórico de interrupção no aprendizado, instabilidade profissional, além de uso de drogas e álcool

Lázaro Barbosa foi morto no 20º dia de buscas pelas forças policiais

Lázaro Barbosa foi morto no 20º dia de buscas pelas forças policiais (Reprodução)

Atualizada em 28/06/2021 às 11h38

Primeira pessoa morta por Lázaro Barbosa era amigo dele

O rastro de mortes cometidas pelo lavrador Lázaro Barbosa de Souza, de 32 anos, começou com o assassinato de um homem visto como "amigo" dele e do padrasto deste, na madrugada de 17 de abril de 2008, no povoado de Melancia, a 8 quilômetros de Barra do Mendes (BA), onde o acusado nasceu e cresceu. Na época, Lázaro tinha 18 anos, morava em Goiás e estava no local "a passeio", segundo o mesmo em depoimento. Ele chegou a ficar um tempo preso, mas conseguiu fugir e, até hoje, corre um mandado de prisão pelo crime.

O POPULAR teve acesso à denúncia feita pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e aos depoimentos de testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, além da do próprio Lázaro. Ele confessou ter matado José Carlos Benício de Oliveira e Manoel Desidério Silva, mas disse que o primeiro foi de forma acidental e o segundo por medo de vingança. Para a promotoria, Lázaro matou porque o primeiro defendeu uma moça que estava sendo ameaçada pelo acusado.

  • Policiais da Força Nacional vão reforçar as buscas por Lázaro Barbosa em Goiás
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  • Buscas por Lázaro Barbosa seguem no nono dia em Goiás
  • Lázaro barbosa faz reféns, atira em PM e fecha 7 dias sem ser pego
  • Companheira de Lázaro Barbosa diz estar em choque e revela ameaças contra a família
  • Na noite anterior, Lázaro tinha saído com um amigo e passado por bares e uma boate da região, bebendo até por volta de 2h. Ambos estavam em uma moto e o acusado foi deixado em Melancia pelo amigo. Ele então foi até a casa de Adriana Rosa Sales, por quem tinha interesse armado com uma espingarda, de touca e uma capanga carregada de munição. Consta no processo que Lázaro possa ter ido até lá para roubar uma moto, o que ele nega. Assustada, Adriana gritou por socorro e foi acudida por vizinhos. Até então ninguém tinha visto Lázaro, que estava escondido.

    Lázaro matou amigo José Carlos

    Os depoimentos colhidos pela promotoria apontam que Lázaro entrou na casa de José Carlos por volta das 4h pensando que a família deste estava protegendo a jovem e o filho dela de 5 anos. A filha da vítima chegou a dizer que o lavrador poderia levar "DVD, leva a televisão, mas deixa a nossa vida em paz". Lázaro respondeu que "só queria a Adriana".

    José Carlos, que havia aproveitado que tinha acordado para prender um cachorro no quintal do vizinho, encontrou com Lázaro do lado de fora da casa e perguntou o que estava fazendo ali. Segundo as testemunhas, o rapaz não respondeu nada, apenas efetuando um disparo que atingiu a vítima, fugindo em seguida. A vítima deu "uns quatro passos e caiu", foi levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

    Neste interim, Lázaro foi até a casa de Manoel, padrasto de José Carlos, no povoado Melancia II, bateu na porta, foi recebido pelo filho da segunda vítima, Edejalma Desiderio de Novais, e, segundo este, disse: "Eu quero seu pai." O dia estava amanhecendo já. Manoel aparece nos fundos em direção aos dois, Lázaro pede para o outro se afastar, o padrasto de Carlito chega mais perto da porta e pergunta: "o quê?". O acusado, segundo Edejalma, responde secamente: "Adeus", e dispara um único tirou que acerta a vítima no peito. Manoel morreu a caminho do hospital.

    Fuga no primeiro crime de Lázaro Barbosa

    Assim como está fazendo agora, Lázaro se escondeu no matagal da região, mas na época não houve a mobilização policial da mesma proporção. Após oito dias escondido, o lavrador resolveu se entregar, indo até a fazenda de um conhecido. Em audiência na Justiça, disse que estava cansado de fugir. Para a polícia, a decisão se deu por falta de recursos no mato.

