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Política

Fabiana Pulcineli

Jornalista e bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás. Repórter de Política do POPULAR desde 2006 e colunista da CBN Goiânia.

Assembleia de Goiás reúne assinaturas para indicação de cunhado do governador ao TCM

O cargo de conselheiro é vitalício e o salário atual é de R$ 30,4 mil; ofício gerou polêmica no Legislativo

Fabiana Pulcineli
Assembleia de Goiás reúne assinaturas para indicação de cunhado do governador ao TCM

O líder do Governo na Assembleia Legislativa de Goiás, Francisco Oliveira, reuniu nesta terça-feira (6) assinaturas de parlamentares em ofício que pede ao governador Marconi Perillo a indicação do secretário extraordinário de Articulação Política, Sérgio Cardoso - os três são do PSDB -, para vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO).
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A indicação é da cota do Executivo e já é planejada por Marconi, sendo que o ofício apenas transmite respaldo do Legislativo ao nome de Sérgio, que é cunhado do governador. A intenção é passar a ideia de que o secretário tem o reconhecimento da maioria das lideranças e não é uma escolha apenas de Marconi.

A vaga no TCM será aberta com a aposentadoria do conselheiro Sebastião Monteiro, conhecido como Tião Caroço. Ex-deputado estadual e ex-prefeito de Formosa, ele tem planos de voltar à Assembleia e presidir a Casa.

O cargo de conselheiro é vitalício e o salário atual é de R$ 30,4 mil.

O ofício gerou polêmica no Legislativo, com críticas do deputado da oposição Luis Cesar Bueno (PT), que reclamou que nos últimos anos foram indicados nomes da Casa para as vagas, mesmo sendo na cota do Executivo. Ele também criticou o fato de Sérgio ser cunhado do governador.

Já o deputado Talles Barreto (PSDB) defendeu o nome do tucano, afirmando que sempre se dedicou ao governo, conhece os 246 municípios e é formado em direito.

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Após tentativa frustrada em 2022, PT retoma debate sobre aliança com Marconi

Lideranças petistas voltaram a debater internamente a possibilidade de buscar alianças com figuras como o ex-governador de Goiás

Caio Henrique Salgado, jornalista. (Divulgação)

Caio Henrique Salgado, jornalista. (Divulgação)

Com a premissa de ampliar o palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Goiás para 2026, lideranças do PT voltaram a debater internamente a possibilidade de buscar alianças com figuras como o ex-governador Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB.

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A coluna apurou que, apesar de não haver consenso, as conversas internas, iniciadas também com integrantes de partidos aliados, têm como pré-requisito básico o apoio do tucano à reeleição de Lula. Em troca, os petistas dariam suporte a Marconi na corrida pelo Palácio das Esmeraldas.

Aliados do tucano apontam que ele só iniciará conversas sobre as eleições estaduais após a definição do futuro do PSDB, que discute fusão ou federação com siglas como Podemos e Republicanos. Ainda assim, um deles adianta que "é uma situação muito difícil" porque "o PT sempre foi um adversário". "Sempre fomos oposição ao governo petista", emenda.

Matemática

Um petista ouvido pela coluna avalia que Marconi teria ganhado a disputa para o Senado em 2022 caso tivesse fechado aliança com o PT. Membros do tucanato concordam com a tese.

Alternativa

Uma tese que circula no marconismo é a de construção de uma candidatura em Goiás alinhada com algum candidato de direita que não tenha o sobrenome Bolsonaro. E, por óbvio, não seja o governador Ronaldo Caiado (UB).

Conexões

O debate entre petistas sobre Marconi tem relação com a tentativa que o vice-governador Daniel Vilela (MDB) faz de atrair o PL. Esse, aliás, é um dos assuntos do episódio desta semana do podcast Giro 360.

Vale escutar

O Giro 360 tem como tema o futuro do bolsonarismo em Goiás diante do cerco jurídico ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na rua - Sandro Mabel encerrou o expediente de quarta-feira (26) conversando com pessoas em situação de rua (Alex Malheiros)

Na rua - Sandro Mabel encerrou o expediente de quarta-feira (26) conversando com pessoas em situação de rua (Alex Malheiros)

Com ou sem liga?

