Goiás é sétimo estado com mais obras do novo PAC
Governo Lula atende demandas de Caiado em investimentos que somam R$ 98,5 bilhões; gestão deve manter cobrança por cronograma

Rubens Salomão

Luiz Inácio Lula da Silva em cerimônia de lançamento do Novo PAC, no Rio de Janeiro: relação civilizada (Tomaz Silva/Agência Brasil)
O lançamento da nova edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) registrou Goiás como o sétimo na lista de estados com maior número de obras atendidas pelo governo federal. Foram anunciadas retomadas, conclusões e novas construções que totalizam investimento de R$ 98,5 bilhões, entre investimentos diretos da União e parcerias com o governo estadual.
Das nove demandas apresentadas pelo governador Ronaldo Caiado (UB), ao menos cinco têm previsão no portfólio definido pelo Ministério do Planejamento. Foram incluídos o BRT entre Luziânia e Santa Maria (DF); a construção do Complexo Oncológico de referência de Goiás (CORA); além da expectativa de inclusão de três policlínicas. A expectativa do governador é de manter a cobrança para que o cronograma e orçamento sejam garantidos.
Metade dos dez estados mais atendidos pela nova edição do programa de investimentos do governo Lula são comandados por governadores de oposição, ou que trabalharam contra a eleição do presidente em 2022. O petista, inclusive, citou Caiado por três vezes no discurso para ressaltar o aspecto republicano do PAC.
No início do evento de lançamento do programa, a plateia, composta por apoiadores de Lula, ensaiou vaia que seria direcionada ao goiano, mas na verdade teve como alvos o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL).
"O governador do Rio de Janeiro não está aqui porque ele quer estar aqui. Os outros governadores que estão aqui, estão aqui porque nós convidamos. Eu me sentiria muito deprimido se um dia eu fosse num ato em Goiás, convidado pelo Caiado, e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido", discursou Lula.
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O presidente ainda foi aplaudido na sequência ao defender "convivência democrática na adversidade", em referência direta à relação de dependência que o Executivo tem com o presidente da Câmara federal.
"Porque a gente quer mudar o conceito de democracia nesse país e voltar a ter uma relação civilizada entre as pessoas. Ninguém em sã consciência precisa gostar de mim. Eu e o Caiado somos oposição desde 1989 quando ele foi candidato a primeira vez. Aliás, desde a constituinte de 1988, quando ele representava o agronegócio. Tudo bem, ele continua acreditando no que ele acredita e eu no que eu acredito. O que nós precisamos é nos encontrar de forma civilizada", disse o petista ao finalizar crítica à postura beligerante de Jair Bolsonaro (PL).
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O governador de Goiás chegou ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro junto do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloisio Mercadante, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem teve reunião em Brasília, na quinta-feira (10). A conversa entre eles foi descontraída e tratou apenas de amenidades, apesar de Caiado ter voltado a Goiânia confiante na continuidade de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
Logo depois da cerimônia, Caiado participou de almoço com o presidente, os ministros presentes ao lançamento do PAC e alguns governadores, na sede do BNDES. Na prática, Caiado voltou a Goiânia com a meta de manter reuniões constantes em Brasília, junto com secretários estaduais, para confirmar a previsão apresentada no PAC. Tanto para o cronograma das obras, quanto a origem dos recursos que viabilizarão as construções.
A presidente do PT em Goiás, Kátia Maria, aponta que o atendimento do governo federal a Goiás passou pela articulação da bancada federal goiana, com deputados e senadores, do próprio governador e de lideranças que iniciaram o trabalho ainda na transição, no fim de 2022.
"Foi um esforço coletivo e nós participamos muito ativamente da transição, principalmente na parte do desenvolvimento regional. Acho que conseguimos abrir caminhos para que enxergarem Goiás e o Centro-Oeste de uma forma um pouco mais atenciosa", avalia.
Já a deputada federal delegada Adriana Accorsi (PT) trata os acertos administrativos entre o governo estadual e Brasília como "parceria política". "O PAC representa uma grande parceria política, republicana, pelo país. Então, é parceria com o Caiado, com todos os prefeitos e prefeitas. Isso é um avanço político muito grande na nossa democracia", afirma.
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