    Tanto Lázaro como as testemunhas dizem que ele mantinha uma relação de amizade com José Carlos. O acusado disse que ia todos os dias à casa do amigo, o que foi confirmado por um dos filhos da vítima. Na audiência, este filho disse que "o pai era amigo demais da conta do acusado", "que o acusado vivia na casa" deles "para comer, beber e ouvir música".

    Lázaro Barbosa confessou primeiro crime, mas disse que foi de forma acidental

    Lázaro chegou a ser ouvido pela Justiça pelo duplo homicídio e confessou a autoria. Entretanto, disse que matou o amigo de forma acidental, "no susto", e o segundo por temer que quisesse se vingar do crime, já que com este tinha uma "rixa antiga". Por causa desta desavença, o acusado disse que chegou a morar por mais de um ano em Goiás, ainda adolescente, tentou voltar para o povoado, sem sucesso, e estava lá visitando os familiares.

    O acusado diz que estava bêbado e tinha ido até a casa de Adriana para "fazer medo para ela", mas não explicou o motivo. Ainda segundo ele, a jovem começou a gritar e então aparece um vulto atrás dele com um cachorro, quando atirou e só neste momento percebeu que se tratava de Carlito. Fugiu para casa, "pensou no que fez" e que foi conversar com Manoel, mas na casa deste ao vê-lo se aproximar, achou que estava armado e atirou primeiro.

    Ele também disse que durante o tempo em que ficou escondido na mata não ameaçou ninguém e ficava entrando nas chácaras para se alimentar sem que ninguém percebesse. Numa das casas, ele trocou a espingarda usada no crime por uma cartucheira e tentou escapar com um carro, mas o mesmo quebrou no caminho, por isso ficou sempre a pé.

    Perfil das fugas de Lázaro Barbosa

    A forma como Lázaro se escondeu da polícia em Barra de Mendes é semelhante à atual, porém agora de forma mais violenta, já que tem encontrado famílias nas casas invadidas nos distritos de Eudilândia e Girassol e em Ceilândia, onde foi autor de uma chacina no dia 9 de junho. No processo ao qual O POPULAR teve acesso não fica claro como Lázaro conseguiu fugir após a prisão em Barra do Mendes ou mesmo quando isso ocorreu.

    Em abril de 2020, Lázaro teria invadido uma chácara próxima a Santo Antônio do Descoberto (GO) e feito quatro idosos reféns. Ele teria acertado a cabeça de um homem com um machado. A vítima sobreviveu.

    Já em maio, o suspeito teria invadido outra chácara, próxima à da família assassinada em Ceilândia. Nela, ele amarrou as vítimas e as ameaçou com revólver e faca, obrigou todos a ficarem nus e as moças da família a cozinharem para ele.

    2009

    Lázaro Barbosa foi preso por suspeita de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo no Complexo Penintenciário da Papuda (CPP).

    2018

    Foi recapturado em Águas Lindas (DF), conseguindo fugir do presídio no mesmo ano.

    Crimes de Lázaro Barbosa por data e Estado

    8 de Abril de 2020

    Lázaro invade chácara em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, onde tenta matar idoso com golpes de machado após roubar propriedade.

    26 de Abril de 2020

    Invade casa em Sol Nascente (DF), onde trancou pai e filho no quarto e teria estuprado mulher após levá-la para um matagal.

    8 de junho de 2021

    Invade uma chácara em Ceilândia (DF), onde matou um casal e dois filhos. Buscas foram iniciadas após o assassinato em série.

    12 de junho de 2021

    Foge para Cocalzinho de Goiás, onde atirou em quatro pessoas, invadiu fazendas e colocou fogo em uma casa ao fugir da polícia.

    13 de junho de 2021

    Foi localizado na BR-070, mas após trocar tiros com a polícia conseguiu fugir pela mata.

    14 de junho de 2021

    Filmado no curral de uma fazenda entre os distritos de Edilândia e Girassol.