A aposta no ninho tucano é a de que a aproximação do PL com a base governista não irá se concretizar. O principal motivo seria a relação conturbada de Ronaldo Caiado com o bolsonarismo. A conversa entre Daniel e aliados do ex-presidente passa pela possibilidade de aliança local com cada grupo apoiando seu presidenciável.

Em Salvador

Sandro Mabel chegará em Salvador na quinta (3), dia anterior ao lançamento da pré-candidatura de Caiado a presidente da República. Vai ao evento do aliado e depois vai à prefeitura da capital baiana. Um dos objetivos é conhecer melhor o projeto que inspira as mudanças que o prefeito pretende implementar no projeto do Centraliza.

São quatro

O vereador Lucas Vergílio lembra que não teve audiência individual com Mabel. O encontrou em agenda na qual acompanhou Daniel Vilela, há uma semana. A coluna mostrou nesta quinta (27) que, nas contas do Paço Municipal, apenas 3 dos 37 vereadores não tinham sido recebidos pelo prefeito.

Pergunta para:

Sandro Mabel (Divulgação)

Sandro Mabel (Divulgação)

Sandro Mabel (UB)

Prefeito de Goiânia

Como o sr. avalia a relação com o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (PRD)?

É uma relação que é muito respeitosa, de muito diálogo. Ao mesmo tempo é um cara que defende muito a Câmara e os vereadores. Na questão política temos trocado umas ideais. Como ele disse, não tenho grupo político, estou refazendo meu grupo. Então, tem espaço para construirmos juntos.

Arremate:

Transferência - O Detran vai repassar mais R$ 4 milhões à prefeitura de Aparecida de Goiânia. O valor é referente a parcela da arrecadação da autarquia a partir de multas aplicadas na cidade nos meses de fevereiro e março.

2ª vez - O Detran repassou, em janeiro, R$ 9,3 milhões à prefeitura de Aparecida. Valores arrecadados em novembro e dezembro.

Hackathon - A Prefeitura de Goiânia realizará, com apoio do governo estadual, sua primeira maratona de inovação. O evento acontecerá no Hub Goiás, de sexta (28) a domingo (30).

Prêmio - A equipe que apresentar a melhor solução inovadora para a gestão sustentável de resíduos sólidos na capital ficará com prêmio de R$ 3 mil.

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Ex-governadores contestam alegação de dificuldade financeira do Estado

Marconi Perillo e José Eliton destacam o não pagamento de dívidas na atual gestão e criticam proposta de criação do Fundo de Estabilização Econômica

Entevista com o ex-governador de Goías, Marconi Perillo.

Entevista com o ex-governador de Goías, Marconi Perillo. (Fabio Lima / O Popular)

Os ex-governadores Marconi Perillo (PSDB) e José Eliton (ex-PSDB, hoje sem partido) divulgaram notas com críticas à proposta de criação do Fundo de Estabilização Econômica de Goiás (FEG), contestando alegações de dificuldades financeiras e destacando o não pagamento de dívidas na atual gestão. No anúncio do FEG na quinta-feira, o governador Ronaldo Caiado (UB) criticou as gestões anteriores, repetindo ter recebido herança de rombo nas contas do Estado.

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Marconi diz que o fundo deveria ser de "institucionalização do calote", em referência aos serviços da dívida que Caiado deixou de pagar por autorização judicial e pela adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

"A verdade é uma só: Caiado assumiu o governo em janeiro de 2019 com uma dívida total em relação à União no valor aproximado de R$ 18 bilhões, e deve entregar o governo ao sucessor com uma dívida superior a R$ 30 bilhões e sem ter pago um centavo sequer dessa dívida. Não existe nenhuma obra ou programa que justifique esse aumento estratosférico de nossa dívida", afirma o tucano.

