Demóstenes entra em banca que defenderá Anderson Torres no Supremo
Ex-senador goiano afirma que está se inteirando sobre ação contra ex-secretário de Segurança do DF e que atuará de forma gratuita
Elisama Ximenes

O advogado Demóstenes Torres: convite foi feito nesta quarta-feira (Marcello Dantas)
O advogado Demóstenes Torres, ex-senador por Goiás, está no grupo de 11 advogados que vai atuar na defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres, que teve a prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, por omissão nos ataques e depredações aos prédios dos Três Poderes em Brasília.
Ao POPULAR , Demóstenes conta que vai atender Torres de graça, em uma prática conhecida na advocacia como pro bono. Ele disse que quando foi convidado, lhe foi informado que o ex-ministro não teria condições de pagar advogado. "Eu disse que faria, sem nenhum problema. Eu não cobro de jornalista, delegado, promotor e juiz", explicou.
Torres, além de ter ocupado cargos no governo federal e do DF, também é delegado da Polícia Federal, por isso se enquadra nos critérios citados pelo advogado goiano.
Demóstenes disse que foi convidado para integrar o grupo de defensores por sua especialidade em Direito Penal. O convite foi feito ainda na manhã desta quarta-feira (11) e ele afirma que ainda está se inteirando do processo. "Tudo que entrou até agora não teve minha participação, mas a partir de agora eu pretendo ajudar", afirma.
Torres teve a prisão determinada na terça-feira (10). Recém-nomeado secretário de Segurança Pública do DF, ele viajou aos Estados Unidos no sábado (7) para as férias que começariam na segunda-feira (9). O ex-ministro inclusive teria se encontrado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no país.
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Moraes decretou a prisão dele após pedido da Polícia Federal por considerar que foi omisso na contenção dos atos de domingo, que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. O ministro ainda destacou que era papel do então secretário de Segurança Pública de garantir a segurança na capital.
"E a sua omissão ficou amplamente comprovada pela previsibilidade da conduta dos grupos criminosos e pela falta de segurança que possibilitou a invasão dos prédios públicos", escreveu Moraes na decisão.
No mesmo dia dos atos, Torres foi exonerado de seu cargo e, depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal na segurança pública do DF. Após ter a prisão decretada na terça-feira (10), Torres publicou em suas redes sociais que iria voltar ao Brasil, interromper suas férias e cuidar de sua defesa.
"Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá", disse o ex-ministro.
Críticas aos atos
Demóstenes foi uma das personalidades da política que publicou críticas aos atentados de Brasília. Ao POPULAR , ele afirma que isso não interfere em sua atuação no caso porque criticou as ações e não uma pessoa específica. "Os atos, sim, foram horríveis, são coisas que o mundo civilizado já não comporta mais", disse.
A defesa de Torres é comandada por Rodrigo Roca, que atuou na defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Também integram o grupo Vera Silveira, Eustáquio Silveira, Alexandre Ribeiro, Anamaria Resende, Andressa Gomes, Diego Schmaltz, Fabio Mello, Pedro Teixeira e Ricardo Venâncio.
Demóstenes foi senador de Goiás de 2003 até 2012, quando foi cassado por quebra de decoro parlamentar. Na época, ele foi acusado de ter usado o mandato para favorecer o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No seu lugar assumiu Wilder Morais, que agora volta ao Senado.
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