    15 de junho de 2021

    Dois policiais ficam feridos no sétimo dia de buscas em Edilândia um por tiro de Lázaro e outro por disparo acidental.

    Crimes de Lázaro barbosa no Distrito Federal

    No dia 9 de junho, Lázaro matou quatro pessoas da mesma família em uma chácara no Incra 9, em Ceilândia, no Distrito federal. Ele teria invadido a casa e matado Cláudio Vidal, de 48 anos, os filhos Gustavo Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Vidal, de 15. A mãe Cleonice Marques de Andrade, de 43, foi sequestrada pelo autor dos crimes e seu corpo foi achado três dias depois no córrego da Coruja, cerca de 4,5 km da chácara, com um tiro na cabeça e hematomas nas costas e nádegas.

    Crimes de Lázaro Barbosa em Goiás

    Já em Cocalzinho (GO), Lázaro teria baleado três pessoas, sendo que duas delas estão em estado grave. Uma viatura da Polícia Militar estava próxima ao local, e os policiais ouviram os disparos. No entanto, ele conseguiu fugir, após dar cerca de 15 disparos contra os policiais. No mesmo dia, ele dirigia um veículo que roubou após a chacina e o jogou no acostamento quando avistou uma barreira policial. Em seguida, fugiu pela mata.

    Crimes de Lázaro Barbosa na Bahia

    Lázaro também é acusado de um duplo homicídio ocorrido no município de Barra do Mendes (BA), em 2007. Na ocasião, ele teria sido preso após se apresentar à polícia, mas conseguiu fugir cerca de dez dias depois.

    Lázaro Barbosa tem perfil de spree killer, diz psicólogo forense; entenda o que isso significa

    Lázaro Barbosa, o fugitivo que tem mobilizado as forças de segurança em Goiás e Distrito Federal , tem características de personalidade que estão diretamente relacionadas com os crimes cometidos, mas, diferente de como tem sido chamado, ele não pode ser considerado um serial killer. Segundo o psicólogo forense Leonardo Faria, o perfil de Lázaro é semelhante ao de um spree killer, assassino que mata várias pessoas ao mesmo tempo, de forma aleatória, e não busca vítimas com características semelhantes, como faz um assassino em série.

    Para o especialista, a forma de agir de Lázaro é diferente da de um assassino em série, que mata pessoas em um determinado intervalo de tempo, que pode ser de dias, meses ou até anos. "Atribuir o termo serial killer a Lázaro não é adequado no momento, até porque ele não faz um planejamento prévio como faz um assassino em série. Além disso, ele apresenta um nível de impulsividade e agressividade que o exclui dessa denominação".

    Laudo criminológico de Lázaro Barbosa

    Segundo um laudo criminológico feito em 2013, quando Lázaro foi preso por porte de arma e estupro, em seu histórico de vida foram observados alguns eventos que prejudicaram seu desenvolvimento psicossocial, como agressão familiar, uso abusivo de álcool e outras drogas, falecimento familiar, abandono das atividades escolares, trabalho infantil e situação financeira precária. Para o especialista, essas situações podem servir de gatilho para uma pessoa que já possui alguma predisposição a transtornos de personalidade.

    Ainda de acordo com o documento, Lázaro apresentou características como "agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia".

    Cronologia dos crimes de Lázaro Barbosa

    Cronologia dos crimes de Lázaro Barbosa (Arte/O Popular)

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    Túmulo de Lázaro Barbosa é violado em Cocalzinho de Goiás

    Informação foi confirmada pelas Polícias Militar e Civil na tarde desta quarta-feira (15)

    Sepultura foi destruída e há a suspeita de que restos mortais foram subtraídos

    Sepultura foi destruída e há a suspeita de que restos mortais foram subtraídos (Divulgação/PM)

    O túmulo onde o corpo de Lázaro Barbosa foi sepultado, em Cocalzinho de Goiás, foi violado. A informação foi confirmada pela Polícia Militar (PM) e também pela Polícia Civil (PC) na tarde desta quarta-feira (15).