Marconi completa a nota afirmando que "Goiás precisa de um novo salto de desenvolvimento e progresso, e para isso, são necessários novos programas e projetos que possam impulsionar novamente nosso estado".

Eliton citou dados oficiais enviados pela gestão estadual ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) para afirmar que apontam "realidade absolutamente distinta daquela por ele (Caiado) inventada".

"No exercício de 2018 nós pagamos integralmente os encargos da dívida consolidada no montante de R$ 1,9 bilhão, o que o atual gestor não fez, aumentando estratosfericamente a dívida consolidada do Estado", diz Eliton. "As únicas marcas que vão ficando do atual governo são o ódio, a perseguição, a mentira, a intimidação das instituições e a invenção legislativa para não licitar e para transferir recursos públicos diretamente aos amigos do Rei", completa o ex-governador.

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Cancelamento de licitação encerra denúncia sobre semáforos em Goiânia

Com fim de pregão eletrônico para modernizar parque semafórico, unidade técnica do TCM-GO não leva adiante averiguação sobre possível trava que impediria novas empresas de atuarem e sugere que administraçã municipal analise este ponto

Cancelamento de licitação encerra denúncia sobre semáforos em Goiânia

A decisão de revogar o pregão eletrônico que renovaria o parque semafórico de Goiânia fez com que a Secretaria de Controle Externo de Contratações (Secex Contratações) do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) resolvesse não avançar na denúncia de que os semáforos da Dataprom Equipamentos e Serviços de Informática possuem "protocolo fechado". Isso inviabiliza que outras empresas assumam a manutenção de 99,39% dos 805 cruzamentos semaforizados da capital. O processo licitatório se arrastou durante toda a gestão do prefeito Rogério Cruz (SD) e estava parado desde julho do ano passado, mesmo não havendo nenhum entrave administrativo.

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O POPULAR mostrou na sexta-feira (14) que a Prefeitura desistiu de levar adiante a licitação ainda em 20 de dezembro de 2024, nos últimos dias de Rogério no cargo, porém a decisão só foi oficializada pela Secretaria Municipal de Administração (Semad) já na gestão do prefeito Sandro Mabel (UB), horas antes da publicação da reportagem e após o jornal acionar a administração municipal em busca de esclarecimentos.

A decisão, entretanto, já era de conhecimento do TCM-GO, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) e da própria Dataprom, empresa de Curitiba cujas chances de vencer o pregão eram baixas. Ao justificar a revogação em dezembro, a Prefeitura alegou morosidade no processo e desatualização dos estudos que embasaram o pregão.

A licitação estava avaliada em até R$ 53 milhões e foi dividida em três lotes: um para o fornecimento e implantação de centro de controle operacional (CCO); outro para o fornecimento, manutenção e comunicação de software de controle de tráfego; e o último para a prestação dos serviços de manutenção preventiva e corretiva do sistema semafórico. O Consórcio Goiânia Semafórica, formado pelas empresas Kapsch Trafficcom e Newtesc Tecnologia e Comércio, ambas de São Paulo, venceu o primeiro lote e passava por teste de capacidade para ver se levava os outros dois. Já a Dataprom estava, respectivamente, em segundo e quarto nesses lotes ainda em disputa.

Mabel já havia anunciado a intenção de passar a gestão do parque semafórico para a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), consórcio de empresas responsáveis pelo transporte coletivo público na região metropolitana de Goiânia. A partir daí, caberia à RMTC fazer a contratação da empresa responsável pela manutenção do sistema. A Prefeitura informa que o processo de transferência está em fase de elaboração de um acordo de cooperação técnica e não deu uma data para que ela se efetive. O prefeito diz que os primeiros novos semáforos seriam instalados ainda em março em três avenidas de grande circulação.

Denúncias

O parecer da Secex Contratações ainda depende de análise por parte dos conselheiros do TCM-GO. No documento, a que O POPULAR teve acesso com exclusividade, o órgão explica que a apuração sobre o suposto "protocolo fechado" demandaria uma avaliação pormenorizada dos produtos fornecidos, inclusive a realização de perícia técnica e avaliação laboratorial, pontos que fogem ao escopo legal do tribunal e que, de qualquer forma, o processo deve ser arquivado após a Prefeitura ter se manifestado, ainda em dezembro, pelo fim da licitação. Outras três denúncias foram consideradas procedentes, o que levou o órgão a sugerir que sejam feitas recomendações.