    Ao POPULAR , o delegado Rafhael Neris informou que tudo indica que a cabeça de Lázaro Barbosa foi furtada durante a violação. Contudo, segundo ele, apenas a perícia poderá confirmar essa situação.

    De acordo com a Polícia Civil, um coveiro que trabalha no Cemitério de Cocalzinho de Goiás foi avisado por um colega de trabalho que a sepultura onde estava enterrado o corpo de Lázaro Barbosa havia sido violada.

    Segundo o relato policial, o funcionário do cemitério não soube dizer se os restos mortais de Lázaro Barbosa foram retirados da cova.

    Os registros feitos pela polícia mostram como ficou o túmulo após a violação. (Veja a seguir)

    Cova onde corpo de Lázaro Barbosa foi enterrado (Divulgação/PM)

    Cova onde corpo de Lázaro Barbosa foi enterrado (Divulgação/PM)

    Relembre o caso

    Após 20 dias de buscas, Lázaro Barbosa, de 32 anos, foi preso em 28 de junho de 2021 e morreu após confronto com a polícia. Ele é suspeito de matar quatro membros de uma mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal (DF), e um caseiro em Goiás. Durante a madrugada, equipes policiais intensificaram o cerco em uma região de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF, após uma denúncia afirmar que teria visto o investigado em uma casa na região, na noite do dia 27 de junho de 2021.

    Leia também:

    **- Lázaro Barbosa é morto após confronto policial nesta segunda-feira **

    **- Operação de buscas a Lázaro Barbosa custa 1,6 milhão em horas extras **

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    Busca por Lázaro Barbosa em 2021 é foco de acusações entre candidatos da área de Segurança

    Seja com críticas ou por apologia, operação que resultou na morte de suspeito por chacina em 2021 é tema de campanhas e de troca de farpas entre ex-secretário estadual, ex-comandante da Rotam e ex-chefe de segurança do governador.

    Lázaro Barbosa foi morto no 20º dia de buscas pelas forças policiais

    Lázaro Barbosa foi morto no 20º dia de buscas pelas forças policiais (Reprodução)

    A operação envolvendo forças policiais de Goiás e do Distrito Federal na busca ecaptura de Lázaro Barbosa de Sousa , durante 20 dias de junho do ano passado, em Cocalzinho de Goiás, no Entorno do DF, é o foco de uma briga que alcançou a campanha de três candidatos a deputado federal ligados à Segurança Pública. A troca de acusações e indiretas envolvem o ex-secretário estadual da área, Rodney Miranda (Republicanos), o coronel da PM Benito Franco (PL) e o tenente-coronel Edson Luís Souza Melo Rocha (Avante).

    Rodney e Edson têm usado a operação em suas respectivas campanhas. O primeiro se colocando como o comandante dela e o segundo como o policial que matou o suspeito. Ambos usam imagens feitas por emissoras de televisão e pelos próprios policiais para propagar os próprios feitos. O coronel Benito também esteve na ação, mas foi mandado de volta para Goiânia antes da conclusão sem que a SSP se pronunciasse a respeito.

    Lázaro era acusado de matar uma família em Ceilândia (DF) no dia 9 de junho e na fuga teria cometido uma série de crimes, de assassinatos a roubos. A busca por ele ganhou repercussão nacional, atraindo dezenas de jornalistas para Cocalzinho. O suspeito foi morto com pelo menos 38 tiros em uma mata na zona rural de Águas Lindas no dia 28 do mesmo mês. É dito que mais de 1 mil policiais participaram da ação.

    Acusações em live

    Na noite de 1º de junho, o coronel Benito esteve em uma live junto com o candidato a governador Major Vitor Hugo e o deputado estadual e candidato a reeleição Major Araújo, ambos do PL, mesmo partido do coronel, e fez uma série de acusações apontando falhas na operação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Na época, Benito estava no comando da Rotam e Rodney era o titular da SSP.

    O coronel conta que a prisão poderia ter ocorrido ainda antes de a força-tarefa ser oficializada, se a SSP tivesse autorizado o envio de um helicóptero no momento em que foi feito um primeiro cerco assim que Lázaro entrava nas divisas de Cocalzinho. Segundo ele, foi dada uma "desculpa estranha" e Rodney não autorizou o envio. O helicóptero seria usado para manter Lázaro parado no esconderijo até que os policiais o capturassem. "Uma ocorrência (que poderia ser) normal, coisa de três, quatro dias."

    Benito também criticou o que ele chama de uso político da operação por candidatos nestas eleições, principalmente o ex-secretário. Além disso, na live, que durou cerca de uma hora e 20 minutos, foi feita uma série de acusações sobre ingerências no trabalho da Polícia Militar, contra Rodney, o atual secretário de Segurança Pública, coronel Renato Brum, e o delegado-geral da Polícia Civil, Alexandre Lourenço.

    Já as críticas ao tenente-coronel foram de forma mais indireta, quando o major Vitor Hugo questionou se "as pessoas que dizem por aí" que estavam no suposto confronto em que Lázaro foi morto "estavam ou não na hora". Neste momento, o coronel Benito preferiu apenas insinuar que há algo para ser apurado neste caso, mas que seria leviano da parte dele falar algo sobre.

    No entanto, dois dias antes, coronel Benito publicou nas redes sociais um vídeo em que afirma que Edson não atuou na SSP durante o mandato do governador Ronaldo Caiado (UB), mas, sim, apenas na segurança deste e em cargo gratificado no governo estadual, citando, inclusive o valor do acréscimo salarial. A publicação foi uma resposta a um outro vídeo em que Caiado aparece apoiando o tenente-coronel na campanha, usando o nome da Rotam na fala.

    Desde então, o ex-comandante da Rotam tem publicado em seu perfil no Instagram uma sequência de críticas ao ex-chefe, repetindo as acusações. Em uma das publicações, ele publica um trecho de um documentário sobre a operação contra Lázaro feito pela Record, emissora ligada ao grupo do Republicanos, partido pelo qual Rodney saiu candidato. Nestas imagens, o ex-titular da SSP aparece em um helicóptero vistoriando a área onde o suspeito poderia estar escondido.

    Resposta nas redes

    A resposta do ex-secretário veio nesta sexta-feira (9) em uma publicação no seu perfil do Instagram pela manhã. Segundo ele, algumas pessoas que também são candidatas, por outros partidos, estão propagando "fake news" para prejudicar sua candidatura e a do governador à reeleição, além de "macular" a vida profissional do coronel Renato Brum e do delegado Alexandre Lourenço.

    Rodney diz que não há "nenhum fundamento nas acusações" feitas de forma agressivas e mentirosas por pessoas covardes que não teriam coragem de participar de um debate sobre as ações que eles questionam. Ainda segundo ele, alguns dos que o acusam de ineficiência ou de usar a busca por Lázaro para propaganda política estiveram na operação "apenas para tumultuar e foram retiradas pelo comando local deles". O coronel Benito esteve em Cocalzinho, mas voltou para Goiânia antes de Lázaro ser encontrado.

    No vídeo publicado, o ex-titular da SSP, que se coloca como comandante da operação de captura de Lázaro, rebate também a crítica feita pelo coronel Benito sobre o sigilo imposto pela pasta para os valores gastos e recursos utilizados durante o trabalho de buscas. Rodney não divulga os dados, mas sugere que se pergunte aos familiares de quem esteve como refém de Lázaro e foi salvo ou das pessoas que poderiam potencialmente serem vítimas do suspeito se esta questão realmente importa.

    Com relação às acusações, o ex-secretário também afirma que serão tomadas as medidas judiciais cabíveis. "Quem tem a verdade no peito, no coração, não se acovarda. Vou fazer minha campanha de ideias", falou, por fim, Rodney, que de identifica na campanha como delegado.