A equipe da Secex Contratações também alega não possuir "profissionais com alta expertise no tema" para averiguar a parte técnica da denúncia envolvendo os equipamentos da Dataprom. "Não obstante, esta unidade técnica frisa que se trata de uma temática sensível, de grande repercussão à disputa e de elevado nível de discussão técnica, típica de especialista do ramo de comunicação semafórica", afirma o relatório. No documento enviado aos conselheiros do TCM-GO, a equipe da Secex Contratações afirma que o problema levantado na denúncia é "o principal ponto a ser observado pela nova gestão, pois foi o cerne da discussão deste processo e dos grandes embaraços na condução do pregão".

A Dataprom foi responsável pelo controle do parque semafórico de Goiânia entre 1997 e 2019 e conseguiu manter contratos emergenciais para manutenção dos equipamentos até abril de 2022. Depois, por meio de um consórcio, desde novembro de 2023 fornece material para que equipes da própria Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) faça a correção dos problemas. O contrato mais recente foi renovado em novembro, com validade por 12 meses.

Entre as denúncias confirmadas pela unidade técnica do TCM-GO, todas já haviam sido noticiadas e, de certa forma, resolvidas quando o tribunal liberou o procedimento licitatório em julho. Uma é que o Consórcio Goiânia Semafórica foi prejudicado pelo "efeito surpresa" na prova de conceito do lote 3. Também não foram apresentados "elementos técnicos robustos" para justificar a redução do checklist dos lotes 2 e 3. E faltou deixar mais claro qual o período a ser disponibilizado para que a licitante possa demonstrar sua capacidade nos testes. No relatório da Secex, esses pontos são tratados como recomendações de atenção se a Prefeitura decidir fazer um novo pregão.

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Norma do TCM sobre emendas se antecipa a decreto do Paço

Corte de contas edita regras e aponta caráter ‘pedagógico’ embasado em decisões do Supremo; ato gera análise na Prefeitura de Goiânia e novo debate entre vereadores

Vereador Lucas Vergílio: TCM foi além de prerrogativa e quer legislar

Vereador Lucas Vergílio: TCM foi além de prerrogativa e quer legislar (Diomício Gomes / O Popular)

Enquanto a Prefeitura de Goiânia finaliza a preparação de um decreto que regulamenta a destinação das emendas impositivas dos vereadores, o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) publicou uma instrução normativa que estabelece diretrizes para a operacionalização dessas emendas individuais nas leis orçamentárias municipais. A medida do tribunal já gera debates sobre as atribuições e competências dos poderes e o impacto na gestão dos recursos públicos.

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Sob a justificativa de garantir maior transparência, publicidade e eficiência na aplicação dos recursos, a instrução prevê que as emendas podem ser genéricas (executadas diretamente pelas prefeituras) ou definidas (vinculadas a programas específicos ou destinadas a entidades privadas sem fins lucrativos) - essa última, devendo conter a apresentação de um plano de trabalho detalhado, incluindo cronograma físico-financeiro, metas e plano de aplicação de despesas.

Secretário-geral de Controle Externo do TCM-GO, Rubens Custódio afirmou nesta segunda-feira (3), em entrevista ao programa Na Trilha da Política, da CBN Goiânia, que a normativa tem caráter "pedagógico e orientativo" e busca alinhar as práticas municipais às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e à Constituição. No entanto, ele ponderou que a instrução não dá "cheque em branco" ao Legislativo, mantendo a atuação conjunta ao Executivo .

"O tribunal não inova nesse campo, nós repetimos o que o texto da Constituição diz, mas estabelecemos uma padronização de um efeito pedagógico e orientativo para todos os municípios", afirmou Custódio. "O que é estabelecido? Qual o conteúdo mínimo de uma emenda impositiva para que haja uma rastreabilidade daquele recurso em alinhamento com o que o STF tenha decidido; e estabelece que o recurso decorrente de uma emenda de um vereador quem executa essa despesa é o Executivo."