    Nota por escrito

    O tenente-coronel Edson Melo, que se coloca como Coronel Edson Raiado na campanha, publicou um vídeo também na manhã desta sexta na qual é feita uma montagem com um áudio em que um homem diz que se alguém está esperando a queda dele pode "puxar uma cadeira e esperar sentado". Mais tarde, questionado sobre as acusações pelo POPULAR, encaminhou uma nota chamando de "condução inapropriada" a forma como o coronel Benito tem feito sua campanha.

    Edson diz que o coronel não participou da operação contra Lázaro, apesar de "sugerir falsamente" isso, e que atualmente Benito se encontra "segregado, ou seja, excluído do convívio social e profissional (...) única e exclusivamente pela incapacidade de lidar com pequenas frustrações, por não ser o centro das atenções".

    O ex-chefe da segurança do governador esteve em Cocalzinho participando das buscas por Lázaro. Ele e sua equipe são apontados como autores dos disparos que mataram o suspeito durante abordagem na manhã do dia 28. O inquérito sobre a morte nunca foi tornado público. Em março, Edson lançou um livro no qual se coloca desde então como o policial que matou Lázaro.

    Na nota enviada ao POPULAR, o tenente-coronel diz que sua equipe se deparou duas vezes com o coronel Benito na mata fechada durante a operação e que em ambas o oficial estava "visivelmente alterado", dando a entender que ele foi retirado das buscas por problemas de saúde mental.

    Edson também afirma que parte da carreira como oficial do colega de farda se deu fora da corporação, em cargos gratificados na Assembleia Legislativa, e que este não aproveitou uma "última oportunidade" ao ser chamado para comandar a Rotam em 2019.

    "Ao criticar as autoridades que se empenharam na Operação Homines Venandi (nome da ação de buscas por Lázaro), Benito Franco dos Santos se vale de sua própria imagem para imputar defeitos e fazer ilações desconexas. Olha para o espelho e descreve como sendo dos outros seus próprios defeitos. Essa projeção fala muito mais de si que de outros. Um triste fim para quem já quase foi grande", escreveu o tenente-coronel, na nota.

    Repercussão nas redes

    Policiais e autoridades da área de segurança têm se manifestado nos perfis dos três candidatos no Instagram. Benito é quem tem mais seguidores, são 52,9 mil, mas é quem menos usa para a campanha eleitoral. Apenas nesta quinta-feira (8), por exemplo, ele divulgou lá seu número de candidato.

    Já o tenente-coronel, que se coloca como Coronel Edson Raiado na campanha, fez um trabalho de pré-campanha nas redes, principalmente após o lançamento do livro. Ele tem 29,1 mil seguidores. Rodney tem apenas 11,8 mil seguidores no Instagram e também trabalha com postagens nesta rede desde a pré-campanha.

    O POPULAR entrou em contato com Rodney e Benito por meio das redes sociais, mas até a conclusão desta reportagem não houve nenhum retorno. Apenas o tenente-coronel Edson Melo respondeu, por nota.

    Leia também:

    **- Busca por Lázaro Barbosa em 2021 é foco de acusações entre candidatos da área de Segurança **

    **-Alegando risco para a instituição, PC impõe sigilo de 5 anos sobre operação contra Lázaro Barbosa **

    **- MP propõe multa de R$ 550 para encerramento de processo contra ex-mulheres e ex-sogra de Lázaro **

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    Ex-colega de cela de Lázaro Barbosa é preso suspeito de estuprar mulher e crianças em Valparaíso

    Polícia Civil afirma que investigado tentou esconder impressões digitais, mas identificação foi feita por meio de materiais biológicos

    Suspeito dividiu cela com Lázaro Barbosa, com quem tentou fugir em 2018

    Suspeito dividiu cela com Lázaro Barbosa, com quem tentou fugir em 2018 (Divulgação/PC)

    Eduardo Dias Silva, de 29 anos, ex-colega de cela de Lázaro Barbosa, foi preso novamente nesta terça-feira (7) suspeito de três estupros em Valparaíso de Goiás, no entorno do Distrito Federal. Os crimes foram cometidos contra uma jovem e a filha dela, de 5 anos, e também contra uma criança, de 1 ano e 10 meses.

    Segundo a Polícia Civil (PC), após cometer os crimes, o suspeito usou farinha e óleo para disfarçar impressões digitais e dificultar a sua identificação. O primeiro caso ocorreu em 2016, quando ele invadiu um apartamento, estuprou a mãe por 5 vezes, a filha dela, de 5 anos, amarrou as vítimas e fugiu com objetos da casa.

    "Na ocasião, ele espalhou farinha de trigo pelo apartamento para disfarçar impressões digitais", informou a PC. Eduardo também é investigado pelo abuso sexual de uma criança, em 2017. ["Após cometer o crime], jogou ela debaixo do tanque, causando traumatismo craniano, e jogou óleo de cozinha para disfarçar vestígios".

    A investigação foi realizada pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). De acordo com a PC, apesar de tentar dificultar a identificação, foram encontrados materiais biológicos de Eduardo, que confirmaram a autoria dos crimes.

    Detido dividiu cela com Lázaro Barbosa

    Além disso, a corporação lembra que o suspeito dividiu cela com Lázaro Barbosa, com quem tentou fugir em 2018. "Lázaro conseguiu fugir e ele não, porque ficou entalado no buraco feito para a fuga", disse. Eduardo já estava preso pelos crimes de roubo na cidade de Águas Lindas de Goiás, a 194 km de Goiânia.

    Leia também:

  • Motorista de van escolar é preso suspeito de estuprar criança de 3 anos
  • Homem é preso suspeito de oferecer chocolate para tentar estuprar criança, em Porangatu
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    Início das buscas por Lázaro Barbosa completa um ano

    Mais de 270 agentes trabalharam nas buscas pelo suspeito, informa Secretaria de Segurança Pública

    Buscas por Lázaro em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás

    Buscas por Lázaro em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás (Fábio Lima/ O Popular )

    No dia 9 de junho de 2021, os moradores de Cocalzinho de Goiás e Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, receberam mais de 270 agentes da Segurança Pública do estado para as buscas por Lázaro Barbosa, de 32 anos. Nesta quinta-feira (9), completa um ano do início da força-tarefa para encontrar o suspeito de matar uma família na região e cometer vários crimes pelo Brasil.

    Com repercussão nacional, o caso Lázaro se tornou emblemático devido à união de forças entre as polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federal e o Corpo de Bombeiros, com custo de R$ 19 milhões.

    Durante quase 20 dias, os agentes se dividiram em uma das matas fechadas da região para encontrar o suspeito, que parecia brincar de "pique-esconde" com os policiais, que utilizaram até mesmo helicópteros e drones na ação.

    As buscas só finalizaram no dia 28 de junho após uma intensa troca de tiros entre Lázaro e os agentes de segurança pública. O suspeito acabou sendo capturado com vida, mas com diversos ferimentos e, por isso, foi levado para o hospital de Águas Lindas de Goiás. Entretanto, ele morreu antes mesmo de chegar ao local, segundo o Instituto Médico Legal (IML).

    A reportagem entrou em contato com o delegado que foi responsável pela investigação na época, Cleber Martins, de Águas Lindas de Goiás, por ligações e mensagens, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

    Relembre

    Lázaro Barbosa de Sousa, de 32 anos, era suspeito de ter matado quatro pessoas da mesma família a tiros na zona rural de Ceilândia, no DF, ter roubado um carro em uma fazenda no Incra 9 e feito um casal e um adolescente reféns, em Edilândia. Na época, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) informou que ele era investigado por mais de 30 crimes, cometidos no estado, na Bahia e no DF.

    Além disso, afirmou que a "megaoperação policial" durou 15 dias, mobilizou mais de 270 agentes e contou com apoio de quatro helicópteros e cerca de 10 drones. A captura do suspeito foi anunciada pelo Governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que parabenizou as forças de segurança do estado e ainda publicou nas redes sociais que "Goiás não é Disneylândia de bandido".

    Leia também:

  • Processo contra acusado de ajudar Lázaro Barbosa estava parado desde novembro
  • Suspeito de matar esposa grávida, enteada e vizinho é encontrado morto em cela, em Aparecida
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