Caberá ao Executivo municipal analisar, segundo a normativa, a compatibilidade das propostas com as políticas públicas e a legislação, emitindo parecer fundamentado em caso de impedimentos técnicos, como falta de recursos ou incompatibilidade com programas setoriais, e comunicando formalmente às Câmaras Municipais.

Neste ano, conforme mostrou O POPULAR , as emendas impositivas tiveram boom de destinação para institutos, associações e organizações sem fins lucrativos em Goiânia. O direcionamento para essas entidades foi de 95% - porcentual recorde desde 2020, o primeiro ano de obrigatoriedade da execução dos recursos na capital. Com a previsão em lei que prevê a obrigatoriedade da destinação de metade das emendas para a Saúde, grande parte dos parlamentares dirigiu valores a projetos de unidades móveis de saúde para consultas e exames médicos nos bairros.

Competências

Questionado sobre o papel das prefeituras ao identificar problemas nas emendas impositivas, Custódio afirmou que cada município pode estabelecer seus procedimentos, mas a normativa do TCM-GO exige que haja um parecer técnico do Executivo local em caso de incompatibilidades. Além disso, parcerias com organizações da sociedade civil devem seguir a Lei Federal das Parcerias, reforçou o técnico. "Lá estabelece os balizadores para a atuação em regime de parceria, e a normativa do TCM remete a essa norma. Mas isso não impede que cada município estabeleça a regra própria", afirmou o secretário-geral de Controle Externo.

Há vereadores que veem a normativa como um avanço para a transparência e o controle dos recursos públicos, mas outros criticam o que consideram uma "interferência indevida" do TCM-GO nas prerrogativas do Legislativo e do Executivo . Lucas Vergílio (MDB) afirmou ao POPULAR que o tribunal está "indo muito além de suas funções" ao criar diretrizes orçamentárias por meio de uma instrução normativa, algo que, segundo ele, deveria ser feito por lei. "TCM é órgão auxiliar do Legislativo. Não compete a ele usurpar dessa prerrogativa e querer legislar", disse.

O líder do prefeito, Igor Franco (MDB), vê a normativa como uma forma de esclarecer o que já está previsto na legislação. Ele citou como exemplo os impedimentos técnicos, como a insuficiência de recursos para executar uma emenda, que já são previstos em lei.

Luan Alves (MDB), destacou que a falta de recursos não pode ser um impeditivo para a execução das emendas, já que elas são impositivas e os valores estão previstos no orçamento. "A questão da falta de recurso é algo que, tenho certeza, será judicializada para fazer valer a lei", afirmou Alves.

Ao POPULAR , a secretária Municipal de Governo da Prefeitura, Sabrina Garcêz (Republicanos), informou que nesta semana o Executivo fará "análises" sobre possíveis adequações ao decreto que visa regulamentar as emendas impositivas, baseadas na instrução do TCM-GO. "Vamos compatibilizar se for necessário", disse a secretária.

Já Fabrício Rosa (PT) enxerga a normativa como positiva, desde que aplicada com ética e transparência. O vereador destacou que a medida está alinhada às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e pode trazer mais segurança jurídica ao processo. "Compreendo que o governo municipal possui legitimidade e pessoal habilitado para analisar tecnicamente o emprego correto das emendas e espero, sinceramente, que essa análise seja técnica e não política", afirmou Rosa.

O secretário-geral de Controle Externo do TCM-GO reforçou que a corte de contas ainda não tem um levantamento sobre quantas Câmaras Municipais adotaram o recurso das emendas impositivas, já que isso depende de previsão na Lei Orgânica de cada município. Segundo ele, não há prazo para adequação da norma. "O tribunal adotará uma postura orientativa, mas os procedimentos de fiscalização devem começar tão logo concluídos os procedimentos de divulgação da norma", disse Custódio.

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